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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Encontro Fraterno 2011 Salvador, BA

Texto de Lacordaire Abrahão Faiad

Fotos Jorge Moehlecke

Segundo dia

16 de setembro de 2011

No segundo dia, com o tema As Alienações Humanas, Divaldo Franco narrou com maestria ao sabor da sua criatividade, uma metáfora que se encontra no prefácio de uma das obras do eminente escritor e psicólogo paulista Roberto Shinyashiki, dizendo que:

_ “A existência física na Terra pode ser comparada a uma viagem, na qual o comboio parte da estação inicial e dentro dele estão o avô, o filho e o neto. Todos eles formam casais: os dois idosos, os dois maduros, e as duas crianças. O comboio parte e na primeira estação quando se abrem as portas salta um dos idosos e entra uma criança. Na estação imediata salta o outro idoso e entra outra criança, mas, na estação porvindoura saltam aqueles dois pais que agora seriam avós; as crianças tornam-se pais e na porta aberta adentram-se outras crianças e mais adiante aqueles adultos que tornaram-se avós saltam. E as crianças se fizeram adultas, e esses adultos chegaram a senectude. E assim vai havendo uma renovação gradual e constante do ser humano no imenso e glorioso comboio da existência física.”

_ É exatamente a respeito dessa viagem que neste Encontro Fraterno refletiremos, porque aqueles que éramos mais jovens ontem e chegamos a uma idade mais avançada, à medida que vamos marchando na direção do declínio, amanhecem novos corpos, novos sorrisos, novas vidas. Enquanto para uns é o entardecer, para outros é o meio dia e para outros mais é a madrugada, nesse intérmino fluxo do ir e do vir, o ser que somos adquire sabedoria para bem transitar nesse veículo da reencarnação.

Após esta emocionante narrativa que nos conduziu a uma profunda reflexão quanto a nossa impermanência na Terra, recordou a historia de Charles Plumb, que era piloto de um bombardeiro na guerra do Vietnã.

Depois de muitas missões de combate, seu avião foi derrubado por um míssel. Plumb saltou de paraquedas, foi capturado e passou seis anos numa prisão norte - vietnamita. Ao retornar aos Estados Unidos, passou a dar palestras relatando sua odisséia e o que vivenciara na prisão. Certo dia, num restaurante, foi saudado por um homem:

_ “Olá, você é Charles Plumb, piloto no Vietnã, e foi derrubado, não é mesmo? _ “Sim, como sabe? Perguntou Plumb. _“Era eu quem dobrava o seu paraquedas”. Parece que funcionou bem, não é verdade?

Plumb quase se afogou de surpresa e com muita gratidão respondeu:

_ Claro que funcionou, caso contrário eu não estaria aqui hoje.

Ao ficar sozinho naquela noite, Plumb não conseguia dormir, pensando e perguntando-se: _Quantas vezes vi esse homem no porta-aviões e nunca lhe disse bom dia? Eu era um piloto arrogante e ele um simples marinheiro.

Pensou também nas horas que o marinheiro passou humildemente no barco, enrolando os fios de seda de vários paraquedas, tendo em suas mãos a vida de alguém que não conhecia.

Agora, Plumb inicia suas palestras perguntando à sua platéia:

_ Quem dobrou teu paraquedas hoje?

Todos têm alguém cujo trabalho é importante para que possa seguir adiante. Precisamos de muitos paraquedas durante o dia: um físico, um emocional, um mental e até um espiritual.

Às vezes, nos desafios que a vida nos apresenta diariamente, perdemos de vista o que é verdadeiramente importante e as pessoas que nos salvam no momento oportuno sem que lhes tenhamos pedido.

Deixamos de saudar, de agradecer, de felicitar alguém, ou ainda simplesmente de dizer algo amável.

“Quem dobrou teus paraquedas hoje?”

Essa interrogação deve sempre fazer parte da nossa vida. Por que é provável que alguém haja dobrado nosso paraquedas e o haja feito com tanta ternura, com tanta exatidão que na hora do perigo nós tínhamos a garantia de que aquele salto na direção do abismo levar-nos-ia a segurança terrestre. Nunca nos olvidar daqueles que dobraram nossos paraquedas na infância, daqueles que cuidaram de nós nos momentos mais difíceis da nossa vida, das pessoas anônimas que nós olhamos com certa arrogância sem nos darmos conta dos seus valores, da grandeza de que se constituem, das pessoas simples, aquelas que parecem ocultar-se no silêncio da noite para não perturbar a claridade do dia diariamente. Ao despertarmos deixemos que a gratidão seja um córrego que nasce na frincha dos sentimentos nobres, e que se transforme no rio caudaloso na direção do mar da divina misericórdia de Deus.

Divaldo prosseguiu esclarecendo sobre as alienações humanas e falou que o medo desempenha papel culminante na historiografia sociológica dos dias que vivemos. Temos medo até no momento de amar. Medo de ser usado, de ser traído, entrando em conflito. Segundo Joanna de Angelis, amar é desabrochar sentimentos. O amor desenvolve-se, pratica-se e quanto mais o libertamos, mais o temos. O medo produz a ansiedade, o conflito, a solidão. Abrem-se aí as perspectivas para as alienações.

Diante do medo o indivíduo investe avançando ou retrocede temendo, mas neste momento em que a ira geradora da cólera, mãe natural do ódio, amiga do ressentimento, trabalhadora da angústia desejosa de vingança, em que a ira nos fere como um raio, só a bênção do amor que é a emoção mais recente que chega como sendo o elo de manutenção da vida que está presente em todos os animais, evoluindo em suas etapas múltiplas do ir e do retornar. A benfeitora Joanna de Ângelis denomina de sombra leve o desconhecimento, a ignorância, mas existe uma sombra pesada que é perturbadora, que é a sombra que está embutida tanto no inconsciente individual, quanto no coletivo, que é a culpa que nos foi inculcada ao longo dos tempos pelas religiões e as educações castradoras.

A culpa está embutida dentro de nós de maneira inconsciente por atos praticados indevidamente, quer através das manifestações perturbadoras como a timidez, o complexo de inferioridade, a necessidade de evadir-se do meio social procurando demonstrar que não é querido porque no seu conflito não quer bem a ninguém ficando em uma atitude de autopunição.

Nós vivemos num mundo de energias e, aquelas idéias recalcadas, conflitivas que levamos da Terra pela desencarnação, fixam-se nos painéis do nosso modelo organizador biológico, como chamam os parapsicólogos, no nosso perispírito, palavra criada por Allan Kardec, no corpo astral dos exoteristas, e como esse corpo astral, esse perispírito é o modelador quando há a fecundação e o espírito se vincula, é o perispírito que vai moldando as necessidades de cada um de nós. E então elas são transferidas para o inconsciente coletivo de Jung. Carl Gustav Jung colocou no livro Psicogênese das Doenças Mentais que “A expressão equilíbrio mental não é apenas uma figura de linguagem, pois trata-se realmente de uma perturbação do equilíbrio entre o conteúdo consciente e o inconsciente. O que na verdade acontece é uma irrupção anormal da atividade regular do inconsciente para a consciência...”

Desdobrando esse pensamento colocou que os nossos conflitos estão embutidos em nosso mundo íntimo e nós mascaramos e que a verdadeira sabedoria para a sanidade consiste em examinar esses conteúdos conflitivos e depois diluí-los através da lógica e da razão.

Na parte da tarde Divaldo conduziu os participantes em uma oficina de parábolas esclarecendo que Jesus com sua percuciência sabia que suas palavras seriam adulteradas, adaptadas aos interesses individuais e coletivos e optou por vestir suas idéias com as imagens romanescas das parábolas.

Foi estudada a Parábola do Semeador. Divaldo fez uma análise dos tipos de solo onde as sementes caíram. Comparou às pessoas, observando os diferentes perfis evolutivos em que nos encontramos. Aqueles que ainda encontram-se na superficialidade, não se permitem afetividade, e a semente do bem não consegue germinar. Os que são pessimistas, materialistas, têm conhecimento superficial e a boa vontade e perseverança no bem ainda são muito frágeis. Outros que se ofendem e melindram-se com tudo, os que se comprazem em fazer o mal, prejudicar o próximo. E finalmente a boa terra, as pessoas que buscam vivenciar o evangelho de Jesus em cada ação, amando ao próximo como a si mesmo.

Logo depois conduziu a todos em um exercício de visualização terapêutica, através da qual cada um foi convidado a ter uma auto percepção de si, comparando em que tipo de solo nos encontramos perante nós mesmos e com o fim de sedimentar a força de vontade como base da mudança, permeada pelo auto-amor e o amor ao outro.

Na noite de sexta-feira fomos todos envolvidos por doce ternura quando vários participantes do encontro aproveitaram o momento para externarem gratidão aos nossos queridos Divaldo e Nilson, o dedicado primo e irmão de jornada no trabalho do bem com Jesus. Falaram dos relevantes trabalhos prestados como verdadeiros despertadores de consciências e iluminadores de almas. Depois de receber os carinhosos gestos de reconhecimento, Divaldo disse que durante esses momentos de evocações foi levado a sentir novamente como as páginas inolvidáveis do passado o fez recordar de uma palavra poética e rica de ternura, saudade, que foi muito bem definida pelo poeta inglês Stivenson: “Saudade é a presença do ser ausente e a ausência do ser presente”. Agradece emocionadamente, transferindo toda essa gratidão e reconhecimento de afetividade, em seu nome e do Nilson, à equipe de trabalhadores de ontem e de hoje, e recordou os companheiros das primeiras horas, que, a semelhança de raízes que sustentam uma árvore, contribuíram anônima e silenciosamente na sustentação do trabalho caracterizado pela presença de Jesus.

Na seqüência, Divaldo iniciou o tema da noite “O Homem perante Deus”, lembrando momento histórico para a humanidade no dia 26 de junho do ano 2000, a solenidade em comemoração ao genoma humano que se deu na sala leste da Casa Branca, presidida pelo então presidente dos Estados Unidos da America do Norte, Bill Clinton, presente também o Dr. Francis Collins, diretor do 1º Projeto do Genoma Humano, e pelo geneticista Craig Venture. Nesta solenidade em cadeia de TV o presidente Bill Clinton declarou “Neste momento nós temos a certeza de como Deus criou a vida, graças ao primeiro rascunho do código genoma humano”. O Dr. Francis Collins depois escreve um livro narrando o que significou o esforço deste projeto que ele denomina como sendo esse código a “identidade de Deus”. Divaldo fala-nos dos estudos da genética apresentados pelo Dr. Dean Hamer em seu livro ao qual ele dá o nome de “O Gene de Deus” e que o ser humano tem um genes entre seus 35 mil que é o responsável pela atitude da fé, da crença espiritual, da religiosidade, da crença em Deus e estabeleceu que este é o gene de Deus e conseguiu classificá-lo dando-lhe o nome de “VMAT2” mostrando que já nascemos com uma tendência natural para crer e que a religião elegida tem componente sociológico, sendo importante estimular a pessoa aproveitando essa crença em Deus, que a pessoa a desenvolva em uma visão transpessoal.

Fala-nos que para a Dra. Elisabeth Kubler Ross é fator essencial a crença da transcendência. Ela estabelece que é fundamental acreditar-se para ter saúde e desfrutar- se de paz. Divaldo fala-nos da sua experiência em um seminário que fez junto com o Dr. Bernie Siegel, oncologista e autor de vários livros, principalmente o livro Amor, Medicina e Milagres, e que sua presença custaria apenas 10 mil dólares. Quando ficou sabendo pelos organizadores que a participação de Divaldo só custaria a passagem de ida e volta e hospedagem, ficou admirado. Foi um seminário para médicos, psicólogos e paramédicos, um momento oportuno em que ele apresentou a terapêutica espírita encantando a todos. O Dr. Bernie Siegel relata ao Divaldo suas experiências transpessoais no seu cotidiano e nos momentos de interações cirúrgicas e é presenteado com O Livro dos Espíritos em inglês.

Esta etapa da noite foi encerrada com a narrativa de que cada vez mais novos cientistas aderem a certeza da presença de Deus, e conta a história da psicóloga, fí­sica quântica e filósofa americana Dana Zohar que escreveu o livro “O Homem Quântico”. E que depois de passar por um desafiador momento de depressão em virtude dessas experiências, escreveu outro livro cujo titulo é “Inteligência Espiritual” fazendo um profundo estudo da inteligência intelectual e da inteligência emocional, destacando a inteligência espiritual que a denominou de “QS” utilizando da palavra inglesa “spirit”, a existência de um terceiro tipo de inteligência que aumenta os horizontes das pessoas, torna-as mais criativas e se manifesta em sua necessidade de encontrar um significado para a vida. Ela baseia seu trabalho sobre Quociente Espiritual (QS) em pesquisas só há pouco divulgadas de cientistas de várias partes do mundo que descobriram o que está sendo chamado "Ponto de Deus" no cérebro, uma área que seria responsável pelas experiências espirituais das pessoas.

Por fim, recorda Allan Kardec no capítulo dezoito de A Gênese quando está chegando à Terra a geração nova. E nós, aqueles que temos a certeza da existência de Deus, que nos banhamos na água lustral do Evangelho de Jesus, cabe-nos contribuir em favor de um mundo melhor, sendo gratos à vida, amando-a e dando a nossa contribuição, por mais modesta que seja. Ninguém é tão pobre, tão destituído de bens que não possa amar; que viva tanta escassez que não seja capaz de desculpar ante a impossibilidade de perdoar.









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