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terça-feira, 27 de novembro de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo) XXI– Esporte e Lazer



Não são poucas as referências ao legado histórico do Egito de práticas desportivas, como corridas, lutas, natação, competições aquáticas, caça, pesca e outras atividades direcionadas ao lazer, e entretenimentos como música, dança e jogos de tabuleiro.
     Sabe-se que algumas dessas modalidades eram genuinamente egípcias, outras foram incorporadas à sua cultura oriundas de costumes de outros povos que os dominaram ou que se lhes submeteram em várias oportunidades.
     Os egípcios tinham seus momentos     
     As informações acerca desses momentos de descontração, bem parecidos aos vivenciados em nossos dias, demonstram que os cidadãos do Egito, ao contrário do que se possa supor, não tinham comportamento soturno e estranho, a ponto de se envolverem unicamente com seus cultos religiosos.  Mostram-nos, ao contrário, que também eram alegres e, como hoje, suas crianças não dispensavam brinquedos, os jovens cheios de vida buscassem muitas atividades sociais, culturais e físicas e os adultos os seus  passatempos prediletos.
    
Música e dança

     A música e a dança sempre aparecem associadas e a mais freqüente imagem encontrada nas pinturas são dançarinas aparecendo em grupos , geralmente fazendo as evoluções em duplas, onde algumas portavam instrumentos musicais, como flautas, pandeiros, castanhetas ou chocalhos.
     Pode-se dizer documentadamente que a música foi largamente cultuada no Egito desde os períodos pré-dinásticos e, para implementá-la, introduziram paulatinamente vários instrumentos musicais, que, já à época faraônica, podiam ser agrupados em quatro tipos básicos: idiofônicos, membranofônicos, aerofônicos e cordofônicos.
     Os instrumentos musicais idiofônicos eram representados pelo chocalho, sistro, pratos e sinos, apresentando todos eles forte ligação com as cerimônias religiosas.
     Entre os membranofônicos, aparecem os tamborins, com freqüência tocados por garotas nos banquetes ou cerimônias, e o tambor, utilizado tanto no meio militar como nas procissões religiosas.
     Os aerofônicos conhecidos eram a flauta, o primeiro do gênero introduzido pelos egípcios, clarinetes, duplos oboés e a trombeta, usualmente conectada ao braço.
     Entre os últimos, os cordofônicos, alinham-se a harpa, genuinamente egípcia, e o alaúde e a lira, importados da Ásia.
     No quotidiano a música e a dança eram típicas dos banquetes e festas, mas, também, aparecem como danças rituais, que, provavelmente, eram tidas como indispensáveis aos resultados de certas cerimônias funerárias e religiosas, como fazem crer as ilustrações de dançarinas usando saiotes e coroas de junco ao longo das procissões.   No capitulo das danças, os especialistas encontram alguma distinção entre a dança propriamente dita e as chamadas acrobacias, onde muitas dançarinas aparecem em poses atléticas, dando cambalhotas apoiadas sobre as mãos e com as pernas erguidas ou com as costas dobradas.
     Algumas dessas ilustrações de dança são tão interessantes e se apresentam tão detalhadas que, pela análise dos movimentos, perfeitamente delineados nas sucessivas cenas, ensejam, sem dificuldades, perfeita e fiel reconstituição na forma como eram realizadas. 

Os jogos

     O mais comum dos jogos que se conhece são os de tabuleiros, muito parecidos com os jogos de dama e de xadrez da atualidade.
     Embora as regras não sejam conhecidas, acredita-se que muitas eram as variações adotadas nesse tipo de jogo.
     A mais popular mesa de jogos conhecida pelos egípcios era o Senet,, do inicio do período dinástico, um jogo de “passagem” elaborado sobre mesas revestidas ou simplesmente sobre quadrados riscados diretamente sobre a superfície de pedra.
     Esse antiqüíssimo jogo desenvolvia-se entre dois jogadores que tinham um determinado número de peças, geralmente sete, distinguidas por uma forma ou cor e jogadas sobre uma grade de trinta quadrados conhecida como “casas”, organizadas em três fileiras de dez. As movimentações se davam pelo lançamento de varetas, geralmente confeccionadas com ossos de canela de animais. Em uma das mesas conhecidas o objetivo era o de transportar as peças ao redor de um rastro de cobra, daí ser conhecido como jogo de mesa serpente, para terminar, após seus sucessivos lances, em um dos dois quadrados que indicavam boa ou má sorte.
     Ainda sobre o difundido jogo de tabuleiro, sabe-se que os menos comuns foram os de vinte quadrados,  que se pensa ter sido introduzido através da parte ocidental da Ásia. De qualquer forma, os exemplares recolhidos das tumbas egípcias e até hoje preservados adotam com mais freqüência cinco pedras e, invariavelmente, dois jogadores.

Caça e Pesca

     Embora não se saiba qual o exato grau de importância que a caça e a pesca tiveram como meio de subsistência no período faraônico, ambas são abundantemente retratadas nas cenas que mostram suas práticas no Egito. De qualquer forma, sabe-se que fizeram parte da alimentação da população.
     A pesca se dava sobretudo nas regiões alagadas do Delta e era feita com a utilização de leves barcos confeccionados em talo de papiro e junco, lanças e redes.
     A caça podia ser de pequena monta  apreensão de pássaros às margens do Nilo  como as violentas e perigosas caçadas ao veado selvagem e leões nas terras desertas, os touros, crocodilos e hipopótamos nos pântanos.
     Por ocasião do Novo Império, descrições exaltam o heroísmo faraônico como bom caçador de animais, aparecendo eles entre touros, leões, elefantes e rinocerontes, apresentando uma faceta caracterizadora do estilo da realeza egípcia.
     Isso se comprova por duas séries de camafeus comemorativos de Amenófis III, que apresentam uma descrição detalhada de sua caça de touros selvagens e leões, bem como na decoração do primeiro pilar do templo mortuário de Ramsés III, em Medinet Habu, que inclui a figura do rei e seus soldados caçando touros.
     Ao que tudo indica, esses costumes se revestiam de violência e podiam ser realizados em recintos fechados, onde os animais encurralados não tinham chance de escapar. Essas são as evidencias demonstradas por buracos visíveis em Soleb, na alta Núbia, aparentando armadilhas e indicando uma possível clausura ao redor de um parque de caças que cobria uma área de 300x 600 metros.  

Próximo, artigo final: Um Breve Roteiro Turístico ao Egito

Dupla tocando alaúdes. Tumba de Nebamon, um nobre da XVIII Dinastia. Tebas.
File:NefertariOfferingToHathor crop.jpg
Nerfertari faz oferenda de  Sistros à deusa Hathor que está sentada. Templo de Nefertari em Abu Simbel
File:TombofNebamun.jpg
O caçador, acompanhado pela esposa e pela filha  apanha a caça ajudado por um gato.
Pinturas que foram cortadas da parede do túmulo do escriba Nebamon, traduzido como “Meu Senhor é Amon”,
compradas por um colecionador britânico que as vendeu ao Museu Britânico em 1821. Do Novo Império, Tebas.



Câmara funerária de Nefertari, esposa de Ramsés II no jogo de Senet. Tebas.
A dançarina. Peça em Calcário com pintura. Da época de Ramsés, Tebas. Museu Egípcio de Turim, Itália
Imagem: Foto fornecida pelo  Museu. 
File:Fishermen in Mereruka’s tomb (Kairoinfo4u).jpg
Graciosa obra de arte em relevo e pintura retratando pescadores na tumba de Mereruka em Sacará, Egito. Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Fishermen_in_Mereruka%E2%80%99s_tomb_(Kairoinfo4u).jpg
File:Nofretete Neues Museum.jpg
Busto de Nefertiti.
Museu de Berlim, Alemanha. Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/Nefertiti




Árabes tocando e dançando para turistas em rua de Luxor, Egito. Foto Ismael Gobbo

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