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sábado, 6 de outubro de 2012

Focalizando o Trabalhador Espírita (163) Maria Bernadete May


Maria Bernadete May


Focalizamos neste sábado nossa companheira
de  ideal  espírita Maria Bernadete May, nas-
cida  em Recife,  Pernambuco, hoje  residindo
em Londres, no  Reino Unido. Por motivações
profissionais  Maria  Bernadete  saiu   de São
Paulo em 1977, com intenção de fazer  um apri-
moramento em inglês por um ano. Todavia  lá
se  casou, por  necessidades  buscou  o Espiri-
tismo e acabou  se engajando   no  movimento.
Hoje é presidente  do  Blue Light Circle,  uma
entidade que  se  iniciou a  partir  de  reuniões
realizadas em sua residência.  É mais uma bra-
sileira trabalhando com   muito amor pelo Espi-
ritismo de além-mar  sob inspiração de Jesus.


Pode nos fazer sua apresentação pessoal?
Nasci em Recife, Pernambuco, tenho 63 anos.  Sou filha de Jose Paes de Lima, que exerceu a profissão de enfermeiro no Hospital Dom Moura, na cidade de Garanhuns – PE.,  muito querido pela sua dedicação para com todos (desencarnado em 1980) e de Durvalina da Silva Lima, pessoa doce e amável, tem 89 anos e reside em Recife. Tenho cinco irmãos Durval, Carlos, Fernando, Cristovão e Ivo (desencarnado) e duas irmãs Cristina e Elisabete.
Meus pais me incentivaram muito a estudar e me ensinaram desde cedo a ser responsável e agir com caridade e respeito para com todos. Fui educada em colégio católico, como também frequentei a igreja católica, o que me levou desde cedo a conhecer Jesus..

Qual a sua formação acadêmica e profissional?
Conclui o Magistério e fiz concurso Publico Estadual para Professora. Apos o Magistério me formei em Estudos Sociais, pela Faculdade de Professores de Garanhuns. Iniciei minha carreira profissional lecionando em uma escola da zona rural de Garanhuns.
Mudei-me para São Paulo onde trabalhei por vários anos na Companhia Siderúrgica Paulista- Cosipa. Neste trabalho eu já utilizava meus conhecimentos de Inglês, e com o intuito de aprimorar os  estudos desta língua decidi fazer um estágio na Inglaterra pelo prazo de um ano.
No entanto meus planos originais de retornar ao Brasil,  não se concretizaram porque casei-me com cidadão britânico e fixei residência  em Londres. Trabalhei no Banco do Brasil, agencia de Londres, por vários anos.
Dei continuidade aos estudos de Inglês obtendo, entre outros, o Certificado Proficiency for Foreign Students, reconhecido pela Universidade de Cambridge.
Conclui também o Nivel I do curso British Business and Technology Educational Council BTEC , no Kingston College of Further Education.
Em 1999 tornei-me Reiki Master sob a tutela dos Professores Helen e Andrew Hain, e este ano classifiquei-me como Reiki Four Teaching Master. Trabalhar com o Reiki  me traz uma imensa satisfação pessoal.

Como você conheceu o Espiritismo e quando começou a frequentar a casa espírita?
“Se você não for pelo Amor ira pela Dor” – Esta famosa frase utilizada no meio espírita se enquadra bem a minha pessoa.
Passava por uma fase difícil e devido a minha imaturidade espiritual entrei por caminhos que me levaram a grande tristeza e desarmonia, o que me levou a entrar numa casa espírita pela primeira vez, para pedir ajuda espiritual. Gostava de ler livros espíritas, inclusive as obras de Kardec e simpatizava bastante com os ensinamentos do Espiritismo.  Passei a frequentar a casa espírita assiduamente, fazer o Evangelho no Lar e tomar passes, senti-me renovada. A partir de então, não mais deixei de frequentar uma casa espírita.
Frequentava as reuniões na Kingston Spiritualist Church,  gradualmente fui me envolvendo nos trabalhos,  posteriormente passei a fazer parte da Diretoria e apos alguns anos fui eleita Vice-Presidente, cargo que ocupo atualmente.

Faça uma breve resenha do Blue Light Circle

Tudo começou em fevereiro de 2005, em que fui intuída a convidar a amiga Marion  para iniciarmos, em minha casa, uma Reunião Fraterna com a finalidade de orarmos pelas pessoas em geral e enviarmos vibrações de luzes para o planeta. A primeira reunião aconteceu do dia 4 de fevereiro do mesmo ano, aos poucos o circulo foi crescendo.
No grupo temos portugueses, brasileiros e na maioria ingleses. Nosso estudo é sempre feito na língua Inglesa. Utilizamos, não somente livros originais ingleses, como também obras espíritas em Português que foram traduzidas para o Inglês.
Blue Light Circle  é um grupo particular, sem fins lucrativos com o objetivo principal de promover o Espiritualismo em seus três aspectos: Ciência, Filosofia e Religião. Para isso, se estuda e discute obras espíritas como sejam, os Livros da Codificacao de Allan Kardec, obras de Andre Luiz, de Franciso Candido Xavier, de  Divaldo Pereira Franco, Shanta Gabriel, Paramhansa Yogananda, entre tantos outros. Através deste aprendizado cada um é levado a realizar sua reforma íntima.
O Círculo envia vibrações de luzes para ajudar aqueles que passam por situações difíceis, seja nos campos físico, moral ou espiritual, a fim de que, possam encontrar paz e harmonia. Temos um livro chamado absent healing book onde as pessoas podem colocar os nomes daqueles que desejam receber luzes de cura, ou seja, passes a distancia.
O Circulo recebe palestrantes que expoem sobre temas  variados e  interessantes, entre outros ja tivemos Dr. Alan Sanderson, President do Spirit Release Foundation e a medium inglesa Janet Neville.
Em Junho de 2008 alguns amigos do Círculo e eu atendemos uma palestra em Londres, com Divaldo Pereira Franco, organizada pela BUSS– British Union of Spiritist Societies (União das Sociedades Espíritas Britânicas), ocasião em que conheci Elsa Rossi, atualmente Presidente desta Instituição. A partir daí, o Blue Light Circle uniu-se fraternalmente ao BUSS, e sempre que requisitado contribue com humilde ajuda nos trabalhos que estes realizam.
Outras eventos que o Blue Light Circle  ajudou a promover na cidade de Kingston, estas a pedido do BUSS, foram as palestras em 2008, com Dr. Nazareno Feitosa, e em 2009 e 2010 com Divaldo Pereira Franco, e este ano com Dr. Andrei Moreira.

Percebemos que a Doutrina Espírita vem se espalhando rapidamente pelo mundo com surgimento de núcleos em diversos países. A que você atribui essa busca pelo Espiritismo?
O ser humano ao longo dos anos tem se preocupado tanto em melhorar sua condição de vida no aspecto tecnológico e material que acabou se esquecendo de se religar consigo mesmo, com o Criador/Deus e com o Universo. Quanto mais distante estamos da nossa essência de vida, mas nos colocamos em situações que nos causam desconforto e problemas, nos afastando da felicidade plena. Vivenciamos tempos que nos convidam a procurar “algo mais” para nos sentirmos felizes, na realidade procuramos a paz interior.
Acreditamos que a Doutrina Espírita em seus três aspectos:- Ciência, Filosofia e Religião incentiva-nos a busca do autoconhecimento, que infalivelmente nos convida a realizar a reforma íntima, trazendo consequentemente a paz de espírito tão necessária para se viver feliz.
Devemos lembrar que a disseminação da doutrina espírita deve-se a trabalhadores incansáveis, entre tantos outros, Francisco Candido Xavier, Divaldo Pereira Franco, que completou neste ano, 85 anos de vida, sao  muitos anos de trabalho e perseverança no caminho espírita.
Somos imensamente gratos pela iluminação que Deus tem nos  proporcionado através dos inúmeros Mestres e Embaixadores da Paz, que viajam mundo afora fazendo palestras e disseminando o Espiritismo.  O Conselho Espírita Internacional (CEI), atualmente com 35 países integrados, também trabalha incansavelmente para levar a luz do Espiritismo para todas as partes do globo e evidentemente a internet e uma ferramenta importante na divulgação da doutrina espirita.

Tem havido intercâmbio entre os núcleos espíritas ingleses?
Sim, com vários eventos conjugados. Dirigentes e trabalhadores de alguns Grupos fazem palestras em outros, como também qualquer atividade a ser realizada é divulgada entre os grupos e para o publico em geral.
Na Inglaterra temos o BUSS – British Union of Spiritist Societies presidida por Elsa Rossi, organização que trabalha incansavelmente para a promoção do Espiritismo. A BUSS já organizou três Congressos Médico-Espíritas em Londres e oferece com regularidade cursos e seminários de Mediunidade e de Passes. Organiza palestras com convidados locais e internacionais; promove a venda de livros com títulos em varias línguas, fazendo com frequência a Feira do Livro. Com bastante sucesso fez a mostra de filmes espíritas e espiritualistas, na Universidade Queen Mary de Londres.
Perguntamos algumas vezes, como podemos nos espiritualizar e progredir aqui neste planeta tão cheio de tumultos?
Acreditamos que se agirmos com sincero interesse, dedicação, honestidade e acima de tudo, com amor incondicional, lembrando as palavras do Mestre Jesus: “Fora da caridade não há salvação”, em tudo aquilo que estamos realizando estaremos no caminho do nosso progresso e sentiremos muita paz no coração. A paz é o maior tesouro que podemos encontrar.

Suas despedidas dos nossos leitores

Descobri que pela meditação aprende-se a relaxar
Relaxando, ouve-se a voz da sabedoria interior
Ouvindo a voz da sabedoria interior, acredita-se no bem
Acreditando e praticando o bem, a felicidade aparece
Sendo felizes, sentimos a presença de Jesus no coração.
Nossos sinceros agradecimentos pelo gentil convite desta entrevista e desejando continuo sucesso nos trabalhos desta maravilhosa publicação diária que divulga o Espiritismo em grande escala.
Desejamos a todos uma Jornada de Paz e Luz.
Blue Light Circle: bluelightcircle2005@yahoo.com

Bernadete May e sua mãe dona Durvalina.
Maria Bernadete May com sua professora Irma Fatima
Ginásio do Arraial, Garanhuns, PE
Maria Bernadete May e Elsa Rossi
Maira, Bernadete, Elsa;  Cherry, Punya e Nagila.
Encontro: A Paz e Você- Londres 2012
Participantes do Blue Light Circle com Dr. Alan Lindsay Sanderson, President of the Spirit Release Foundation, London.
Dr. Andrei Moreira,  com representantes do Blue Light Circle e
do BUSS- British Union of Spiritist Societies
Dr. Andrei Moreira com representantes do Blue Light Circle
 e do BUSS- British Union of Spiritist Societies
Dr. Nazareno Feitosa, com representantes do Blue Light Circle e
do British Union of Spiritist  Societies
Representantes do Blue Light Circle com Divaldo Franco e Ana Sinclair
no 2o Encontro A Paz e Voce-Promovido pelo BUSS -Maio 2012

OBS: AS FOTOS DESTA ENTREVISTA SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO ENTREVISTADO.



Elsa Rossi (Londres, Reino Unido) Homenagem ao Sr. Hugo Gonçalves (Paizinho) em seu aniversário de “99 anos de amor”. Cambé, PR


Elsa Rossi e Hugo Gonçalves (Paizinho de Cambe, PR)

HOMENAGEM AO QUERIDO PAIZINHO HUGO GONÇALVES NOS SEUS 99 ANOS DE LINDA EXISTENCIA.. ANO QUE VEM, QUANDO O REINO UNIDO COMPLETAR 30 ANOS DE ESPIRITISMO, O PAIZINHO COMPLETARA 100 ANOS.. QUE BENÇÃO A VIDA!

Parece que foi ontem. 
Os cabelos já eram brancos. 
Entrei no Centro Espírita Allan Kardec ha 37 anos atrás,  fui tão bem recebida que isso muito me cativou. Após a reunião, a palestra, o passe, todos se levantavam para sair, mas paravam e abraçavam essa criatura linda, que já brilhava, refletindo ainda mais a luz espiritual nos seus cabelos brancos da paz.

Quando eu estava saindo ao término da reunião, recebi de suas santas mãos um exemplar do jornal "O Imortal". Esta foi a primeira vez que um periódico espírita chegava as minhas mãos. Ao chegar em casa, em Londrina, após colocar as crianças a dormir, sentei-me para folhear o jornal que eu havia recebido na casa espírita. No silêncio da noite, as palavras saltavam das páginas do jornal, e a leitura me deu um conforto imenso. 

Eu tinha absoluta certeza de que tudo aquilo faria parte de minha vida. Algum tempo antes eu tinha ido conhecer o Centro Espírita Nosso Lar em Londrina. Tudo contribuiu para esse chamamento de volta à minha realidade espiritual, que é a nossa Doutrina de Amor. 

Devo muito ao “Paizinho”, pelas palavras a cada visita, pelas mensagens de encorajamento quando Luiz, meu esposo,  retornou a verdadeira pátria em 1991. Quando possível, fui visitá-lo e à dona Dulce, sua esposa. A foto é de uma visita feita em 1994.
Obrigada seu Hugo, querido "Paizinho" de muitos de nós. "Ave Sr Hugo"!
com gratidão.
elsa

Hugo e Dulce. “Paizinho” e “Mãezinha” de Cambe. Arquivo LIMB

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 06-10-2012

Clicar aqui:
http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/OUTUBRO/06-10-2012.htm

SBT Chico Xavier foi eleito “O Maior Brasileiro de todos os tempos”



O programa aconteceu na noite de 3 para 4 de outubro de 2012. Com Saulo Gomes atuando como representante de Chico, que contou com animada torcida no auditório e, com certeza, no mundo todo pela TV. Ao final de forma emocionante  o  apresentador Carlos Nascimento  proclamou o resultado que conferiu ao médium 71,4% dos votos na disputa com outros dois grandes brasileiros: Princesa Isabel e Santos Dumont. 

Veja  matérias e vídeo aqui:
Saulo Gomes, Eurípedes Higino dos Reis e Oceano Vieira de Melo
Final de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos , no SBT
Foto do acervo de Oceano Vieira de Melo
Os torcedores de Chico Xavier no SBT. Foto do acervo de  Oceano Vieira de Melo
Convidados espíritas na final de “O Maior Brasileiro de Todos os Tempos” no SBT
Foto do acervo de  Oceano Vieira de Melo
O palco e as torcidas na final de O Maior Brasileiro de Todos os Tempos
Foto do acervo de Oceano Vieira de Melo


O Antigo Egito (Ismael Gobbo) XIII– O Livro dos Mortos



Ao lado do processo de mumificação, o chamado “Livro dos Mortos”  inscreve-se entre os costumes mais interessantes que os egípcios adotaram em suas cerimônias funerárias e,  seu uso, na forma mais conhecida, a dos extensos papiros multicores, generalizou-se à época do Novo Império.
     Esses escritos tiveram como fonte inspiradora textos mais antigos, sobretudo os do Médio Império e do Primeiro Período Intermediário, conhecidos como Livros dos Dois Caminhos ou os Textos dos Sarcófagos, que, por sua vez, foram uma retomada dos remotíssimos Textos das Pirâmides.
     Entre os antigos egípcios tais textos eram denominados “Formulas para sair o Dia”, porque, para eles, o renascer do sol equivalia ao renascimento para o mundo, o reencontro com Rá e a felicidade de estar em sua companhia;  a oportunidade do morto  sair da sepultura e ir a todos os lugares agradáveis que conhecera na terra e, ao final do dia, retornar à sua morada sem encontrar quaisquer tipo de obstáculos.
     É o que se infere no texto: “Aquele que brilha abre seu livro sobre a terra, o que brilha fez escrever em sua sepultura; Ele sairá todos os dias que lhe forem dados e a ela retornará sem obstáculos;  A ele será dado do pão, da cerveja e da carne do altar de Rá;  Receberá sua propriedade no campo dos canaviais; Também lhe será dado da cevada e do trigo e ele será feliz sobre a terra”.
     O Livro dos Mortos, além de documentar as crenças religiosas é, sem dúvida, o grande informativo do modo de vida dos egípcios. Através  dele são conhecidos os tipos de ferramentas que usavam para o trabalho, os instrumentos musicais, as comidas e as bebidas,  as festas,  a poesia, a fauna e a flora, vestimentas, meios de transportes, cenas retratando o defunto ao lado de seus familiares, ou, ainda, caçando, pescando ou jogando. Enfim, um verdadeiro filme de suas vidas encenado com rara graça, muita beleza estética e riquíssimas informações culturais.
Um hino de introdução
     É comum no Livro dos Mortos aparecerem os hinos de introdução antecedendo as fórmulas mágicas e as respectivas formas de implementação que, por superstição, não desprezavam as oferendas de comidas, bebidas, jóias e os diversos tipos de promessas.
     Essas passagens iniciais endereçadas aos deuses, sobretudo Rá e Osíris, caracterizam-se por belas expressões poéticas e são carregadas de enorme sentimento de submissão, respeito, reverência, louvor e agradecimento, como se nota no trecho que reproduzimos:
     “Hino a Osíris Unéfer, o grande deus que habita a província de Taur, rei da eternidade, senhor imortal, cuja vida se estende pelos milhões de anos. Filho primogênito saído do ventre de Nut, gerado por Geb. Príncipe soberano das duas coroas, aquele cuja coroa branca é alta, soberano dos deuses e dos homens, o que recebeu o cetro e o abanador de seus pais. Ditoso és, que habitas o mundo dos mortos, enquanto seu filho Hórus, assenta-se sobre teu trono. Foste coroado o senhor da Vila de Busíris, soberano de Abidos, tu, formoso, venerável e temível em teu nome de Osíris, tu que sobreviverás para sempre em teu nome de Unéfer. Homenagens sejam rendidas a ti, ó rei dos reis, senhor dos senhores, soberano dos soberanos, aquele que conquistou as duas terras quando ainda no ventre de Nut... Permita-me receber as bênçãos dos céus, a riqueza sobre a terra, o perdão no mundo dos mortos, possa eu, com a alma viva, ir a Busíris, voltar como fênix a Abidos, sem encontrar embaraço algum em qualquer porta do outro mundo. Possa também receber do pão na casa da purificação, das oferendas na Vila de Heliópolis e que seja fixada minha propriedade no campo dos canaviais, rico de trigo e cevada”.
Forma de composição e conteúdo
     O Livro dos Mortos que equivalia a um verdadeiro guia para alma no além apresenta-se como uma sucessão de fórmulas independentes, cada qual para uma determinada situação específica, obedecendo uma regra estrutural mais ou menos comum.
     A sua feitura se dava através de artistas que se dedicavam ao ramo, atendendo as encomendas de familiares do morto, ou, quem sabe, do próprio falecido quando ainda em vida. Através dele, recitando as fórmulas, seria possível se defender do ataque de seres malignos, os chamados “inimigos dos deuses”;  poderiam assumir formas que facilitassem atingir objetivos, como, por exemplo, transformar-se em falcão, em decano de tribunal;  conhecer as divindades dos diversos centros religiosos e estar na companhia dos deuses.
     Os interessados escolhiam os capítulos que achassem mais necessários e adequados ao defunto, alguns deles encontrados em praticamente todos os exemplares. Tal, por exemplo, o da psicostasia ou pesagem da alma, que retrata o momento do defunto ser julgado no tribunal de Osíris.
     Feita a escolha, onde certa liberdade, criatividade e bom gosto do artista e também do cliente apareciam, os copistas passavam à elaboração do trabalho seguindo as diretrizes básicas, mais rígidas, peculiares às obras dessa natureza.
As vinhetas
     A extensão e suntuosidade de um exemplar do Livro dos Mortos guardava relação direta com as posses dos clientes, da mesma forma como ocorria com os processos da mumificação em suas várias modalidades. Assim os trabalhos se apresentam das mais variadas formas.
     Alguns são bem simples e não vão além de textos escritos em forma cursiva bem resumida. Outros, um pouco mais caros, ganham direito a vinhetas desenhadas, porém sem nenhum colorido. Os mais caros, encomendados pelas famílias nobres, apresentam a cada capitulo, a ilustração respectiva, já trazendo em suas páginas multicores a púrpura e o ouro, que os habilidosos artistas egípcios tão bem souberam empregar.
     Como se vê, embora milênios nos separem da antiga civilização egípcia, ainda hoje os costumes guardam muita relação com aqueles da  antiguidade. No caso das cerimônias fúnebres,  como acontecia entre os egípcios, também hoje os velórios acontecem com ou sem pompa, na razão direta da disponibilidade orçamentária de cada freguês.

Próximo artigo: Os animais e a mitologia
 
Moita de papiro. museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
Texto das Pirâmides
Os Livro dos Mortos, escritos em papiro, originam-se desses antigos textos.
Pirâmide de Teti, Sacará. Foto Ismael Gobbo
File:Bookdead.jpg
Cena da Psicostasia (Pesagem da Alma) retratada em papiro egípcio
Museu Britânico, Londres, Reino Unido


Vinheta do Livro dos Mortos de Hunéfer. O morto diante de Osíris. Museu Britânico, Londres.
Papiro Egípcio do Livro dos Mortos.  Kha e a esposa Merit diante de Osíris. Foto do Museu Egípcio de Turim, Itália.  Acervo de  Ismael Gobbo
File:Bookofthedeadspell17.jpg
A fórmula mágica 17, do papiro de Ani. A Vinheta traz na parte superior da esquerda para a direita o deus Rá em uma representação do mar, uma porta do reino de Osíris, o olho de Horus, a vaca celeste Mehet-Uret e uma cabeça saindo do sarcófago guardada por quatro filhos de Horus. Imagem:http://en.wikipedia.org/wiki/File:Bookofthedeadspell17.jpg
File:Egypt bookofthedead.jpg
Trecho do Livro dos Mortos do escriba Nebqued, que viveu sob o reinado do faraó Amenophis III , da 18ª. dinastia.
Nebqued  acompanhado pela  mãe Amenemheb e pela mulher Merit estão diante de Osiris, deus dos  mortos.
Departamento de antiguidades egípcias do Museu do Louvre, Paris, França.
Folha de papel de papiro já pronta, confeccionada artesanalmente. Cairo, Egito.
 Essas folhas as vezes eram  emendadas para  formar os extensos rolos dos “Livro dos Mortos”
Foto Ismael Gobbo
Jean François Champollion, célebre egiptólogo e lingüista francês, cognominado de
‘Pai dos Hieróglifos’.  Graças à decifração da antiga escrita egípcia se pôde conhecer com
 profundidade a história daquela civilização.
 (Pintura óleo sobre tela de Léon Cogniet. Museu do Louvre, Paris, França.