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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Focalizando o Trabalhador Espírita Magali Bischoff

Magali Bischoff

Entrevista para Ismael Gobbo ao Notícias do Movimento Espírita

A entrevistada Magali Bischoff é uma trabalhadora espírita que desde a infância participa de atividades junto à FEESP -Federação Espírita do Estado de São Paulo, na capital paulista, onde reside. Bem preparada doutrinariamente na própria FEESP, assumiu responsabilidades de educadora ministrando cursos na Escola de Aprendizes do Evangelho e na Área de Assistência Espiritual. Além disso tem um labor intenso na área de divulgação através da imprensa escrita e pela Internet.

Magali, poderia nos fazer sua apresentação?

No dia 24/02/68 minha mãe não encontrou opção nos Hospitais da região de São Paulo, era uma terça-feira de carnaval, então fui levada para a cidade de Guarulhos e lá nasci. Sou a caçula da família Tenho duas irmãs, Márcia e Sandra e um irmão Ricardo, recém desencarnado em junho de 2010. Sou divorciada, minha família são meus filhos lindos, Bruna de 17 anos e Lucas de 11 anos e meu companheiro Sérgio dos Santos Silva, que conheci nas atividades espíritas, meu grande amigo.

Qual a sua de atuação profissional?

Filantropia e Divulgação.

Como conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?

Quando criança por volta de 5 anos, lembro que minha mãe freqüentava a FEESP- Federação Espírita do Estado de São Paulo na antiga casinha da Rua Maria Paula. Meu avô tinha as obras da codificação guardadas em uma gaveta com chave, naquela época não se falava de Espiritismo. A irmã do meu avô era espírita e a sobrinha dele trabalha até hoje na Federação. Uma prima da minha mãe fazia reuniões espíritas, lembro-me vagamente dos primos fazendo a brincadeira do copo. Tinha outra tia, irmã da minha avó, que também era espírita, encaminhou muitos parentes e desencarnou idosa, trabalhando em um Centro na Zona Sul de São Paulo. Cresci em meio a estes fatos, mas só interessei-me pelo Espiritismo na idade adulta, através da irmã do meu ex-marido. Ele teve uma doença desconhecida dos médicos e para ajudá-lo, busquei ajuda espiritual. Já conhecia o Livro dos Espíritos e o Evangelho Segundo o Espiritismo. Criei o hábito de ler e sentia a presença dos espíritos. Passei a ouvir palestras e antes mesmo de fazer as escolas, já colaborava na creche da Federação na sede da Rua Santo Amaro, na Bela Vista.

A que casa espírita está vinculada presentemente e quais as atividades que nela desenvolve?

Como disse, conheci a Federação desde pequena e não saí mais de lá. Fiz todos os cursos e hoje sou voluntária na Área de Ensino como educadora no 1º e 2º ano da Escola de Aprendizes do Evangelho e na Área de Assistência Espiritual, no trabalho de depressão. Participei indiretamente nos trabalhos da Casa, mas no ano de 2009, o Sérgio e eu fomos convidados a participar do Conselho Deliberativo da FEESP, ampliando nossas responsabilidades perante a Casa que nos acolheu e que oferece a todos oportunidades de servir ao próximo com muito amor. Para aqueles que não conhecem o trabalho segue o site da Federação Espírita do Estado de São Paulo: www.feesp.org.br

Tem alguma obra escrita?

Não. Mas já senti muita vontade de organizar um trabalho voltado para as escolas espíritas, com base na experiência de observadora e colaboradora direta do projeto realizado pelo Sérgio, inspirado pelo Mundo Espiritual, quando dirigiu as Escolas de Aprendizes do Evangelho por seis anos. Ele conseguiu implantar uma proposta pedagógica espírita para as Escolas de Aprendizes do Evangelho da Federação e de algumas Casas Espíritas, um projeto inovador, estudando o Evangelho à Luz da Doutrina Espírita e contextualizando os ensinos de Jesus para atender as necessidades dos alunos de hoje, preparando o Discípulo de Jesus para esse período de Transição Planetária.

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Poderia nos descrever sua trajetória de trabalho pelo movimento espírita?

Inicialmente colaborei na creche, fui voluntária mais de 6 anos na Biblioteca Espírita Humberto de Campos e na Área de Divulgação. Nesse período fiz os cursos do ciclo básico de conhecimento do Espiritismo. Por esta ligação com a Casa e suas tarefas, fui efetivada como funcionária durante um período na Biblioteca, no setor administrativo da Área Federativa, na gestão do Diretor Carlos Eduardo da Silva, um grande exemplo, ensinou-me muito sobre as diversas atividades junto às Casas Espíritas, coligadas à Federação Espírita do Estado de São Paulo. Em outra fase, fui convidada a colaborar na FEAL (Fundação Espírita André Luiz), participando dos projetos de divulgação da Rede Boa Nova de Rádio, na época a recém-nascida, TV Mundo Maior, da Editora distribuidora Mundo Maior e o Clube Amigos da Boa Nova. Ainda, a convite do Vice- Presidente da Instituição, ganhei um espaço na coluna do site da FEAL como cronista espírita.

E com isso você deve ter granjeado um numeroso rol de amigos, não?

Com certeza. Graças ao trabalho, ampliei minhas relações no movimento espírita, ganhando amigos no Brasil e no Mundo. Recebi convites da ABRADE (Associação Brasileira dos Divulgadores Espíritas), da ADE/SP (Associação dos Divulgadores Espíritas em São Paulo) para participar mais ativamente da diretoria e dos projetos, mas não aceitei por falta de tempo. Participei das reuniões do grupo de eventos do Bicentenário de Kardec no Anhembi, dos Cento e cinqüenta anos de Espiritismo no Pavilhão Imigrantes e do Centenário do Chico no Museu do Ipiranga em São Paulo, cujos momentos são inesquecíveis.

Fiz muitos amigos na USE/SP (União das Sociedades Espíritas Do Estado de São Paulo), Aliança Espírita Evangélica, União Fraternal, AME (Associação Médico Espírita), CCDPE (Centro de Cultura, documentação e pesquisa do Espiritismo), ABRAPE (Associação Brasileira dos Psicólogos Espíritas), ABPE (Associação Brasileira de Pedagogia Espírita), no grupo Brasil sem Aborto, Editora Correio Fraterno, O Clarim, Elevação, entre outras amizades que mantenho com satisfação até hoje. Nos últimos cinco anos, a convite do Sérgio, quando diretor das Escolas de Aprendizes do Evangelho, acompanhei diversas visitas aos centros espíritas que pediam informações sobre as mudanças no curso. Não existe lugar melhor para transmitir os conceitos espíritas e educar almas do que as escolas. A sala de aula é o laboratório do mundo espiritual, um trabalho extraordinário e transformador, uma grande oportunidade de crescimento para todos. “A alma da Educação é a educação da alma”.

Falando em movimento espírita qual sua avaliação de como ele anda nos dias de hoje?

Prefiro falar no “Movimento dos Espíritos”. Esse caminha bem! Aliás, Leon Denis já dizia: “O Espiritismo seria aquilo que os homens fizessem dele”. Um alerta àqueles que dizem representar Instituições ou a Doutrina Espírita no Mundo. A mensagem está ao alcance de todos, mas seu desenvolvimento depende muito mais do que fazemos com aquilo que conhecemos, ou seja, estamos praticando o que aprendemos?

Como está vendo a divulgação maciça do Espiritismo pela imprensa em geral, cinema e televisão?

É muito positivo, como já afirmaram os espíritos: “Os tempos marcados por Deus são chegados. Grandes acontecimentos vão se cumprir para a regeneração da Humanidade”. É um período de renovação, por isso, a mensagem está disponível para que os homens modifiquem seus pensamentos, sentimentos e atitudes, valorizando a existência, a prática no bem e o amor ao próximo.

A mídia em pouco tempo alcançou um público que não conseguimos em anos de tarefas dedicadas ao próximo. “Se não falarmos, as pedras falarão” ( Lc:19,40). Quem sabe essas são as pedras do mundo, que mesmo endurecidas pelo orgulho e egoísmo são instrumentos do mundo espiritual nesse período de Transição? Mas, ai daqueles que se aproveitam disso para conquistar benefícios e vantagens pessoais. O “Sermão dos Ais”de Jesus revela bem esta questão.

Você acha que a casa espírita está convenientemente preparada para receber tanta gente que bate à sua porta?

É uma pergunta interessante. Nada melhor, que o presidente ou dirigente das Instituições, para refletirem sobre seus trabalhos e a eficácia para este fim. A minha opinião, baseia-se na experiência adquirida, nos contatos com os colaboradores das casas que visitei e na observação de seus trabalhos. Cada casa atende a um público específico, com variadas necessidades. Umas são mais urgentes que outras. Mas de forma geral, as casas espíritas não devem se preocupar em desenvolver todas as atividades de uma só vez, se não estiver preparado, indique outras que possam ajudar. Devem focar na “qualidade” dos serviços oferecidos, em vez de se preocuparem com a quantidade de atendimentos. Com o aumento da divulgação do Espiritismo, as pessoas têm buscado mais as casas espíritas, e nosso dever é preparar nossos trabalhadores para atender, com eficiência, esta demanda crescente de interessados. Não podemos parar no tempo e esperar que a espiritualidade faça a parte que nos cabe. Quando recebemos uma visita em nossa moradia, procuramos oferece as pessoas conforto e o que há de melhor em nós. Creio ser dessa forma que devemos trabalhar na casa espírita.

Cada casa, diante de sua própria realidade, deve fazer algumas perguntas para saber se está convenientemente preparada, em alguns aspectos, para receber e atender bem os necessitados e os simpatizantes da Doutrina.

Acredita que as questões administrativas e mesmo as instalações físicas do centro espírita tem sido tratadas com o interesse que merecem?

É uma pergunta que enseja muitas indagações envolvendo não só o Conselho, a Diretoria Executiva da casa, mas igualmente todos os seus colaboradores.

Segue algumas perguntas que podemos fazer para identificar possíveis mudanças.

Estamos em um local adequado? Cuidamos bem das nossas instalações?

O espaço é compatível com o público que recebemos? Reciclamos o lixo, economizamos energia, água, controlando bem o consumo?

Temos uma relação boa com nossos vizinhos? Temos voluntários suficientes para as tarefas e estamos preparando tarefeiros para assumir as atividades da Casa?

Elas estão divididas de forma equilibrada? Divulgamos bem nossos trabalhos e serviços? Temos livraria e bazar de coisas novas, biblioteca e bazar de peças usadas para os que não podem comprar? Temos jornais, meios de comunicação com a sociedade, não só com o movimento espírita?

Fazemos eventos compatíveis aos objetivos que nos propomos e acessíveis às condições financeiras de nossos freqüentadores?

Cuidamos das questões doutrinárias, oferecendo estudo para os que chegam e para aqueles que concluíram os cursos? Estamos preocupados com a qualidade do ensino oferecido aos alunos da infância, mocidade, juventude e do ciclo básico de conhecimento doutrinário?

Preparamos bem os colaboradores destes departamentos? Todos estão comprometidos com a Casa e com o Ideal espírita que abraçaram?

Os atendimentos espirituais seguem com rigor as práticas espíritas? Seus trabalhadores fazem atualizações nos estudos e no comportamento em relação ao atendimento aos assistidos, a mediunidade e a sintonia com a espiritualidade?

Oferecemos espaço para a melhor idade e para a comunidade que está em nossa vizinhança? Cuidamos do social, das famílias carentes?

Compartilhamos colaboradores, conhecimento, atividades e serviços em comum com os companheiros de ideal espírita da nossa região?

Como andam as nossas tarefas na promoção social, nos cursos e atendimento aos necessitados? Como nossa casa sobrevive financeiramente, priorizamos os lucros, em detrimento do real objetivo da Casa Espírita?

Precisamos ir além do papel de uma Instituição filantrópica que pratica a caridade, mas exercer um trabalho de responsabilidade social que dignifica a vida humana, melhorando a qualidade de vida dos assistidos e de seus freqüentadores.

Nossa casa é um espaço simples ou bem estruturado, mas limpo e acolhedor, onde se aprende a respeitar umas as outras, aprende a falar, mas também a ouvir?Trocam experiências e colaboram uns com os outros ativamente nos locais que foram convidados a servir? A Casa abre espaços para novas idéias, sem perder o compromisso com a Doutrina dos Espíritos? Preservam as amizades, a igualdade, a fraternidade autênticas? Convivem em harmonia com aqueles que pensam de maneira diferente, as pessoas podem sorrir e brincar em nome do bem estar e equilíbrio de todos, atraindo a presença dos amigos espirituais, servindo a comunidade como um ponto de Luz?

O que fazer quando a Casa não consegue atingir seus objetivos?

A Doutrina Espírita é progressiva e nossas Casas espíritas devem acompanhar o progresso científico, intelectual, material e moral, segundo as necessidades daqueles que batem às nossas portas diariamente.

Se não conseguir sozinhos, saibam pedir ajuda aqueles que verdadeiramente estão em condição de ajudar. As Instituições Federativas oferecem material de apoio e colaboradores para esse fim. Com certeza, a mudança mais significativa em uma Casa Espírita começa na transformação pessoal de cada colaborador, modificando o homem, melhoramos tudo à nossa volta e podendo até mudar o mundo. Não é utopia, podemos atingir a excelência se amarmos uns aos outros como Ele nos amou.

Poderia nos falar de seu trabalho como divulgadora espírita?

Esse é um trabalho que faço com muito amor e dedicação, por idealismo mesmo.

Escrevo artigos, participo de diversas listas espíritas, Rede Brasil Espírita, ABRADE, Espiritismo Científico, Liga dos Historiadores Espíritas, CEPA, Espiritismo 1857, divulgando trabalhos e eventos em outras partes do mundo através do e-mail. Aproveito muito das redes sociais como Orkut, Facebook e Twitter. Mantenho um Blog com diversos link’s interessantes de estudo e pesquisa sobre o Espiritismo, com o foco em textos e mensagens que estimulam reflexões sobre os seres viventes, a natureza e o meio ambiente: Visite e se gostar seja um seguidor e ajude a divulgar: www.cuidedoseumundo.blogspot.com

Tem feito palestras?

Apesar do tempo curto, faço palestras, inclusive já falei fora dos ambientes espíritas (grupo do Hospital São Paulo e trabalhos ligados ao presídio feminino), uma experiência gratificante. Mas ultimamente, a família é prioridade, aguardo o tempo certo, para semear com mais propriedade no movimento espírita.

Algo mais que queira acrescentar?

Somos viajantes do Universo, convidados a evoluir e participar da regeneração deste Planeta. A transformação vem ocorrendo desde as primeiras sementes que foram plantadas no coração do Homem, pelos seres espirituais, e a grande Transição está acontecendo “dentro” do Ser Humano e é para ele que devemos dar toda a atenção.

Aproveitemos o que recebemos do Mundo Espiritual e dos exemplos deixados por Jesus. O Espiritismo em sua essência é libertador de consciências. Estudemos as obras de Kardec, base segura para alcançarmos este conhecimento e tenhamos a consciência que a Misericórdia Divina nos oferece o trabalho, nada é nosso, somos apenas instrumentos da espiritualidade para aprender a Servir e Amar.

Ismael, Parabéns pelo seu belo trabalho de divulgação, nos conhecemos na troca de informações pela internet não é mesmo? Obrigada por tudo, pela amizade e oportunidade de trocar experiências, expressando minhas idéias e sentimentos. Um grande abraço a todos que partilharam da entrevista, aproximando os amigos, que até então, só se conheciam através da Internet. Um Feliz Ano Novo repleto de realizações no bem.

   
Legenda: Magali pequenina na casa dos pais; passeando no Zoológico aos 13 anos; Magali, Bruna Lucas e Sérgio: Sérgio, Magali com o irmão Ricardo desencarnado em 05/2010; amigos da USE na tese de mestrado “Unir para Difundir” - O impacto das Federativas no crescimento do Espiritismo no Brasil de Jeferson Betarello; Escola Aprendizes do Evangelho na FEESP 2009; Encontro no Carnaval, educadores, infância, mocidade, juventude e área de ensino FEESP; Encontro Liga dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas, Magali, Jader Sampaio, MG e Ercilia Zilli, Abrape-SP; Simpósio Comunicação da ADE-Campinas, Magali e Sérgio entrevistados por Eder Favaro, no centro, para TV Espírita Campinas; Magali e Allan Vilches com voluntários no encerramento das comemorações do Centenário Chico Xavier, no Ipiranga, São Paulo; Encerramento da Ligas dos Historiadores e Pesquisadores Espíritas: Julia Nezu, Gustavo Leopoldo Daré, Magali e Vital Cruvinel; Magali na extrema direita tendo logo a seu lado o casal Marcelo Henrique Pereira (Abrade), sua esposa Júlia, de Florianópolis, e companheiros da USE/SP; Pré-estréia do filme Bezerra de Menezes, Magali ao lado do ator Carlos Vereza; Magali e Jorge Rizini, em Congresso da FEESP com filme em homenagem a Kardec.

OBS: AS FOTOS Desta entrevista só PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO entrevistadO.

1 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela escolha,a dedicação dela na tarefa das escolas nos toca profundamente!
Valeu...