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sábado, 3 de maio de 2014

Artigo especial. Evangelho – Caminho de Libertação


Carlos Campetti
Brasília, DF

Na essência, nenhum dos grandes reveladores registrados pela história teve o propósito de criar seitas e religiões que dividissem as pessoas e as colocassem umas contra as outras. Evidente que surgiram e têm surgido falsos profetas, mas preferimos nos referir aos enviados para o estabelecimento, nos diversos povos, das bases da fraternidade e do amor que transcendem as fronteiras de raça, cultura, condição social ou intelectual.
Jesus foi o maior de todos eles, pois, governador do Planeta, com uma plêiade imensa de colaboradores, é o Espírito puro que sustenta a Terra e guia os destinos de seus habitantes, Espíritos em processo de evolução, irmãos menores, destinados à felicidade que é conquista individual pelo esforço próprio.
Na tentativa de registrar o ensinamento de Jesus, cada um dos quatro Evangelhos, escritos por Mateus, Marcos, Lucas e João, contém ensinamentos para o autoconhecimento, a harmonia com a Lei Divina e a plena integração nos propósitos da criação. Em outras palavras, são caminhos de libertação das peias da ignorância para que o ser alcance o Reino de Deus, que, conforme orienta Jesus, está dentro de cada um de nós, e, portanto, somente pode ser encontrado pela jornada interior que promove a concretização de todas as potencialidades depositadas pelo Criador na criatura.
Em muitos pontos os evangelistas coincidem, mas há evidentes diferenças que indicam haver muitas maneiras de alcançar a meta. Ao identificar e descrever o “caminho” é comum que, homens falíveis e sujeitos aos costumes, cultura e preconceitos de sua época, se deixassem influenciar na forma de descrever as vias para o grande encontro, a “festa das bodas” descrita na conhecida parábola de Jesus.
Impossível ignorar também as interpolações e acréscimos que o texto “original” ganhou ao longo do tempo, constituindo auxílios ou ruídos para o entendimento do grande processo do autodescobrimento e da realização plena do “amor pelo próximo”.
Evidente ainda o surgimento das diversas religiões, fruto das interpretações que pessoas e grupos fizeram dos ensinamentos dos grandes reveladores, promovendo as divisões e cultivando os preconceitos alimentados pelo egoísmo que considera a “sua” a “melhor religião” em detrimento de todas as “outras”, consideradas inimigas e merecedoras de combate “em nome de Deus” ou “de Jesus”, todas elas baseadas em um ponto comum: a imposição de dogmas pela fé cega que findou por gerar uma onda imensa de ateísmo nas camadas mais ilustradas da sociedade do tempo de Allan Kardec e que já alcançava a população menos favorecida no campo socioeconômico e da cultura.
Não há registro de que Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869) fizesse opção por uma ou outra religião. Naturalmente as conhecia como homem culto que era e pelo fato de pertencer a uma família católica por tradição e por ter sido educado em um colégio de orientação protestante – o de Yverdon (1805-1825), administrado por Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827). Seus escritos evidenciam que era consciente da dificuldade de sua época antes de conhecer o fenômeno da comunicação dos Espíritos. Aliás, esse fato surgiu para ele como uma resposta às suas preocupações e inquietações referentes ao grande crescimento do materialismo em sua época. Como educador sabia das consequências da ausência de uma base moral apoiada em uma fé consciente que pudesse guiar os passos da criatura na realização de sua potencialidade de filha de Deus.
Iniciou o trabalho com a mesma dedicação que sempre aplicou a todas as suas atividades. Não tinha ideia, inicialmente, do tamanho da obra. Mas ela foi-se desenhando progressivamente à medida que publicava O livro dos espíritosO livro dos médiuns... até o momento em que ele se deparou com a necessidade de reapresentar o caminho de libertação para seus irmãos em humanidade, livre dos preconceitos que prevaleciam sobre a essência do ensino cristão.
Isolou-se e concentrou seus esforços na organização da obra monumental que resume a essência dos quatro evangelhos e de todo o Antigo e o Novo Testamentos, revelando a verdadeira Lei de Deus que é o amor; a certeza na vida futura como eixo fundamental do ensino de Jesus; as muitas moradas da casa do Pai; a reencarnação como evidência da justiça divina e da lei de evolução que preside nossos destinos; as bem-aventuranças tendo como fonte o discurso mais completo de Jesus, o sermão da montanha, verdadeiro roteiro para o Reino de Deus, começando pelo “bem aventurados os aflitos” e seguindo com os pobres de espírito, os puros de coração, os pacificadores, os misericordiosos, o amor ao próximo e aos inimigos, honrar pai e mãe. Merece destaque especial o Cristo Consolador, o retorno do Mestre com seus ensinos apresentados na mesma simplicidade e profundidade da origem. O papel da riqueza é examinado com maestria pelo Codificador com o auxílio da espiritualidade superior. Ainda podem ser destacados, entre muitos outros, a caridade como condição única da salvação; o convite para sermos perfeitos como perfeito é nosso Pai celestial; a importância da fé raciocinada, da crença em Deus, mas sabendo por quê; os trabalhadores da última hora; o cuidado com os falsos profetas; não separar o que Deus juntou e a estranha moral; a lâmpada que precisa brilhar. E finalmente, encaminhando o candidato para a culminância de sua preparação, a importância de cumprir a parte que lhe cabe no “ajuda-te que o céu te ajudará”; o dar de graça...; o significado da oração e o exercício da conversa com o Criador como corolário de todo o processo do autoconhecimento e integração na obra divina para o cumprimento do seu papel de filho do Pai.
O evangelho segundo o espiritismo é o caminho de libertação da ignorância e do egoísmo que nos leva a viajar para dentro de nós mesmos no processo do autodescobrimento, passando pelo conhecimento da Lei Divina; pela conscientização de nosso papel na vida; da fraternidade que nos deve unir a todos, irmãos que somos, pois filhos do mesmo Pai; de como exercitar o amor a Deus e ao próximo como a nós mesmos e de tudo o que necessitamos para sermos discípulos seus: que nos amemos uns aos outros como Ele nos tem amado.
Finalmente, O evangelho segundo o espiritismo, coerente com a proposta de todos os grandes reveladores registrados pela história, muito especialmente o Cristo, nos liberta do preconceito religioso que divide os filhos do mesmo Pai, pois propõe e orienta para o exercício da fraternidade e da caridade de uns em relação aos outros.
Estátuas dos quatro Evangelistas na Catedral de Brasília
Brasília, DF. Foto Ismael Gobbo
Ópera de Lião, França. Foto Ismael Gobbo
Em Lião,  Allan Kardec, codificador do Espiritismo,  nasceu aos 3 de outubro de 1804.
Ficheiro:Blaise Pascal 2.jpg
Blaise Pascal (1623- 1662)  Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Blaise_Pascal
Pascal esta presente em O Evangelho Segundo o  Espiritismo nos capítulos
 XI -12 (O egoísmo)   e  XVI- 09 (A verdadeira propriedade)
Allan Kardec, codificador do Espiritismo. Imagem internet
Jesus. Pintura em parede na Casa da Caridade, por Maria Tereza Braga, Araçatuba, SP

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