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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Kardec e a responsabilidade social e ambiental



Wellington Balbo



Por longos séculos subestimamos a natureza, aproveitamos todos os seus recursos, sem nada, ou quase nada oferecer em troca, foi uma relação unilateral, onde exploramos com ímpeto suas benesses a pretexto de progresso.

Na questão social, por egoísmo alimentamos uma sociedade voltada à satisfação de nossos desejos, criando uma massa de excluídos, que como a natureza, agora também se rebela contra nós, pagando nossa indiferença com a lamentável moeda da violência. Somos, pois, forçados a reconstruir nossa sociedade, não apenas ofertando o que está “sobrando em nossas mesas”, mas criando mecanismos para que essas pessoas se tornem autônomas e independentes, podendo assim, seguir seu caminho, em paz.

Com relação à natureza, nos vemos na necessidade de lhe restituir o que tiramos desmedidamente. É como diz o ditado popular: “Um dia da caça, outro do caçador”. Nada mais é do que a lei de causa e efeito funcionando de maneira perfeita e justa, o abuso de hoje fatalmente desemboca na escassez do amanhã. Muitos equivocadamente julgam que a rebelião da natureza é punição divina. Nada disso, ao contrário, a rebelião da natureza trata-se de educação divina, porque o que ocorre é de fato um educar nossas ações em torno de uma postura saudável para com o meio onde vivemos.

Essa questão do respeito ao meio onde vivemos é ampla, e vai além de apenas respeitar o habitat natural. Não jogar lixos nas ruas, não poluir os rios, não misturar lixo orgânico com reciclado se constitui no que apenas NÃO DEVEMOS FAZER. No momento, agir é imperioso, ou seja, além de Não Agredir o habitat natural, precisamos restituir, e de certa forma, “reconstruir a natureza”, reciclando nossos hábitos.

Em “ O Livro dos Espíritos”, parte 3 – Cap 1 – “Lei Divina ou Natural” , encontramos a famosa questão de nº 642, onde Kardec questiona os mentores espirituais:

642 Basta não fazer o mal para ser agradável a Deus e assegurar um futuro melhor?

Não. É preciso fazer o bem no limite de suas forças, porque cada um responderá por todo o mal que resulte do bem que não tiver feito.

A resposta é de uma amplitude ímpar! Fazer o bem equivale a se movimentar, agir e trabalhar no bem em todas as esferas de atuação que estivermos inseridos.

Por exemplo, você costuma se preocupar com a procedência dos produtos que adquire? Costuma verificar se a empresa da qual você é costumeiro cliente desenvolve produtos que respeitam o meio ambiente? Será que pagando mais barato em determinado produto não estamos patrocinando a mão de obra infantil, o trabalho escravo, a poluição do planeta e o desrespeito a nosso habitat natural?

Pesquisa realizada pelo Procon de São Paulo mostra que 43,88% das pessoas não levam em conta se a empresa fabricante do produto tem preocupação social ou ambiental.

Na Europa e Estados Unidos a consciência é um pouco maior, com 50% das pessoas afirmando que pagam até mais caro para obter produtos de empresas que zelam pelo social e meio ambiente.

Ah, mas a questão do preço a nível Brasil é um problema que enfrentamos: o preço dos produtos que trazem a responsabilidade social e ambiental estampados em suas marcas é mais elevado do que os produtos convencionais. Para o padrão norte americano e europeu isso não é problema, porém, para o Brasil é. Como fazer alguém que ganha pouco pagar mais caro por um produto?

Só há um caminho: fazer com que os produtos com o selo de responsabilidade social e ambiental cheguem ao consumidor em igualdade de condições com os produtos convencionais.

Para isso, necessitamos prestigiar as empresas que têm a postura de respeitar o meio ambiente e desenvolver algo pelo social. Nesse particular, por hora, a classe um pouco mais abastada de nosso país pode desenvolver papel fundamental. Já que há uma tranqüilidade financeira, pode privilegiar com maior constância as empresas que zelam pelo social e pelo meio ambiente, esse prestígio redundará em maior produção desses bens, e, conseqüentemente, sua gradual popularização e a natural substituição dos produtos convencionais.

Outro ponto importante é a divulgação dos produtos que trazem uma maior preocupação com o meio ambiente. È preciso trabalhar com afinco fazendo um marketing eficaz em torno deles, chamando à atenção do consumidor para os benefícios que são por eles trazidos.

O consumidor tem de se conscientizar de que sua preferência por produtos com responsabilidade social e ambiental têm a força de fazer as empresas desenvolverem políticas nesse sentido. Muitas já vêm trabalhando para isso, porquanto, a mentalidade do consumidor vem se ampliando, e empresas que quiserem permanecer no mercado terão de se adequar as novas exigências dos consumidores conscientes do papel devem desempenhar na sociedade.

Os desmandos, o abuso de poder, o desrespeito a natureza, só imperam porque não há manifestação do bem. Os bons se calam, enquanto os “temporariamente maus” são audaciosos. Os bons dizem amém, enquanto os “temporariamente maus” agem.

Se adquirimos bens que são fruto de furto, estamos alimentado a violência. Se adquirimos produtos de empresas que não respeitam o meio ambiente, estamos alimentando a poluição de nosso planeta.

Por isso, se faz mister agir, pensar na vida com uma visão sistêmica, abrangente, porque nossa omissão pode custar caro a nós mesmos.

Pensemos nisso.

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