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sábado, 17 de abril de 2010

FOCALIZANDO O TRABALHADOR ESPÍRITA HUMBERTO WERDINE JÚNIOR


DR. HUMBERTO WERDINE

Entrevista com o mineiro de Itajubá, MG, Dr. Humberto Werdine Júnior, engenheiro eletricista especializado no gerenciamento de Centrais Nucleares. Foi diretor das Usinas Nucleares brasileiras, Angra 1 e Angra 2. Depois de passar por Viena, Áustria, onde residiu de 2001 a 2008, hoje mora em Madrid, Espanha, onde trabalha na, Iberdrola S.A, uma empresa multinacional de energia, onde exerce a função de Diretor de Departamento de Novas Centrais Nucleares. Ativo no Movimento Espírita, desde quando residia no Brasil, Humberto vem trabalhando na divulgação da Boa Nova por terras da Europa, ao lado da esposa Claudia Werdine (*).


Ismael Gobbo: Prezado Humberto, poderia nos fazer sua apresentação pessoal?

Humberto Werdine Júnior: Nasci em Itajubá, uma cidadezinha do interior de Minas Gerais onde cresci e vivi durante minha juventude. Sou casado com Claudia Werdine e juntos temos quatro filhos, Maria Mariana com 22 anos fazendo pós-graduação em Londres, Humberto Augusto com 21 cursando o 3º. ano de Engenharia na Inglaterra, Maria Alice com 17 anos e Maria Mariana com 14, ambas estudando no International College of Spain, Madrid. Vivemos oito anos em Viena, Austria e, atualmente, estamos vivendo em Madrid, Espanha.


Qual sua formação acadêmica e profissional?

Sou engenheito eletricista formado em 1974 pela Universidade Federal de Engenharia de Itajubá, Minas Gerais. Minha especialização é no gerenciamento de Centrais Nucleares de Potência, tendo trabalhado na construção das duas Usinas Nucleares Brasileiras, Angra 1 e Angra 2, vindo a ser o Diretor destas duas Centrais Nucleares até o ano de 2001, quando eu e minha família nos mudamos para Viena, Áustria.


Desde quando é espírita e como conheceu a Doutrina?

Sou o único espírita de uma família católica tradicional. Conheci a Doutrina Espírita em 1974, quando estava para terminar a Universidade, devido ao momento da desencarnação de meu pai, onde alguns fatos que ocorreram com ele me chamaram a atenção. Dias antes de desencarnar, meu pai algumas vezes dialogava tranquilamente com pessoas que não estavam no quarto de hospital, já que eu estava com papai e não via estas pessoas. Quando eu perguntava com quem ele estava conversando a resposta era sempre o nome de alguém da familia ou amigo, que já havia desencarnado. Estes acontecimentos despertaram meu interesse e iniciei a leitura de alguns livros espíritas que me foram dados por um tio que era simpatizante do Espiritismo. Aos poucos fui me interessando cada vez mais e, em 1976 mudei-me para Santa Cruz, Rio de Janeiro, onde comecei a frequentar os estudos do Centro Espírita e a iniciar minha trajetória de trabalho dentro desta Doutrina Consoladora.



Como tem sido sua trajetória na área cientifica no Brasil e no exterior?

Durante os 25 anos que trabalhei nas Usinas Nucleares de Angra dos Reis, tive a oportunidade de participar de diversos treinamentos e workshop no exterior, visando uma melhor qualificação e capacitação nesta área. Em 2000, recebi um convite para participar de um concurso para a Agência Internacional de Energia Atômica -AIEA que é um Secretariado da ONU- Organização das Nações Unidas. Após ser selecionado, mudamos para Viena, Austria em Junho de 2001 e lá trabalhei até 2008, quando recebi um convite para trabalhar na Iberdrola S.A, uma empresa multinacional de energia, onde exerço atualmente a função de Diretor de Departamento de Novas Centrais Nucleares.



Quais as atividades que desenvolveu e desenvolve no Movimento Espírita?

No Brasil fui um dos fundadores da Fundação Espírita Dr. Bezerra de Menezes, no Sul Fluminense, Rio de Janeiro, onde trabalhei na Área Doutrinária até me transferir para Viena. Em Vienna, implementei e coordenei o ESDE no único Centro Espírita existente, naquela época, em Viena, o Grupo Espírita Allan Kardec – VAK. Mais tarde, também tive a oportunidade de participar dos trabalhos iniciais da mesa mediúnica. Em 2008, após a insistência de muitos amigos e seguindo a orientação da Espiritualidade Superior, Claudia e eu iniciamos em nossa casa um grupo de estudos da Doutrina Espírita. Formamos um grupo de 15 pessoas e nos reuníamos aos domingos à tarde para estudarmos os importantes ensinamentos contidos nas Obras Básicas. Com o crescimento do grupo e por unanimidade, resolvemos procurar um local mais confortável e assim, com muita alegria, criamos a Associação de Estudos Espíritas John Huss, que atualmente já se encontra devidamente legalizado perante as leis austríacas. Paralelo a estas atividades, além de escrever artigos para Boletins Espíritas, venho desde 2005 proferindo conferências e seminários em toda a Europa, a convite dos países membros do Conselho Espírita Internacional.


Como orador e escritor espírita quais os temas de sua preferência?

Embora sendo engenheiro e trabalhando na área nuclear, o aspecto cientifico da Doutrina Espirita nunca me chamou muito a atenção. Na minha opinião, penso que o aspecto religioso e o filosófico atinge mais às necessidades da alma. Naturalmente que o aspecto científico auxilia muito no esclarecimento das verdades do além da vida e deve ser estudado profundamente por aqueles que tem a ciência no sangue, o que não é o meu caso. Assim sendo, recorro e utilizo das informações científicas quando necessário, como por exemplo em meus seminários, para a explicação dos fenômenos mediúnicos. Prefiro abordar temas doutrinários como a Reencarnação, a Mediunidade, a Obsessão,a Qualificação do Trabalhador Espírita, entre outros, procurando fazer conexão com a figura de Jesus, o que me encanta e sempre me emociona.



Os espíritas radicados no exterior, especialmente em países do primeiro mundo, dizem que a Doutrina Espírita é melhor aceita a partir das explicações cientificas. Em sua opiniáo, porque esta preferëncia pela parte científica do Espiritismo?

Não é que a Doutrina Espírita é melhor aceita... Aqui no exterior ela ainda é vista como bruxaria ou no máximo uma seita filosófica, sem contar que os fenômenos mediúnicos ou como se diz aqui, os fenômenos detetados e produzidos por sensitivos, dão audiência em programas de televisão. Por exemplo, na Inglaterra e Escócia há programas de televisão semanais, com grande audiência, sobre castelos e casas assombradas com filmagens de médiuns em ação. Isso desperta a curiosidade para os fenômenos, onde Kardec é um ilustre desconhecido para estes programas de televisão e seus diretores exploram o fato em si, sem fazer qualquer alusão a qualquer conexão filosófica ou moral-religiosa. Após mais de nove anos viajando pelo mundo e principalmente na Europa, eu começo a entender que a religião, qualquer que seja, Católica ou Evangélica não atrai mais as pessoas devido ao passado de guerras horrendas nas quais as Religiões se calaram ou ficaram suportando o lado agressor. Isto causou uma desilusão religiosa no povo e hoje as Igrejas e templos estão praticamente vazios. Este fato da desilusão é tão gritante, que há grupos espíritas que infelizmente, para manterem a frequência dos participantes, impedem que o nome de Jesus seja referenciado em palestras ou em folhetos explicativos. Estes acontecimentos são lamentáveis e eu, particularmente, não concordo com esta proibição e em minhas atividades Jesus está sempre presente.


Como voce vê os futuros avanços da ciência em relação à espiritualidade?

Não há dúvidas que será de grande importância pois que virá a comprovar, cada vez mais, a veracidade das informações contidas no Espiritismo. Por exemplo, ciencia médica está estudando a Glândula Pineal e paulatinamente está se verificando o que André Luis nos ensinou há mais de 50 anos atrás.



Em seu campo profissional, em suas viagens ... como você trabalha para a divulgação do Espiritismo?

Trabalho incessantemente para a divulgação da Doutrina Espírita e aproveito todas as oportunidades sem ser piegas ou inconveniente.

Há algumas coisas interessantes ...

Quando morei em Viena, costumava deixar “esquecidos” nos bancos dos transportes públicos, vários exemplares da Codificação Espírita em alemão.

Costumo também deixar exemplares em inglês nas salas dos aeroportos ou nos aviões.

Em algumas das minhas viagens pela ONU, tive a oportunidades de conversar sobre o tema de reencarnação na China, na Coréia, onde ofereci a doação da Codificação Espírita em inglês as Bibliotecas dos Hotéis onde me hospedei, sendo as mesmas recebidas com muita gratidão pelos gerentes dos estabelecimentos.

Em países Islãmicos, como o Irã e Paquistão, era muito curioso, pois eu recebi o Alcorão (Livro Sagrado dos Mulçumanos) de presente e, em troca, ofertei o Evangelho Segundo o Espiritismo em Ingles. E eles aceitaram!

Enfim, tenho sempre comigo em minhas inúmeras viagens alguns exemplares em inglês dos Livros da Codificação e quando a oportunidade aparece... tento fazer algo!

Mas seria importante esclarecer que a maior e melhor divulgação da Doutrina Espírita é feita no nosso dia a dia, através de nossa conduta ética, honesta e amorosa no nosso trato com as pessoas. Átravés de nosso exemplo que faz com que as pessoas nos questionem de nossa crença religiosa e neste instante, é o momento exato para falar do Espiritismo. Com cuidado para não ferir a crença de ninguém, pois a Casa de meu Pai tem muitas moradas, como disse nosso amigo maior Jesus.



Seus comentários finais.
Agradeço imensamente pela oportunidade e coloco-me a inteira disposição dos leitores através do email h.werdine@gmail.com

Muita paz!









FOTOS: CONFERENCISTAS DO II CONGRESSO ESPÍRITA ALEMÃO, 2008; A BELA FAMILIA WERDINE; O CASAL WERDINE NO CONGRESSO ESPÍRITA ESPANHOL; HUMBERTO NO ESCRITÓRIO DA ONU; PALESTRA NA AGÊNCIA INTERNACIONAL DE ENERGIA ATÔMICA; COM PALESTRANTES DO ENCONTRO ESPIRITA NACIONAL ALEMÃO; SEMINÁRIO ESPÍRITA NA HOLANDA, 2008.



LEIA ENTREVISTA COM CLAUDIA WERDINE ACESSANDO: http://ismaelgobbo.blogspot.com/2009/12/focalizando-o-trabalhador-espirita_20.html

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