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quinta-feira, 3 de março de 2011

Determinismo e Livre Arbitrio

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Ary Brasil Marques

Há muita gente na Terra que acredita no destino de cada um, previamente traçado por Deus e nesse caso, o ser humano não passaria de um autômato. Eles acham que a morte já tem sua data fixada e mesmo os acidentes, na opinião dessas pessoas, ocorrem por fatalidade.

Determinismo e livre arbítrio são duas vertentes que aparentemente se opõem e devem ser considerados de modo relativo e não absoluto.

Deus criou a todos simples e ignorantes, mas com um destino final certo e irrevogável: chegaremos um dia à perfeição, por meio de uma série de vidas sucessivas que funcionam como aprendizagem. De acordo com o esforço e aproveitamento de cada um, o tempo que irão percorrer varia de indivíduo para indivíduo, mas no final todos chegarão a esse destino glorioso.

Assim como acontece com as crianças no mundo terreno, cada ser é dotado pelo Senhor da Vida, de uma liberdade de ação que vai do zero quando o espírito está ainda em sua infância, e que vai aumentando gradativamente à medida que o mesmo se desenvolve.

Essa propriedade, verdadeira aquisição progressiva do espírito, é chamada de livre arbítrio.

Há um planejamento geral da vida de cada espírito em suas diversas encarnações nas muitas moradas existentes na casa do Pai..

Esse planejamento global é chamado de determinismo, pois obedece às leis morais, e em especial à lei de ação e reação. Cada ação determina uma reação de igual intensidade em sentido contrário.

O determinismo é apenas e tão somente a hora da colheita do que plantou o espírito. A semeadura é livre, mas a colheita obrigatória. Por essa razão, como exemplo, quem plantou ventos na oportunidade que teve em sua vida anterior, terá como determinismo na próxima oportunidade, a colheita de tempestades.

Essas tempestades, embora chamadas de determinismo, podem ser minimizadas ou aumentadas de acordo com o procedimento de cada um, ao utilizar o seu livre arbítrio.

Determinismo absoluto que não pode ser mudado pelo homem são os acontecimentos globais de um planeta em evolução, que trazem muitos fatos que são objetos de seu plano de vida e foram estabelecidos por Deus.

Na comparação com a criança da vida terrena, podemos dizer que o recém-nascido praticamente não tem livre arbítrio. Quando tem fome ou se sente molhado, por exemplo, só pode chorar e esperar que um adulto o alimente ou o limpe.

À medida que a criança vai crescendo, vai tendo seu livre arbítrio aumentado, assim como o seu campo de atuação. No início, apenas o seu quarto, depois a casa toda, mais adiante as áreas externas e quando maior já pode sair às ruas, à escola, às casas de parentes ou de amigos. Mais adiante, recebe a chave da casa de seu pai e a permissão de sair sozinho e de voltar à noite. (Antigamente 10 horas era o limite dado pelos pais para o regresso, e hoje esse limite foi ultrapassado pela licenciosidade do momento.)

Não somos autômatos. Somos filhos diletos do Criador da Vida, muito amados e criados com o único destino irrevogável que existe, o de alcançarmos, um dia, a perfeição.

SBC, 02/03/2011.

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