BLOG DE NOTÍCIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA.....ARAÇATUBA- SP

Atenção

"AS AFIRMAÇÕES, INFORMAÇÕES E PARECERES PUBLICADOS NESTE BLOG SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DE QUEM OS ELABOROU, ASSINA E OS REMETEU PARA PUBLICAÇÃO. FICA A CRITÉRIO DO RESPONSAVEL PELO BLOG A PUBLICAÇÃO OU NÃO DAS MATÉRIAS, COMENTÁRIOS OU INFORMAÇÕES ENCAMINHADOS."

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo) XX– Aspectos do Cotidiano (II)



As jóias no antigo Egito

     Desde os remotos tempos do  Antigo Império as jóias eram utilizadas tanto como um adorno pessoal como para identificar o “status” no contexto social. As jóias, por conseguinte, aparecem dentre os primeiros tipos de artefatos conhecidos no Egito.
     No período Pré-Dinástico (5.500- 4.000 a.C), já apareceram cintos largos para mulheres feitos com contas de pedras verdes brilhantes; ao final daquele período, surgiram os colares de contas de faiança, além de braceletes e amuletos confeccionados com conchas e marfim, e, já no início do Período Dinástico, as jóias ganharam sofisticação pelo emprego do ouro, lápis-lazuli, turquesa e ametista.
     Com efeito, da sepultura de Sekhemkhet, da III dinastia, em Sacará, foram recolhidas belíssimas jóias que incluem um rico bracelete de contas de ouro; a tumba da rainha Hatepheres, da IV dinastia, em Gizé, continha inúmeras peças de jóias reais, como braceletes em prata (acredita-se que em determinados momentos esta foi mais valiosa que o ouro) contendo figuras de borboletas.
     O ponto culminante da joalheria egípcia foi no Médio Império (2.055–1.650 a.C), onde apareceram trabalhos de muita elegância e refinamento, como no caso das jóias da princesa Khnemet, sepultada em Dashur, durante o reinado de Amenemés II, faraó da XII dinastia. O acervo inclui dois lindíssimos diademas enfeitados com pedras semi-preciosas e um famoso pendente de influência cretense conhecido como “touro mosaico”, que, até recentemente, pensava-se confeccionado em vidro.
     O soberbo tesouro de Dashur só foi encontrar rival no tesouro de Sithathoriumet, do final da XII dinastia, recolhido de uma tumba vertical em El-Lishit contendo um diadema, um colar de outro e cintos de contas.
     Ainda da necrópole de El-Lisht e da XII dinastia foram recolhidas finas jóias de uma mulher nobre chamada Senebtisi, cujo largo colar incorpora ouro, faiança e turquesa. A mesma sepultura continha ornamentos de cabelo em ouro na forma de flores, um cinto de contas com a fivela decorada com o nome de Senebtisi e um outro largo colar que terminava em falcão.
     As jóias do Médio Império influenciaram muito os países vizinhos, e escavações sírio-palestinas na cidade de Biblos têm revelado numerosos itens egiptalizados, incluindo um peitoral de ouro ostentando o formato de um largo colar egípcio.
     Os primeiros exemplares de jóias encontrados do Novo Reino originam-se da tumba da rainha Ahhotep, cujos pertences incluem um magnífico mosaico trabalhado e uma finíssima corrente executada com seis fios de ouro entrelaçados. As jóias de Menwi, Merti e Menhet, três esposas estrangeiras do faraó Tutmés III, foram recuperadas do espólio de uma tumba escavada na rocha em Wadi Gabbanet El-Qurud, distante três quilômetros a oeste de Deir El-Bahari, na região de Tebas. Os achados englobam elementos em vidro, pedras preciosas e ouro.
     O maior achado da XIX dinastia são as jóias de Khaemwaset, um filho de Ramsés II, cuja capela funerária situava-se no “Serapeum” de Sacará. Também nas duas câmaras de “Boi Ápis” construídas para o príncipe foram encontradas jóias, embora menos elaboradas e sem requinte.
     Durante o Novo Reino foram muito usados os ornamentos de orelha com uma infinidade de brincos fabricados em pedra e vidro.
     O estudo do item joalheria vem sendo suplementado pelas cenas pictóricas, como nas tumbas de Rekmira, Amenemopet e Soberkhotep, além dos fragmentos de trabalhos executados em faiança como os originários de Tel-El-Amarna.
     Os artigos de joalheria utilizados pelas pessoas mais pobres eram comumente executados com pedras menos valiosas e faiança.
     Escavações de Tel-El-Amarna revelam grande quantidade de moldes de barro cozido usado para confecção de amuletos de faiança, contas e anéis.

A Toalete

     Cidadãos egípcios de ambos sexos utilizavam-se dos cosméticos. Desde os primórdios dessa civilização, homens e mulheres incluíram vários produtos cosméticos dentre os equipamentos funerários, sugerindo que os óleos, perfumes e pinturas para os olhos fossem tidos como absolutamente indispensáveis.
     Já no Período Pré-Dinástico começaram a aparecer as espátulas de pedra utilizadas para trituração de pintura para os olhos. As superfícies de alguns desses instrumentos ainda trazem coloridos com traços de preto-galena ou verde-malaquita.
     A base de verde-malaquita como pintura parece ter sido utilizada até meados do Antigo Império, quando foi introduzido o Kohol, um cosmético usado pelas mulheres do Oriente para escurecer as pálpebras. Essa espécie de pigmento parece ter sido misturada com água para formar uma pasta, inicialmente aplicada com os dedos, até a introdução do lápis-cosmético no Médio Império.
     Os recipientes que serviram para guardar o Kohol variaram de um período para outro. No Médio Império e XVIII dinastia eram acondicionados em uma pequena vasilha de fundo chato, mas, ao final do Novo Império, apareceram vasos de forma tubular imitando canas de junco.
     O objetivo principal do olho pintado foi, sem dúvida, o mesmo que norteia os tempos modernos, ou seja, o realce e aparente aumento dos olhos, embora, no caso do Egito, possa também ter conotações simbólicas e religiosas.
     Os egípcios usaram o ocre como uma espécie de “rouge” para as faces (possivelmente também como batom) e empregavam a hena como produto para colorir os cabelos.
     Existem muitas pinturas preservadas de mulheres aplicando cosméticos com a utilização de espelho, os quais eram um importante item dos instrumentos funerários.
     Durante toda a história do Egito óleos e gorduras foram considerados essenciais na preparação de perfumes, cones de incenso e protetoras para a pele.

Próximo artigo: Esporte e Lazer

File:Egypte louvre 091 aigle.jpg
Amuleto representando um falcão com cabeça de carneiro. Antigo Egito, 1254 aC (26 anos do reinado de Ramsés II), encontrada
 no túmulo de um touro Apis no Serapaeum de Mênfis em Sacará. Em ouro, lápis-lazúli, turquesa e cornalina.


Peitoral com escaravelho trazendo o nome de Paser, vizir de Ramsés II
Jóia do faraó Tutancâmon com Escaravelho  e disco solar



Paleta Cosmética de período pré-histórico, com relevos de animais quadrúpedes e Ibis



Cena retratando a fabricação de perfume de lírio. Fragmento de decoração de uma tumba.
Jarro para cosmético da tumba de Tutancâmon. Museu do Cairo, Egito.
Caixa de Toilet de Merit em madeira de Sicômoro com  recipientes em alabastro, vidro e cerâmica,
   encontrados na tumba de Kha em Deir-el-Medina.  Museu Egípcio de Turim, Itália
File:Nofretete Neues Museum.jpg
Busto de Nefertiti.
Museu de Berlim, Alemanha. Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Nefertiti
File:Egypte louvre 066.jpg
Pingente em ouro sólido e lápis-lazúli  trazendo  o nome de  Osorkon II.




A jóia traz a representação da sagrada tríade da família de Osíris, que tem o  filho Hórus,  à esquerda,  e Ísis, a mãe deste, à direita.

    
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon
Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo




0 comentários: