Defrontados com o noticiário alarmante em torno de calamidades públicas a colher desprevenidos os nossos irmãos do caminho, necessário se faz serenemos o íntimo na fortaleza da prece.
Diz a sabedoria celeste que não cai uma só folha de árvore sem que o Pai o queira.
Normalmente, os horizontes estreitos da vida humana alteram-nos o campo de visão, limitando-nos o alcance de nossa compreensão.
A fé genuína, contudo, nos endereça o expressivo convite à compreensão dos desígnios de Cima, reconhecendo que tudo segue segundo a vontade soberana de Deus, sempre magnanimamente justa e plena de misericórdia.
Sem dúvida, as provações coletivas, levando centenas de almas às portas da desencarnação traumática, e vitimando milhares de outras à penúria e à necessidade, têm o condão de nos sensibilizar as fibras mais íntimas, muitas vezes levando-nos às lágrimas.
Entretanto, emotividade sem ação efetiva no bem equivale a sentimento inútil que para nada serve.
Sabendo nós que a justiça e misericórdia divinas presidem todos os movimentos da vida, aceitemos todos os episódios em torno de nossos passos como ocorrências naturais da estrada. Tudo é aprendizado e experiência destinados à iluminação e ao progresso espiritual das criaturas em romagem pela Terra.
Se já entendemos a chave da reencarnação como sublime oportunidade de abrir as portas da redenção de nosso passado obscuro e delituoso, poderemos facilmente concluir que na maioria dos casos a provação inevitável a colher irmãos de nosso caminho é sublime oportunidade de redenção espiritual que a bondade de Deus lhes faculta à própria consciência milenária.
Todos nós somos chamados a absorver esse grande ensinamento, compreendendo que a liberdade espiritual e o progresso moral que todos almejam, representando o nosso destino ascensional para Deus, somente será plenamente realizável na medida exata de nossa aceitação íntima dos obstáculos interpostos em nossa estrada.
Resignar-se alguém aos ditames inevitáveis da experiência humana é valor de espiritualização de que não podemos prescindir.
Aceitar a prova e resignar-se diante da dor é trabalho interior de construção dos dons inefáveis da fé na vida superior e, em última análise, é demonstração ativa do amor que devemos consagrar, com todas as nossas forças, à divina paternidade do Criador, o Deus de amor e sabedoria, que pacientemente nos espera desde tempos imemoriais.
Saibamos honrá-Lo na rocha de nossos sentimentos mais recônditos e na luz de nossos pensamentos mais íntimos. Em assim procedendo, iremos, paulatinamente, saber que ao invés de lágrimas e lamentações vazias de significado cada qual de nós é simplesmente chamado a colaborar com os sofredores, estendendo-lhes a mão amiga e fraterna de irmão.
Theophorus
(MENSAGEM PSICOGRAFADA POR GERALDO LEMOS NETO, EM REUNIÃO PÚBLICA NO CENTRO ESPÍRITA LUZ, AMOR E CARIDADE, NA NOITE DE 14 DE JANEIRO DE 2011.)
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