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sábado, 4 de junho de 2011

Caso do livro “O vôo da Garça” conta episódio da infância de Chico Xavier

Foto do ano de 1930, com alguns integrantes da familia de Chico Xavier. Entre elas Cidália Batista Xavier, a segunda mãe de Chico Xavier. Adultos: da esquerda para a direita: Nelson Pena (cunhado), Carmozina Xavier Pena (irmã), Chico Xavier, João Cândido Xavier (pai), no colo João Cândido Filho (irmão), Cidália Batista Xavier (madrasta); no colo Doralice Xavier (irmã); Geralda Xavier (irmã); Jacy Pena (cunhado); Maria da Conceição Xavier Pena (irmã). Crianças, da esquerda para a direita: Neuza Xavier (irmã); Mauro Pena (sobrino), filho de Nelson e Carmozina; Dorita (ajudante da casa da familia Xavier, no colo criança não identificada); Nelma Pena (sobrinha), filha de Nelson e Carmozina); Lucília Xavier (irmã); Cidália Xavier (irmã); André Luiz Xavier (irmão). Acervo da Casa de Chico Xavier, Pedro Leopoldo. MG. Foto está às fls 62 do livro O Vôo da Garça


"(...) Consultando alguns biógrafos e os arquivos do memorialista Geraldo Leão, o padrinho de Chico Xavier, José Felizardo Sobrinho, casou-se com a conhecida Rita de Cássia, adotando temporariamente o menino Chico Xavier, logo depois da morte de sua mãe. A nova família de Chico residiu na antiga Rua da Cadeia (hoje Rua Romero Carvalho).

Posteriormente, com a desencarnação de Rita de Cássia, por volta de meados da década de 20, José Felizardo Sobrinho se consorciou com Júlia Antônia de Carvalho, indo morar na Rua de São Sebastião.

Sobre o período que Chico Xavier morou com Rita de Cássia, segue um esclarecedor depoimento de Jovelina Alice Emiliano (filha de José e Juventina Emiliano), publicado pela Folha Espírita em 1977, em uma edição comemorativa dos 50 anos de mediunidade de Chico Xavier:

“Naquela época, mamãe morava na antiga Rua da Cadeia, hoje Romero de Carvalho. O Chico era menino ainda, foi logo depois que sua mãe morreu, ele foi morar com a madrinha, que era vizinha de mamãe. O quintal dividia a nossa casa com aquela em que ele morava e era separado por uma cerca. Dona Rita, a madrinha, era um pouco nervosa. O menino tinha de ajudar em tudo dentro de casa, como se fosse gente grande. Muitas vezes, ele ia com minha mãe buscar lenha e arrumava tudo. Minha mãe ficava admirada de ver... toda criança gosta muito de dinheiro, mas Chico não era assim. Todo o dinheirinho que ele conseguia ganhar ele ia até à ponte, ali perto da fábrica, jogava dentro do rio, pedindo à alma da mãe dele que viesse buscá-lo, porque estava sofrendo muito. Minha mãe gostava muito de Chico. Antes do seu falecimento, quando os dois se encontravam, era aquela festa! Mamãe relembrava também o caso da ferida da perna de um garoto que Dona Rita criava. Foi dito que se alguém passasse a língua no lugar a ferida cicatrizava. Então a madrinha exigiu que o Chico fizesse isso. Na casa também sempre havia pouca comida para o Chico. Minha mãe contava que muitas vezes, através da cerca, ela passava biscoito, pedaço de pão ou alguma outra espécie de comida, e ela dizia: ‘Chico, come depressa e depois põe uma folha de goiaba na boca, para quando sua madrinha chegar não ficar brava. Lava bem a boca, Chico, para ela não perceber que você comeu...’ Quando nós já estávamos mais crescidas, e o Chico trabalhava no armazém do Seu Juca, ele riscava bordados para nós, auxiliava a gente em alguns pontos mais difíceis. Ele sempre foi essa mansidão que é hoje” (FOLHA ESPÍRITA, 1977, p. 10).

Por volta de 1917, depois dessa difícil e dolorosa experiência, Chico Xavier se reuniu novamente com os seus irmãos sob o amparo de Cidália Batista Xavier até 1931. Posteriormente, com a morte da sua “segunda mãe”, expressão carinhosamente utilizada pelo Chico, além da promessa efetuada e das experiências traumáticas por que passou na infância, resolveu assumir a responsabilidade de cuidar de todos os seus irmãos menores e de alguns sobrinhos, permanecendo com esse compromisso mais direto até 1948, quando transferiu sua residência para a casa de sua irmã Maria Luiza Xavier.

De acordo com depoimentos de alguns familiares e em razão da grande afinidade entre os dois irmãos, arriscaria a dizer que Maria Luiza Xavier passou a representar para Chico a sua “terceira mãe”. É o que podemos depreender de um trecho de uma carta enviada pelo Chico a mim em 10 de setembro de 1985:

“A sua paciência com as minhas faltas involuntárias, deixando de enviar as minhas notícias, via postal, muito me enternece e peço a você perdão por isso. Sucede que a desencarnação de minha irmã Luiza, com a qual sempre vivi com extrema afinidade, me trouxe um complexo emocional sobre o meu antigo problema dos olhos, cujas deficiências se agravaram” (CARTA de 10/09/1985).

Diria que com a desencarnação de sua irmã, em 1985, Chico Xavier, em seus 75 anos de idade, nunca mais voltou a ter a mesma saúde e disposição, o que desencadeou, a partir daí, uma debilidade orgânica progressiva até o seu desenlace. (...)"

Do livro: O voo da garça — Chico Xavier em Pedro Leopoldo (1910|1959) | Jhon Harley | Vinha de Luz Editora | 2. ed. | 2010 | p. 75-79.

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