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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Artigo especial 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo


Lúcia Cominatto
São Paulo, SP

Neste ano de 2014 em que o Evangelho Segundo o Espiritismo comemora o sesquicentenário de sua publicação, 150 anos de luz a se espalhar por toda parte, envolvendo o nosso coração de paz e esperança de um futuro melhor, não podíamos deixar de agradecer a Kardec pelos ensinamentos que nos proporcionou através de suas obras.
   Portanto, não podemos falar de Evangelho sem falarmos também de Kardec. Assim sendo, é bom rememorarmos alguns fatos já conhecidos por muitos, sobre a sua vida enquanto encarnado. A ele devemos obras de inestimável valor, principalmente os cinco livros da Codificação: O Livro dos Espíritos, o Livro dos Médiuns, O Evangelho Segundo o Espiritismo, A Gênese e O Céu e o Inferno.

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   Lyon, França,1804... Em 03 de outubro desse ano, aportou num berço aqui na Terra, mais um emissário do Senhor: reencarnou aquele que, hoje, chamamos de Allan Kardec, com a grande missão de trazer à luz, as bases do postulado espírita, revolucionando as religiões de até então, numa época em que o Catolicismo predominava no seio das melhores famílias da Europa.
   Hippolyte Léon Denizard Rivail foi o nome que recebeu, como filho legítimo de Jean-Baptiste Antoine Rivail e Jeanne Louise Duhamel.
   Grandes agitações políticas e sociais, e um acentuado desenvolvimento nas ciências, nas artes e nos meios de comunicação, marcavam o século XIX. Foi em meio a esses acontecimentos, que o menino Rivail se desenvolveu, iniciando os seus primeiros estudos em sua terra natal. Mas, graças à educação liberal, porém severa, recebida de seus pais, com apenas 12 anos de idade  ingressou no Instituto Pestalozzi, em Yverdun, na Suíça.  Longe das perturbações econômicas que o seu país atravessava, tornou-se um dos mais eminentes discípulos de Pestalozzi.
   Com apenas 14 anos, dotado de uma inteligência, pode-se dizer, invejável e, por demonstrar muito interesse para os estudos filosóficos e científicos, por indicação de seu mestre, passou a lecionar para os colegas menos adiantados. Aos 18 anos, bacharelou-se em Ciências e Letras.
   Concluídos os seus estudos em Yverdun, voltou para a França, ansioso por colocar em prática os ensinamentos adquiridos com seu mestre Pestalozzi.
   O ano de 1823 marca o início de sua carreira como pedagogo. Tinha encontrado a sua verdadeira vocação e, aos 19 anos, publicou o seu primeiro livro, um curso de Aritmética baseado no método de Pestalozzi. E, com algumas ideias próximas da realidade francesa, o professor Rivail, como era conhecido, fundou o Instituto Rivail.
   Em 06 de fevereiro de 1832, desposou Amelie Gabrielle Boudet, 9 anos mais velha que ele, mas que muito o auxiliou em sua tarefa pedagógica e na fundamentação do Espiritismo científico.
   Detentor de uma grande cultura, durante alguns anos, em sua própria casa, deu cursos gratuitos de matemática, química, física, anatomia comparada, retórica, fisiologia e francês.
   Como educador e tradutor, publicou cerca de 22 obras educacionais, inclusive as de Fénelon, que muito o atraíam.
   Aos poucos, foi deixando de publicar obras de cunho pedagógico, passando a interessar-se mais pelos problemas sociais e aperfeiçoar seus conhecimentos sobre os fenômenos inusitados que se produziam na época.
   Após os acontecimentos ocorridos em Haydesville, na América, graças à mediunidade das irmãs Fox, na Europa e em quase todo o mundo, as pessoas, por uma simples curiosidade, passaram a se interessar pelas experiências em manter contato com os espíritos. Tal fato, precursor das manifestações mediúnicas e que ficou conhecido como “mesas girantes”,  tornou-se uma simples recreação, nada mais que um passatempo para as pessoas da alta sociedade.
   Convidado por amigos a frequentar tais reuniões, Kardec, a princípio não se interessou; mas, com o intuito de provar que tudo não passava de uma fraude, aceitou o convite. Constatando a veracidade do fato, a título de pequisa, passou a frequentá-las assiduamente, levando sempre uma série de perguntas sobre diversos assuntos e chegou à conclusão de que “um efeito inteligente, tem sempre uma causa inteligente.”
   Porém, foi só em 1856 que recebeu, pela médium Srta, Jafet, uma revelação positiva de sua missão.Sem compreender a razão da sua escolha, duvidou, mas o Espírito de Verdade lhe respondeu: “Confirmo o que foi dito, mas recomendo-lhe discrição se quiseres sair-te bem. Tomarás mais tarde conhecimento de coisas que te explicarão o que ora te surpreende. Não esqueças que podes triunfar, como podes falir. Nesse último caso, outro te substituirá, porquanto os desígnios de Deus não se assentam na cabeça de um só homem.”
   Assim foi, que teve início a sua grande missão como Codificador do Espiritismo.
   Em 18 de abril de 1857 publicou sua primeira obra da Codificação: “O Livro dos Espíritos”, adotando o pseudônimo de Allan Kardec, por sugestão de seu mentor espiritual, nome esse, que ele já o teve numa encarnação anterior, na Gália.
   Essa obra que surgiu pelas mãos de Kardec, sob a orientação do Espírito de Verdade, tornou-se a pedra fundamental do Espiritismo, seu marco inicial, o código de uma nova fase da evolução humana. Não foi propriamente escrita por ele, mas elaborada com as respostas dadas pelos espíritos às suas perguntas, nas sessões mediúnicas, com médiuns da mais absoluta confiança e num Consenso Universal, ou seja, com a concordância sobre um mesmo assunto, através de diferentes médiuns em diversos países.
   Um ano depois, para melhor contato com as pessoas que se interessaram pelo seu livro, Kardec fundou a revista espírita. Através dela, combateu a frivolidade com que pessoas da época encaravam o fato espírita. Sem Kardec, provavelmente, o Espiritismo seria até hoje uma simples brincadeira de salão. E, nesse mesmo ano, ou seja, em 1858, fundou a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, cuja finalidade era, justamente, o estudo da nova doutrina.
   O segundo livro da Codificação, o Livro dos Médiuns, abrangendo a parte experimental e científica da Doutrina Espírita, surgiu em 1861, levando o Espiritismo a ser reconhecido como uma ciência experimental.
   Nessa época, os inimigos do Espiritismo desencadearam uma série de injúrias, calúnias e críticas, acusando-o de ser responsável pela série de suicídios ocorridos na França, naquela época.  Esse fato, porém, não abalou Kardec. Mas, essa situação foi se agravando, o que levou o bispo de Barcelona a ordenar que os seus livros fossem queimados em praça pública. No entanto, tal acontecimento teve efeito contrário ao que se esperava; despertou mais interesse, o que contribuiu para que o Espiritismo crescesse..
   Em 1864 o Espiritismo já podia se considerar como vitorioso. Ultrapassando fronteiras, sociedades espíritas já surgiam por toda parte. Foi nesse ano que surgiu O Evangelho Segundo o Espiritismo, relativo à parte moral da doutrina. E, do mesmo modo que Jesus não veio para destruir a Lei de Deus, mas cumpri-la, o Espiritismo também não veio destruir os ensinamentos de Jesus, mas dar-lhes cumprimento, ou seja, auxiliar a humanidade a melhor compreender para poder praticar.
   O quarto livro da Codificação, O Céu e o Inferno foi publicado no ano seguinte, e o quinto e último livro, A Gênese, em janeiro de 1868.
   Após o seu desencarne que se deu em 31 de março de 1869, em Paris, em consequência de uma súbita parada cardíaca, seus amigos reuniram algumas de suas obras inacabadas, num único livro, que publicaram em 1890 com o título de Obras Póstumas.
   Seu corpo foi sepultado no cemitério de Père Lachaise (Paris) e, ainda hoje, tem sido muito visitado por pessoas de todas as partes do mundo. Sobre a lápide, um busto seu em bronze e a inscrição de uma frase de sua autoria: “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a Lei.”

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   O Evangelho Segundo O Espiritismo é considerado a obra mais sublime de Kardec e reflete a beleza dos ensinamentos de Jesus, que vão sendo esclarecidos e colocados ao alcance de todos, pois muitas passagens do Evangelho contidas na Bíblia, são ininteligíveis ou mesmo, absurdas. Nele constam, também, instruções transmitidas pelos bons Espíritos, a fim de auxiliar-nos em nossa trajetória evolutiva, através do “amai-vos uns aos outros” proferido pelo Divino Mestre, quando de sua curta passagem pela Terra.
   Se a Lei de Moisés pregava a Lei de Justiça, Jesus veio pregar a Lei de Amor que, hoje, o Espiritismo incentiva a ser cumprida.
   O Evangelho Segundo o Espiritismo se nos apresenta como um pedacinho do céu que se abre, para nos mostrar e possibilitar entender a Justiça Divina, que dá “a cada um, conforme suas obras.” E, comprovando a imortalidade da alma, nele aprendemos a ter mais aceitação dos revezes da vida, sabendo o quão são necessários para o nosso crescimento interior.
   Se lido e estudado com perseverança e atenção, pode ser considerado como o “pão da alma” que alimenta o espírito, assim como o pão material alimenta corpo. Essa obra, conforme diz Kardec, “é para uso geral; cada qual pode dela tirar os meios de conformar sua conduta à moral do Cristo.”
   Com os XXVIII capítulos nele desenvolvidos e acrescidos com as sublimes instruções dos Espíritos,“verdadeiras vozes do Céu” que vêm nos convidar à prática do Evangelho, além de uma belíssima coletânea de preces, só permanece na ignorância espiritual e persiste nos mesmos erros, aquele que o quer. Mas, os que já se conscientizaram da necessidade de evoluir, se procurarem colocar em prática o que aprendem a respeito de moral cristã, assimilando valores como o perdão e a humildade, darão um passo a mais em busca da evolução espiritual.
   Tendo a prática da caridade como meta a ser cumprida, compreenderão que o bem que fizermos aos outros, reverterá em bênçãos para nós mesmos. É por isso, que o Espiritismo traz como lema:”Fora da caridade não há salvação.”
   Em homenagem a Allan Kardec e aos 150 anos de O Evangelho Segundo o Espiritismo, várias comemorações estão sendo programadas, não apenas no Brasil, mas também no exterior, em diversos países onde o Espiritismo está sendo divulgado e implantado nos corações, graças à participação generosa de médiuns e palestrantes de alto gabarito, que procuram dar a sua contribuição para que, em breve tempo, este planeta deixe de ser um mundo de tantas dores, para elevar-se a um mundo de Regeneração. Não ainda um mundo feliz, mas, embora distante, a caminho para que, algum dia, isso se torne uma realidade.
File:Picswiss VD-47-01.jpg
Castelo de Yverdon onde Allan Kardec estudou sob o comando de Pestalozzi.
Yverdon-les-Bains, Suíça. Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Picswiss_VD-47-01.jpg
Ficheiro:Pestalozzi with the orphans in Stans.jpg
Pestalozzi e os órfãos de Stans.

Em  1º. de fevereiro de 1823, aos 18 anos,  Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)
lança o Curso prático e teórico de Aritmética segundo o método Pestalozziano
Imagem da 4ª. Edição.  Internet

Ficheiro:Allan Kardec portrait001.jpg


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