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terça-feira, 11 de janeiro de 2011

O suicídio de Ts’ Ai Lun

Wellington Balbo


O amigo leitor já ouviu falar de Ts’ Ai Lun?

Pois saiba que este chinês viveu em 105 d.c e foi o inventor do papel. Segundo consta, por volta de 105 d.c, Ts’Ai Lun presenteou o imperador Ho Ti com amostras de papel, a partir de então, a utilização do material se alastrou pela China. O país começou a exportar papel para outros países da Ásia e graças à invenção à civilização chinesa que ficara até o séc. II atrasada em relação ao ocidente, pôde suplantá-lo em termos de progresso, permanecendo em evidência por pelo menos seis séculos.

Na China daquela época os livros eram feitos em bambu, portanto, pesados e complicados de manusear, com o advento do papel, tudo tornou-se mais fácil e menos oneroso ao povo chinês.

O imperador, satisfeito com a invenção concedeu à Ts’ Ai Lun um título de nobreza, contudo, intrigas palacianas provocaram sua queda.

Segundo os arquivos chineses, ao se ver em descrédito, o inventor do papel tomou banho, vestiu sua melhor roupa e ingeriu veneno suicidando-se.

Mesmo possuidor de grande inteligência e iniciativa o chinês suicidou-se por não saber lidar com adversidades.

Milhares de criaturas ao se deparar com os percalços da caminhada não encontram coragem para suportar. Para estas o suicídio parece ser a porta de salvação. Não enxergando uma luz no fim do túnel só vêem uma saída – Colocar fim à existência.

Dirão alguns:

Tem o homem o direito de dispor da própria vida!

Idéia está que apenas o materialismo pode sustentar.

A Doutrina Espírita levanta o véu ao devastar o continente espiritual nos mostrando que a vida prossegue em outros planos do infinito.

O suicida permanece não raro ligado ao corpo inerte, padecendo de sofrimentos inenarráveis, lesa seu corpo espiritual, agrava seus problemas e habilita-se a penosa retificação de sua atitude impensada.

Lembro-me de dramática história:

A família antes abastada passava agora por delicado momento financeiro, o marido a tudo suportava com serenidade, já a esposa ficara desesperada e não aceitava a atual condição - freqüentemente dizia:

O que dirão nossos amigos ao nos verem em situação de penúria material?

Como Ts’Ai Lun, pôs fim a existência ingerindo vigoroso copo de veneno. Comoção e dor em toda família, contudo, apesar de mais essa dificuldade o marido não se desesperou; melhor, focou-se no trabalho, após alguns meses de intensa labuta e muita criatividade conseguiu reerguer-se financeiramente.

Ele lamentava apenas o fato da companheira de tantos anos não poder gozar da inebriante sensação do “dar a volta por cima”.

Por mais difícil a situação sempre há uma saída quando nos dispomos a agir guardando a certeza que tudo se resolverá.

Isso chama-se fé inabalável na providência divina.

Consideremos ainda que Deus julga a intenção contando o que vai no coração da criatura ao cometer o ato desastroso, há atenuantes e agravantes, todavia, ninguém encontrará solução para seus problemas socorrendo-se na mutilação da própria vida.

O suicídio apenas nos compromete mais ainda com nossos problemas.

Antes de mais nada é útil que nos atentemos para um detalhe:

A peregrinação terrena tem um objetivo:

Nos educar como seres humanos, as provações que enfrentamos devem ser encaradas com coragem, são lições úteis que agregarão valores a nosso espírito imortal, por isso, colocar fim à existência por livre e espontânea vontade se constitui em fonte de tormentoso sofrimento.

A literatura espírita traz infindáveis exemplos de espíritos que adentraram à enganosa porta do suicídio, e que vem através da mediunidade dar testemunho dos padecimentos que estão experimentando.

Em o “Céu e o Inferno” encontramos no Cap. V – Suicidas – vários depoimentos de espíritos que suicidaram-se, aproveito o ensejo para transcrever um que considero importante:

"Quis morrer, e atirei-me... Oh! meu Deus! Que momento! E para que tal desejo, quando o termo estava tão próximo? Orai, para que eu não veja incessantemente este vácuo debaixo de mim.... Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras! Eu vo-lo suplico, a vós que conheceis as misérias dos que não mais pertencem a esse mundo. Não me conheceis, mas eu sofro tanto... Para que mais provas? Sofro! Não será isso o bastante? Se eu tivera fome, em vez deste sofrimento mais terrível e aliás imperceptível para vós, não vacilaríeis em aliviar-me com uma migalha de pão. Pois eu vos peço que oreis por mim... Não posso permanecer por mais tempo neste estado... Perguntai a qualquer desses felizes que aqui estão, e sabereis quem fui. Orai por mim. François-Simon Louvet."

Este instrutivo depoimento convida-nos a: orar por aqueles que se precipitaram nos precipícios do suicídio, nossas salutares vibrações de compaixão, por misericórdia divina lhes alcançarão o ser e lhes auxiliarão a conquistar o equilíbrio necessário para seu refazimento.

Há ainda os que suicidam-se involuntariamente, estes guardam total descuido com seu corpo físico e até certo desprezo em relação a vida, indisciplinados, comumente:

Embriagam-se pela cólera.

Cultivam a mágoa.

Negligenciam cuidados básicos com o corpo físico, impondo a ele desregramentos que no futuro causarão embaraços, minando sua resistência e abreviando a existência.

Fato é que também responderão pelas suas indisciplinas.

Imagine o constrangimento do espírito que desembarca no plano espiritual e recebe o aviso de que foi displicente no cuidado com o instrumento que lhe facultou a abençoada oportunidade da reencarnação.

Amigo leitor, há suicídio sempre que nos recusamos a viver, todas as vezes que nos entregamos à tristeza abrindo campo ao desânimo, matamo-nos pouco a pouco.

É imperioso que vivamos em plenitude, aproveitando todos os momentos na Terra para nossa evolução como espíritos imortais que somos.

Em o Livro dos Espíritos no tópico “ Desgosto da vida. Suicídio” encontramos vasto material para reflexão, no entanto, ressalto ao leitor a questão de nº 945.

945 – P - O que pensar do suicídio que tem como causa o desgosto da vida?

R – Insensatos! Por que não trabalhavam? A existência não lhes teria sido pesada!

Os espíritos amigos nos deixam precioso roteiro para que não caiamos nas teias do desatino – O trabalho, este nos preenche o ser, não deixando espaço para que surjam idéias nebulosas.

Ao dedicarmo-nos ao trabalho, criamos campo propício para a atuação de benfeitores do plano invisível, e coração disposto a se movimentar fecha espaços para influências maléficas que freqüentemente sugerem-nos a idéia do auto extermínio.

Pensemos nisso!

Bibliografia:

HART, Michael H. as cem maiores personalidades da história. 5.ed.Trad.Antonio Canavarro Pereira. Rio de Janeiro, Difel, 2002. 82-87 p.

KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 50.ed. Trad. Guillon Ribeiro. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira, 1980. 439 p.

KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. 36.ed. Trad. Manuel Justiniano Quintão. Rio de Janeiro, Federação Espírita Brasileira.

File:Cai-lun.jpg

Ts’ Ai Lun

Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Cai-lun.jpg

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