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domingo, 16 de janeiro de 2011

Entrevista Enrique Eliseo Baldovino

POR JÚLIA NEZU Julia Nezu – julianezu@terra.com.br

PUBLICADA NA REVISTA INTERNACIONAL DE ESPIRITISMO

JANEIRO, 2011

Tradução inédita da Revista Espírita para o Espanhol

Foram publicados os dois primeiros anos da Revista Espírita – 1858 e 1859, de Allan Kardec, e o terceiro volume encontra-se em fase de conclusão, a ser lançado, oficialmente, também, pela EDICEI, em 2011. Ao final da tradução, o 1° volume traz 309 notas do tradutor e o seguinte, 428, como resultado de estudo e pesquisa de todos os livros do Codificador, ao longo de 25 anos.



Enrique Eliseo Baldovino, 43, natural de Avellaneda – província de Buenos Aires, Argentina, professor superior de Música Clássica, pela Escola de Belas Artes “Carlos Morel” de Quilmes, casado há 20 anos com a psicopedagoga brasileira, Regina Helena M. Baldovino, com quem tem 3 filhos brasileiros, é o tradutor do francês para o espanhol da Revista Espírita, de Allan Kardec, dos anos 1858, 1859 e finalizando o 1860. Participa, há 20 anos, do movimento espírita da 13ª URE – União Regional Espírita que abrange Foz do Iguaçu-PR e região, órgão da FEP – Federação Espírita do Paraná e, como jornalista, vem contribuindo com a difusão doutrinária através da mídia. Além da Revista Espírita, de Allan Kardec, traduziu, do português para o espanhol, livros de Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Zêus Wantuil e Francisco Thiesen. É articulista do “Mundo Espírita”, da FEP; “Reformador”, da FEB; “Revista Internacional de Espiritismo – RIE”; O Clarim; “Presença Espírita”, da LEAL – Livraria Espírita Alvorada Editora; “La Revista Espírita”, do CEI – Conselho Espírita Internacional, entre outros.

RIE – Quanto tempo reside no Brasil e o que o levou ao Espiritismo?

Enrique Eliseo Baldovino – Resido no Brasil há 20 anos, neste país extraordinário, Coração do Mundo e Pátria do Evangelho, que tanto me tem dado e feito crescer em todos os aspectos. Venho de uma família espírita: meus pais argentinos, Belisario Baldovino e Olga Abud (desencarnada em 1990), se conheceram em um Centro Espírita de Avellaneda, e, desde cedo, bebi das águas lustrais da veneranda Doutrina Espírita. Devo aos meus amados genitores esse contato muito cedo com o Espiritismo, que fui praticando nas tarefas doutrinárias do único Centro Espírita de Quilmes, cidade da Grande Buenos Aires, onde morei, posteriormente, na minha infância. Atualmente, participo como diretor doutrinário do Centro Espírita Allan Kardec, de Santa Terezinha de Itaipu-PR (município a 24 km de Foz); o CEAK comemora, no mês de dezembro de 2010, os seus 25 anos de fundação e é filiado à FEP – Federação Espírita do Paraná, desde 10/12/1985.

RIE – Que atividades vem exercendo no movimento espírita?

Enrique – Sempre estive ligado à difusão doutrinária do Espiritismo, através da mídia gráfica. Até hoje, somos responsáveis pela publicação da página Opinião Espírita, no jornal leigo A Gazeta do Iguaçu, de grande circulação na Terra das Cataratas e na Tríplice Fronteira, que, há 18 anos, vem sendo veiculada, ininterruptamente, com grande repercussão, graças ao apoio da FEP. Outras atividades pelas quais sou verdadeiramente apaixonado são a exposição doutrinária e as traduções, do português e do francês ao espanhol, onde vertemos ao castelhano essas pérolas da Doutrina, em forma de livros, cuja comunidade internacional possui nada menos que 400 milhões de hispano-falantes em todo o mundo.

RIE – Quais livros traduzidos para o Espanhol já foram publicados?

Enrique – Tenho a alta honra de haver traduzido livros de Allan Kardec, Chico Xavier, Divaldo Franco, Raul Teixeira, Zêus Wantuil e Francisco Thiesen. Por ordem de publicação, as traduções são as seguintes: 1º) Vereda Familiar, Thereza de Brito/Raul Teixeira, do português ao espanhol (FRÁTER, 1995, em 2ª edição, 2007, com 204 pp.); 2º) Revista Espírita – Periódico de Estudios Psicológicos (Año 1, 1858), de Allan Kardec, do francês ao espanhol (EDICEI, 2005, com 356 págs. e 309 Notas do Tradutor); 3º) Sublime Expiación, Victor Hugo/Divaldo Franco, do português ao espanhol (LEAL, 2006, em 2ª edição pela EDICEI, 10/2010, com 217 págs.); 4º) Allan Kardec: el Educador y el Codificador, de Zêus Wantuil e Francisco Thiesen, em 2 volumes, 900 págs., do português e do francês – mais de 500 trechos originais – ao espanhol (EDICEI, 11/2007); 5º) Aprenda a conversar con su Ángel, Levy/Raul Teixeira, do português ao espanhol (FRÁTER, 2007, livro infanto-juvenil com 23 págs.); 6º) Revista Espírita (Año 2, 1859), de Kardec, do francês ao espanhol (EDICEI, 2009, em 2ª edição, 10/2010, com 369 págs. e 428 N. do T.); 7º) Camino, Verdad y Vida, Emmanuel/Chico Xavier, do português ao espanhol (EDICEI, 04/2010, em 2ª edição, 10/2010, com 402 págs.); 8º) Pan Nuestro, Emmanuel/Chico Xavier, do português ao espanhol (EDICEI, 10/2010, 396 págs.).

RIE – Conte-nos sobre o fragmento de uma sonata, ditado pelo Espírito Mozart ao médium contemporâneo de Kardec, Brion D’ Orgeval.

Enrique – Na Revista Espírita de maio de 1859 (EDICEI), no seu artigo II, intitulado Música de Além-Túmulo (RE mai. 1859–II: Música del Más Allá, págs. 123-125), há o valioso registro de que Kardec fez executar, na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas (SPEE), que, à época, tinha um piano, o Fragmento de uma Sonata, ditado pelo Espírito Mozart ao médium da SPEE, o Sr. Brion D´Orgeval. Primeiramente, a título de comparação e, ao mesmo tempo, de controle doutrinário, Kardec solicita à Srtª. de Davans (também integrante da SPEE), distinta pianista e aluna de Chopin, que interpretasse uma música de Mozart, quando encarnado, e depois, a Sonata mediúnica. Todos os integrantes foram unânimes em reconhecer, na segunda música, não somente o estilo inconfundível de Mozart, como também a superioridade da composição espírita.

RIE – E além da Revista Espírita de Allan Kardec, de 1859, os demais anos dessa Revista estão sendo traduzidos?

Enrique – Encontra-se em fase de conclusão a tradução, do francês ao castelhano, da Revista Espírita (Año 3, 1860), de Kardec, também pela EDICEI, 3º volume a ser lançado, oficialmente, em 2011. Na Revue, o próprio Kardec faz centenas de remissões e interconexões com as demais obras da sua autoria, indicando a leitura prévia de tal ou qual artigo, a fim de compreender melhor esse complemento doutrinário da Revista, que amplia, desenvolve e ilustra os elevados ensinos dos Espíritos. Assim como os demais Livros, a Revue é uma Obra que merece todo o nosso respeito e a árdua dedicação integral na tradução da língua francesa, que é difícil e bem demorada, na sua complexidade, o que leva, em média, – no meu caso – 3 anos por volume, devido às várias leituras preparatórias para a abordagem de cada artigo, que faço, diariamente, em cada uma das 30 Obras Completas Kardequianas, supervisadas pelos Espíritos Superiores, para me aprofundar ainda mais em cada artigo, a fim de entendê-lo, na sua mais profunda acepção, com o objetivo de poder vertê-lo, da melhor forma, ao nobre idioma de Cervantes. Esses estudos e aprofundamentos em todos os Livros da Doutrina são plasmados nas centenas de Notas do Tradutor (N. do T.), colocadas no final da tradução, que constituem pesquisas nas próprias Obras de Kardec, as quais têm todas elas relação direta com a Revista Espírita, o que nos obriga, como espíritas, o dever de conhecer e estudar, profundamente, os 12 volumes da Revue Spirite – Journal d’Études Psychologiques, que possui, no seu original francês, nada menos que 4 409 páginas. Há mais de 25 anos, que venho lendo, relendo e estudando, ininterruptamente, essas 30 Obras Completas, contando cada volume da Revista como uma Obra, tamanha a sua contribuição individual; volumes com mais de 350 páginas cada um e com contextos diferentes. A tradução integral para o espanhol, da Revue Spirite, é um projeto para, aproximadamente, 30 anos de trabalho ininterrupto, e já nos encontramos em um quarto dessa hercúlea tarefa que temos a honra de continuar.

RIE – No 6° Congresso Espírita Mundial, em Valência, Espanha, você executou as sonatas de Mozart ao piano; uma, quando encarnado, e outra, psicografada. O estilo musical de Mozart desencarnado guardou semelhança ao de encarnado? Tecnicamente, como você explicaria?

Enrique – Segundo os meus estudos musicais, realizados no Conservatório de Belas Artes, os estilos entre ambas as composições referidas são realmente de uma semelhança impressionante, confirmada essa similitude nas cadências, nos compassos, nas variações de tonalidade e no andamento tipicamente mozartiano. Os 5 fac-símiles desse histórico e raríssimo Fragmento de uma Sonata encontram-se somente em nossa tradução castelhana da Revista de 1859, às páginas 365 a 369 (EDICEI, 2009), juntamente com os devidos créditos a todos aqueles que ajudaram a conseguir as partituras em um Museu de Londres (e à FEB). Lembramos aos leitores que essas partituras foram queimadas no Auto-de-fé de Barcelona, de 9/10/1861. Haver sido convidado para tocar ao piano essa Sonata mediúnica, na cidade de Valência, a 350 km de Barcelona, foi para mim uma grande honra, que jamais esquecerei.

RIE – A sua tradução para o espanhol da Revista de 1859, além de conter as partituras da Sonata de Mozart, contém também um Prefácio, ditado, em castelhano, pelo Espírito José María Fernández Colavida, chamado “o Kardec espanhol”, ao médium Divaldo Franco. O que diz esse Prefácio?

Enrique – Nosso dileto irmão Divaldo nos enviou o citado Prefácio em 5/09/2008, o qual tivemos a elevada honra de incluí-lo na Revista de 1859. As palavras do Benfeitor, intituladas En homenaje a la Revista Espírita, são todas para exaltar a beleza das páginas Kardequianas da Revue Spirite e da sua urgente necessidade de estudo e vivência, o que constituiu, sobremaneira, um grande estímulo às nossas tarefas tradutórias.

RIE – Suas considerações finais

Enrique – Agradecemos a gentil entrevista da RIE, desejando aos nossos irmãos brasileiros e de outras terras o urgente mergulho doutrinário nas páginas de Luz da Revista Espírita, obra indispensável para a compreensão e vivência integral do Espiritismo.


DVDs e CDs da autoria do entrevistado:

1) “Homenagem à Revista Espírita e à SPEE” (FEP, 2008, www.livrariamundoespirita.com.br).

2) DVD DO 5º CEM (na Colômbia): Exposição de EEB sobre a Introdução de “O Livro dos Espíritos” (TVCEI, 2007, www.edicei.com).

3) DVD ENTREVISTAS - 9 Grandes Temas Espíritas: “Tradução de Obras Espíritas” (TVCEI, 2007, www.tvcei.com).

4) DVD DO 6º CEM (na Espanha): Filmagem da Sonata de Mozart ao piano, na Cerimônia de Abertura, antes da Conferência inaugural de Divaldo Franco (TVCEI, 2010, www.ceilivraria.com.br).

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