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domingo, 3 de abril de 2011

Focalizando o Trabalhador Espírita Orlando dos Santos Carvalho

Orlando dos Santos Carvalho



Entrevista para Ismael Gobbo ao Notícias do Movimento Espírita



O entrevistado Orlando dos Santos Carvalho é um português da região de Coimbra e presidente do GEB- Grupo Espírita Batuíra, sediado em Lisboa. Conheceu o Espiritismo na cidade de São Paulo, no Brasil, para onde se mudou no ano de 1966. Ali conheceu o Grupo Espírita Batuíra onde trabalhou ao lado de seu fundador, o médium Spártaco Ghilardi. Orlando conheceu Chico Xavier e foi através dele que recebeu a orientação de Batuíra para retornar a Portugal e ali difundir o Espiritismo. Nesta entrevista realizada pelo nosso companheiro de ideal espirita Nuno Emanuel, residente em Lisboa, Orlando Carvalho nos conta um pouco de suas experiências no movimento espírita brasileiro e português.


Pode nos falar um pouco de si? Onde nasceu, constituição da sua família, sua profissão, fatos da sua vida que queira relatar?



Nasci em Vila Nova de Poiares, localidade situada a 17 km de Coimbra. Sou casado com Maria Aldina Seco Carvalho, de cujo casamento temos dois filhos Vitor e Raquel. Do primeiro temos os netos George, Diserrée e Tatiana e da filha Rachel os netos Michelie, Bruna e Camila. Atualmente estou aposentado, mas enquanto vivi no Brasil, dediquei-me à construção civil. Quando voltei para Portugal, montei uma empresa de “vending”, negócio que mantive até à minha aposentadoria, há poucos meses.



Foi no Brasil que o senhor conheceu o Espiritismo?



Em 1966 emigrei para São Paulo e, pouco tempo depois, vim a conhecer o Espiritismo, por causa do despertar da mediunidade ostensiva da minha esposa. Foi nesta altura que conheci o grande médium Spártaco Ghilardi, que fundou em 1964 o Grupo Espírita Batuíra, em São Paulo. Foi nessa casa espírita que me acolheu que comecei a frequentar o Espiritismo e nela que aprendi o que sei da doutrina.



Do tríplice aspecto da doutrina há algum que mais o sensibiliza?



Para mim, o aspecto religioso é o mais importante. Chico Xavier sempre afirmou que se tirassem Jesus da Doutrina, ele saía do Espiritismo e ficava com o Cristo. Pois bem, eu penso exatamente o mesmo e, por isso, a nossa Casa segue o ideal de Ciência, Filosofia e Religião, e não outras tendências que afirmam que o Espiritismo não é uma doutrina religiosa. Para mim, é, e sempre será, e esta é a linha seguida pelo Grupo Espírita Batuíra, de Algés.



Sabemos que conheceu Chico Xavier. Pode nos descrever os contatos que manteve com ele e que testemunhos tem desse convívio?



Em fins de 1967 tive a honra de conhecer pessoalmente Chico Xavier, encontro este que me provocou uma enorme emoção. A partir dai, os meus contatos com ele foram permanentes e posso dizer que eu fazia parte do círculo das pessoas que conviviam mais intimamente com ele, já que frequentava a sua própria casa.

Os episódios que testemunhei nesses encontros foram inúmeros e muito importantes, pois em sua casa conheci e convivi de muito perto com numerosas personalidades espíritas, além do próprio Chico que, como todos sabemos, foi o ser humano mais parecido a Jesus que nasceu no séc. XX.



De que forma o espírito de Batuíra teve influência no seu regresso a Portugal? Qual o primeiro pensamento/sentimento que lhe ocorreu quando recebeu a mensagem de Batuíra através de Chico Xavier?



A influência de Batuíra na minha decisão de voltar para Portugal foi determinante. Na verdade, nunca tinha pensado em voltar a viver em Portugal e quando ouvi Batuíra dizer-me, através de Chico: “Filho, vamos regressar às nossas raízes” fiquei atónito mas, logo ali, decidi seguir as suas instruções.





Como foi voltar às suas raízes 25 anos depois? Qual foi a sua trajetória no movimento espírita português?



Quando aqui cheguei fui morar em Coimbra e comecei imediatamente a procurar um Centro para me acolher, tendo conhecido alguns. Entretanto, resolvi vir morar em Lisboa e aqui, tive ocasião de frequentar algumas Casas espíritas, até que, finalmente, com um grupo de 15 pessoas decidimos fundar o nosso próprio Centro, ao qual foi dado o nome de Grupo Espírita Batuíra, em homenagem a esse benfeitor que é o meu mentor espiritual. Nele, foram implantadas as mesmas orientações espirituais seguidas no Grupo do mesmo nome de São Paulo.



E quando se deu a fundação do Grupo Espírita Batuíra em Algés?



O GEB abriu as suas portas no dia 8 de Julho de 1997, no mesmo dia em que se comemoravam os 70 anos da primeira comunicação psicográfica recebida por Chico Xavier, que aconteceu em Pedro Leopoldo, no estado de Minas Gerais, no Brasil, aos 8 de Julho de 1927.



Quais os principais objetivos do GEB?



O objetivo primordial do GEB é a divulgação da Doutrina Espírita, sob a ótica espírita-cristã. E para que esta divulgação pudesse ser implementada em todos os níveis, o GEB criou sucessivamente – com estatutos totalmente independentes –, a “Verdade e Luz”- Editora e Distribuidora Espírita e a sua “filha”, a Revista Espírita “Verdade e Luz”. Este nome foi uma homenagem que quisemos prestar ao nosso Mentor, já que ele, nos idos de 1890, criou e distribuiu um jornal a que deu o nome de “Verdade e Luz”, que foi o primeiro do gênero a circular no estado de São Paulo, assim como, poucos anos depois, deu também este mesmo nome a uma Instituição Espírita que ainda hoje continua ativa, na Rua Espírita, em São Paulo.



Como tem decorrido o trabalho na Editora e distribuidora “Verdade e Luz”?



Quanto à “Verdade e Luz”- Editora e Distribuidora Espírita, publicou os 3 primeiros livros da Codificação: O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns e O Evangelho Segundo o Espiritismo, estando no prelo os 2 que faltavam, O Céu e o Inferno e A Génese. Além destes, foram lançados ainda: Evangelho no Lar, Fui Um dos Setenta e, recentemente, Chico Xavier, Páginas de Uma Vida.



Que tipo de tarefas de assistência social o GEB desenvolve?



Fundamos também a Associação Frei Fabiano de Cristo, uma IPSS (Instituição Particular de Solidariedade Social), na qual estão reunidos todos os nossos trabalhos de assistência social: distribuição de sopa e roupa aos sem abrigo das cidades de Lisboa e de Oeiras, às terças, quartas e sextas feiras, sábados e domingos; distribuição aos sábados de manhã de “um pão, um gesto de amor”, às crianças de um bairro carenciado dos arredores de Lisboa; “O cantinho do bebê” que, tal como o nome indica, se dedica a ajudar grávidas e lactentes até aos 2 anos; e ainda a distribuição de roupas e de uma “Cesta Básica” para cada uma das 60 famílias carenciadas, que estão devidamente registadas e que visitamos periodicamente.



Relate-nos os motivos da viagem e da homenagem a Batuíra em Vila Meã (Vila Real).



No dia 19 de Abril de 2009, cerca de uma centena de trabalhadores e frequentadores do GEB deslocaram-se ao lugar que viu nascer o nosso mentor, para lhe prestar sincera e merecida homenagem. Foi possível concretizar um sonho antigo: afixar uma placa comemorativa na casa onde nasceu Batuíra. Retificou-se assim o local e a data de nascimento constantes da sua biografia, estando a certidão de nascimento de posse do GEB de Algés.



Sr. Orlando, sendo um dos divulgadores da obra do médium Spártaco Ghilardi, em Portugal, pode nos falar um pouco da história dele?

Como já tive oportunidade de mencionar acima, Spártaco Ghilardi era um grande médium. Possuía vários tipos de mediunidade: vidência, audiência, psicografia, sendo também médium receitista e de desdobramento. Para o Dr. Ary Lex, médico, membro da Associação Médico-Espírita de São Paulo e uma das pessoas mais respeitada dentro do movimento espírita, Spártaco Ghilardi fazia parte do trio de médiuns, juntamente com Chico Xavier e Maria Modesto Cravo, em que ele confiava. Convivi com Spártaco como se fossemos da mesma família. Além da amizade que nos unia, eu fazia as vezes de seu motorista particular, porque ele não guiava nem tinha carro e era eu que, sempre que ele precisava, o levava a todos os locais, inclusivé às visitas periódicas que ele fazia aos hospitais, onde ia levar conforto aos doentes internados. Por outras palavras: foi Spártaco quem orientou sempre a minha vida espiritual, já que era o intermediário de que Batuíra se servia para me dar as orientações, fato que continua a dar-se até hoje, agora, desde o Além.



Quais as personalidades mais marcantes no início da divulgação da doutrina espírita em Portugal?


Quanto às principais figuras do início da Doutrina Espírita no nosso País, para mim, são sem qualquer gênero de dúvida, o médico e vice-presidente da Federação Espírita Portuguesa nos anos 20 do século passado, Dr. António Joaquim Freire, e também o Engº Lobo Vilela, igualmente membro da mesma Federação. Estas duas entidades juntaram-se desde o princípio à equipe liderada por aquele que foi o meu médico particular e um bom amigo, Dr. Eurico Branco Ribeiro (fundador da AME São Paulo), para o início da AMEPortugal. E já agora, acrescento que foi através da mediunidade de Spártaco Ghilardi que foram transmitidas as orientações do Dr. Bezerra de Menezes e de Batuíra, para a fundação, tanto da AME São Paulo como da AMEPortugal.



O GEB teve um contributo importante para a realização das cinco Jornadas de Medicina e Espiritualidade em Portugal. Como tem sido organizar estes eventos responsáveis pela divulgação do Espiritismo também para fora do âmbito do movimento espírita?



O Grupo Espírita Batuíra- GEB esteve realmente na gênese da realização de todas as Jornadas, ao pôr os seus trabalhadores ao dispor da Dra. Marlene Nobre, presidente da Associação Médico-Espírita Internacional, a fim de que ela pudesse concretizar o seu sonho, e do Mundo Maior, de realizar Jornadas Médico-Espíritas anuais em Portugal.



No GEB há um Grupo de estudos da Associação Médico-Espírita de Portugal. Quem pode participar nesse grupo?



Relativamente ao estudo realizado semanalmente, quer pela AMEPortugal quer pela AME LISBOA, devo esclarecer que o Grupo Espírita Batuíra se limita a emprestar um espaço nas suas instalações. Quanto ao resto, tudo está nas mãos dos presidentes das duas Associações, os Drs. Francisco Ganhão e João Jacinto. No entanto, sabemos que de acordo com os respetivos Estatutos, das Associações só podem participar médicos inscritos na Ordem, enfermeiros diplomados e psicólogos.



Já há datas e convidados confirmados para as próximas Jornadas?



Posso anunciar que muito em breve será publicado o Programa das VI Jornadas Portuguesas de Medicina Espiritualidade, que terão lugar neste ano de 2011.










Legenda: Orlando Carvalho com Joaquim Alves, o “Jô”, este já desencarnado; Orlando Carvalho ajudando Chico Xavier no tradicional encontro anual no Pinheiros, na cidade de São Paulo; Orlando Carvalho com Eurípedes Higino dos Reis, filho adotivo de Chico Xavier; Orlando nas 5ª. JME- Jornadas medicina e espiritualidade; 4ª. JME - apresentadora Marta Rosa e Orlando Carvalho; Orlando atrás de Marlene Nobre na 1ª JME(2006); 5ª. JME - distribuição de rosas “Isabel d´Aragão; idem; Editora Verdade e Luz nas 5ª. JME; equipe de oradores das 5ª. Jornadas Medicina e Espiritualidade 2010; placa na casa onde nasceu Batuíra (descerrada em Abril 2009); casa de Batuira em Alges.

OBS: AS FOTOS Desta entrevista só PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO entrevistadO.



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