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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Militar defende tese de mestrado sobre suicídio


ENTREVISTA PARA FOLHA ESPÍRITA

PUBLICADA EM DEZEMBRO DE 2008

Ismael Gobbo igobi@uol.com.br

O major do Exército Crispiniano Batista Quintela Filho defendeu, em 8 de outubro, tese de mestrado perante banca da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME), na cidade do Rio de Janeiro, tratando do tema Fatores Relacionados ao Suicídio no Exército Brasileiro: Medidas Preventivas. Confira, abaixo, entrevista concedida sobre o assunto à Folha Espírita:

Folha Espírita – Qual a sua formação militar?
Crispiniano Batista Quintela Filho – Meu posto dentro da Força Terrestre é o de Major do Exército Brasileiro, formado pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), de Resende (RJ), na turma de 1992. Realizei o aperfeiçoamento de oficiais na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO), em 2004, aqui no Rio de Janeiro, e concluo no final deste mês de novembro a Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (ECEME) aqui na Urca, também no Rio de Janeiro. Tive a grata satisfação, na minha carreira como militar das FFAA, de servir em Feira de Santana/BA (93-95), Cruzeiro do Sul/AC (95-97), São Leopoldo/RS (98-2003), Rio (2004), Juiz de Fora/MG (2005-06) e agora novamente aqui no Rio (2007-08), tendo sido transferido por término de curso para Pelotas/RS, onde deverei passar os próximos dois anos. Recebi o título de mestre aqui na ECEME, e pretendo, em Pelotas, buscar o título de doutor. E se Deus me conceder a felicidade, pretendo fazer o curso de Medicina, pois, durante o período em que servi em Juiz de Fora (MG), fui feliz em trabalhar em um hospital mediúnico, cujo contato direto com os médicos e benfeitores espirituais me despertaram a vontade de seguir a doutrina esculapiana.

FE – Na sua dissertação, faz referências a amigos espíritas, a centros espíritas e utiliza-se da bibliografia espírita. Você é espírita?
Crispiniano – Sim. Com a graça de nosso Pai Celestial, nasci em uma família kardecista, doutrina que admiro pela consistência e lógica de suas informações e afirmações. Mas respeito as demais religiões cristãs que trabalham e se voltam para o bem e para as mensagens de amor e de paz ensinadas pelo nosso senhor Cristo Jesus.

FE – O que o motivou a tratar dos fatores relacionados ao suicídio no Exército Brasileiro? Há muita incidência de suicídio no meio militar?
Crispiniano – Primeiramente, fui condicionado pela Divisão de Ensino da escola, pois a minha dissertação, inicialmente, era sobre outro assunto. Vim transferido de Juiz de Fora, onde tive a oportunidade ímpar de trabalhar na Casa Espírita Maria de Nazaré e pude colaborar humildemente no trabalho em prol dos irmãos que cometeram o suicídio. Lá, obtive o prazer incomensurável de conhecer o trabalho dos irmãos de luzes – legionários e servos de nossa Mãe Santíssima – sob cuja direção são responsáveis em cuidar e amparar os espíritos suicidas. Tive também, em 2005, quando capitão comandante de uma Companhia de Fuzileiros do 10º Batalhão de Infantaria, Organização Militar de Juiz de Fora, de cuidar de um soldado parassuicida, experiência deveras interessante, à medida que fui descobrindo que aquela unidade militar já havia tido diversos casos de suicídio de militares. Ao chegar à ECEME, após todo um ano de pesquisa em cima de um tema que eu havia preparado antecipadamente, fui informado de que teria de abraçar um novo tema: O Suicídio Dentro da Força Terrestre... Coincidência? Com certeza, não. Quanto ao número de suicídios dentro da Força, há, sim, um crescente aumento, da mesma forma como tem acontecido na sociedade mundial. E como o Exército é um segmento da sociedade brasileira que faz parte dessa comunidade mundial, a Força Terrestre já se preocupa com os números e problemas advindos do suicídio.

FE – Quais as motivações para os casos de suicídio que estudou?
Crispiniano – São diversas “as gotas d’água” que desencadeiam o último ato de um parassuicida. Mas o que pude constatar, ao final do meu trabalho, é que tudo “começa” com o pensamento do indivíduo. Tanto que, na apresentação da tese, fiz questão de colocar, no último slide, uma frase que li durante os meus trabalhos e que retrata efetivamente como poderemos nos afastar das idéias e dos atos suicidógenos, a partir do momento que atentarmos para os nossos pensamentos: “Cuidado com os seus pensamentos, pois eles poderão se constituir em palavras; cuidado com as suas palavras, pois elas poderão se transformar em atos; cuidado com os seus atos, pois eles transformarão o seu caráter... E cuidado com o seu caráter, pois ele formará o seu destino!”

FE – O senhor acredita que a religião ajuda a inibir tendências suicidas?
Crispiniano – Não tenho dúvidas quanto a isso, ou melhor, nunca tive. E, agora, após as minhas pesquisas, pude confirmar a minha assertiva. A religião é uma válvula de escape aos pensamentos e impulsos autodestrutivos, pois ela nos liga à Divindade, nos remete à Luz, à Razão, ao Amor, à Fé, à Verdade e à Vida. Por outro lado, nos afasta de todas as suas antíteses.

FE – Fale-nos um pouco sobre a sua defesa. Qual a impressão da banca?
Crispiniano – No início, como já era de se esperar, ao abordar a questão da extracorporeidade, encontramos um terreno penoso. Mas as nossas preces e orações a Jesus, à Maria de Nazaré, aos seus Legionários e Servos e aos Irmãos de Luzes que nos acompanharam nesse trabalho humilde concederam-nos o desenrolar, inacreditavelmente rápido, dos óbices e dificuldades que tentaram nos atrapalhar. Tive muita ajuda dos mentores da Casa de Maria de Nazaré e do Grupo Espírita Alfredtz Halzeireng Müller (ambos de Juiz de Fora), do Lar de Frei Luiz (em Jacarepaguá) e do Centro Espírita Amor, Caridade e Esperança (de Botafogo), bem como de pessoas que me deram insights e inputs importantes no decorrer do trabalho. E aqui aproveito para um agradecimento todo especial à senhora Suzuko Hashizume, ao coronel Túlio Fonseca Chebli, aos tenentes-coronéis Lourenço Willian da Silva e José Gilson Pereira de Macedo e aos autores de livros importantíssimos que me embasaram cientificamente na confecção da obra: à dra. Marlene Nobre, com o seu livro A Obsessão e suas Máscaras, e ao cientista Laércio Fonseca, com o seu livro A Física Quântica e a Espiritualidade. Para minha surpresa, o trabalho, no dia da apresentação, foi muito elogiado, particularmente pela inovação da maneira como fora abordado o fato dentro da Força Terrestre. Senti um alívio, e, no momento em que a emoção tomou conta do meu ser, ao constatar a aprovação do trabalho, pude constatar a presença de diversos amigos e mentores espirituais na sala. Mas não tenho dúvidas de que sozinho e sem a ajuda que obtive, tanto espiritual como dos amigos encarnados, eu não teria atingido a meta.

FE – Acha que seu trabalho poderá ser aproveitado para informações preventivas e profiláticas no âmbito da corporação?
Crispiniano – Já foi solicitada cópia para o Estado-Maior do Exército (EME). Espero que o trabalho encontre eco nos mais altos escalões da Força Terrestre, e que ainda possa ser repassado para as demais Forças Singulares, Polícias Militares e Civis, pois procurei evitar colocar no esboço qualquer tema sensível que o tornasse confidencial ou sigiloso, a fim de não perder a finalidade maior a que me propus: colaborar no trabalho de Maria de Nazaré e sua plêiade de Espíritos Marianos no combate ao suicídio, trabalhando desde cedo na sua prevenção, pois temos notícias de que há muitos casos e que os trabalhadores do Alto estão com sobrecarga (vide Memórias de um Suicida), devido ao aumento considerável do ato no orbe terrestre. Já procurei repassar cópia em PDF para amigos militares do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, da Polícia Civil do RJ e da Polícia Militar da Bahia, além de outros amigos civis.

FE – Algo mais que queira acrescentar?
Crispiniano – Gostaria de agradecer à Folha Espírita pela oportunidade que me concede nesta entrevista e dizer que dedicamos toda essa pesquisa àquelas pessoas que perderam um ente querido por suicídio. A elas, as minhas rogativas ao nosso Divino Mestre Jesus Cristo para aliviá-las das dores dessa perda por tão trágica maneira. E, em particular, aos nossos irmãos réprobos que se encontram em tão angustiante posição, as nossas súplicas aos Espíritos Mensageiros da Paz para que através do Manto Sagrado de Maria de Nazaré possam receber os bálsamos necessários para o alívio da dor por que passam, e para que recebam, o quanto antes, uma nova oportunidade para superarem as suas dificuldades.

O e-mail do entrevistado é crisbaiano@yahoo.com.br


Meu amigo,
· A pessoa que se matou devido a um crime passional (traição de um cônjuge) começou a se deixar envolver por pensamentos de vaidade e de egoísmo.
· Aquele que se matou por uma doença dita “incurável” começou a se deixar levar por pensamentos derrotistas.
· Aquele que tirou a sua vida por problemas de ordens financeiras deixou-se levar por pensamentos e atitudes orgulhosas.
· Naquele que negou a dádiva de Deus, sobrepujando a bondade divina que nos concedeu a vida, devido – por incrível que pareça – à saciedade (ou seja, o indivíduo que tem tudo às mãos na hora e no momento que quiser, por estar saciado nas suas necessidades de toda espécie), os pensamentos autocidas começam a rondá-lo por falta de fé e devido à ociosidade, derivados do egoísmo e do orgulho.
· Aquele que aos poucos vai suicidando o seu organismo através do álcool, da glutonia, da sexolatria, do trabalho demasiadamente excessivo, enfim, de tudo aquilo que for em excesso para o corpo físico, começa por dar o primeiro passo em direção ao suicídio através das portas do pensamento.

E todos esses pensamentos levam o indivíduo a entrar em sintonia com problemas que são potencialmente passíveis de desencadear fatores suicidógenos, como o álcool, alucinógenos, sexolatria, glutonia, etc.

Não obstante esteja no indivíduo a maior responsabilidade, há também os fatores externos a influenciarem a atitude suicidógena (inclusive fatores extrafísicos, leia-se obsessão espiritual).

Major Quintela

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