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sábado, 20 de fevereiro de 2010

FOCALIZANDO O TRABALHADOR ESPÍRITA MARILIA DE CASTRO


MARILIA DE CASTRO

Entrevista com Marília de Castro, que nos fala sobre sua vida em família, sua atuação como escritora, atriz, advogada e extensa atuação no Movimento Espírita. Entrevista concedida a Ismael Gobbo igobi@uol.com.br

Marilia de Castro, poderia fazer sua apresentação.

Sou a segunda filha de uma família de onze irmãos. Meus pais: Eurípedes de Castro e Edmira Nery de Castro. Ele advogado. Ela professora. Meu pai foi espírita militante com extensa folha de serviço dedicada ao movimento espírita. Sou advogada, graduada pela USP - Universidade de São Paulo. Participo do Movimento Espírita há mais de quarenta anos, e entre as diversas cargos e encargos, fui vice-presidente da USE Estadual por três gestões. Casada com Clodoaldo de Lima Leite há mais de trinta anos. Temos cinco filhos. Ele é psicólogo, muito atuante na causa espírita e também em conselhos de direitos. Hoje representa a FEB- Federação Espírita Brasileira no Conselho Nacional da Assistência Social no âmbito federal. Nasci em 25 de junho de 1951. Três foram minhas buscas interiores desde muito jovem: Justiça, Arte e União das pessoas para o bem comum.

Qual a sua formação na Arte?

Tive uma ampla formação artística. Formei-me em piano aos quinze anos. Cursei dança, canto e teatro. Estudei com Eugênio Kusnet interpretação teatral. Aos 19 anos escrevi meu primeiro texto de teatro. Posteriormente, dediquei-me profissionalmente à dramaturgia e à direção teatral. Sempre espetáculos musicais. Recebi o prêmio de melhor Diretora do Teatro do Estado de São Paulo, com o musical “Esqueci a porta da cabeça aberta”. Era um misto de teatro, circo, música e dança. Também fui produtora, inclusive integrei a diretoria da Associação de Empresários Teatrais do Estado de São Paulo, quando Raul Cortez foi presidente. Esta vivência na classe artística fez com que pudesse promover intercâmbios entre artistas profissionais e o movimento espírita. Por exemplo, na década de 80, na condição de Diretora de Artes da USE , promovemos o I Encontro de Cinema Espírita, com direito ao longa-metragem “Médium” dirigido por Paulo Figueiredo. Ou em eventos mais recentes: 200 anos de Allan Kardec no Anhembi, e a comemoração dos 59 anos da USE no belíssimo Teatro São Pedro, com a Orquestra Jazz Sinfônica, de São Paulo. Hoje, apóio o movimento artístico, mas as atividades do escritório de advocacia absorvem o meu tempo

No Direito qual foi sua trajetória?

Ingressei aos 17 anos de idade na Faculdade de Direito da USP, mais conhecida com Faculdade do Largo de São Francisco. Aos 23 anos, assumi a direção do escritório de advocacia do meu pai, que desencarnou aos 54 anos. Tive que estudar muito para resolver diferentes processos. Como estudei! Especializei-me, posteriormente, em Terceiro Setor, direito de propriedade e direito do consumidor. Fui colunista semanal, por dez anos, no jornal Diário do Grande ABC, dissertando sobre temas do universo jurídico. Hoje, além do meu escritório, dedico-me aos projetos de lei em andamento no Congresso Nacional, debato e participo das ações na defesa do Terceiro Setor e do direito e valorização da vida.

Como se tornou espírita?

Meu pai era espírita. Conversávamos bastante sobre a Doutrina. Mas me tornei espírita aos 14 anos, quando li “O Livro dos Espíritos”. Integrei o movimento jovem, participei de inúmeras confraternizações de mocidade ora como ouvinte ora como palestrante.

Como foi sua trajetória na USE?

Dirigi diversos departamentos. Quando vice-presidente da USE estadual , presidi o I Simpósio Jurídico Espírita do Estado de São Paulo no ano de 1988. O Movimento Espírita ocupou neste evento espaço nobre, fora de suas fronteiras, na sede a OAB/SP- Ordem dos Advogados do Brasil- seção de São Paulo. Reunimos advogados, juízes, delegados, membros do Ministério Público, três desembargadores, o presidente do Tribunal de Alçada de São Paulo e outros profissionais de áreas afins. Meses antes deste importante acontecimento, presidi a Comissão Constituinte e Espiritismo. As propostas dessa comissão foram aprovadas pelo CDE- Conselho Deliberativo Estadual da USE e encaminhadas para todos os constituintes (senadores e deputados federais).

Você fez a sustentação oral no Supremo Tribunal Federal defendendo as entidades espíritas e não espíritas?

Exatamente. Defendemos o direito à plena liberdade de associação no Brasil, garantido pela Carta Magna e ameaçado por dispositivos do Código Civil/2002. Após a sustentação oral no Supremo Tribunal Federal e ações no Congresso Nacional, alcançamos a vitória, alterando a legislação que prejudicava as mais de trezentas mil associações e entidades religiosas existentes no Brasil.

Como está sendo a vivência do movimento de cidadania pela vida, que reúne diversas religiões, integrantes de diversos partidos políticos e diversas instituições?

É uma profunda vivência da fraternidade. A sociedade civil precisa se organizar defendendo grandes bandeiras. Urge a união das pessoas de bem. Há muito mais pontos convergentes do que divergentes. O Movimento da Cidadania pela Vida – Brasil sem aborto, possui uma comissão executiva e vice-presidências. Uma das vice- presidência é da FEB- Federação Espírita Brasileira, outra da CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, outra dos Evangélicos, outra da REBRATES –Rede Brasileira do Terceiro Setor, esta última não é entidade religiosa. O movimento também é integrado por juristas, cientistas e por pessoas de diversas formações.

Quais são as perspectivas do projeto de lei 1135/91 se aprovado ou rejeitado?

Caso seja aprovado, será legalizado o aborto até o nono mês da gravidez. Caso seja rejeitado, a sociedade civil alcança uma grande vitória. Este projeto foi quase aprovado em 2005. A luta do Deputado Bassuma , do estado da Bahia, foi exemplar. Criou a Frente Parlamentar Brasil sem aborto. Convocou as instituições nacionais. Surgiu então o Movimento de Cidadania, coordenado pela sociedade civil.

Você acredita que se não fossem os movimentos o projeto poderia ter sido aprovado?

Sem dúvida. Houve o 1º Ato Público em 2007. Mais de 10 mil pessoas lotaram a Praça da Sé, em São Paulo. Um entusiasmo para todo o movimento. Outras capitais se animaram e realizaram atos públicos e caminhadas, culminando com a Marcha da Cidadania na Esplanada dos Ministérios em Brasília. O povo foi para as ruas e para as praças defender o primeiro de todos os direitos humanos: o Direito à Vida. Realizamos ações diretas com os deputados federais. Os parlamentares ouviram a voz do povo. Assim conseguimos duas grandes vitórias na Comissão de Seguridade Social e Família e na Comissão de Constituição e Justiça. Acontece que um grupo minoritário apelou para o Plenário e o projeto de lei será discutido e votado pelos 513 deputados federais.

Você é a Coordenadora do Movimento pela Vida no Estado de São Paulo. Qual a próxima ação articulada ?

Próximo passo: 4º Ato Público, em 20 de março de 2010, sábado, às 10 horas. Teremos uma Marcha da Cidadania, com início na Câmara dos Vereadores no Viaduto Jacareí, Centro de São Paulo, até a Praça da Sé. Site: www.emdefesadavida.com.br . Contará com representantes da FEB, da CNBB, REBRATES, dos evangélicos, entre diversas instituições. Muita Música. Muita Alegria. Estamos defendendo a vida. Artistas, legisladores, esportistas, juristas, cientistas, todo o povo novamente nesta Marcha defendendo o mais vulnerável: o nenê no ventre materno. Você que está lendo esta entrevista, ajude a divulgar esta Marcha e compareça. Apenas juntos construiremos o mundo de fraternidade com que sonhamos!

Como está enxergando o Movimento Espírita presentemente? Vai bem?

Sob a direção de Nestor Masotti, presidente da FEB - Federação Espírita Brasileira/CFN -Conselho Federativo Nacional, o Movimento Espírita está presente com ações doutrinárias e sociais relevantes em todo o país, através das federativas estaduais. Se esperamos construir um Brasil, coração do mundo e pátria do Evangelho, um país mais justo e solidário, a união com pessoas do mesmo ideal é fundamental. Cada grupo possui sua identidade, mas há bandeiras comuns. Como unir, respeitando o ponto de vista diferente? Cristo trouxe a mensagem do amor. O amor é atuante. Incansável. Sem preconceitos. O isolamento nos deixa orgulhosos, vaidosos, presunçosos. Estar no mundo, colaborar com a sociedade é colocar a mensagem do amor na prática. A FEB , por exemplo, apóia o movimento inter-religioso e supra-partidário em defesa da vida. Por sua vez a USE – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, colocou em sua agenda a participação no Ato Público em Defesa da Vida. É um grande avanço. O aperfeiçoamento, deve ser contínuo. E temos que comemorar a vitórias conquistadas para consolidar um mundo melhor e mais feliz

Algo mais que queira acrescentar.

Quero parabenizar você, Ismael, por este trabalho de constante divulgação do movimento espírita. Quantas notícias você multiplicou! Quantos eventos chegaram a milhares de pessoas, devido sua dedicação a esta tarefa. Parabéns! Continue com este brilhantismo na comunicação.









FOTOS: MARILIA, À ESQUERDA, COM OS PAIS E A IRMÃ ENEIDA; A JOVEM MARILIA ESCREVENDO O TEXTO PARA TEATRO “POSTO AVANÇADO”; MARLENE NOBRE, SENADORA HELOISA HELENA E MARILIA DE CASTRO EM ATO PÚBLICO NA PRAÇA DA SÉ; PUBLICO PRESENTE AO ATO PÚBLICO; Marilia de Castro, O ESPOSO Clodoaldo Leite E Heloisa Pires EM Congresso EspiritA NA CIDADE DE PARIS, FRANÇA; MARILIA ATUANDO NO STF.

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