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domingo, 5 de fevereiro de 2012

Veio de lá

Richard Simonetti

richardsimonetti@uol.com.br


Agatha Christie (1891-1976) afirmava:

Um arqueólogo é o melhor marido que uma mulher possa ter: quanto mais velha ela fica, mais ele se interessa por ela.

Pena que existam tão poucos, dirá a leitora casadoira.

Anime-se! É uma profissão em expansão, graças à ação estimulante de arqueólogos que têm realizado grandes descobertas sobre culturas do passado.

Um deles foi notável: Jean-François Champollion (1790-1832) nasceu em Figeac, na França. Embora filho de pais franceses, tinha pele mais escura. As córneas amarelas e o talhe do rosto eram tipicamente orientais.

Detalhe singular: um vidente profetizara que aquele menino haveria de conquistar imorredoura glória.

Acertou!

Ele se destacaria como um dos grandes especialistas, talvez o maior, em egiptologia. Seu feito mais notável: decifrar a escrita hieroglífica, que há séculos desafiava os pesquisadores.

Champollion é o exemplo típico do Espírito que vem à Terra para determinada missão, ligando-se desde cedo ao t rabalho que lhe compete realizar.

Tinha incrível facilidade para idiomas.

aos onze anos sabia o latim e o grego. Dedicou-se, então, ao hebraico, aprendendo rapidamente a dominar aquele idioma.

Nesse tempo, tomou contato com uma coleção de papiros egípcios. Viu, fascinado, inscrições hieroglíficas em lajes.

– Pode-se ler isso? – perguntou a um especialista.

Ante a resposta negativa, afirmou convicto:

– Dentro de alguns anos eu os lerei! Quando for grande!

Com treze anos começou a estudar o árabe, o siríaco, o caldaico e, depois, o copta. Acentuam seus biógrafos: tudo o que ele aprendia, tudo o que procurava estava sempre relacionado com o antigo Egito. E aprendia rapidamente, como se apenas estivesse recordando algo que já conhecia.

Aos dezessete anos traçou um mapa histórico do império dos faraós. Mal começava sua jornada, mas, já nessa idade, pelo montante de pesquisas e trabalhos apresentados, foi eleito, por unanimidade, membro da Academia de Grenoble, importante centro cultural francês, na região dos Alpes.

De estudante passava a acadêmico, respeitado por sua incrível cultura e sagacidade, algo espantoso num jovem mal saído da puberdade.

Em breve, concluídos seus estudos, foi para Paris, levando consigo o sonho que acalentava: decifrar os hieróglifos.

***

Em seu caminho estava misteriosa pedra, encontrada nas proximidades da cidade de Roseta, no Baixo Egito, em 1799.

Era do tamanho de um tampo de mesa, de basalto negro, com granulação fina, muito dura, polida de um lado.

Apresentava três inscrições , em parte gastas e apagadas pela fricção da areia que o vento despejara sobre ela, durante milênios.

A primeira inscrição, com quatorze linhas, era hieroglífica.

A segunda, com trinta e duas linhas, demótica.

A terceira, com cinqüenta e quatro linhas, grega.

Cientistas e estudiosos, na França, na Inglaterra, na Alemanha, na Itália, empenharam-se em decifrar a inscrição hieroglífica, por comparação, considerando que devia ser um mesmo texto grafado em três línguas . Ninguém conseguira.

***

Havia um equívoco fundamental. Desde séculos, os pesquisadores imaginavam os hieróglifos como escrita ideográfica. Todas as interpretações buscavam o sentido simbólico daquelas figuras misteriosas.

Champollion seguiu outro caminho: considerou que as figuras hieroglíficas eram letras.

A partir daí decifrou a pedra de Roseta, tendo-a por ponto de partida para penetrar nos mistérios dos faraós.

Concluiu, também, acertadamente, que ao longo dos séculos a escrita egípcia modificara-se substancialmente e que era preciso identificar essas alterações para uma tradução correta, procurando, antes de tudo, considerar o período em que determinado texto fora grafado.

***

Champollion esteve no Egito de julho de 1828 a dezembro de 1829.

Aconteceu famoso déjà vu, o já visto, já vivido.

Nada era novidade. Caminhava pelas ruínas da antiga civilização com incrível familiaridade. Parecia um egípcio dos tempos dos faraós. Não só decifrava inscrições como as definia e interpretava, desfazendo enganos sobre a localização de monumentos, trazendo novos conhecimentos, avançando nas pesquisas.

Champollion nascera tão impregnado daquela milenar cultura que, não obstante filho de franceses, imprimira no próprio corpo, ao reencarnar, características morfológicas próprias dos antigos egípcios.

É um fenômeno curioso e raro, que desafia as leis da genética, mas facilmente explicável à luz da Doutrina Espírita.

O grande pesquisador do antigo Egito viera de lá!

Ficheiro:Leon Cogniet - Jean-Francois Champollion.jpg

O célebre Jean François Champollion Pai dos Hieróglifos

Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Leon_Cogniet_-_Jean-Francois_Champollion.jpg


O obelisco de Luxor, forrado de hieróglifos, foi doado pelo governo egípcio à França.

Chegou a Paris em 21 de dezembro de 1833 e está fincado na Praça da Concórdia. Foto Ismael Gobbo




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