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domingo, 19 de setembro de 2010

Focalizando o Trabalhador Espírita Marcelo Henrique Pereira




Marcelo Henrique Pereira



Entrevista para Ismael Gobbo ao

Notícias do Movimento Espírita



O entrevistado Marcelo Henrique Pereira reside na cidade de Florianópolis, no estado de Santa Catarina. É escritor, orador, e responsável por divulgações do movimento espírita através da ABRADE e ADE-SC. É casado e pai de dois filhos.





Marcelo, por favor, faça-nos a sua apresentação.

Sou Marcelo Henrique Pereira nascido em 1969 no Rio de Janeiro (RJ). Desde tenra idade, transferi-me para Florianópolis (SC), onde reside até hoje. Sou casado com Júlia Cristiane e tenho dois filhos Krishna, de 12 anos e Lucca, de três meses.



Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Sou advogado, com pós-graduação em administração e auditoria, mestrado em ciência jurídica e curso, atualmente, doutorado em direito, na universidade católica de Santa Fé (República Argentina). Sou perito ambiental e consultor de políticas públicas; auditor-fiscal de controle externo do tribunal de contas de Santa Catarina e, no movimento sindical do funcionalismo público, presido a Federação Nacional dos Servidores dos Tribunais de Contas do Brasil. Atuo no ambiente acadêmico, como professor de graduação e pós-graduação na área jurídica. Sou também jornalista e radialista.



Marcelo, você tem livros escritos?

Sim, sou autor de “Túnel de Relacionamentos – Adolescência e Sexualidade”, pela Editora EME, co-autor de “Alteridade: A diferença que soma”, pela Editora Inede/Abrade, e “Comentários ao Estatuto do Idoso”, pela Editora LTr.



Como conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?

De formação católica, tornei-me espírita em 1981, após não obter respostas para dúvidas e ou inquietações com o pároco da igreja em que freqüentava. Busquei próximo ao meu domicílio, uma instituição espírita, o Centro Espírita Tereza de Jesus, onde, nas palestras e estudos doutrinário e mediúnicos, pude encontrar as informações que buscava. Fiz minha primeira palestra espírita em 1983, aos treze anos de idade e passei a coordenar grupos de juventude em 1985.



O que acha do Movimento Espírita presentemente?

Importante, sempre, distinguir “movimento” de “doutrina/filosofia” espíritas. Os ensinamentos espiritistas representam um importante caminho para o auto-descobrimento, a melhoria da convivência interpessoal e a busca da felicidade individual e coletiva. Calcado nos ensinos de espíritos luminares no passado, presente e futuro, sob a perspectiva do consenso universal dos ensinos dos espíritos (CUEE), apresentado como baliza metodológica . O movimento é imperfeito, porquanto sujeito a idiossincrasias, visões parciais e o individualismo decorrente da ação de cada trabalhador, dirigente ou expositor. Quanto mais o indivíduo amadurece e se aperfeiçoa, melhor é o conjunto, no caso, o próprio movimento. Devemos encarar as “falhas”, os erros, os problemas como conjunturais, esforçando-nos por superá-los, tal como se deu em relação ao movimento “do passado”. As lutas de muitos companheiros, em épocas anteriores, para a democratização das idéias, a qualificação dos trabalhos, a especialização das atividades e, principalmente, para o respeito às diferenças, que são egressas do modo particular de cada um ver, sentir, viver, desemboca nos dias atuais e o trabalho que empreendermos, hoje, será refletido em melhores condições no futuro. Neste sentido, cabe a pergunta: que “movimento” desejamos entregar aos que virão depois de nós?



Que nos diz do trabalho da ABRADE?

A ABRADE passa por um processo de readequação e reestruturação, natural a todo e qualquer agrupamento humano. As pessoas vêm e vão, guiadas por interesses e motivações e, também, em função do tempo que podem destinar às atividades. Há companheiros nossos que, além do trabalho junto às ADEs e à ABRADE, ainda tem afazeres em outras instituições, nas atividades administrativas, de estudo, exposição doutrinária, etc.. Também possuem compromissos ou vinculações profissionais, família e outras ocupações. Um adágio interessante é aquele: “se você quer uma tarefa bem-feita, destine-a a uma pessoa ocupada; ela saberá gerenciar o tempo”. Felizmente, o trabalho de divulgação é o que mais cresce em todo o Brasil, justamente por causa do desejo de informar aos outros “o que é o Espiritismo” e alcançar contingentes ainda maiores de pessoas que passam a conhecer melhor a Doutrina/Filosofia Espírita. O maior desafio, no entanto, é superar o amadorismo, por meio da profissionalização das atividades. Não queremos dizer, com isso, que somente “profissionais formados”, com diploma, sejam responsáveis pela divulgação. Senão seríamos uma instituição de jornalistas ou publicitários, por exemplo (lembremos que existiu a ABRAJEE, no passado, que congregava os jornalistas/escritores espíritas). Com o nome “divulgadores” o espectro é muito mais amplo, mas não significa um “balaio” onde caibam todos os “curiosos” ou meros “interessados”. Aliás, de “interessado” a “especialista” há um caminho que pode ser percorrido por cada pessoa, no sentido do seu próprio aperfeiçoamento, buscando os meios possíveis para sua formação/especialização. Tomemos como exemplo, as atividades, fóruns, painéis, cursos que são oferecidos por instituições espíritas sobre “comunicação e/ou divulgação”. Há, também, cursos promovidos por instituições educacionais. E há, ainda, o aprendizado “por tarefa”, quando a pessoa procura empreender alguma atividade no campo da divulgação, “fazendo”, isto é, observando ações similares (um jornal, um mural, um programa de rádio, um site – feito por outra instituição e outras pessoas) e procura “imitar”, adaptando-o às realidades locais. Iniciando a tarefa, continua a observar e buscar a superação de falhas e o progresso (natural) do processo. Na prática, busca especializar-se e, não-raro, alcança ótimos resultados.



De que forma os internautas podem participar?

A primeira forma de se inteirar e participar da ABRADE é por meio das listas de comunicação eletrônica que a instituição coordena e disponibiliza na internet (veja mais em http://www.abrade.com.br/site/index.php?pag=cat&show=16). Em algumas regiões do país, também, existem as associações locais – ADEs (municipais ou estaduais) de divulgadores, que podem ser procuradas pelos interessados que desejem participar mais ativamente do contexto organizacional da ABRADE (consulte http://www.abrade.com.br/site/index.php?pag=cat&show=12, para contatar a entidade mais próxima de você). A ABRADE, ainda, tem fomentado o surgimento de novas ADEs ou a formação de parcerias com instituições, para a difusão do conhecimento espiritista.



A Internet tem contribuído para divulgação do Espiritismo?

Sem dúvida alguma. Imagine a multiplicação pelo infinito dos meios de divulgação da doutrina. Contudo, como todas as coisas são “neutras” em sua origem, variando para o positivo/negativo sua utilização, devemos ter em conta que as ferramentas da internet podem ser utilizadas construtivamente ou não, em razão da natureza de quem as idealiza, coordena ou se responsabiliza. Usando um jargão publicitário, “o mercado faz suas leis” e, também no âmbito da divulgação espírita, os “bons produtos” (isto é, as ferramentas oportunas e adequadas, bem-feitas) prevalecem sobre os demais. Por meio da internet, o acesso à informação, além de extremamente mais fácil e rápido, democratiza o acesso, já que o Estado tem proporcionado ações de disponibilização dos recursos tecnológicos em ambientes públicos (escolas, terminais rodoviários e aeroviários e repartições públicas), possibilitando aos que não têm equipamentos/redes em seus domicílios, o manuseio dos mesmos e o alcance das informações de que necessitam.



Como especialista em Direito e Espírita qual o paralelo que faz entre o Direito e o Espiritismo?

Penso que cada profissional deve aproveitar a sua área de atividade/formação para “linkar” o conhecimento espírita com o profissional. Especialmente no cenário jurídico, não vejo como o operador jurídico com formação espírita possa ficar distanciado da Sociedade. O progresso das coletividades como reflexo do avanço individual materializa, na forma da legislação, avanços consideráveis. Neste sentido, o indivíduo que tenha conhecimentos espirituais pode contribuir para o surgimento de melhores cenários. O jurista espírita, assim, deve ser um indivíduo comprometido com a construção de um mundo melhor, aliando teoria e prática, fazendo o melhor que esteja ao seu alcance.



O advogado espírita pode defender uma pessoa criminosa sem ferir os seus princípios doutrinários? Defenderia o cliente dizendo-o inocente mesmo sabendo ser culpado?

Há um princípio jurídico vigente entre os povos civilizados e democráticos que é o da ampla defesa, o que significa que a todo acusado, em qualquer processo, devem ser facultados os meios amplos de sua defesa. Também, em âmbito processual é assegurado o contraditório, ou seja, a cada acusação é necessária a defesa correspondente. Entendo que, na vida como um todo, não há como dissociar o conteúdo/componente espírita. Ou somos espíritas, plenamente e em todas as situações e circunstâncias da vida, ou não somos (remontando às orientações do homem Jesus, “seja o seu falar sim, sim e não, não”). Assim sendo, profissionalmente, o espírita deve utilizar os princípios e balizas egressos da filosofia espiritista para direcionar sua atuação/conduta. Efetivamente, no dito popular, há a costumeira distinção entre culpado/inocente ou errado/certo e, neste particular, entende-se que um criminoso “confesso” não possa ser “defendido”, muito menos por um espírita. Creio que, como advogado, se me fosse concedida a oportunidade de atuar na defesa de um criminoso real, eu procuraria buscar, com minha atuação, o melhor enquadramento jurídico para a situação concreta, inclusive na definição da pena aplicável. Evidentemente, teria que, no contato com o réu, saber a verdade (ou, pelo menos aquilo que o cliente diz como verdade), sopesando seu depoimento com as demais provas admitidas no processo para, primeiro, me convencer da forma de defesa do cliente, de modo profissional e ético.



A que Casa Espírita está vinculado presentemente e as atividades que nela desenvolve?

Em termos de instituições espíritas, atuo no âmbito da comunicação social espírita, como assessor administrativo (gestor) da ABRADE e presidente da associação dos divulgadores do espiritismo de Santa Catarina (ADE-SC). Coordeno, como Editor-Chefe, desde 1987, a Revista Espírita HARMONIA, o periódico mais antigo em circulação em terras catarinenses. Presido, também, o Conselho de Gestão (órgão colegiado com sete membros), responsável pela administração do centro cultural espírita Herculano Pires, na cidade de São José (SC).






Legenda: Marcelo; Marcelo com a esposa Júlia Cristiane; acolitando Lucca, o caçula; Marcelo.

OBS: AS FOTOS Desta entrevista só PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO entrevistadO.

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