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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Encontro Fraterno 2011. Mansão do Caminho Salvador, BA

TERCEIRA PARTE:

(Texto e fotos recebidos em email de Jorge Moehlecke)

Seguindo a programação proposta, no sábado pela manhã o tema foi “O Significado Psicológico da Existência Humana”. A manhã inicia-se radiosa, com todos os participantes já bem descontraídos, cada rosto estampando um semblante de energia acolhedora e generosa gratidão. Chegava o momento estabelecido para as fotos das recordações do Encontro Fraterno de 2011 e todos já estavam vestidos com as camisetas do evento, de cor uniforme. Pairava no ar e nos sentimentos o anúncio de que estava próximo o final deste ágape espiritual, que todos os corações gostariam de perpetuar pelo alimento espiritual recebido nestes dias.

Divaldo agradeceu ao coral que se formou espontaneamente por alguns dos participantes, no clima de gratidão e cordialidade, e carinhosamente denominou-o de “coral coragem”. Em sua apresentação, foi seguido por todos, sob o generoso acompanhamento ao teclado da querida irmã Tânia Moreira.

O “muro da gratidão” estava repleto de bilhetes, cujas mensagens eram lidas por Divaldo, no inicio dos módulos. Era visível a interação dos participantes naquele laboratório de exercício para externar a gratidão. Ele leu a primeira mensagem da manhã que dizia: “Obrigado Pai, pela estrada de pedras que trilho neste momento! Sofro com os golpes, ciente de que estes me depuram dos espinhos que tenho carregado em cada gesto do meu proceder inadequado. Abençoada estrada depuradora.” Divaldo, comentando este bilhete de coração, disse: “É fascinante notarmos que, no momento da gratidão, a alma genuflexa faz uma autoanálise e conclui que tudo aquilo quanto lhe acontece tem fundamentos profundos e encontra-se enraizado no cerne de si mesmo. Para que nós possamos construir um mundo novo, iniciamos através da nossa mudança interior. O nosso foco de observações é alterado e embora reconhecendo as nossas dificuldades, isso não nos constitui, de maneira nenhuma, empecilho, pelo contrário, é estímulo. A catapulta que nos atira à distância normalmente está embaixo para que possamos ascender na direção do infinito.” Divaldo prossegue, lendo alguns outros bilhetes de gratidão, comentando-os e contagiando nossos corações com profundas reflexões que reverberam em nossas almas, como verdadeiras vozes alertas a acordar-nos para a necessidade premente da construção de um caminhar aprimorado na direção do bem, em sintonia com o mestre Jesus.

Narra, emocionado, o seu primeiro encontro com o venerando apóstolo do bem, Francisco Cândido Xavier, que se deu por sugestão do espírito Humberto de Campos, quando ele contava vinte anos de idade e Chico Xavier, trinta e sete. À época, diz Divaldo, “era médium, mas não era espírita”. A sugestão se deu pelo fato dele ter perguntado ao amorável imortal da Academia Brasileira de Letras o que deveria fazer para tornar-se verdadeiramente espírita.

A sugestão oferecida foi para que ele escrevesse ao Chico e pedisse orientações. O acolhimento foi imediato pelo coração generoso do protegido de Emmanuel, que respondeu sua missiva falando que o havia visitado em companhia de Emmanuel, em desdobramento da consciência, no momento em que psicografava em Pedro Leopoldo. Deu-lhe detalhes desta visita na carta, falando-lhe de uma fotografia, na parede do seu quarto, do valoroso trabalhador baiano, José Petitinga, marcando sutilmente a veracidade da visita e autenticidade do fenômeno mediúnico. A partir daí nasceram as correspondências entre Divaldo e Chico, permeadas de orientações e troca de afetividade e gratidão, chancelando uma amizade entre dois vanguardeiros do movimento espírita no Brasil, para o mundo.Concluiu a narrativa, afirmando: “Gratular somente quando a consciência estiver realmente em paz, agradecer por todo bem que possamos fazer, pela consciência tranquila de não haver perpetrado nenhum mal, contando com a benevolência da Divindade, agradecer o dom da existência para poder ressarcir os débitos contraídos na jornada imensa das existências sucessivas, através das entradas e saídas do corpo, mantendo a unicidade da vida.

Ainda embevecidos pelos relatos de testemunhos seus e de Chico Xavier, mostrando que não há regime de exceção no trabalho do bem, faz-nos um relato da vida de Nicholas Winton, o britânico que ajudou a salvar 669 crianças da antiga Checoslováquia, na época do nazismo. Apesar desse gesto de bondade, Winton nunca viu essa ação como extraordinária. Fez o que tinha de ser feito e preferiu guardar segredo – nem sua mulher sabia. Nicholas pesquisou e coletou dados das crianças que precisavam de ajuda e escreveu cartas para vários países. Foi um trabalho árduo e burocrático, mas nada o fazia desanimar. Com a ajuda de organizações cristãs e beneficentes foi possível conseguir recursos para o transporte dos pequenos refugiados e arrumar famílias interessadas em adotá-los. Muitas dessas crianças salvas por Winton se tornaram pessoas generosas, oferecendo suas habilidades para o mundo, nas mais diversas profissões.

Encerra essa emocionante narrativa dizendo: “esse homem idoso é um poema vivo da gratidão da Terra pelo seu feito de salvar 669 crianças que agora são pais, avós, cidadãos construindo o mundo. Alguns morreram neste período de mais de 50 anos, mas seus descendentes ficaram para que a lição do amor nunca se debilitasse, para que a presença do amor não diminuísse no coração das criaturas e a gratidão não fosse esquecida.”

Divaldo encerrou o módulo da manhã relembrando o inolvidável Mohandas Karamchand Ghandi, líder espiritual e pacifista indiano, que teve a oportunidade de dizer “Se um único homem for capaz de alcançar a mais elevada qualidade de amor, isso será suficiente para neutralizar o ódio de milhões.”

Em seguida, convidou-nos: “Passemos a ser cristãos, com um comportamento crítico em nossas almas esculpindo Jesus, o cristo de Deus, em nosso pensamento, em nossas palavras, em nossas ações, que é a única maneira de dizermos a Ele: – “muito obrigado, Senhor, por que veio à Terra para inaugurar o Reino dos Céus.”

Na parte da tarde Divaldo trabalhou “O Mito de Perseu”, contido na introdução da obra Psicologia da Gratidão, onde a benfeitora espiritual Joanna de Ângelis mostra que todos nós carregamos dentro de nós, em nível de inconsciente profundo, todos os mitos. Faz uma citação de Joseph Campbell: “Mitos são histórias de nossa busca da verdade, de sentido de significação através dos tempos. Todos precisamos contar nossa história. Todos nós precisamos de ajuda em nossa passagem do nascimento à vida e depois da morte. Precisamos que a vida tenha significação, precisamos tocar o eterno, compreender o misterioso, descobrir o que somos.”

Falou- nos do trabalho de Jung, sobre as heranças que trazemos desde os primórdios do nosso processo antropológico, da síndrome da criança maltratada, cujas marcas se encontram ligadas ao nosso processo sócioeducativo e, quando não são transmutadas, refletirão nos nossos relacionamentos de ordem pessoal e interpessoal.

Divaldo encerrou o período expositivo com a citação da veneranda Joanna de Ângelis: “Quando alguém deseja alcançar a vitória sobre os fatores externos, eliminando as Medusas que lhe jazem no íntimo, nenhum medo mais assusta ou aflige, por que a sua onda mental está localizada no idealismo do amor e do bem incessante, que prevalecem com alto significado.”

Logo depois, Divaldo conduziu-nos em um exercício de visualização com a temática em torno dos valores perdidos e encontrados. Foi distribuído um pedaço de bambu chinês a todos os participantes. Ele representa um símbolo de persistência no trabalho da autotransformação e flexibilidade diante do vendaval do testemunho, e todas as vezes que tivermos uma dificuldade, recordemos o esforço do bambu que passa quatro anos para crescer até atingir a altura de 25m.

Após a narrativa significativa de comparação com o trabalho generoso do bambu, Divaldo nos conduziu em uma visualização criativa de mudança de comportamento e de autocura.



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