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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Focalizando o Trabalhador Espírita (125) Eliseu Florentino da Mota Júnior

Eliseu Florentino da Mota Júnior

motajunior@uol.com.br


Neste sábado temos a satisfação de ouvir em entrevista o nosso querido amigo e companheiro de ideal espírita Dr. Eliseu Florentino da Mota Júnior, um francano de berço e de coração. Eliseu é consagrado orador espirita, autor de livros , articulista e participante ativo em várias casas espíritas, em Franca, onde reside, e em Marilia onde também é professor universitário. Chama-nos atenção o fato de Eliseu ter ingressado no movimento espirita no ano de 1985 e apresentar uma folha de serviços tão extensa e proveitosa. É a força do exemplo falando mais alto para todos nós.


Dr. Eliseu poderia nos fazer sua auto apresentação?

Sou filho de Eliseu Florentino da Mota, desencarnado aos 10 de janeiro de 2005, e Luzia Inês Piccolo da Mota, encarnada e gozando de excelente saúde. Nasci em Franca, SP, no dia 02 de junho de 1952, e tenho três irmãs, Darlene, Marilene e Roselene. Sou casado há 33 anos com Karima e tivemos três filhas, Tatiana, Thalita e Taisa, além do Caio César, que desencarnou pouco antes de completar quatro anos de idade.


Qual a sua formação acadêmica e profissional?

Sou graduado e mestre em Direito, promotor de Justiça aposentado, advogado e professor universitário.


Como conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?

Conheci o Espiritismo ainda na infância, levado por uma tia, mas só abracei a Doutrina a partir de 1985, quando era promotor de Justiça em São Carlos, SP, graças ao saudoso Dr. João Stella.


A qual Casa Espírita está vinculado presentemente?

Ao Templo Espírita Vicente de Paulo e à Fundação Espírita Allan Kardec, ambos em Franca, SP, além do Educandário Dr. Bezerra de Menezes e da Fundação de Ensino Eurípides Soares da Rocha, em Marília, SP. Também sou associado e fui membro da Diretoria do Centro Espírita Amantes da Pobreza, hoje Centro Espírita O Clarim, em Matão, SP.


Pode nos fazer uma descrição das atividades que desenvolveu no movimento espirita durante esses anos?

Poderia descrever minhas atividades espíritas em três vertentes. Como expositor, tenho viajado pelo Brasil proferindo palestras e seminários; como escritor, publiquei incontáveis artigos e algumas obras, que mencionarei na pergunta seguinte e, finalmente, como dirigente, presidi a Fundação Espírita Allan Kardec, em Franca, SP, mantenedora de um hospital psiquiátrico e do jornal A Nova Era.


Quais as obras espíritas e não espíritas de sua autoria?

Sou autor dos livros Pena de morte e crimes hediondos à luz do Espiritismo, Aborto à luz do Espiritismo e Que é Deus?, estas publicadas pela Casa Editora O Clarim, de Matão, SP, e Direito autoral na obra psicografada, publicada pela Editora A Nova Era, de Franca, SP, que é a minha dissertação de mestrado em Direito, pela UNESP, campus de Franca, SP.


Acha que o movimento espirita vai bem ou enxerga algum ponto que mereça reparo?

Acho o movimento espírita brasileiro excessivamente religioso, o que induz muita gente a confundir o Espiritismo com uma religião a mais, quando, na realidade, a Doutrina Espírita, elaborada por Allan Kardec é, na expressão do próprio codificador, “ao mesmo tempo, uma ciência de observação e uma doutrina filosófica. Como ciência prática ele consiste nas relações que se estabelecem entre nós e os Espíritos; como filosofia, compreende todas as consequências morais que dimanam dessas mesmas relações”. E sintetiza: “O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal”.


E com relação à bibliografia espírita que vem sendo produzida?

Autores e editoras descobriram, nas obras supostamente mediúnicas, um filão editorial e estão tirando proveito disso. Creio que cabe ao leitor escolher criteriosamente aquilo que vai ler, para evitar decepções.


O que fazer? Talvez mais responsabilidade por parte dos médiuns e das editoras?

Isso mesmo, principalmente por parte das editoras, que são as maiores responsáveis pela proliferação de obras que estão contaminando o movimento espírita com definições, conceitos e narrativas que desvirtuam o Espiritismo.

De que maneira os juristas espíritas podem dar sua contribuição no processo de espiritualização da humanidade?

Penso que o jurista espírita deve humanizar a justiça, procurando, através dos processos, solucionar os conflitos de interesses através de uma sentença justa, ou, melhor ainda, por meio de acordos e reconciliações entre as partes.


O que acha de programas polêmicos como o BBB que vem sendo veiculados pela TV aberta?

Já disse e repito: o reality show, inclusive esse BBB, consiste no confinamento de um bando de desocupados para comer, beber, dormir, conversar banalidades, fazer sexo casual (com ou sem o consentimento da vítima), e outras atividades inúteis, enquanto são vistos ao vivo por milhões de outros desocupados que não conseguiram entrar para o show ou não encontraram coisa melhor para fazer.


Acha que deveria haver maior rigor com relação a programas que banalizam o sexo ou fazem a apologia à violência?

Sou contra a censura prévia, que é um retrocesso na ordem democrática que deve presidir as sociedades atuais e futuras. Desse modo, cabe aos próprios telespectadores (ou seus pais e outros responsáveis) selecionar a programação que melhor atenda aos seus interesses, porque a televisão vive de audiência. Basta ignorar esse tipo de programa e eles morrerão de inanição.


Recentemente a legislação brasileira resolveu apertar o cerco em relação aos usuários de cigarro, de bebidas alcoólicas, de velocidade nas estradas, de uso indiscriminado de medicamentos, dentre outros. Já estamos vivenciando uma Nova Era?


Não acredito no progresso social por meio de legislação forte, também chamada “Direito Penal do Terror”. Basta atentar para a questão 796 de O livro dos Espíritos: “No estado atual da sociedade, a severidade das leis penais não constitui uma necessidade?” ‘Uma sociedade depravada certamente precisa de leis severas. Infelizmente, essas leis mais se destinam a punir o mal depois de feito, do que a lhe secar a fonte. Só a educação poderá reformar os homens, que, então, não precisarão mais de leis tão rigorosas.”


Também em relação à Administração Pública e à política nota-se disposição de criar leis inibitórias à corrupção e à malversação dos recursos. Embora ainda se enxergue na prática o famoso “jeitinho brasileiro” nem tudo está passando em brancas nuvens. Acredita que está próximo o momento em que a lei venha a ser efetivamente aplicada e cumprida no Brasil?

Mais uma vez tenho de evocar Allan Kardec, que estabeleceu, como condição para uma sociedade reformada, a educação. Não essa educação formal, que se transmite pela mera memorização, mas a educação moral. E prossegue o mestre: “Não, porém, a educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos. Considerando-se a aluvião de indivíduos que todos os dias são lançados na torrente da população, sem princípios, sem freio e entregues a seus próprios instintos, serão de espantar as consequências desastrosas que daí decorrem? Quando essa arte for conhecida, compreendida e praticada, o homem terá no mundo hábitos de ordem e de previdência para consigo mesmo e para com os seus, de respeito a tudo o que é respeitável, hábitos que lhe permitirão atravessar menos penosamente os maus dias inevitáveis. A desordem e a imprevidência são duas chagas que só uma educação bem entendida pode curar. Esse o ponto de partida, o elemento real do bem-estar, o penhor da segurança de todos”.


Hoje em dia desde tenra idade as crianças estão tomando consciência da necessidade de preservação do meio ambiente, noções de direito e de cidadania. Essa geração que formará os próximos médicos, engenheiros, jornalistas, dentistas, professores, juristas, administradores, políticos, dentre outras profissões, poderão inibir os desmandos e injustiças que ainda vigem no âmbito das respectivas áreas?

Creio que essa indagação remete à resposta anterior: a solução está na educação, nos moldes sugeridos por Allan Kardec. Aliás, sobredito conceito de educação já integrava o programa pedagógico do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail, antes mesmo do seu envolvimento com os Espíritos.


E com relação á aplicação da lei penal no que tange ao cumprimento das penas como anda o nosso sistema? É um sistema falido como se apregoa?

Há um enorme vácuo entre o Brasil legal e o Brasil real e assim jamais são observadas na prática as normas de execução das penas e medidas de segurança previstas na legislação em vigor, porque os estabelecimentos carcerários que obedecem às recomendações da ONU são pouquíssimos, de modo que os presos acabam confinados em infectos, desumanos e superlotados calabouços improvisados nos centros de detenção, cadeias públicas e distritos policiais, que são destinados a presos provisórios, mas que acabam utilizados para o cumprimento de longas penas. Isto resulta em uma situação tão precária e alarmante, que se Beccaria estivesse reencarnado, com certeza absoluta escreveria novamente o seu famoso livro Dos delitos e das penas, publicado em 1764 e no qual ele denunciou as condições lastimáveis das leis e dos presídios daquela época.


Qual o caminho?

Conta-se que um homem, depois de um dia de trabalho, retorna ao lar ávido pelo banho, pela refeição e pelas notícias do telejornal, quando é abordado na soleira da porta pelo filhinho de poucos anos, que lhe implora: "— Papai vamos brincar um pouquinho? Você prometeu!" Ele já se negara àquilo várias vezes, mas naquele momento não encontrava argumentos para outra fuga. Perpassou então o olhar pela casa, em busca de inspiração, e deteve-se sobre um mapa da filha mais velha, que estava em um livro de geografia. Arrancou a página, cortou-a em dezenas de pedaços, e desafiou o filho: “— Se você conseguir montar esse 'quebra-cabeça', eu brinco com você depois do banho". A criança aceitou o repto. Quando o homem caminha para o jantar, já esquecido daquele episódio corriqueiro, o filho aproxima-se com um papel remendado nas mãos e diz: “— Olha papai, já montei o mapa-múndi; vamos brincar agora?" Ele então, estupefato, retruca: "— Mas como você conseguiu montar o mapa do mundo em tão pouco tempo?" E o menino explica: "— O mapa eu não consegui, não. Mas no verso dele há uma figura de um garotinho; eu montei o garoto, e o mapa-múndi, do outro lado, ficou pronto." Conclusão: se quisermos consertar o mundo de uma vez só, jamais conseguiremos. Porém, se começarmos por uma criança, a nossa que seja, vamos conseguir!


Como está sua atuação na tribuna espírita e como fazer os contatos para convite?

Já tenho uma ampla programação de palestras e seminários para este ano de 2012. Normalmente, os convites são através do e-mail motajunior@uol.com.br.


Suas despedidas aos leitores com o nosso agradecimento antecipado.

Gostaria de desejar a todos sinceros votos de muita saúde e paz!


A familia de Eliseu da Mota Jr.: Thalita (filha), Taisa (filha); Karima (esposa), Eliseu,

filho Caio César que desencarnou antes dos 4 anos e Tatiana a filha mais velha


Eliseu Florentino da Mota Jr. no colo da mãe Luzia Inês

Eliseu Florentino da Mota Jr quando começou a andar

Eliseu Florentino da Mota Júnior

O futuro jurista, professor, orador e escritor espírita Eliseu Florentino da Mota Jr aos 3 anos 04 meses e 29 dias. 0l 11 1955

Palestra por Eliseu da Mota Jr em Cambe, PR. Na mesa, à esquerda, o Sr. Hugo Gonçalves “Paizinho” uma legenda do Movimento Espírita de Cambé.

Eliseu Florentino da Mota Jr, Divaldo Pereira Franco e Aparecido Belvedere

Eliseu Florentino da Mota Júnior, na CONEAN 2001, em Auriflama, SP

Foto Ismael Gobbo

Eliseu Florentino da Mota Jr com a turma de Promotores Públicos.

Eliseu é o segundo a partir da direita na fila entre os de pé

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