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domingo, 13 de janeiro de 2019

Um pouco da vida e da obra de dona Cynira Barros Macedo Carmini

Nasceu em Batatais, SP, aos 17 de novembro de 1928, filha de Antonio Paulino de Macedo e de dona Gabriela Garcia de Macedo. Viúva por duas vezes, deixa do segundo casamento com José Miragaia Carmini, os filhos Marco Antonio e Paulo, casados respectivamente com Ana Marta e Vera. Deixa a neta Priscilla filha de Paulo e Vera. Depois de passar por problemas de saúde, últimamente alternou a casa com internamentos no hospital, recebendo a ajuda dos familiares, dos amigos e abnegadas colaboradoras que velaram pela sua saúde física e espiritual. Desencarnou na tarde/noite deste sábado, 12-01-2019, em Araçatuba, SP.,  onde será sepultada no Cemitério da Saudade, neste domingo, às 16 horas.

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A Professora Cynira

Dona Cynira se formou como professora primária na Escola Normal “Manoel Bento da Cruz em Araçatuba, SP, iniciando suas atividades de educadora de forma muito difícil como se constata  num dos relatos de Cynira  ao sr. Dias Varela no trabalho que este elaborou intitulado:  “MEMÓRIAS DA PROFESSORA PRIMÁRIA CYNIRA
“No princípio de maio de 1952, a pedido da fazendeira Urisbella Duarte, quando era prefeito Dr. Valadão Furquim, fui nomeada para lecionar na Escola Municipal da Fazenda Santa Maria, de Antenor Duarte, no bairro Córrego Azul, Araçatuba.
A escola era de madeira, tendo a sala de aula, ao lado comunicando por uma porta, o meu quarto e um banheiro, cujo chuveiro era estilo “Tiradentes”, isto é: descia-se a corda por uma carretilha, punha-se 20 litros de água, puxava-se a corda e a prendia a um gancho e o banho tinha que ser rápido, para não acabar a água.  Como vêem eu tinha uma “suíte” na escola.
Eu não morava na sede da fazenda, que é ótima, porque era longe, e eu lecionava curso de adulto á noite. D. Urisbella, no entanto, era muito atenciosa e incumbiu uma empregada, da fazenda, para me fornecer as refeições”
Outro relato do mesmo trabalho:
“Certo dia um aluno chamado Antonio faltou e no dia seguinte, quando eu estava explicando matemática, olhei para o Antônio e ele estava cochilando. Para despertá-lo eu brinquei: “está pescando, Antonio?”. E ele assustado me respondeu: Ah, professora, só consegui um peixinho e nem deu para trazer algum para a senhora! A risada foi geral, mas o Antonio despertou e prestou atenção. Soube que hoje ele é abastado comerciante.”
E a luta de dona Cynira, cheia de peripécias e passando muito perigo prosseguia pelas fazendas da região onde tinha de atravessar o rio de balsa ou de bote, enfrentar o perigo de cobras venenosas, viajar em cima de caminhões carregados de toras, montar a cavalo, dentre outras situações difíceis que traziam enormes preocupações para os pais. E assim passou por outras regiões como em escola na estrada que ligava Presidente Venceslau a Dracena e em Machado de Melo nas proximidades de Mirandópolis.
Casando-se dona Cynira se transferiu para Carapicuiba passando a lecionar na E.E.P.G. do bairro Vila Caldas. Um ano e meio depois de casada perdeu o marido vítima de um tumor cerebral.
Após lecionou na E.E.P.G. Eloi Lacerda, na parada Antônio João, perto de Osasco.
Depois de três anos de viuvez casou-se em segundas núpcias com José Miragaia Carmini no ano de 1960.
Do consórcio nasceu o filho Marco Antonio, o “Tuca” que,  experimentando um problema cardíaco sério e por orientação médica deveria residir em região de clima mais quente e seco. Cynira retornou para Araçatuba e passou a lecionar novamente na zona rural no chamado Patrimônio da Mata. Fez muitas viagens para São Paulo onde Marco Antonio foi tratado pelos drs Radi Macruz e passado por cirurgia pelas mãos do Dr. Zerbini. Em Araçatuba era tratado por Dr. Luiz Geraldo Fonseca por quem dona Cynira nutre enorme admiração e reconhecimento.
Lecionou  no EEPG Índio Poti e no final de 1978,  se mudou para Campinas para onde o marido foi transferido. Por problemas de falta de Concurso de Remoção foi obrigada a fazer viagens no trajeto Campinas para Araçatuba para lecionar de 2ª a 6ª feiras e retornar para Campinas onde deixara o marido e os filhos Marco Antonio e Paulo
Saindo uma  readaptação começou a lecionar na EEPG Benedito Sampaio próxima da sua residência em Campinas.
Em seguida lecionou na EEPG Professora Ana Rita Godinho Pousa onde, depois de trinta e cinco anos lecionando da 1ª. à 4ª. série do 1º. Grau (antigo primário), aposentou-se no dia 30 de janeiro de 1987.

(Dados colhidos no trabalho de Dias Varela acima mencionado)

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A vida Espírita de Dona Cynira
Nas conversas que mantivemos  com Dona Cynira esta nos contava de forma reiterada a sua aproximação com a médium Irma Ragazzi Martins um dos vultos de destaque do movimento espírita de Araçatuba. Nos momentos difíceis por que passava era a ela que recorria em busca de uma orientação ou  consolo.
Posteriormente se fixou na Instituição Nosso Lar, entidade à qual esteve vinculada até hoje na prestação de relevantes serviços nas mais diversas atividades. Muito difícil, quiçá impossível,  enumerar tudo o que fez quer nas atividades doutrinárias como nas assistenciais.
Médium de inquestionáveis recursos, sobretudo pela fidelidade e humildade, nas reuniões presididas por Rolando Perri Cefaly e Dona Emília Santos, ao final os participantes tinham a oportunidade de sorver as palavras sábias de sua mentora espiritual, a sua avó Laura Cândida de Macedo.
Com tempo escasso pelos deveres profissionais e doenças em família ainda encontrava tempo para ensinar bordado para as crianças, adolescentes e adultos realizados pela instituição e expostos nos bazares que  eram realizados nas dependências da Casa da Sopa Emilia Santos.
Cozinheira e doceira de mão cheia fazia de tudo para os “Chás Beneficentes”  realizados pela instituição ajudando na organização e venda dos convites.
Durante muitos anos, mesmo com algumas dificuldades físicas, deu plantão na Banca do Livro Espírita na Praça Rui Barbosa.
Quando residiu na cidade de Campinas prestou sua inestimável colaboração no Centro Espírita Allan Kardec onde contava com a amizade e admiração da inesquecível Terezinha Oliveira.
No dia-a-dia, foi a caridade em pessoa. Só quem conviveu com Dona Cynira pode avaliar ainda que de forma tímida e incompleta o quanto essa criatura ajudou. Desde alunos da escola com deficiências que ela praticamente carregava no colo como inumeráveis pessoas e famílias necessitadas que ela se preocupou em ajudar mesmo sacrificando o seu próprio orçamento.
Até dias atrás Dona Cynira realizava o Culto do Evangelho no Lar, fazendo o estudo e vibrações para dezenas de pessoas necessitadas mesmo  já com dificuldades para pronunciar os nomes dos beneficiados.
Neste breve texto, escrito no momento em que seu corpo é velado, eu particularmente posso afiançar do fundo do coração que perdi um talento insubstituível que me serviu de esteio por quase seis décadas. Para mim, Ismael Gobbo, o espigão divisor existe: Antes e depois de Dona Cynira Barros de Macedo Carmini. Se estivesse encarnada me chamaria atenção porque sempre me cortou a conversa quando esboçava algum elogio à sua pessoa.  Agora, no mundo espiritual, vai verificar que os elogios saiam do coração e a espiritualidade dirá que não houve nenhum exagero. Dona Cynira,  meu muito obrigado. Tínhamos um pacto de que o que fosse primeiro iria ajudar o outro. Preciso muito da senhora e da sua ajuda!
(Ismael Gobbo)

Os meninos Paulo e Marco Antonio, dona Cynira o esposo José e familiares e José com o filho.
Aniversário de Marco Antonio (Tuca) o menor entre o bolo e dona Cynira, Zézinho, o pai, com Paulo no colo.
Tuca e Paulo e o pai Zezinho.
As saudosas Therezinha Oliveira e Cynira Barros de Macedo Carmini em Araçatuba, SP. Foto Ismael Gobbo
Dona Cynira em foto com os filhos Marco Antonio e Paulo no seu aniversário de 90 anos.
Laura Cândida de Macedo, avó e mentora espiritual da médium Cynira.
Dona Cynira e Dona Joana em comemoração de aniversário na Instituição Nosso Lar
acompanhadas de Gracia e Vilma, filhas de Joana. Fotos Ismael Gobbo
Cidinha e Dona Cynira em fazenda da família de Cynira em Batatais, sua terra natal. Foto Ismael Gobbo
Cynira em casa da fazenda de familiares em Batatais. Foto Ismael Gobbo.
Cynira e Cidinha na Igreja Matriz Bom Jesus da Cana Verde, em  Batatais, rica em obras de Cândido Portinari.
Foto Ismael Gobbo
A alegria da vovó Cynira com a neta Priscilla.

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