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sábado, 25 de janeiro de 2014

Matéria publicada no jornal Correio Fraterno. Revelações de Chico Xavier sobre São Paulo

Escrito por Francisco Cândido Xavier   
Qua, 25 de Janeiro de 2012 14:08

“... Ao ensejo, rogo-vos permissão para reportar-me, ainda que superficialmente, aos meus fundamentos místicos.
Conta-se que ao celebrar a primeira missa, na manhã de 29 de agosto de 1553, no alto do Inhapuambuçu, hoje pátio do colégio, nesta capital, o eminente padre dr. Manuel da Nóbrega, fundador de São Paulo, considera presentemente a cidade mais importante do hemisfério sul, foi visitada pelo apóstolo São Paulo, que lhe pareceu nimbado de intensa luz. Redivivo o amigo da gentilidade apontou-lhe as campinas circunjacentes e lhe pediu, fundasse, no planalto Piratiningano, uma cidade, em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, que se estabelecesse sobre as quatro colunas básicas do cristianismo: amor e fé, trabalho e instrução.
Desde esse dia, do Tamanduateí e o Anhangabaú, Padre Nóbrega dá-se pressa na fundação inicial do Real Colégio de Piratininga, distribuindo encargos e responsabilidades entre os companheiros inesquecíveis, dentre os quais nosso admirável apóstolo José de Anchieta, nas atividades do magistério, se incumbe das lições de humanidades.
Manuel da Nóbrega, impressionado, medita na revelação com que fora distinguido e recorda o encontro de Jesus com o mesmo apóstolo São Paulo, às portas de Damasco, nos dias do Cristianismo primitivo. Delibera inaugurar as obras do Real Colégio de Piratininga na data que relembra a conversão do notável doutor de Tarso, 25 de janeiro, o qual remete a 25 de janeiro de 1554, com o estabelecimento definitivo da grande instituição. Atento ainda à divina mensagem que fizera objeto, no dia mencionado, Nóbrega entrega o ofício da missa ao Reverendo padre Manoel de Paiva e designa Anchieta para que desempenhe as funções de acólito na grande solenidade, e ele mesmo ora, na expectativa de visões novas que lhe trouxessem mais amplos esclarecimentos. Entretanto, ao invés de novas revelações, obtém na oração renovadas energias para trabalhar cada vez mais na consolidação da obra nascente. A cidade de São Paulo surgia, desse modo, ao calor da prece, entre o artesanato e o altar, no clima de fraternidade que Jesus nos legou, em bases de amor ao próximo e respeito recíproco, o único realmente capaz de assegurar-nos a ordem e a tranquilidade na sustentação do trabalho e no alicerce das instituições que nos garantem a felicidade e o progresso.
Desdobra-se o padre Manuel da Nóbrega em esforços múltiplos pelo engrandecimento e prosperidade da vila em berçário de educação e serviço, paz e luz. Informado, mais tarde, de que a Câmara Municipal de Santo André faceava enormes dificuldades para sobreviver, recorre ao desembargador Mem de Sá, então na Bahia, solicitando a ele mudança de municipalidade para a vila de São Paulo. Obtida a concessão, Nóbrega, que consagrara o Real Colégio de Piratininga ao apóstolo São Paulo, recorda a excelsa Maria de Nazaré, que todos veneramos por Nossa Mãe Santíssima, na cristandade, por haver trazido até nós a sublime presença de Jesus, e que ele escolhera para medianeira e protetora em sua vida apostólica, resolvendo invocar-lhe o amparo e a benção para a legalidade paulistana. Escolhe, por isso, a data de 8 de maio de 1560 – dia que toda a cristandade recorda a Anunciação Angélica – para a transferência da muito digna Câmara Municipal de Santo André da Borda do Campo para a vila de São Paulo. A ocorrência se inicia com absoluto respeito. Acompanhado por numerosos portugueses e brasilíndios, Manuel da Nóbrega deixa a comunidade de Santo André da Borda do Campo pela madrugada, carregando os documentos históricos da transferência sob custódia da oração. É um préstito religioso que se efetua, de uma cidade para a outra. Alcançado o destino, celebra-se missa, na manhã alta. Impressionado com o que via, o grande sertanista João Ramalho, vereador muito digno da Primeira Câmara Municipal de São Paulo, indaga de Nóbrega quanto aos motivos de tantas cerimônias religiosas e o inesquecível sacerdote e jurista das nossas primeiras fundações respondeu que a Câmara Municipal de São Paulo estava nascendo nas terras de Santa Cruz para ser refúgio e fortaleza de Deus.
Impregnada de Deus, esta Câmara Municipal garantiu a construção dos alicerces da nacionalidade desde quando se fez representada por Nóbrega e Anchieta, na formação do Primeiro Tratado de Paz das Américas, nos entendimentos de Iperoig, preservando o tesouro genético que lastraria as gerações do Brasil cristão de hoje e mantendo a integridade do território brasileiro até a fundação da Real Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, tanto quanto desde a organização das bandeiras com que plantou a civilização cristã nas vastidões de país, até 28 de setembro de 1822, quando a edilidade paulistana, por documentação incontestável, sustentou o espírito democrático de nossas instituições, garantindo as liberdades religiosas e sociais da cristandade no Brasil. E ainda agora, a egrégia Câmara Municipal de São Paulo está presente em todas as realizações de vanguarda que impliquem no progresso e na prosperidade em que Deus nos reúne.”

Discurso proferido por Francisco Cãndido Xavier, em 19/05/1973, no Estádio do Pacaembú, em São Paulo, após receber o título de Cidadão Paulistano



Estátua do apóstolo São Paulo, na Praça da Sé. Foto Ismael Gobbo
No canto inferior esquerdo, o Pátio do Colégio e, no centro, a Praça da Sé. São Paulo.
Foto Ismael Gobbo
Patio do Colégio. Marco da fundação de São Paulo
Foto Ismael Gobbo  

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