BLOG DE NOTÍCIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA.....ARAÇATUBA- SP

Atenção

"AS AFIRMAÇÕES, INFORMAÇÕES E PARECERES PUBLICADOS NESTE BLOG SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DE QUEM OS ELABOROU, ASSINA E OS REMETEU PARA PUBLICAÇÃO. FICA A CRITÉRIO DO RESPONSAVEL PELO BLOG A PUBLICAÇÃO OU NÃO DAS MATÉRIAS, COMENTÁRIOS OU INFORMAÇÕES ENCAMINHADOS."

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Artigo especial. A que se propõe O Evangelho segundo o Espiritismo?


                    Pedro Camilo. (Salvador, BA)

Quase sempre abrimos um livro, qualquer que seja ele, e nos precipitamos sobre as abordagens feitas pelo autor sem, contudo, procurar entender as razões de ser daquele trabalho. Interessa-nos o conteúdo, as lições, o aprendizado possível a ser realizado naquelas páginas que se abrem para nós, como um convite vivo ao conhecimento. Esquecemos, porém, que as introduções costumam falar muito de uma obra, representando o norte sem o qual a sua compreensão não será a mais completa possível.
Temos agido assim, ao longo das décadas, com O Evangelho segundo o Espiritismo. Tratado como um livro de autoajuda, quase sempre passeamos por suas páginas à procura de um consolo, de um alívio para nossas dores, esquecidos, porém, que também ele é um livro de estudos e, como tal, a sua introdução tem muito a nos dizer.
Sim, de estudos! Ali, naquelas páginas luminosas, Allan Kardec sedimentou as bases morais do Espiritismo, partindo do modelo de moral proposto pelos espíritos na resposta à pergunta 625 deO livro dos espíritos: Jesus. Não são, portanto, meros comentários sobre lições evangélicas, mas estudo sistematizado dos ensinamentos morais trazidos por Jesus, que também podem ser extraídos de sua vida, de seus feitos, de sua obra.
Somente começando a sua análise pelo começo, ou seja, pela sua introdução, é que poderemos perceber isso. Logo de início, Allan Kardec, como bom educador que era, tratou de fixar qual o objeto que perseguia ao apresentar aquele volume ao público. Tal medida era – como foi – de fundamental importância, haja vista que o grande público poderia entender que se tratava de uma tola pretensão de substituir, com aquele, os quatro Evangelhos ditos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João). Até hoje, inclusive, há quem se refira jocosamente à obra, dizendo tratar-se de “o Evangelho dos espíritas”!
Talvez antevendo isso, bem como pela precisão metodológica que marcava suas ações, Kardec principia seu estudo aduzindo, nas páginas introdutórias:

Podem dividir-se em cinco partes as matérias contidas nos Evangelhos: os atos comuns da vida do Cristo; os milagres; as predições; as palavras que foram tomadas pela Igreja para fundamento de seus dogmas; o ensino moral. As quatro primeiras têm sido objeto de controvérsias; a última, porém, conservou-se constantemente inatacável.

O mestre francês divide as abordagens possíveis sobre os Evangelhos em cinco eixos, afirmando que o “ensino moral” é aquele que se conservou inatacável, apesar dos milênios. De fato, as controvérsias sobre os atos da vida do Cristo, os milagres, as predições e os dogmas das Igrejas persistem até os dias de hoje. Contudo, mesmo os que não são cristãos admiram e reconhecem o valor dos ensinamentos morais do Cristo, o que revela sua grande importância teórica e prática para a vida.
Ninguém negará, por exemplo, o valor de virtudes como o amor, a beneficência, o perdão das ofensas e a necessidade de honrar pai e mãe, dentre outros. São valores cultuados em diversos credos e em diversas culturas, embora assumindo, por vezes, feições bastante peculiares.
É por essa razão que Kardec ainda afirma:

Para os homens, em particular, constitui aquele código uma regra de proceder que abrange todas as circunstâncias da vida privada e da vida pública, o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça. É, finalmente e acima de tudo, o roteiro infalível para a felicidade vindoura, o levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura.

Na medida em que explicitava suas lições a partir das lições do dia-a-dia, extraindo conceitos e exemplos da vida particular e da vida pública de homens e mulheres, Jesus apresentava um código de como proceder, revelando “o princípio básico de todas as relações sociais que se fundam na mais rigorosa justiça”.
Por essa razão, afirma Kardec, os ensinamentos morais do Cristo são postos como “roteiro infalível para a felicidade vindoura”, por constituir-se no “levantamento de uma ponta do véu que nos oculta a vida futura”.
E, após fazer afirmações tão peremptórias e importantes, arrebata ele, dizendo: “Essa arte é a que será objeto exclusivo desta obra”.
A ideia não era, pois, substituir os quatro Evangelhos, mas estudar os ensinos morais neles conditos, Assim sendo, na medida em que se propõe a resgatar tais ensinos, conferindo-lhes uma interpretação mais abrangente, por considerar a imortalidade da alma e as vidas futuras que a aguardam, a proposta de O Evangelho segundo o Espiritismo é constituir-se, para nós, “um roteiro infalível para a felicidade vindoura”.
É com isso em mente que devemos, a cada dia, buscar as suas páginas e sobre elas refletir.
Allan Kardec  Imagem Internet
Selo comemorativo do Centenário de O Evangelho Segundo o Espiritismo”, em 1964
Imagem: Internet
Estátuas dos quatro Evangelistas na Catedral de Brasília
Brasília, DF. Foto Ismael Gobbo
Teatro romano na Colina de Fourvière, em Lion, França.
Lião foi terra natal de Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec)
Foto Ismael Gobbo
Átrio subterrâneo do Museu do Louvre, Paris, França.
A obra da Codificação Espírita, por Allan Kardec, se deu em Paris.
Foto Ismael Gobbo

Paris, França. Ile de la Cité, o Sena e a  Catedral Notre Dame. Foto Ismael Gobbo

0 comentários: