Conforme noticiamos, estamos dando inicio à publicação de 22 textos ilustrados, às segundas feiras, contando um pouco da história do Egito. Esses artigos, já publicados em jornais, não são Espíritas, todavia, algumas informações sobre a extraordinária civilização egípcia podem suscitar aos caros leitores estudos mais aprofundados e fazerem essa correlação do Egito com o Espiritismo. Desde já, convidamos os leitores que tenham artigos fazendo esse paralelo que nos facultem as publicações. Também quem possua álbuns fotográficos documentando suas viagens ao Egito e queiram que publiquemos as imagens podem nos enviar em JPG, uma a uma, como anexos, com a respectiva legenda, crédito das fotos, data da viagem, etc. Será uma forma de realizarmos um trabalho de ampla participação, com conteúdo cultural, religioso, etc, O nosso objetivo é para que venhamos realizar uma atividade interessante e proveitosa para a qual muitos poderão contribuir. Ismael Gobbo
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon
Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
Um pouco da história
O Antigo Egito (Ismael Gobbo)
I – A Redescoberta
O Egito abrigou na antiguidade uma das mais avançadas e admiradas civilizações que a humanidade conheceu.
Sua técnica construtiva; a curiosa grafia dos hieróglifos; a religião pautada na crença da imortalidade; as artes retratadas nos papiros, murais, sarcófagos, estátuas e jóias; as tradições; a forma de vida; os governantes; o Nilo; enfim, tudo o que diz respeito ao território dos faraós fascinou os estudiosos antigos e continua sendo objeto de reiteradas pesquisas pelos especialistas modernos, seja pelas escavações naquele território, como pelo estudo dos acervos espalhados pelo mundo nos grandes museus, galerias de arte e coleções particulares.
O grande enigma
Durante séculos, historiadores procuraram conhecer o “modus vivendi” dos egípcios e alguns aspectos do dia a dia foram transmitidos à posteridade por testemunhas oculares. Heródoto (século V a.C), autor da célebre legenda – “O Egito é uma dádiva do Nilo” – é o mais famoso.
Essas informações, embora de grande valor, infelizmente não ofereceram nenhum referencial que permitisse decifrar a mais antiga escrita dos egípcios, hieróglifa, abandonada em passado remoto e que grafava os seus antigos textos.
Com a falta de parâmetros com outras línguas antigas conhecidas, todas aquelas informações passariam á posteridade como incógnitas.
A descoberta sempre foi um desafio aos historiadores e arqueólogos, que viam nos hieróglifos interpretados a chave do conhecimento da precisa cronologia da história dos faraós e suas dinastias; o aclaramento das concepções religiosas e informações mais completas da literatura, direito, astronomia, matemática e medicina.
Caso contrário, as obras faraônicas, ainda que belas, continuariam mudas.
Felizmente ao século XIX estaria reservada a resposta para tais indagações.
As Expedições Napoleônicas
Em 1798, Napoleão Bonaparte (1769 – 1821) empreende campanha ao Egito. Parte de Toulon, em março daquele ano, à frente de 38.000 homens conduzidos por 48 navios de guerra e 280 de transporte.
O objetivo da expedição era acabar com o poderio inglês no Oriente, substituindo-o pela influência francesa.
Além do aparato bélico, Napoleão impressionou por organizar uma extraordinária missão científica de 175 componentes, tendo como uma das metas o estudo das ruínas arqueológicas.
Fez-se acompanhar de especialistas em arqueologia, astronomia, química, física, historiadores, geógrafos e artistas.
Tudo deveria ser registrado e, quem sabe, os mais recônditos segredos da milenar civilização seriam revelados.
Atestando inegável interesse pela cultura egípcia, em agosto de 1798, funda, no Cairo, o Instituto do Egito, que começa a publicar os primeiros resultados dos trabalhos levados a efeito por aqueles sábios.
Em julho de 1799, na pequena cidade de Roseta, situada na embocadura do Nilo com o Mediterrâneo, o capitão de artilharia Bouchard recebe das mãos de operários que trabalhavam na edificação de um forte um fragmento de basalto negro, medindo aproximadamente 1 metro de comprimento por 70 centímetros de largura, coberto por inscrições que denotavam três textos de grafias diferentes, separados por espaços horizontais entre si. O achado foi amplamente comemorado.
Ainda que, de momento não pudessem aquilatar exatamente o integral conteúdo da curiosa lápide, os especialistas não tiveram dúvidas de que se encontravam diante de um importante tesouro.
A partir daquele instante, a batizada “Pedra de Roseta” viria aguçar ainda mais o espírito dos especialistas que, durante três décadas, sobre ela se debruçaram a fim de descobrir seus segredos e darem por inaugurada a moderna egiptologia.
Próximo artigo, dia 16-07-2012: II - O Mestre Champollion
Expedição ao Egito, sob as ordens de Napoleão Bonaparte.
Pintura por León Cogniet. Museu do Louvre, Paris.
Napoleão diante da Esfinge (Gizé, Egito). Pintura de Jean-Léon Gérôme
Esfinge e Pirâmide de Quéfren. Gizé, Egito. Foto Ismael Gobbo
Papiro da tumba do arquiteto Kha e da sua mulher Merit. Aqui cena do Livro dos Mortos com ambos adorando ao deus Osíris. De Deir El-Medina XVIII Dinastia. Foto gentilmente cedida pelo Museu Egípcio de Turim, Itália. Acervo de Ismael Gobbo
Rio Nilo passando pela antiga Tebas, atual Luxor, Egito. Foto Ismael Gobbo
Esfinge de Alabastro. Mênfis (Região do Cairo), Egito. Ismael Gobbo
Mapa do Antigo Egito
Museu do Louvre, Paris. Foto Ismael Gobbo
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