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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Focalizando o Trabalhador Espírita Adelvair David


Adelvair David


Entrevista para Ismael Gobbo ao Notícias do Movimento Espírita

Nesta entrevista vamos ouvir o nosso querido companheiro de ideal da cidade de Jales, SP, Adelvair David.

David, como é conhecido, está vinculado ao GEBMD – Grupo Espírita Beneficente Maria Dolores e tem desenvolvido um excelente trabalho na casa que ajudou a fundar ao lado de uma plêiade de trabalhadores.

Católico de berço e médium desde tenra idade, Adelvair buscou o Espiritismo quando passava por um difícil processo obsessivo. Encontrou mãos generosas que o conduziram para o tratamento e para a orientação segura e, a partir daí, lançou mão da charrua e partiu para a obra.



David, por favor, faça-nos a sua apresentação.

Meu nome é Adelvair David, nascido aos 10 de novembro de 1.962, na cidade de Jales, filho de Oswaldo David e Lourdes Testa David. Sou neto de imigrantes italianos, tenho três irmãos, Adilson Domingos David, A demilson Antônio David e Sandra Regina David. Quando criança, antes dos seis anos, residi na cidade de São Paulo, mas minha família retornou para Jales e a partir de então sempre vivi na minha cidade natal, lugar que amo e respeito como berço querido que me abrigou.

Qual sua formação acadêmica e profissional?

Sou professor de Ciências Biológicas e Matemática, embora tenha lecionado pouquíssimo e hoje não exerço diretamente a profissão. Ingressei aos 14 anos de idade no serviço público municipal, e como já estava trabalhando e gostando das atividades que desenvolvia, optei por fazer carreira como servidor público.

Tenho formação em música pelo Conservatório Santa Cecília de Jales em Piano Clássico, Órgão Clássico e Acordeon Clássico, tendo lecionado por cerca de dez anos naquele estabelecimento de ensino artístico. Por opção, já que aumentaram substancialmente meus encargos na casa espírita, tive de deixar aquele trabalho que tanto apreciava. A música é uma das minhas mais doces paixões, em tudo vejo sons, tenho ouvido absoluto, e percebo sonoridade em tudo que observo.

David, como você conheceu o Espiritismo?

Ismael, desde a infância os fenômenos mediúnicos fizeram parte da minha vida. Muito cedo experimentei a presença dos espíritos e o contato com eles. Na juventude, por determinação dos meus pais freqüentava assiduamente a igreja Católica Apostólica Romana, ocasião em que os fenômenos se intensificaram e me trouxeram grandes perturbações. Fui organista por mais de 10 anos na igreja e, apesar de muito jovem, ocupei o cargo de dirigente da Pastoral Diocesana de Juventude de Jales. Em qualquer lugar onde me encontrasse as manifestações visuais, auditivas e de efeitos físicos aconteciam, levando-me a grande confusão mental e emocional. Por conta dessas manifestações ostensivas cheguei a ter problemas no próprio lar onde elas aconteciam com mais intensidade; fiquei fisicamente debilitado e experimentei profunda depressão. Trabalhando com um senhor que é espírita de berço, este me alertava e orientava sobre a necessidade de buscar o Espiritismo, ao que eu negava veementemente devido à formação católica. Foi desta forma que ouvi falar do Espiritismo pela primeira vez.


E quando começou efetivamente a freqüentar o ambiente Espírita?

Conheci neste ínterim a Sra. Valquíria Figueira, a responsável pela vinda de Divaldo Franco a Jales pela primeira vez. Na ocasião advertiu-me ela da urgência em conhecer a doutrina. Continuamos rejeitando essas orientações até que os problemas ficaram fora de controle e no estado depauperado em que me encontrava urgia receber socorro. Valquíria com seu coração generoso procurou-me e como um anjo que estende a mão ao caído, levou-me às bondosas mãos do médico rio-pretense Dr. Aguinaldo Vasconcelos, que além da consulta de rotina falou-me da gravidade do processo em que me encontrava, aconselhando-me a buscar as orientações em torno da doutrina espírita e o tratamento para a minha grave perturbação. Alertou-me para seguir as orientações da Sra. Valquíria. Conduzido por ela ao centro espírita Anésio Siqueira, fundado por seu intermédio, participamos de atividades de fluidoterapia e orientações, com o coração apertado por acreditar que estivesse traindo a igreja e fazendo algo terrível; impressão que se desfez com o passar do tempo. Os ensinamentos espíritas trouxeram-me grande sossego à alma. No ano de 1989 fui apresentado por Valquíria ao grupo União Espírita “Caminho da Esperança” de Jales. Ali iniciei os estudos básicos da doutrina e posteriormente os de educação mediúnica, culminando por trabalhar nas lides da mediunidade e também de atividades da casa, entre elas a da fundação de uma livraria espírita, atividade que sempre me atraiu. Posteriormente fundamos a Mocidade Espírita, outro trabalho que nos cativou.


Como começou o trabalho com a mocidade espírita?

Existe aqui uma curiosidade. No ano de 1992, se não estou enganado, assistimos a uma palestra de Raul Teixeira no centro espírita Chico Xavier, dirigido pelo nobre Dr. Pedro Bonilha. No final, ao cumprimentar o orador, que não nos conhecia, ele nos abraçou dizendo ser a pedido do espírito Ivan de Albuquerque, frisando que teríamos uma tarefa em torno das mocidades espíritas da nossa região. Começamos a freqüentar a USE no final do ano de 1992, e em pouco tempo, estávamos assumindo o departamento de mocidade daquele órgão, atividade que desenvolvemos por quinze anos, sempre amparados por entidades generosas dentre as quais Ivan, que apresenta grande zelo pela juventude. Aconselhou-nos ele a não esmorecermos ante os entraves que teríamos pela frente, o que se cumpriu com todo o rigor. Tivemos muitas dificuldades iniciais, fruto também da nossa inexperiência, superadas com o passar do tempo.

Pode nos detalhar essa caminhada? Você recebeu algum apoio, incentivo?

No que diz respeito à realidade da nossa região naquela época, havia certa desconfiança quanto a possibilidade de jovens ocuparem tarefas nas casas espíritas. Vigia também a idéia quase unânime de que o jovem não era dado a assumir compromissos e responsabilidades. Esse entendimento foi sendo mudado com a perseverança daqueles que assumiam a direção dos grupos de mocidades com seriedade e comprometimento com a causa. Foi com o apoio do Sr. Durval, presidente da nossa USE (*), pioneiro do espiritismo em nossa região, homem da roça, coração bondoso e lúcido, que fomos conquistando amigos para o novo propósito de erguer um movimento de juventude. Neste 2011 completamos 18 anos de EMERJ (Encontro de Mocidades Espíritas da Região de Jales). Mais tarde deixamos esta tarefa para assumir o Departamento de Doutrina da USE, no qual estamos até hoje.

Alguma gratidão em especial?

Sim, como esquecer a irmã querida que hoje reside em São José do Rio Preto, Sra. Valquíria, que trabalha nas lides da doutrina junto do grupo dirigido pelo Dr. Aguinaldo Vasconcelos? Foi por seu intermédio que conhecemos o espiritismo e conseguimos dar um rumo à nossa sensibilidade mediúnica. Somos eternamente gratos a ela e a outros tantos irmãos que não citaremos para não cometermos as injustiças do esquecimento. Eles nos permitiram buscar as luzes que nos guiam até hoje e que pretendemos seguir com o auxílio amoroso de nosso Senhor Jesus Cristo.


Poderia nos falar um pouco sobre a idéia de fundar o GEBMD – Grupo Espírita Beneficente Maria Dolores?

Éramos a Mocidade Espírita Ivan Albuquerque, onde fomos dirigente, com as atividades sediadas no Grupo União Espírita Caminho da Esperança, de Jales. Buscando aliar teoria à prática, no ano de 1.994 resolvemos fazer sopa na casa dos amigos, principalmente dos jovens, num dos dias que não tínhamos atividade na casa espírita. Levávamos sopa para os que viviam sob pontilhões, nas ruas, nas casas miseráveis, principalmente do bairro São Judas Tadeu. Enfim, onde encontrássemos alguém perambulando sem lar, distribuíamos a sopa. Aquele grupo que se denominava “Infortúnios Ocultos” foi o responsável pelo nascimento do Maria Dolores.

E Porque Maria Dolores?

Reuníamo-nos mensalmente nas nossas casas para conversar sobre os andamentos da atividade, o que ocorreu até o ano de 1.998. Na nossa primeira ida a Uberaba, visitando o Hospital do Fogo Selvagem, a querida Dona Cida(**), sem nos conhecer, perguntou-nos o que estávamos esperando para iniciar a tarefa. Esclareceu ela, diante da nossa estranheza, tratar-se de dizeres de Maria Dolores, mostrando-nos um quadro que reconhecemos ser espírito amigo que nos acompanhava a algum tempo nas poucas explanações da doutrina que fazíamos à época. De volta a Jales, reunimo-nos e decidimos pela escolha de um local onde pretendíamos iniciar atividades de sopa e estudo do evangelho e por unanimidade o nome escolhido foi Grupo Espírita Beneficente Maria Dolores. Recebíamos os amigos e irmãos para o estudo e a sopa; em quatro meses já tínhamos público grande para o local; ficamos espremidos no pequeno espaço, daí nascendo nossas primeiras idéias de construir uma sede maior.

Quais os trabalhos doutrinários e assistenciais promovidos pelo Maria Dolores?

O Grupo Espírita Beneficente Maria desenvolve atividades doutrinárias tais como: Palestra Pública; estudo das obras básicas; estudo das obras de André Luiz; estudo das obras de Joanna de Angelis. Realizamos reunião de mocidade, com um tradicional retiro de carnaval que está completando 17 anos, iniciado pelo grupo que fundou o Maria Dolores. Temos evangelização infantil com um coral de crianças, que se apresenta em toda a região, o coral “Vozes do Coração”. Temos ainda atividades assistenciais de promoção humana com as senhoras do bairro São Judas Tadeu, comportando cursos de aprendizado manual; grupo de gestantes para assistidas e para adolescentes que engravidam precocemente, com apoio psicológico e orientação; grupo de distribuição mensal de cestas básicas a famílias em extrema penúria; fluidoterapia; plantão de passe e reuniões mediúnicas e Sopa Fraterna para as famílias carentes daquela região.

Algum projeto em andamento que gostaria de ressaltar?

Nasceram ao longo do tempo várias propostas no sentido de construirmos mais salas para abrigar as várias atividades que temos, desenvolvidas em três cômodos pequenos e um galpão onde tudo se transcorre. Para se ter uma idéia, somente nas palestras recebemos um público de mais de duzentas pessoas regularmente e também neste mesmo local realizamos um jantar mensal para duzentas pessoas. Esboçamos alguns projetos e hoje estamos no acerto final da decisão para construir. Desejamos construir nossa sede para palestra, salão para promoções, salas para as atividades espirituais, para evangelização e livraria. Aos poucos e com muito empenho, desejamos seguir materializando os nossos sonhos dessas construções.

David tem uma história meio inusitada a respeito da aquisição da sede do Maria Dolores que você já nos contou. Poderia relatá-la aos nossos leitores?

Já passados alguns anos de fundação do Maria Dolores, necessitávamos realmente de começar a programar as obras indispensáveis ao bom funcionamento da casa. Cogitamos a possibilidade da compra de parte da área onde estamos, mas, com parcos recursos, íamos conversar em Campo Grande com o proprietário que nos havia cedido em comodato o local, para que nos vendesse o pedaço que queríamos e possivelmente a área toda a perder de vista para pagar, caso ele concordasse. Aí, aconteceu um fato que nos emociona até hoje e que foi definitivo para nossos sonhos.

Poderia dividir conosco essa história?

Quando faltavam dez dias para a viagem de um nosso companheiro da casa a Campo Grande no Mato Grosso do Sul, a fim de tratar do assunto, alguém nos procurou com uma maleta de jóias de família. Conhecendo a seriedade do nosso trabalho e não desejando e nem necessitando passar aqueles bens para a família, disse-nos que fizéssemos o melhor proveito dos objetos em beneficio da casa e da causa. A principio achávamos se tratar de algumas peças de valor menor, porém, quando fomos a São José do Rio Preto para avaliar as jóias ficamos estupefatos ao saber que se tratavam de peças de grande valor. Finda a avaliação constatamos que o valor era exatamente o que o proprietário pedia pela área total do terreno cogitado. Uma benção dos céus para nós e para o nosso trabalho.

Fale-nos sobre suas atividades no campo mediúnico.

Como dissemos, a mediunidade ostensiva nos acompanha desde criança e, já no Caminho da Esperança, desenvolvíamos atividades de psicofonia sonambúlica ou inconsciente; psicografia semi-mecânica de orientação. Jamais nestes anos interrompemos as atividades com a mediunidade, completando neste 2011 vinte anos de exercício com nossa singela faculdade. No Maria Dolores, continuamos o trabalho de psicografia semi-mecânica, embora não tão volumoso devido ao pouco tempo de que dispomos em face das outras tarefas. Nesse trabalho contamos com a recepção de mensagens vindas da benfeitora Maria Dolores e de outros amigos queridos, entre eles o poeta Tagore. Sabemos pelos amigos espirituais que no momento certo teremos de trabalhar de forma mais freqüente nesse campo. É o que pretendemos retomar com mais afinco assim que a espiritualidade nos aconselhar.

Tem saído muito para fazer palestras em Jales e região? Como contatá-lo para convites?

Temos realizado palestras em todo o estado de São Paulo onde os corações nos convidam, embora ainda não com a freqüência que gostaríamos, devido ao nosso trabalho profissional. Temos feito palestras, seminários, cursos, orientações às atividades diversas, entre elas as mediúnicas e participação em encontro de juventude. Quando nossos irmãos acham oportuna nossa presença e o nosso tempo nos permita atendemos com o maior prazer. Nossa irmã Jane Maiolo, do departamento de promoções e eventos tem nos auxiliado no agendamento dos compromissos: pelo fone 17- 3632.9983.

Alguma atividade em especial o marcou ao longo desses anos de trabalho?

Sim e graças à nossa amiga e irmã de ideal Ana Jaicy Guimarães e seu esposo Geraldo Rodrigues Guimarães, desencarnado em 11 de janeiro de 2011. Ana realiza até hoje um feirão espírita na cidade do Rio de Janeiro, em prol da Mansão do Caminho, dirigida por Divaldo Pereira Franco. Nossa casa teve a honra de participar daquele inolvidável evento e nós, já desde o Caminho da Esperança, por cerca de doze anos, tivemos a oportunidade de conhecer irmãos de grupos espíritas de todo o Brasil e do exterior, todos aportando no Rio para prestigiar a grande feira. Ali tivemos a honra de estar próximo ao coração querido de Divaldo, que enchia-nos de motivação com sua fala inspirada e sensível. Neste evento pudemos certa feita dirigir um teatro em homenagem a Divaldo e Joanna de Angelis, um trabalho que muito nos comoveu e nos trouxe grande alegria.


Como esta o movimento espirita em Jales e região?

O movimento espírita em nossa região tem tido um bom direcionamento. Em termos de unificação a USE tem promovido intercâmbio salutar entre as casas, que se reúnem periodicamente para conversar, trocar experiências e realizar movimentos de divulgação e promoção da doutrina dos espíritos, como nos ensinou Allan Kardec. Existe o intercâmbio de oradores que visitam as casas em rodizios, estreitando laços de fraternidade e colaboração. É natural que tenhamos trabalhos com características diferentes, porém, não no que diga respeito aos principio oferecidos pelo insigne mestre lionês.

Algo mais que queira acrescentar?

Quando perguntamos à benfeitora há alguns anos atrás, o que ela nos aconselharia em relação à casa e nossa vivência espírita ela nos respondeu:

Fidelidade aos principio de Allan Kardec, Amor a Jesus e Simplicidade. Este direcionamento é o que desejamos aplicar na nossa vivência de casa e da vida pessoal.

Compreendemos que o movimento espírita é oportunidade de trabalho concedida por Jesus em nosso próprio benefício. Como colaboradores desta obra, necessitamos aprender a servir sem exigências e a acolher todos os irmãos em nossos corações, retendo o que é bom, deixando a cada um a responsabilidade das suas realizações.

Deixamos aos corações queridos nossos votos de paz e esperança, lembrando que não existe nenhuma lição que desejamos compartilhar com nosso próximo que não nos diga respeito em primeiro lugar.

(*) União das Sociedades Espíritas

(**) Aparecida Conceição Ferreira








Legenda: Os pais de David, D. Lourdes e Sr. Oswaldo; o menino David com a mãe e a irmã Sandra Regina recebendo o diploma em matemática; a apresentação no dia da formatura em piano; com os pais e os irmãos; David proferindo palestra no C.E. Aurélio Agostinho, dirigido por Celso de Almeida Afonso, em Uberaba, MG; o C.E. Maria Dolores no seu início; o Maria Dolores hoje; David no Maria Dolores assistindo palestra de visitante; com Divaldo Pereira Franco no Feirão Espírita da cidade do Rio de Janeiro; com os trabalhadores do Maria Dolores em viagem a Araxá, MG.

OBS: AS FOTOS Desta entrevista só PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO entrevistadO.


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