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domingo, 14 de agosto de 2011

Focalizando o Trabalhador Espírita (No. 100) Marco Antonio Figueiredo Milani Filho

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Marco Milani


Entrevista para Ismael Gobbo ao Notícias do Movimento Espírita


Hoje temos a satisfação de enviar aos nossos queridos leitores a nossa centésima entrevista “Focalizando o trabalhador espírita”. A primeira, com Maria Nilcéia, de Ibitinga, SP, foi enviada no dia 29 de agosto de 2009. Graças a Deus e a colaboração dos queridos companheiros de ideal espírita estamos conseguindo enviar uma entrevista por semana, embora não seja fácil a tarefa. Temos de ir levando dezenas delas em andamento para conseguir tal intento. Hoje o nosso entrevistado é o trabalhador espírita Marco Antonio Figueiredo Milani Filho, vinculado à Sociedade de Estudos Espíritas 3 de Outubro, no bairro da Lapa, em São Paulo, onde é orador e coordenador do curso de expositores. Marco está ligado ao movimento de unificação e participa ativamente das ações da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, a USE, especialmente como Diretor do Departamento de Orientação Doutrinária da USE/Lapa. Outra ótima atuação de Marco Milani se dá no âmbito da Liga de Pesquisadores do Espiritismo, a LIHPE. Desde já agradecemos ao Marco Milani pela excelente e esclarecedora entrevista que repassamos aos queridos leitores. Nossa gratidão à sempre solícita amiga Júlia Nezu pelas várias fotos que ilustram esta matéria.


Marco Milani, pode nos fazer sua apresentação pessoal?

Sou paulistano, casado e não tenho filhos. Tenho apenas um irmão que, atualmente, vive na Itália na região do Vêneto, mesmo local de onde meus avós partiram para se estabelecer no Brasil no século passado. Sou um dos primeiros espíritas da família e depois que comecei a estudar o Espiritismo, minha mãe quis saber sobre o que se tratava e algum tempo depois ela também se tornou espírita. O meu pai desencarnou antes de se tornar espírita, mas já se considerava espiritualista. Conheci a Aida, minha esposa, durante o período em que freqüentávamos a mocidade espírita na FEESP.


Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Sou Economista pela Universidade Mackenzie, Mestre e Doutor em Controladoria e Contabilidade pela USP. Atualmente sou professor universitário e consultor de empresas para a implantação de projetos relacionados à Sustentabilidade, com ênfase em Responsabilidade Social.


Como você conheceu o Espiritismo e desde quando o segue?

Aos 20 anos de idade, em 1988, quando um amigo de infância queria buscar explicações para um fenômeno mediúnico que ele havia vivenciado e me convidou para acompanhá-lo até a FEESP. Até aquele momento eu nada conhecia de Espiritismo e, muito menos, sobre a realidade espiritual. Ao entrar no prédio daquela instituição, senti uma marcante sensação de bem-estar e aquilo me despertou muita curiosidade. Meu amigo nunca mais voltou lá, mas eu voltei no dia seguinte para comprar o Evangelho Segundo o Espiritismo e o li rapidamente, assim como fiz, posteriormente, com o Livro dos Espíritos e as demais obras da Codificação, tamanha foi a minha identificação com o conteúdo. No ano seguinte comecei a freqüentar o curso de iniciação ao Espiritismo e a trabalhar como voluntário na livraria do centro, quando tomei contato com muitos autores relevantes, como Leon Denis, Ernesto Bozzano, Gabriel Delanne, Herculano Pires, Deolindo Amorim e muitos outros. Posso dizer que esse foi o período em que comecei a conhecer os princípios espíritas.


Quais atividades espíritas você já desenvolveu e participa atualmente?

Já atuei como dirigente de mocidade, coordenador de cursos, expositor, palestrante, colaborador na assistência espiritual e social, além de participar do conselho deliberativo e do conselho fiscal de algumas casas espíritas. Eventualmente, também escrevo para alguns jornais espíritas e participo de alguns programas de rádio.

Atualmente, estou vinculado à União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo (USE) a qual é a entidade representativa do movimento espírita paulista. Especificamente, atuo como diretor de doutrina da USE-Distrital Lapa-SP, além de palestrante e coordenador do curso de expositores na Sociedade de Estudos Espíritas 3 de Outubro. Também sou membro da Liga dos Pesquisadores Espíritas e do Centro de Cultura, Documentação e Pesquisa do Espiritismo - Eduardo Carvalho Monteiro (CCDPE-ECM).


Quais as obras de sua autoria espíritas e não espíritas?

No movimento espírita participei dos livros “Pesquisas sobre o Espiritismo no Brasil” e “A Temática espírita na pesquisa contemporânea”, ambos com trabalhos apresentados nos encontros da Liga dos Pesquisadores do Espiritismo. Um novo livro será lançado no 7º Encontro da Liga dos Pesquisadores do Espiritismo, nos dias 20 e 21 de agosto de 2011, em São Paulo.

Sobre trabalhos não-espíritas, participei do livro “Marketing para o Terceiro Setor” e “International Encyclopedia of Civil Society”, além de textos publicados em periódicos e congressos científicos, nacionais e do exterior versando, principalmente, sobre os temas sustentabilidade, responsabilidade social, filantropia e gestão de organizações sem fins lucrativos.


Marco, em que pé andam as produções acadêmicas com temática espírita?

Em levantamento recente, o pesquisador Tiago Paz identificou 171 teses e dissertações sobre a temática espírita apresentadas em universidades brasileiras, no período de 1982 a 2009. Esse levantamento corroborou com uma pesquisa anterior que eu havia realizado considerando o período de 1989 a 2006, na qual já se apontavam os programas de Ciências da Religião, História e Antropologia como aqueles que mais produziram trabalhos sobre essa temática. De maneira geral, pode-se afirmar que a quantidade de trabalhos vem crescendo nos últimos anos, com ênfase nos programas da área de ciências humanas e sociais. Entretanto, poucas pesquisas nacionais diretamente relacionadas à temática espírita são encontradas nas áreas de ciências exatas. Esses levantamentos referem-se somente aos programas de pós-graduação Stricto Sensu (mestrado e doutorado). Há diversos trabalhos produzidos em programas de pós-graduação Lato Sensu (especialização e MBA brasileiro), mas que não são passíveis de identificação pois não há um banco padronizado de dados.


Como devem proceder aqueles que queiram desenvolver pesquisas sobre o Espiritismo? Que sugestões daria?

Primeiramente, que conheçam o método científico e saibam fundamentar suas argumentações em fatos e pressuposições lógicas. Kardec, por exemplo, antes de afirmar alguma coisa ele observava, analisava e usava critérios de validação das informações. Em momento algum Kardec fez afirmações que não estariam sujeitas a verificação futura. Em todas as vezes em que não havia ocorrência empírica para se afirmar alguma coisa, ele deixava claro que eram hipóteses e que deveriam ser testadas e comprovadas. Assim, o pesquisador é caracterizado pelo método científico que se serve para investigar algo. No ambiente acadêmico, a relevância de uma pesquisa decorre da contribuição que ela pode oferecer para se agregar ou desenvolver conhecimentos sobre determinado assunto. Geralmente, os meios para a divulgação das pesquisas são congressos e periódicos científicos, os quais adotam critérios formais de seleção e avaliação dos trabalhos recebidos. Textos opinativos e baseados em juízo de valor não são considerados científicos. Deve-se ter muito cuidado com as fontes de pesquisa, pois a confiabilidade da investigação depende disso.


Tem noticia de disciplinas envolvendo temas religiosos nas grades curriculares? Quais as principais?

Além dos cursos de Teologia e Ciências da Religião, é relativamente comum o estudo de temas religiosos nos cursos de Ciências Sociais, como Antropologia, História, Sociologia etc, tanto na graduação como na pós-graduação. Especificamente sobre a temática espírita, há cursos de pós-graduação Lato Sensu dedicados ao seu estudo.


A Doutrina Espírita ganhou espaço nas academias? Qual o caminho para o Espiritismo chegar lá?

Pode-se dizer que a produção voltada diretamente à temática espírita ainda é incipiente, mas já temos valorosas contribuições, como as teses e dissertações mencionadas anteriormente. Mas essa situação ocorre, basicamente, porque há pesquisadores que também são espíritas e que, direta ou indiretamente, desejam explorar a temática em seus respectivos estudos. Esse fato também não significa que todo pesquisador espírita investigue algo relacionado ao Espiritismo nem que toda pesquisa sobre o Espiritismo seja feita somente por espíritas.

Creio que a maioria dos espíritas que atuam na área acadêmica não publica trabalhos científicos sobre o Espiritismo. O fato de ser espírita não impele o pesquisador a desenvolver temas espíritas, mas alguns se sentem motivados para isso. Assim, o Espiritismo é objeto de estudo mais por iniciativas individuais (de espíritas e não-espíritas) do que pela existência de um programa de pesquisa definido e ativo no meio acadêmico.


Como você tem enxergado a expansão do Espiritismo na mídia?

Desde o grande destaque proporcionado por Francisco C. Xavier no início dos anos 70 com o programa televisivo Pinga-Fogo, o Espiritismo teve períodos de maior ou menor exposição na mídia. Um fator muito interessante de divulgação é a arte, na qual novelas e filmes abordam essa temática e estimulam a reflexão. Os recentes filmes sobre Bezerra de Menezes, Chico Xavier e Nosso Lar permitiram uma boa exposição. Tudo isso é muito positivo desde que o movimento espírita saiba aproveitar as oportunidades de esclarecimento conceitual ao público leigo que deseja conhecer um pouco mais sobre a doutrina e para o fortalecimento das atividades que essa exposição provoca. Se as próprias casas espíritas e instituições federativas não estiverem preparadas para receber e orientar adequadamente potenciais freqüentadores, receio que essas oportunidades não serão bem aproveitadas.


Acha que o movimento espirita está bem?

Posso comentar, genericamente, sobre alguns aspectos relevantes no movimento espírita nacional, mas é sempre bom lembrar que temos realidades bem diferentes nas diversas regiões do Brasil e no exterior.

Inicialmente, destaco a massificação da informação sem estímulo à reflexão crítica. A tecnologia de comunicação permite o acesso à informação de maneira muito rápida e desprovida de critérios seguros de validação. Claro que cabe a cada um separar o joio do trigo, mas esse discurso só funciona quando se sabe identificar o trigo e isso não é tão simples assim, principalmente para os neófitos. Basta navegar na internet e constatar todo tipo de abordagem sobre a temática espírita. Algumas sérias e outras não.

No mercado editorial também existe um problema de qualidade relacionado aos livros supostamente psicografados. Em primeiro lugar, o fato de um livro ser ou não psicografado não o faz melhor ou pior que qualquer outro. Sempre é o conteúdo que deve ser analisado e, infelizmente, muitos livros são automaticamente rotulados como espíritas pela simples suposição de que foram psicografados. Para ser caracterizado como espírita o livro deve ser coerente com os princípios e conceitos doutrinários apresentados e desenvolvidos por Kardec, independentemente se a obra foi ou não psicografada.

Tenho a impressão de que existe uma carência de fóruns organizados para o debate de temas específicos e sobre o próprio desenvolvimento do movimento. Congressos e encontros também deveriam cumprir esse papel, mas infelizmente a maioria dos eventos espíritas limita-se a reuniões festivas que privilegiam renomados expositores que repetem há anos as mesmas palestras e temas sem efetivo avanço no corpo teórico do Espiritismo e sem discussões sérias sobre a atuação organizada do próprio movimento espírita na sociedade.

Com relação às casas espíritas, não é difícil nos depararmos com o problema do personalismo e da ausência de coerência doutrinária corroendo a gestão e os próprios objetivos de alguns centros. Felizmente, encontramos trabalhadores muito sérios e competentes na maioria das organizações.


Milani conte-nos a história dos Encontros da Liga de Pesquisadores do Espiritismo.

As informações mais detalhadas sobre a história dos encontros da Liga podem ser obtidas no blog “Espiritismo Comentado”, de nosso colega Jader Sampaio, mas resumidamente os encontros se iniciaram em 1999, em Goiânia. O 2º e 3º eventos ocorreram em 2003 e 2004 nas cidades de Campinas e Belo Horizonte, respectivamente. A partir de 4º encontro, em 2008, o evento passou a ser realizado em São Paulo com periodicidade anual. Sempre o objetivo maior foi o de aproximar pesquisadores sobre o Espiritismo localizados no Brasil e no exterior. Muitas propostas interessantes já surgiram de nossos encontros. Cito como exemplo a coleção Espiritismo na Universidade, desenvolvido pelas colegas da Liga, Nadia Luz e Cléria Bueno em parceria com a Universidade de Franca, objetivando a publicação de trabalhos acadêmicos sobre a temática espírita e que possam servir de referência para todos novos textos científicos.


Como estão os preparativos para o 7º. Encontro?

Estamos na reta final. Todos os cuidados para que o encontro tenha o mesmo sucesso dos eventos anteriores estão sendo tomados, objetivando proporcionar a todos os presentes um ambiente muito rico com relação aos temas e trabalhos científicos a serem apresentados. O local do evento (CCDPE) é um espaço muito acolhedor e que propicia toda a estrutura necessária para a realização de encontros como esse. Teremos um time de pesquisadores de ótimo nível se apresentando, como Júlio Prieto Peres, Jader Sampaio, Ademir Xavier, Jeferson Betarello e muitos outros.


Qual o papel do saudoso Eduardo Carvalho Monteiro nessas iniciativas?

O Eduardo foi o idealizador de diversos projetos voltados para o desenvolvimento da pesquisa e cultura espírita no Brasil. A Liga e o CCDPE são exemplos do trabalho incansável desse valoroso trabalhador da seara espírita. Creio que, mesmo desencarnado, o Eduardo continua inspirando a todos que o conheceram e que hoje se encontram empenhados no desenvolvimento dessas iniciativas em que ele foi o grande incentivador.


Algo mais que queira acrescentar?

Apenas reforço o convite o 7º ENLIHPE, nos dias 20 e 21 de agosto, no CCDPE (Rua Guaiases, 16 – Planalto Paulista – S.Paulo/SP).



Marco

Luiz Ceglys, Neyde Schneider, Marco Milani, Atilio Campanini, Luiz Fernando e

Alvaro Antonio. Local: SEE 3 de Outubro, em São Paulo


P1010027 Marco Milani e esposa 5 enlihpe 26 e 27 set 2009 (2)

Marco Milani e esposa no 5º. ENLIHPE 26 e 27/9/2009.

Foto Julia Nezu

AI - Márcia Ribeiro Camila e Marco Milani (2)

Regina Ribeiro, Camila de Andrade e Marco Milani

Foto Julia Nezu

Marco Milani Tiago Paz e Nadia  luz mesa temática 6 enlihpe 21 e  22ago2010

Marco Milani, Tiago Paz e Nadia Luz. Mesa temática. 6º. ENLIHPE. 21 e 22/8/2010. Foto Júlia Nezu

Heloisa Pires e Marco Milani (2)

Marco Milani da equipe do cerimonial dos 200 anos nascimento de Kardec, realizado no Anhembi/SP, em 30 de outubro de 2004, conversando com Heloisa Pires. Foto Julia Nezu

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Marco Milani com sua familia no Natal

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Marco Milani

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Marco no Dia Mackenzie Voluntário visitando a instituição assistencial "A Alternativa".

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Pedro Nakano, Luiz Fernando, Geraldo Ribeiro, Jader Sampaio, Julia Nezu e Marco Milani. Local: CE.Batuira, em São Paulo

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Marco com o Prof. Stefano Zamagni - da Universidade de Bologna - Italia

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Marco Milani no seu escritório em casa

Lyon 113

Marco Milani no Rotary Club de Lyon - França

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Marco Milani proferindo palestra

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Marco Milani na

Rue Sala, onde nasceu H.L.D.Rivail, em Lyon - França

assembléia da LIHPE 22ago2010 quando Marco Milani foi eleito coordenador do 7 enlihpe

Assembléia do 6º. ENLIHPE realizada no dia 22/8/2010 quando Marco Milani foi

eleito o corrdenador do 7º. ENLIHPE. Foto Júlia Nezu

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