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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Artigo especial. Ressoam as vozes do céu...


Lucy Dias Ramos.
Juiz de Fora, MG

Há 150 anos, Allan Kardec lançou O Evangelho Segundo o Espiritismo, completando o alicerce grandioso da Codificação Espírita, em seu tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso.
Até a publicação desta obra, ainda pairavam dúvidas entre os que admiravam e buscavam a compreensão da nova doutrina, quanto ao seu caráter religioso.
A publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo dissipou qualquer preocupação neste sentido, para todos os que já sentiam em seu íntimo e acreditavam no alvorecer desta nova etapa de crescimento espiritual para todos os seres humanos, já delineados nas instruções dos Espíritos Superiores em respostas às questões formuladas por A. Kardec no capítulo que trata das Leis Morais, em O livro dos Espíritos.
Estes compreendiam o objetivo maior do Espiritismo – o progresso moral da Humanidade, que somente poderia ser realizado à luz do Evangelho de Jesus.
Muitos cientistas e estudiosos da nova doutrina continuaram por muito tempo, discordando de que a Doutrina Espírita fosse uma religião, todavia foi justamente Allan Kardec que inseriu em seu discurso na Sociedade de Paris e publicada na Revista Espírita, em dezembro de 1868, durante a sessão comemorativa dos mortos.
Em sua oratória ele vai discorrer amplamente sobre a diferença entre o Espiritismo e as demais religiões, deixando claro que tudo o que realizamos religiosamente nas práticas espíritas enquadra no correto conceito que se faz de uma religião, cujo objetivo é religar a criatura ao seu Criador, no entanto esclarece o Codificador que:
(...) No sentido filosófico o Espiritismo é uma religião, e nós nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases sólidas: as mesmas leis da natureza.”[1]
E justificando o tema de sua palestra sobre o caráter religioso da Doutrina Espírita, informa:
“Porque, então declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem.”[2]
            Ele preferia, então, a denominar Doutrina filosófica e moral.
Mas com o tempo, as polêmicas foram desaparecendo em torno das denominações porque o objetivo foi alcançado e a Doutrina Espírita se firmou como o Consolador Prometido, restaurando o Cristianismo e apresentado ao homem uma fé raciocinada, as consolações diante do sofrimento e as explicações claras em torno da vida, da imortalidade e comunicabilidade com o mundo espiritual.
No prefácio da obra, assinado por O Espírito de Verdade, a mensagem recebida por via mediúnica, exorta-nos a nos unirmos em torno do sentido real dos ensinamentos cristãos:
“Eu vos digo, em verdade, são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas em seu sentido verdadeiro para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos. As grandes vozes do céu ressoam... (...)”[3]
Encontramos, também, na introdução de O Evangelho Segundo o Espiritismo, quando Kardec fala dos objetivos da obra, o seguinte:
“Muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sagrados em geral, não são inteligíveis, muitos mesmo não parecem irracionais senão pela falta de uma chave para compreender-lhes o verdadeiro sentido; essa chave está inteiramente no Espiritismo, como já se convenceram aqueles que o estudaram seriamente, e como ainda o reconhecerão melhor mais tarde.”[4]

Coerente com o planejamento espiritual estabelecido para a Codificação Espírita, Kardec não se restringe, ele próprio a analisar e comentar a parte moral do Evangelho de Jesus, descrita pelos apóstolos no Novo Testamento, solicita a colaboração de inúmeros médiuns de várias partes do mundo e insere na parte final de cada item as Instruções dos Espíritos, fechando os comentários do capítulo apresentado com as mensagens dos Espíritos que colaboravam na implantação da nova doutrina.
Kardec poderia ter escrito todos os comentários, mas como não desejava dar um caráter pessoal à obra, confirmando que era a Religião dos Espíritos, definindo sua missão de codificá-la e apresentá-la como o fez com os demais livros do Pentateuco Espírita.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, obra inigualável que orienta corretamente o comportamento humano em qualquer época de seu desenvolvimento moral, é compreensível e aceita por todos que a lêem, buscando em suas páginas o consolo, o lenitivo para as dores da alma, a edificação da paz no mundo íntimo.
Elucida e esclarece os ensinamentos do Mestre Jesus e como afirma Kardec:
 (...) Facultará de um modo permanente, entre os homens e o mundo invisível, a lei evangélica ensinada a todas as nações pelos próprios espíritos, não será mais letra morta, porque cada um a compreenderá, e será incessantemente solicitado em praticá-la pelos conselhos de seus guias  espirituais.
As instruções dos Espíritos são verdadeiramente as vozes dos céu que vêem esclarecer os homens e convidá-los à prática do Evangelho.”[5]
A doutrina Espírita em sua feição de O Consolador Prometido, possibilitando a volta do Cristianismo em sua pureza primitiva tem um caráter muito mais alto que as simples investigações científicas ou lucubrações filosóficas que são instáveis e se modificam ao longo dos tempos...
O Espiritismo é nova luz que incide sobre os ensinamentos morais do Cristo, sem limitações e permanecerá como o roteiro seguro para o crescimento moral da Humanidade em sua linha de evolução na escala dos mundos.
Emmanuel comenta com lucidez que:
“Espiritismo sem Evangelho é apenas sistematização de idéias para a transposição da atividade mental, sem maior eficiência na construção do porvir humano.” [6]
Nesta data, que comemoramos os 150 anos do lançamento desta obra tão importante, nosso preito degratidão ao insigne Allan Kardec que deixou para a Humanidade o legado sublime que nos propicia caminhar com lucidez e segurança, sob as luzes do amor, libertando nossas consciências e nossos corações da indiferença e do preconceito.
Ficheiro:Burning of jan hus at the stake at council of constance.jpg
Preparação da execução do Reformador  Jan Hus (1369 – 1415). 
Informações dos espíritos noticiam que Hippolyte Léon Denizard Rivail  (Allan Kardec)  (1804-1869) foi a reencarnação de Hus
Kardec criança. Imagem desenvolvida em computador por Marisa Cajado
  (Guarujá, SP) a partir de imagens conhecidas de  Kardec em idade mais avançada.
Allan Kardec, codificador do Espiritismo. Óleo sobre tela por Nair Camargo. São Paulo, Brasil.
Foto Ismael Gobbo
Ficheiro:François de Salignac de la Mothe-Fénelon.PNG
Retrato de François de Salignac de la Mothe-Fénelon (1651- 1715) , por Joseph Vivien.
O espírito Fénelon participou da obra da Codificação do Espiritismo através de mensagens que constam das obras básicas,
dentre elas O Evangelho Segundo o Espiritismo.  
O grande e belo monumento em estilo neoclássico do Panteão,  em Paris, França.  No  local estão sepultadas
 dezenas de personalidades famosas como: Fénelon, Victor Hugo, Braille, Voltaire. Foto Ismael Gobbo

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