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sábado, 6 de agosto de 2011

Senhores dos nossos destinos

Por Eliana Ferrer Haddad

Ninguém nasce para sofrer. Progredir, ser feliz, é a nossa destinação

Um dos maiores infortúnios humanos é a culpa e não há como ser feliz com o mal-estar existencial constante do pecado, do remorso, do medo e do castigo. A sociedade vive momentos de conflito e, entre o mito, a fé e a razão, ainda não sabe muito bem como encontrar e explicar Deus.

Conscientes de nossas limitações e negligentes ainda ante a alegria passageira e aparente, torna-se também um verdadeiro suplício a ameaça da culpa. E, bem orgulhosos ainda, raras vezes cogitamos saber o que realmente se passa no nosso interior. Vamos nos iludindo nas reencarnações, colhendo repetições viciosas da própria semeadura, nem sempre cuidada e regada com a atenção e o carinho.

Arrependimento faz parte da livre caminhada do ser. Porém, juízes de nós mesmos e senhores dos nossos destinos, não fomos jogados por Deus num mundo de responsabilidades estranhas e impossíveis de serem cumpridas. E vale ressaltar também a profundidade do ensino dos Espíritos transmitido ao codificador Allan Kardec, na pergunta 636 de O livro dos espíritos, sobre a importância da intenção dos nossos atos – a lei de Deus é a mesma para todos; mas o mal depende principalmente da vontade que se tenha de praticá-lo.

O peso da nossa responsabilidade, portanto, está atrelado ao grau de conhecimento que possuímos da lei natural, pois também fora explicado que o homem é tanto mais culpado quanto melhor sabe o que faz. Acrescenta ainda Allan Kardec à resposta 637 que as circunstâncias dão relativa gravidade ao bem e ao mal. “Muitas vezes o homem comete faltas que, embora decorrentes da posição em que a sociedade o colocou, não são menos responsáveis. Mas a sua responsabilidade é proporcional aos meios de que ele dispõe para compreender o bem e o mal. É por isso que o homem esclarecido que comete uma simples injustiça é mais culpado do que o selvagem ignorante que se entrega aos instintos”.

Deus jamais poderia impor um sofrimento, por vingança ou capricho, nem conceder alegrias por privilégios, porque não seria nem justo, nem perfeito. Nem Deus. E os famosos jargões tolos e preconceituosos do “está pagando”, “não aprendeu por bem, está aprendendo por mal” são incompatíveis com a beleza da lógica do amor e só podem vir mesmo das cabeças confusas e pouco esclarecidas dos homens, numa sociedade que ainda deixa bastante a desejar tanto em conhecimento espiritual teórico como em conquistas morais, onde a caridade verdadeira, desinteressada, ainda passa longe dos corações.

O espiritismo bem compreendido é um alento, uma bússola para a transformação social, que passa a entender a engrenagem universal de uma forma fraterna e responsável, um instrumento para que não haja acomodação e indução à preservação da ignorância humana. Ele evita que se persista no preconceito dogmático, ranço de um passado de medo de um Deus vingador que nos aponta o dedo em riste, sentado em seu majestoso trono, julgando nossos atos e determinando nossos castigos.

As ideias espíritas são realmente libertadoras, devendo por isso ser divulgadas na sua excelsa ética, da qual se deduz logicamente que Deus não julga, não cobra e não castiga. Ele não joga dados, como já tão bem afirmara o cientista Albert Einstein. Diz, sim, a doutrina espírita que “Deus não trabalha caprichosamente e que tudo no Universo se rege por leis, em que a Sua sabedoria e a Sua bondade se revelam”.[i]

Ora, sendo o progresso obrigatório para o espírito, que deve alcançá-lo por seus próprios esforços em contato com o outro, a evolução da humanidade terrena e de tantas outras, portanto, por mais que estejam desiludidos os materialistas pela confusão aparente, é fato incontestável. Afinal, Deus fez o homem para viver em sociedade[ii].

Ninguém nasce para sofrer. Ser feliz é a nossa destinação. Não como fim, mas como caminhada constante. Até podemos nos acomodar irresponsavelmente nessa linda morada azul. Porém, como não podemos retroceder, sendo responsáveis pelo o que plantamos, seremos inevitavelmente despertos para recomeçarmos justamente de onde havíamos desistido. E – note-se bem – isso não pode ser confundido como castigo, pois, assim como, se maltrapilhos, não nos sentimos à vontade numa festa de gala, também não conseguiremos compartilhar verdadeiramente do progresso inexorável que há de se estabelecer, através das mudanças de atitude dos próprios homens – aqueles que escolheram enfrentar os desafios, seguindo em frente, mesmo que aos trancos e barrancos.

O erro faz parte das tentativas e o papel social da divulgação das idéias espíritas constitui-se de suma importância. Conserte-se o homem e a sociedade não precisará de reparos. Daí a imensa responsabilidade no esforço pelo progresso individual, também visando à melhoria da sociedade como um todo, através da inquestionável influência do conhecimento espiritual na melhoria de todas as relações sociais, não somente pela revelação enquanto fenômeno, mas enquanto essência do próprio homem, interexistente em sua imortalidade, a tecer experiências e comprometimentos sucessivos que se acumulam e se renovam infinitamente.

Escolhe melhor quem tiver maior amplitude de visão. Isso explica as opções redentoras por reencarnações de sofrimentos ou limitações temporárias, onde a dor pode ser mera coadjuvante diante da grandiosidade do cenário da prova vencida com coragem. Espíritos que já galgaram os degraus da evolução, por amor ao próximo, podem ter em suas existências a tarefa de exemplificar ou despertar famílias, grupos e sociedades inteiras, haja vista Jesus. Sabedor dessa verdade, aliás, advertira ainda o grande mestre sobre a análise equivocada das dificuldades humanas: Não julgueis. Perdoai os que não sabem o que fazem.

MATÉRIA DO SITE: http://www.correiofraterno.com.br/


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