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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Justiça ou vingança?

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Wellington Balbo – Bauru - SP

No futebol funciona assim:

Se meu time faz o primeiro jogo em casa, na Taça Libertadores da América, a segunda partida é fora.

Se meus zagueiros empolgados pela torcida abrem a “caixa de ferramentas” e acertam os avantes adversários, é certo de que no chamado jogo de volta haverá o troco.

Dizem que são os princípios de justiça que norteiam o esporte bretão.

Mas, indaguemos:

Será mesmo justiça ou se trata de vingança?

A linha que separa a vingança da justiça é tênue.

Longe da Libertadores da América, mas nos bastidores do dia a dia muita gente no mundo clama por justiça, mas quer a vingança.

Portam-se como os zagueiros no jogo de volta: ABREM A CAIXA DE FERRAMENTAS!

Pode ser que algum de nós em determinado momento da existência também tenhamos avançado o sinal pedindo justiça, mas com o intuito de vingança.

É bom, entretanto, ficarmos atentos ao nosso comportamento para não nos enganarmos, ou seja, considerarmo-nos pessoas que lutam pela justiça quando, em realidade, alimentamos em nós a famigerada vingança.

E bem sabemos que a vingança é uma das mais pesadas malas que o ser humano ainda teima em carregar em suas andanças pela Terra.

É pesada. Desgasta o corpo, acaba com o tempo, envenena o coração...

Como, então, saber definir se o que eu quero é justiça ou vingança?

É muito simples:

Quando temos o desejo de punir é vingança.

Quando pensamos em educar é justiça.

Se queremos ver alguém atrás das grades por que é a punição correta para algum crime é vingança.

Porém, se queremos ver alguém sendo educado para que não mais cometa seus equívocos, ai é justiça.

No premiado filme “Ghandi”, do ano de 1982 contém belíssima mensagem sobre justiça e vingança deixada pelo Mahatma.

Um pai desesperado, olhos esgazeados e coração atormentado chega até a Grande Alma da Índia e diz temer ir para o inferno, pois esmagou a cabeça de uma criança. Questionado por Ghandi a razão de ato tão bárbaro, o desesperado pai em prantos explica:

- Os muçulmanos mataram meus filhos, toda minha família.

Ghandi, então, em momento capital de sua existência, pois jejuava para que os conflitos entre hindus e muçulmanos cessassem, deu bela lição àquele pai e todos os outros que ainda se debatem no velho petitório de justiça:

- Conheço uma fórmula para que você não vá para o inferno, meu filho. Adote uma criança cujos pais foram mortos em combate. Mas há uma condição: Ela deve ser muçulmana e você terá que educá-la dentro dos princípios desta religião.

Beleza de recomendação!

A cena que se passa no filme me fez refletir:

Será que somos capazes de atitude tão sublime?

Será que conseguiríamos nos libertar dos cadeados da vingança para beneficiar alguém que nos levou almas queridas e amadas?

O Evangelho é claríssimo nessas pontais questões do perdão, da vingança e justiça. Mas será que a clareza e docilidade evangélica encontram ressonância em nossos corações?

Natural que se me vejo envolvido em situações nas quais foram desrespeitados meus mais elementares direitos devo buscar que se cumpra a justiça.

Não se trata aqui da alienação e do não defender seus direitos, mas, sim, de auscultar o íntimo para identificar a inclinação que nos move:

É desejo de punição ou esperança de educação para que o mal não se repita?

Jesus sabia das dificuldades do ser humano e por isso recomendou o perdão irrestrito.

O mestre queria que deixássemos de lado essa conversa de fazer com que os outros sofram para pagar nosso sofrimento.

Se alguém lhe dá um tapa, oferece a outra face, dizia ELE.

Em outras palavras, se alguém nos ofende, ofereçamos a outra face, o perdão, a compreensão, o carinho, mas, jamais a face do revide, da violência, ou, pior: da justiça que se veste com o manto negro dessa chaga que ainda assola a humanidade: o desejo de punir o semelhante para ver saciada a fome atroz da vingança.

Vasculhemos nosso íntimo com sinceridade e confirmemos se é justiça ou vingança que nos faz caminhar.

Se for justiça, ótimo, estamos no caminho certo.

Mas, se for vingança, corrijamos já, agora, sem perda de tempo a fim de que não acumulemos débitos perante as leis que regem a vida.

Pensemos nisto!

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