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domingo, 28 de março de 2010

O ícone da liberdade – Wellington Balbo

Exuberante escritor, filósofo, novelista, poeta. O francês Voltaire (1694-1778), foi o personagem mais relevante do renascimento francês, suas idéias foram de grande importância para a revolução francesa de 1789. Mais que isso, seu pensamento livre de preconceitos e alicerçado na liberdade de expressão, influenciou decisivamente grandes figuras da humanidade, tais como: Benjamin Franklin, Thomas Jefferson, James Madison...
Inteligente, perspicaz, sagaz, sua irreverência o colocou várias vezes na prisão.

Certa vez, se indispôs com jovem aristocrata, o cavaleiro de Rohan, sua eloqüência deu-lhe a vitória no embate verbal, contudo, o cavaleiro sentindo-se menosprezado, mandou dar-lhe uma surra e prendeu-o novamente na Bastilha.

Sua produção literária ultrapassa as 30.000 páginas, versátil, escreveu contos, novelas, cartas, peças de teatro e livros de filosofia e história.
Seus ideais de liberdade e tolerância religiosa mostram a faceta nobre e digna de sua alma.
Para Voltaire, o ser humano tinha o direito de se expressar e mostrar a todos sua visão da vida, sem sofrer retaliações e constrangimentos por pensar de forma oposta.Era ele um genuíno democrata!

Atribui-se ao célebre filósofo a seguinte frase:
“Não concordo com uma palavra do que dizes, mas defenderei até o ultimo instante seu direito de dizê-la”.
E foi na França de Voltaire, que o cântico de liberdade ecoou através das vozes esclarecedoras dos Espíritos.

O também democrata Allan Kardec, compilou sem preconceitos aquelas teorias novas, belas, sublimes, e que abririam oportunidades de instrução para todos os educandos do planeta Terra.
A liberdade com respeito que tanto pregava Voltaire transbordava agora nas páginas de “O Livro dos Espíritos” .Na questão de nº 827, Kardec questiona os mentores que o assistem:
P - 827 A obrigação de respeitar os direitos dos outros tira do homem o direito de ser senhor de si?
R – De jeito nenhum, porque esse é um direito que a natureza lhe concede.
Notável, a liberdade desde que não ultrapasse os limites do bom senso e traga prejuízo a outrem, é direito sagrado do ser humano.
Temos o inalienável direito de comandar as nossas vidas, de escolher nossos destinos!
Temos o inalienável direito de discordar e o inalienável dever de mesmo discordando respeitar!
Porém, mesmo em pleno século XXI, muitos não se dão conta disso e tentam constranger, humilhar, impor...
Ah, como seria útil se cônjuges ciumentos, pais autoritários, e amigos intransigentes se familiarizassem com as idéias de Voltaire.
Em lamentável esquecimento das individualidades, alguns agem como se fossem donos do semelhante exclamando frases do tipo:
Não faça isso! Não faça aquilo! Não diga isso! Não me contrarie! Faça como eu faço! Pense como eu penso!

Hoje, não recorre-se a prisão como se fazia à época de Voltaire, no entanto, agarra-se a violência em suas mais tristes formas:

A violência física que se exprime através da agressão.
A violência verbal que se materializa na leviandade da fofoca.
A violência psicológica que se faz através da imposição de teorias e doutrinas que incutem o medo e impedem o livre pensar.
A violência econômica que se traduz em exploração de pessoas que trabalham em regime de semi escravidão em troca de ínfimos recursos.

Todas essas facetas tolhem a liberdade de expressão, de sentimento e de pensamento do ser humano.
Lembro-me de amigo que tinha enormes dificuldades de exteriorizar seus sentimentos, vivia travado, com medo até mesmo de se apaixonar por alguém, tudo porque quando criança fora por várias vezes admoestado pelo pai por chorar em público ou dar demonstrações públicas de afeto.
Faltou ao pai respeitar os sentimentos do filho dando-lhe liberdade de expressão. Ora, o que fazia o garoto de errado para que o pai lhe chamasse à atenção?
Ah o respeito, este anda lado a lado com a liberdade.
Inexiste liberdade sem respeito!
O respeito jamais se fará através da violência, e a humanidade não se libertará do julgo da ignorância enquanto houver fortes oprimindo fracos, inteligentes desdenhando obtusos, ricos discriminando pobres...
E a ignorância é um dos grandes cárceres da humanidade.
Voltaire era preso e jogado na Bastilha, todavia, o filósofo estava solto, com o pensamento livre para criar, produzir; um de seus poemas mais aplaudidos – Henriade, foi produzido justamente à época em que estava preso.
Encarcerados estavam todos aqueles que lhe prendiam, pobres coitados, eram prisioneiros da ignorância.

Só há o mal onde ignora-se o bem, só há o ódio onde ignora-se o amor, só há trevas onde ignora-se a luz.
E a luz, se faz cada vez mais esplendorosa onde há liberdade as formas de pensar, as individualidades, as limitações,aos desejos...
E por falar em desejos, será que respeitamos os desejos, as aptidões e damos liberdade àqueles que caminham conosco no cenário do mundo?
Será que não tolhemos sua liberdade de expressão?

È imperioso que não algememos nossos afetos do coração, por mais que amemos e os queiramos bem, é salutar que darmos a eles a liberdade de se comportarem de acordo com seu estágio evolutivo.
Em realidade, somos companheiros de viagem, espíritos viajores do universo que aprendem nessa intensa troca de experiências.

Manipular, podar, tolher, devem ficar apenas nos livros de história, servindo de parâmetro para que vejamos como éramos e como estamos hoje.
Pensemos nisso!


Bibliografia:

As cem maiores personalidades da história, pág. 417 à 422; Hart, Michael H.; tradução de Antonio Canavarro Pereira.
5º ed. – Rio de Janeiro;DIFEL,2002.


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