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terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Kardec e o sexo e seus extremos


Wellington Balbo



Em “O Livro dos Espíritos”, na questão de nº 698, Kardec faz o seguinte questionamento aos sábios da Espiritualidade:

P - O celibato voluntário é meritório aos olhos de Deus?

R - Não, e os que vivem assim por egoísmo desagradam a Deus e enganam a todos.

Na questão de nº 699, Kardec prossegue com os questionamentos:

P - O celibato não é para algumas pessoas um sacrifício com a finalidade de se devotar mais inteiramente ao serviço da humanidade?

R - Isso é bem diferente; eu disse: por egoísmo. Todo sacrifício pessoal é meritório quando é para o bem; quanto maior o sacrifício, maior o mérito.

Segue comentário do codificador:



☼ Deus não pode se contradizer nem achar mau o que fez. Não pode haver mérito na violação de Sua lei; mas se o celibato, por si mesmo, não é meritório, não ocorre o mesmo quando é pela renúncia às alegrias da família, um sacrifício decidido em favor da humanidade. Todo sacrifício pessoal para o bem e sem o disfarce do egoísmo eleva o homem acima de sua condição material.

Em épocas distantes, o homem, ainda pouco espiritualizado, considerava necessário agradar a Deus com alguns sacrifícios. O celibato, a abstinência sexual era um deles.

Por isso, na Idade Média, o sexo representava a impureza, o pecado, chegava mesmo a macular a figura de quem dele gostasse.

As mulheres, pobres coitadas! Eram as que mais sofriam com a ignorância. Nada de prazer! Sexo somente para a procriação.

Essa mentalidade, porém, se traduz nos dias de hoje com os mais variados bloqueios psicológicos a impedir criaturas de terem uma vida plena em todos sentidos.

Mas continuemos.

Os tempos foram gradativamente se modificando. A evolução humana naturalmente impôs a mudança no padrão de pensamento. Surgiu o Enovid – primeira pílula contraceptiva – proporcionando assim uma revolução nos costumes.

O sexo, que outrora era motivo de repugnância passou a ser endeusado, antes avacalhado, agora intensamente perseguido.

De um extremo ao outro, do inferno ao céu...

A mídia, na sociedade contemporânea, faz o papel de propagar uma busca frenética pelo sexo. Onde há pares opostos existe busca insana pelo prazer. O apelo sexual tornou-se produto vendável e de grande rentabilidade. Os corpos bem delineados ganharam status e tornaram-se objetos de perseguição de todos aqueles que querem se enquadrar nos padrões impostos pela sociedade erotizada. Os olhos começaram a se voltar apenas para a superfície, impondo com isso, relacionamentos sem bases de afetividade e afinidade autênticas.

Com o sonho da independência financeira, homens e mulheres comercializam seus dotes físicos. A infidelidade é divulgada sem constrangimentos por programas televisivos com o marketing sutil de que perigo é sinônimo de prazer.

Com isso, a fidelidade conjugal é relegada a segundo plano, abrindo espaço para a proliferação de doenças sexualmente transmissíveis.

E no meio desse alvoroço, as religiões tentam impor limites a seus fiéis, seus líderes manifestam-se de forma a tentar preservar seus pupilos dos desatinos mundanos. Porém, o fazem de forma ingênua se posicionando contra os métodos de prevenção à gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Esses apelos não surtirão os efeitos desejados pelos líderes religiosos.

Nesse particular, o Espiritismo acompanha o avanço das idéias humanas, sem ceder as conveniências, nem se curvar diante dos modismos e dos apelos comerciais. Kardec foi um visionário, e, ao afirmar que a Doutrina Espírita deveria acompanhar a ciência, proporcionou que ela continuasse atual, com seus princípios não entrando em descompasso com a época vivida. Por isso, o Espiritismo trata o assunto referente ao sexo com a seriedade que ele exige, explicando que, os extremos que foram criados em torno do sexo são frutos da ignorância; é necessário desmistificá-lo, tirá-lo da nociva alcunha de tabu, incorporando-o ao cotidiano, porque só assim lhe daremos o justo valor, nem mais, nem menos.

E para que o sexo seja desmistificado, a tarefa dos pais é de suma importância, pois devem ser eles, através do diálogo franco e aberto, os esclarecedores de seus filhos, debatendo, tirando dúvidas, e, sobretudo, instruindo, a fim de que não cresçam adultos sem conhecimento quanto essas questões existenciais. Muitos são os jovens que por falta de diálogo com os pais se perdem em dúvidas e tormentos que poderiam ser evitados se houvesse uma maior sincronia e amizade entre os familiares. É tudo questão de se estabelecer um elo de confiança entre pais e filhos, proporcionando uma convivência salutar, disposta a abordar qualquer assunto sob a guante da sinceridade.

Os meios de comunicação também podem fazer sua parte, deixando de lado o comércio dos atributos físicos e os apelos sensacionalistas, para debater a questão com maturidade, porque é através de sua influência que muitos desavisados precipitam-se, trocando os pés pelas mãos, enredando-se em teias de difícil solução, que, freqüentemente resultam em:

· Filhos indesejados; porta escancarada ao aborto criminoso.

· Doenças sexualmente transmissíveis; clara abreviação da existência.

· Infidelidade conjugal; chamariz de crimes passionais.

· Envolvimento efêmero; futuras dores de cabeça.

o A real importância do sexo em nossa vida.

O sexo é importante em nossa vida? Sim, muito colabora para a melhoria na qualidade de vida, aproxima o casal, transforma o astral, traz bom humor a repercutir em ondas de paz e harmonia por toda a família. É remédio para depressão, é fonte de energia, previne o stress...

Contudo, nem a vida do casal, nem o relacionamento dos seres humanos se reduz ao relacionamento sexual. Se isso ocorre, há uma visão distorcida da realidade, que pode trazer traumas de complicada resolução, onde não raro o sentimento de posse transforma pessoas em objeto.

Tratando o assunto concernente ao sexo com seriedade, desmistificando-o e posicionado- o como força criadora que é, só teremos a ganhar:

· A infidelidade e as doenças sexualmente transmissíveis não mais terão lugar, porque o sexo será praticado com amor e responsabilidade.

· Nada de processos obsessivos, onde há vampirização efetuada por algozes do além, que se aproveitam da invigilância daqueles que pensam somente “naquilo”.

· Extinção do aborto criminoso, porquanto o sexo aliado ao amor irá gerar uma amada criatura.

Nada de extremos, de visões enceguecidas pelo fanatismo obscuro, a energia sexual faz parte da natureza humana, é essência divina a concorrer para nosso progresso e felicidade, portanto, deve ser tratada como tal, sem exageros, nem desprezos. Para finalizar, deixo ao leitor frase do espírito André Luiz, psicografada pelas mãos de Chico Xavier:

"O sexo, portanto, como qualidade positiva ou passiva dos princípios e dos seres, é manifestação cósmico em todos os círculos evolutivos."

(André Luiz)

Pensemos nisso.

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