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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um pouco da história

O Antigo Egito (Ismael Gobbo)
IV–  O Nilo e suas inundações



     Quando Heródoto, o “Pai da História”, afirmou que “O Egito é uma dádiva do Nilo”, não cometeu nenhum exagero. Evidentemente que o povo egípcio, com seu labor, sempre emprestou o seu concurso para que as enchentes do Nilo se transformassem nos grãos que abarrotaram seus celeiros. O que não se pode olvidar é que, na realidade, sem a existência do importante rio, debalde seriam todos os esforços. O Nilo é, por isso, a dádiva que os antigos deificaram em Hapi e nunca deixaram de celebrar seus cânticos, poesias e orações. Uma pequena mostra é asseverada nestes trechos poéticos: “Salve, ó Nilo, saindo da terra, vens para sustentar o Egito... É ele que inunda os campos,criados por Ra, saciando tudo isto que tem sede: irriga o árido deserto... Produz cevada, faz nascer o trigo e permite que os templos estejam em festa... Ó alegria, quando tu surges, ó, Nilo... Tu és aquele que nutre os homens e os animais”. Com efeito, é ele em sua majestade que rega o grande oásis, estreito e longo, a enfeitar o território árido e desértico do Egito desde a catarata de Assuã até a sua embocadura, no Mediterrâneo. Ali, a grande artéria se esparrama em inúmeros vasos, formando o chamado Delta, que, à semelhança de uma mão aberta, generosamente vivifica uma das mais férteis regiões agrícolas do mundo. Na antiguidade, assim como hoje, embora com um perfil bem diferente, ditado pela construções de barragens reguladoras e modernos canais de irrigação, o Nilo continua sendo o grande propulsor do desenvolvimento do Egito e impera altaneiro como o único manancial de relevância a responder pela própria existência daquele país.

As águas fertilizantes

     O rio Nilo tem um curso de 6.696 km. A explicação para as inundações ensejou, na antiguidade, várias teorias, muitas das quais fantasiosas. Atualmente, sabe-se que o limo fertilizante trazido pelas torrentes do Nilo, tem sua origem à montante, bem antes do ingresso do rio em território egípcio. O Nilo que palmilha pelo Egito resulta da junção, na região de Cartum, capital do Sudão, dos chamados Nilo Branco e Nilo Azul. O primeiro é fruto das complexas redes de drenagens de sua cabeceira e das chuvas que caem durante todo o ano na região do Lago Vitória, que mantém o leito regular do Nilo durante todo o ano. Projetando-se de uma altitude de 1.134m, vai se enriquecendo de várias substâncias vegetais e adquirindo uma coloração esbranquiçada, daí o seu nome. O chamado Nilo Azul é o responsável pelas enchentes que ocorrem  entre os meses de julho e outubro. Nasce no Lago Tana, na Etiópia. O degelo e as chuvas que caem nos altiplanos etíopes provocam aumento do volume do Lago Tana, que faz o caudal lançar-se a partir de uma altitude de 1.830m, arrastar das rochas basálticas os componentes minerais do limo e tomar uma coloração escura. Aumentado o volume do Nilo Branco pela junção em Cartum, já carregado das riquezas vegetais e minerais que fertilizam, é hora de adentrar a terra dos faraós, muitos metros acima do seu nível normal, ser saudado com festas e orações nas casas e templos, inundar-lhes as margens, enriquecer-lhe o seio e aguardar o lançamento das sementes da fartura.

Um rio de integração

     O Nilo sempre foi a mola mestra do desenvolvimento do Egito. Às vezes, por motivos climatéricos, também ocasionou catástrofes. Na antiguidade, isso acontecia com mais freqüência e se dava quando as inundações ultrapassavam ou não atingiam a cota ideal. O resultado se traduzia ou pela devastação das vilas e cidades, ocasionado pela violência das águas, ou pela insuficiência de área fertilizada, propícia ao plantio, pela escassez das chuvas. Nestas circunstancias, muito adversas, imperava a época das “vacas magras”, como aquela que José, o hebreu, se referiu na interpretação dos sonhos do faraó. Esses percalços de efeitos cruéis eram os ensejadores dos cultos e sacrifícios onde os egípcios, dando demonstração de fé, buscavam aplacar, pelo recolhimento espiritual, aquela que traduziam como sendo a manifestação da ira dos deuses.
     Através do Nilo se comunicavam os povos dos chamados Alto e Baixo Egito. Suas águas foram sulcadas pelas embarcações cargueiras que transportavam grãos e os imensos blocos de pedra calcária e de granito, responsáveis pelo erguer dos templos colossais, palácios suntuosos e as tão admiradas pirâmides.
     Por ele trafegaram as embarcações reais, com suas velas coloridas e as tropas guerreiras, em sua faina conquistadora. Ao longo de seu curso, floresceram cidades poderosas, entre as quais Filé, Hieracômpolis, Tebas, Abidos, Tel-El-Amarna, Hermópolis, Mênfis, Heliópolis, Sacará e Saís, cujos monumentos atestam de forma insofismável toda a grandeza daquela civilização.
     Pelo Nilo passaram as expedições cientificas, aquelas dos sábios que durante séculos buscaram conhecer seus mistérios e também os comboios de pirataria e saque, que lamentável e desordenadamente arrastaram para fora do Egito, por interesses econômicos, uma infinidade de estátuas, sarcófagos, obeliscos, jóias e toda sorte de riquezas artísticas, tão excepcionalmente concebidas pelo gênio egípcio, aquele que tão bem soube manejar o buril, o cinzel e as tintas multicores.
     Enfim, Egito e Nilo têm uma história comum, bela e inseparável, cheia de poesia, mistério e até de dor, aquela que perdura indelével pelos séculos do mundo.   

     Próximo artigo, na próxima semana: V – A agricultura
File:NileDelta-EO.JPG
O Delta do Rio Nilo visto do espaço
File:Blue Nile Falls 02.jpg
Cataratas no Nilo Azul
File:Zusammenfluss der Nile.JPG
Confluência do Nilo Branco e do Nilo Azul em Cartum.


Busto de Heródoto, o grego cognominado de “Pai da História”
Museu da Ágora, Atenas, Grécia. Foto Ismael Gobbo
Livro dos Mortos do Sacerdote Nebhepet. Papiro com 23 cm de altura, de Tebas.
Detalhe do papiro onde se vê o defundo ocupado na atividade agrícola. XX dinastia
Foto gentilmente cedida a Ismael Gobbo pelo Museu Egípcio de Turim, Itália.



Pintura a Têmpera sobre superfície preparada com palha e barro.
Transporte de trigo e enchimento dos celeiros. Túmulo do I Período Intermediário.
Foto gentilmente cedida a Ismael Gobbo pelo Museu Egípcio de Turim, Itália.
File:Hapy tying.svg



deus Hapi, da mitologia egípcia,  em uma representação duplicada significando a união do Baixo e Alto Egito.
Na cena atam as duas plantas símbolos das regiões: Papiro e Flor de Lótus
A Flor de Lótus em um espelho d’água no Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
Planta do Papiro que fornecia a matéria prima para fabrico do papel dos egípcios.
Luxor, Egito. Foto Ismael Gobbo
 O Rio Nilo e a Torre do Cairo. Trata-se de uma  torre de TV em concreto  com 180 metros de altura.
Projetada pelo arquiteto egipcio Naoum Shelib tem o formato da  Flor-de-Lótus.  Foto Ismael Gobbo

A Bibliografia pesquisada para os artigos será informada ao final do 22º. texto.





NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 30-07-2012

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