MENSAGEM PUBLICADA NO ANUÁRIO ESPÍRITA- (IDE- 1964)
Benedita Fernandes, abnegada fundadora da Associação das Senhoras Espíritas Cristãs, de Araçatuba, no Estado de São Paulo, foi convidada para uma reunião de damas consagradas à caridade, para exame de vários problemas ligados a obras de assistência. E porque se dedicava, particularmente, aos obsidiados e doentes mentais, não pôde esquivar-se.
Entretanto, a presença da conhecida missionária causava espécie.
O domingo era de imenso calor e Benedita ostentava compacto mantô de lã, apenas compreensível em tempo frio.
- Mania! – cochichava alguém, à pequena distância.
- De tanto lidar com malucos, a pobre espírita enlouqueceu... – dizia elegante senhora à companheira de poltrona, em tom confidencial.
- Isso é pura vaidade, - falou outra – ela quer parecer diferente.
- Caso de obsessão! – certa amiga lembrou em voz baixa.
Benedita, porém, opinava nos temas propostos, cheia de compreensão e de amor.
Em meio aos trabalhos, contudo, por notar agitações na assembléia, a presidente alegou que Benedita suava por todos os poros, e, em razão disso, rogou a ela tirasse o mantô por gentileza.
Benedita Fernandes, embora constrangida, obedeceu com humildade e só ai as damas presentes puderam ver que a mulher admirável, que sustentava em Araçatuba dezenas de enfermos, com o suor do próprio rosto, envergava singelo vestido de chitão com remendos enormes.
Hilário Silva
(Página recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião da noite de 27-7-63)
Mantida a ortografia original
Leia biografia de Benedita Fernandes por Antonio Cesar Perri de Carvalho
D. Benedita Fernandes, à frente, com amigos e colaboradores
Foto do acervo do Hospital Benedita Fernandes, Araçatuba, SP
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