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domingo, 2 de setembro de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo) IX– O fim do imperialismo egípcio



Com o Novo Império, o Egito vivenciou cinco séculos de progresso e esplendor.
     Mas, ao final do governo de seu último representante, Ramsés XI, da XX dinastia, as notícias de Tebas assinalam um declínio generalizado, sobretudo pelo eclipsar da figura do faraó, pelo surgimento do desemprego em massa, pela corrupção entre os funcionários públicos, pelas greves, pela seca e fome, além de uma inusitada onde de saques, da qual nem os túmulos reais se livraram.
     A anarquia e o desprestigio do supremo governante ensejaram às famílias provincianas ascenderem ao poder em bases diferentes e ainda que algumas mantivessem laços de parentesco, como realmente aconteceu, não se mostraram suficientemente desprendidas a ponto de fomentarem a unificação.
     Em face disso, as dinastias se sucediam, de inicio, mostravam-se promissoras e com relativo vigor, mas ao cabo de certo tempo, feneciam inapelavelmente.
     O Egito passou então a colecionar mais fracassos que vitórias e salvo alguns lapsos onde emergia a impressão de uma possível recuperação, o país nunca mais se viu a salvo do assédio estrangeiro e por vários séculos até a capitulação final sempre esteve às voltas com conquistadores e mercenários.

Terceiro período intermediário

     A tendência desse período foi marcantemente direcionada à formação de cidades-estado independentes.  Iniciou-se com Smendes, fundador da XXI dinastia, por volta de 1069 aC., num governo que já se evidenciava dividido. Com efeito, enquanto este administrava o Baixo Egito, sediado em Tânis, no Delta, uma grande porção do Egito compreendida entre El-Hiba (sul de Faium) até Assua, ao sul, era governada pelos altos sacerdotes de Amon, com sede em Tebas.
     Psusenes I, provavelmente o mais importante da dinastia, também esteve estabelecido em Tânis, local onde foi encontrado seu túmulo por Pierre Montet, em 1940, enquanto o Alto Egito continuava sendo dirigido por generais líbios, com sede em solo tebano.
     Algumas das linhagens, pelo que se sabe, toleravam-se, registrando-se até uniões matrimoniais entre as famílias dos respectivos mandatários. Assim, por exemplo, Psusenes I parece ter sido filho de um dos altos sacerdotes tebanos, e uma de suas filhas, igualmente, teria se casado com um sacerdote de Tebas.
     Contudo, essas relações foram insuficientes para que o regime de governo fosse unificado, como nos séculos precedentes.
     Dentre os governantes de origem líbia, destacou-se o rei Sesonquis I, que se notabilizou pela invasão da Palestina e por ter arrebatado os ricos tesouros do templo de Salomão, utilizados por algum tempo para amenizar as agruras por que passavam os egípcios.
     A ascensão de Sesonquis I coincidiu com o declínio do poder dos sacerdotes de Amon, circunstância que lhe permitiria nomear o filho em Tebas e, destarte, acenar para a unificação dos dois reinos.
     Todavia, a objeção dos tebanos contra a indicação de Osorcon enseja à proliferação de guerras e, com isso, perduram os governos rivais.
     Sucederam-se outras dinastias e, quando na XXV, o rei etíope Pianqui parecia ter restabelecido parcialmente a unidade, sofre duas invasões sucessivas dos assírios, com Assaradão ocupando Mênfis e, posteriormente, Assurbanipal tomando e saqueando Tebas.
     As circunstâncias levaram o Egito a experimentar o estigma da ruína, em meio a derrotas avassaladoras.

O Período Saíta 

     Coube a Psamético I, de Saís, no Delta, repelir, com a ajuda de mercenários gregos, os invasores assírios do Egito, perseguindo-os até a Palestina. Esse período, conhecido como o do renascimento saítico, iniciado na XXVI dinastia, foi alentador para o Egito.
     Ainda que fugaz, permitiu um relativo brilho às hostes egípcias, os exércitos voltaram,, ainda que pela derradeira vez, a marchar em terras asiáticas e núbias; as tradições religiosas reascenderam-se e voltaram às suas origens, assim como o prestígio dos Textos das Pirâmides foi restabelecido.
     Com sua morte, assume Nekao, que intervém com seus exércitos na Palestina e na Síria, os quais submete ao seu controle; inicia um canal do Nilo ao Mar Vermelho e encarrega os fenícios de procederem à circunavegação da África.
     Apriés retoma a conquista asiática, mas é derrubado por seu general Amasis, que enfrenta os ataques do rei da Babilônia, o famoso Nabucodonosor.
     O fim do período Saíta ocorre com a morte de Psamético III, o último soberano nacional egípcio, após derrotado pelas tropas de Cambises, rei dos persas, em Pelusa.

Os Persas 

     Com Cambises, que incorpora o Egito ao seu império na condição de satrapia, inicia-se o período da primeira dominação persa e a XXVII dinastia, onde os governantes procuram manter a organização social anterior e desenvolver a economia.
     Em 404 a.C., o Egito liberta-se da dominação persa subindo ao poder um aristocrata do Delta, Amirteu, único faraó da XXVIII dinastia, permitindo um revigorar das suas instituições e cultura.
     Porém, a segunda dominação persa acontece com Artaxerxes III, que saqueia o Egito e só se encerra em 332 a.C., quando Alexandre, o Grande, entra vitorioso no país.

O Período Ptolomaico e a dominação romana

     Alexandre, o famoso rei macedônio, que já enfrentara e batera os Persas anteriormente, derrota Dario III, sendo recebido pelos egípcios como libertador e lídimo representante dos faraós.
     Busca respeitar as instituições e procura restabelecer a paz, a ordem e a economia.
     Funda a cidade de Alexandria, na costa mediterrânea, tornando-a um dos centros culturais mais importantes do mundo.
     Morre ainda jovem, em 323 a.C., sendo sepultado em Alexandria, onde, em 1977, foi encontrado seu esplêndido sarcófago de alabastro.
     Sucede-lhe um de seus generais, Ptolomeu, iniciador da dinastia dos Lágidas, lançadora das bases do processo de helenização do país.
     Destacaram-se Ptolomeu Filadelfo, que expandiu o comércio, construiu cidades, criou uma biblioteca e um museu em Alexandria; Ptolomeu Evérgetes, que enalteceu as letras e a arquitetura, e Ptolomeu Epífano, que, coroado em 196 a.C., teve como homenagem a redação do decreto inscrito na célebre Pedra de Roseta (*).
     Celebrizou-se nesse período Cleópatra VII, filha de Ptolomeu Auletes, última representante dos Ptolomeus, que, embora estrangeira de origem, foi muito respeitada no Egito e tida como uma verdadeira faraó.
     Entretanto, foi em seu governo que o Egito se entregou de vez. Apoiou-se inicialmente em Júlio César, que a ajudou a vencer o irmão Ptolomeu XII numa guerra civil e subir ao trono com o irmão menor Ptolomeu XIII.
     Quando o irmão reclamou sua parcela de autoridade, Cleópatra o mata e associa ao trono seu filho Cesarion, que nascera de seu romance com Júlio César. Morou com César em Roma até este ser assassinado em 44 a.C.
     Hostilizada pelos romanos, acabou retornando ao Egito, onde acabou amante do general romano Marco Antônio, a ele se associando na luta contra os Partas. Cleópatra recebem muitos territórios como doação e isso a fez muito impopular em Roma.
     Otávio, aproveitando o ensejo, declara guerra contra eles e acaba por aniquilar a esquadra egípcia na famosa batalha de Actium, em 30 a.C.
     Cleópatra foge para Alexandria, onde Marco Antonio se suicidara ao receber a falsa notícia de seu suicídio.
     A famosa rainha tenta seduzir Otávio que, além de não cair em seus encantos, determina a morte do filho que ela tivera com César.
     Na iminência de ser feita prisioneira e assim ser levada a Roma, prefere a morte, deixando-se picar por uma áspide.
     Com o desaparecimento da última representante da dinastia dos Ptolomeus, o poderoso Egito de outrora passa a ser uma mera província romana.

(*) Vide artigos II e III

Próxima artigo: O Papiro e a Flor de Lótus

Templo de Ísis, em Filé, próximo de Assuã, no Alto Egito. Foto Ismael Gobbo
Rara escultura que traz Hórus protegendo aquele que seria o faraó Ramsés II
ainda criança,  com o dedo na boca. Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
File:Psusennes I mask by Rafaèle.jpg
Máscara mortuária de Psusenes I. Descoberta em Tânis por Pierre Montet no ano de 1940
File:Egypte louvre 066.jpg
Pingente em ouro sólido e lápis-lazúli  trazendo  o nome de  Osorkon II.
A jóia representa a sagrada tríade da família de Osíris, que tem o  filho Hórus,  à esquerda,  e Ísis, a mãe deste, à direita.
Ficheiro:Egypte louvre 043 sphinx.jpg
Esfinge de Apriés. Museu do Louvre
Alexandre, o Grande. Cópia em  mármore segundo original de Lisipo.
Museu Arqueológico de Istambul, Turquia. Foto Ismael Gobbo.
Ficheiro:CleopatraVIICoin.jpg
Moeda com esfinge de Cleópatra
Representação de Cleópatra e seu filho Cesarion no Templo de  Dendera. Egito.
File:Egypte louvre 035 pendentif.jpg
Amuleto em forma de pingente  com o hieróglifo de Dario I. Museu do Louvre. Paris
Grupo tocando e dançando para turistas em rua de Luxor, Egito. Foto Ismael Gobbo






NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 03-09-2012

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