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quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Kardec e a bebida alcoólica


Wellington Balbo, Bauru, SP

Era um alcoolista em recuperação e trazia consigo a vontade de superar a dependência química e psicológica que caracteriza aqueles que se embrenharam pelo vício da bebida alcoólica. Alguns amigos espíritas apresentaram-lhe as lições da doutrina codificada por Kardec, e esta caiu como uma luva em seu desanimado coração. E desde então se dedicou de corpo e alma ao estudo do Espiritismo, freqüentando o Centro, assistindo as palestras e também servindo na área de assistencial social.

Todavia, com o organismo ainda intoxicado pelos anos de consumo do álcool, era com freqüência que se via tentando a dar o último gole, que em realidade não seria o último, mas o primeiro de sua recaída.

E no dia 10/10/2006, encontrou-se novamente com o vício, tomando aquele malfadado gole da recaída. Curioso notar que não fez uso da bebida alcoólica em algum bar ou lanchonete, mas sim na festa beneficente promovida pelo Centro Espírita que freqüentava, onde os dirigentes levaram cervejas e vinhos com a desculpa de que se não houvesse bebida alcoólica o evento ficaria às moscas. Sucumbiu justamente no lugar que deveria servir de apoio para sua recuperação.

O Espiritismo tem função sociológica das mais relevantes na sociedade contemporânea. Ao difundir a necessidade de aperfeiçoamento moral e intelectual constante do indivíduo, presta importante colaboração para que se extirpem males sociais que são responsáveis pela infelicidade e desdita de muitos povos e pessoas. E o álcool é um desses males sociais que desagregam famílias, promovendo crimes e facilitando a derrocada moral de muita gente.

A história acima, caro leitor, foi inspirada em um relato feito por um amigo, chateado com a iniciativa de alguns dirigentes espíritas de uma cidade de nosso Brasil, que andam promovendo festas beneficentes regadas a bebida alcoólica, com a desculpa de que se não houver bebida o evento ficará vazio.

Lamentável que isso ocorra. Mas a realidade é que os Centros Espíritas irão sempre refletir as tendências de suas lideranças. Se lideranças saudáveis, baseadas na legítima vontade de difundir os postulados de Kardec, teremos Centros coerentes, atuando com o bom senso ensinado pelo codificador. Contudo, se lideranças com idéias equivocadas, desvirtuando propósitos, teremos Centros Espíritas inabilitados a ensinar o Espiritismo.

Ao proclamar que o verdadeiro espírita é aquele que se esforça por superar suas mazelas morais, Kardec deixou claro que o Espiritismo não pede indivíduos perfeitos, mesmo porque sabe que estes não existem neste planeta, mas sim indivíduos comprometidos com o trabalho de sua melhoria íntima, que redunda em melhoria coletiva. Ou seja, não obstante as nossas limitações inerentes à condição humana, podemos superar nossas más inclinações e tornar o Centro Espírita um local de bênçãos a refletir nosso real compromisso com a renovação.

Em relação a justificativa dos dirigentes de que se não houver bebida alcoólica o evento beneficente ficará às moscas, afirmamos que é desprovida de lógica e bom senso. O Espiritismo não tem compromisso de agradar a gregos e troianos, portanto, não há qualquer vinculo da Doutrina Espírita com bebidas alcoólicas e quantidade de pessoas que haverá em um evento beneficente. O compromisso do Espiritismo é oferecer recursos de esclarecimento para que o ser humano desperte às realidades além da matéria, educando-se a fim de compreender os mecanismos que regem as leis da vida.

O compromisso do Espiritismo é com a sociedade e sua melhoria, tudo que foge ao bom senso e propaga o vício não reflete os ideais da doutrina codificada por Kardec.

Pensemos nisso.



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