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domingo, 28 de outubro de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo) XVII – Os tesouros de Tutancâmon




  Os antecedentes biográficos do faraó Tutancâmon eram bem menos conhecidos até novembro de 1922, quando o arqueólogo inglês Howard Carter, que a tempo vinha escavando no Vale dos Reis, acabou por topar com sua tumba, praticamente intacta, junto à de Ramsés VI. O fabuloso tesouro do faraó, o único que passou praticamente ileso da  ação dos saqueadores da necrópole tebana, lançou novas luzes sobre sua breve existência de dezoito anos e seu reinado igualmente célere que não ultrapassou a nove.
     A história de sua sepultura é por demais fascinante, foi objeto de muitas obras especializadas e impossível seria, em poucas linhas, fazer uma descrição completa das emoções vividas por Carter em tão emocionante e bem sucedida empreitada. De qualquer forma, ainda que o sumário seja incompleto, serve de incentivo aos interessados a buscaram, nas obras que se ocupam dessa bela façanha, os lances que acabaram por trazer a lume o livro da vida do faraó menino, cuja fama, a partir da descoberta, pode ser medida pelos milhares de turistas que têm, no seu acervo, um dos  fortes motivos para visitar o Egito.

A descoberta
     Carter, que trabalhava para Lord Carnavon, vinha escavando há tempos no Vale dos Reis, onde já descobrira várias tumbas reais. Embora importantes, sobretudo pelas informações, todas haviam sido esvaziadas e em seus interiores só permaneceram objetos pelos quais os ladrões não se interessaram.
     O célebre arqueólogo, pelo seu conhecimento e até por intuição, era impelido a prosseguir na luta em busca de descoberta mais expressiva que lhe propiciasse, inclusive, continuar recebendo apoio financeiro de Carnavon.
     As sepulturas dos soberanos do Novo Império não haviam todas sido encontradas, e a de Tutancâmon, provavelmente, era uma das que figuravam na mente de Carter.
    A disposição dos escombros aos pés da sepultura de Ramsés VI intrigava Carter que ali encontrava uma pista para investigar.
     Em 28 de outubro de 1922, retornou a Luxor, após uma interrupção nas escavações durante o verão sufocante.
     Em 1º. de novembro, contrata trabalhadores e reinicia as escavações próximas á tumba de Ramsés VI.
     Em 4 de novembro, os operários encontram, um metro abaixo da entrada da tumba de Ramsés VI, uma espécie de escada de ingresso em sentido descendente.
     No dia 5 de novembro, Carter se convence de que estava na parte superior de uma escada. Escavando ininterruptamente, colocaram-na a descoberto e logo ficaram diante de uma porta selada com argamassa contendo as insígnias identificadoras de uma necrópole real “o Chacal e os nove prisioneiros”.

A entrada solene
     A 26 de novembro aparece uma segunda porta, igualmente selada e contendo os selos de Tutancâmon e da necrópole real.  É o próprio Carter quem  relata suas emoções: “Ante esta descoberta, estávamos tomados de um profundo respeito. Descobrimos a escada que descia, penetramos na ante-câmara e contemplamos, pela primeira vez, o esplendor subterrâneo do tempo da dominação mundial do Egito, 14 séculos antes de Cristo. Os tesouros resplandecentes assemelhavam-se aos mais suntuosos acessórios de um teatro moderno – uma realidade de tempos passados que prosseguia viva. É certo que suspeitávamos que a tumba de Tutancâmon se encontrava no Vale de Tebas. Porém, encontrá-la íntegra era algo que superava qualquer esperança”.
     Howard Carter teve como primeiras providências catalogar e recolher todo o conteúdo da antecâmara – centenas de objetos perigosamente próximos uns dos outros, tarefa estafante que se desenvolvia vagarosa e com extremos cuidados. Só depois do transporte de todo o material da antecâmara, agora vazia, é que se preparou para romper o selo da porta que adentrava a câmara do tesouro secreto.

Os sarcófagos
     São ainda de Carter as citações: “É bem verdade que pressentíamos o que poderia encontrar-se atrás da porta protegida por impressionantes guardiães vestidos de negro e dourado e armados com clava e bastão. Porém, o espetáculo deslumbrador como o que se nos apresentou aos olhos, quando a porta foi caindo pedra a pedra, era algo que não havíamos esperado. Com grande surpresa, o que primeiro vimos foi uma parede que parecia ser de ouro, cuja percepção não nos era clara até que a abertura se alargou. Só então compreendemos que o que impedia nossa visão era um imenso sarcófago de ouro e que realmente nos encontrávamos à entrada da câmara dos ataúdes do rei. É quase impossível descrever a emoção que de nós se apoderou, quando nossa poderosa luz elétrica iluminou, pela primeira vez, aquele aposento. Nossa luz iluminou as paredes com suas pinturas e imagens do reino dos mortos, a representação do féretro sobre um tríneo puxado por nobres do país, bem como ao Rei Ege, diante de Tutancâmon, convertido em Osíris e resplandeceu o sarcófago dourado adornado com incrustações de azul claro e brilhantes. O sarcófago tomava quase toda a câmara; entre ele e as paredes restava só um espaço de meio metro, e seu grande teto quase chegava ao teto do aposento. Recolhida a imensidão de objetos que estavam disseminados ao redor do sarcófago, era necessário desmontá-lo juntamente com os outros que se encontravam dentro dele, dentre os quais o mais interior, que albergava o sarcófago amarelo de cuarcita”.

Diante do faraó
     Assim prossegue Carter:
     “Quando a tampa do maravilhoso sarcófago de pedra se foi, levantando-se pouco a pouco, o magnífico ataúde exterior de madeira restou livre e nos vimos submergidos por completo sob o embevecimento e a emoção de um instante semelhante”.
      Todavia a impressão de Carter em relação à múmia real foi de desilusão: “Pensava que, como outras expostas no Museu do Cairo, todas vitimas de saques e em bom estado, a de Tutancâmon pudesse estar integra em seu maravilhoso e rico ataúde. Ao menos o bom estado exterior do ataúde fazia supor isso. Na realidade, o interior apresentava outra realidade”. A múmia do rei estava em estado lamentável, diz Carter. “Tudo evidenciava que o seu embalsamamento havia sido levado a cabo com extremo cuidado e havia sido envolto em uma grande quantidade de faixas de tecido muito fino. Quanto aos amuletos e jóias simbólicas, não havia restado nada, embora seu ataúde resplandecesse em ouro puro. Sem dúvida, as cerimônias rituais praticada durante o enterro foram fatais para sua conservação. Tanto a múmia como o ataúde de ouro não haviam resistido às grandes quantidades de ungüentos e azeites usados para o embalsamamento, compostos de graxa liquida, resina e, possivelmente, também alcatrão vegetal. Os restos desses ungüentos haviam se aglutinado em uma massa negra e betuminosa, que atingira tanto a múmia como a sua máscara no fundo do ataúde. Apesar de todos os esforços, não conseguimos separá-los, motivo pelo qual tivemos que estudá-los ali mesmo”.

No Museu do Cairo
     O tesouro de Tutancâmon é, sem dúvida, a maior atração do Museu do Cairo. Os imensos sarcófagos estão ali expostos. Destacam-se a máscara funerária em ouro e lápis-lazuli; o trono em cujo espaldar está o rei e a esposa Ankhesenpaaten, filha de Aquenáton, recebendo os raios do sol; o ataúde de ouro e o segundo ataúde, representando o deus Osíris; o sarcófago em ouro para os Canopos; a estátua de madeira dourada, em tamanho natural de Tutancâmon; o sarcófago de Anúbis com símbolos; o leito funerário em forma de vaca Hathor; as estátuas de ouro do rei com as coroas do Alto e Baixo Egito; uma grande quantidade de objetos em alabastro, jóias em ouro e pedras preciosas.
     A múmia de Tutancâmon, após os estudos, foi envolta e levada em um dos sarcófagos para a sua tumba do Vale dos Reis, onde até hoje permanece exposto à visitação. 

Próximo artigo: Os templos
File:Valley of the Kings panorama.jpg
Panorâmica do Vale dos Reis em Tebas, atual Luxor.
File:The Moment Carter Opens the Tomb.JPG
Howard Carter, agachado, um trabalhador egípcio e Arthur Callender
durante a abertura da tumba de Tutancâmon.



Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
Trono de madeira revestido em ouro e outros materiais preciosos
pertencente ao faraó Tutancâmon. Exposto no Museu do Cairo, 
Egito. Foto Ismael Gobbo
Máscara mortuária do faraó Tutancâmon executada em  ouro maciço  
e  outros materiais preciosos como lápis-lazúli, Cornalina, Quartzo,
Obsidiana, Turquesa e vidro. Peso: 11 Kg
Museu do Cairo, Egito. Foto Ismael Gobbo
Um dos sarcófagos de Tutancâmon, o mais interno,  em formato de múmia exposto no Museu do Cairo. Executado em ouro pesa 110,4 kg. Foto Ismael Gobbo 
Vaso de Alabastro para perfume encontrado na tumba do faraó Tutancâmon
simbolizando a união do Baixo e Alto Egito.
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/KV62 acessada em 19/9/2012
File:Egypt.KV62.01.jpg
Pintura mural na sepultura do Faraó Tutancâmon no Vale dos Reis.O sarcófago de pedra permanece na sepultura. O tesouro ali encontrado por Howard Carter em 1922
está exposto no Museu do Cairo, Egito. Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Egypt.KV62.01.jpg
Jóia do faraó Tutancâmon com Escaravelho  e disco solar
File:Tutankhamun at Luxor temple.jpg
Estátua do jovem faraó Tutancâmon e sua consorte  no Templo de Luxor
File:Anuk.PNG
Tutancâmon recebendo flores da esposa. Cena na tampa de  uma caixa
encontrada na tumba de Tutancâmon..




NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 27-10-2012

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Pela preservação da boa prática do Espiritismo


Ismael Gobbo
Araçatuba, SP

Quando se fala em respeitar as crenças e as diversas orientações doutrinárias existentes, por sinal inumeráveis,  o Espiritismo pode ser inscrito como um dos  mais, ou possivelmente o mais incisivo nesse particular.
Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no seu capitulo XXVIII, item 1, FEB, encontramos precisa orientação a esse respeito: “O Espiritismo reconhece como boas as preces de todos os cultos, quando ditas de coração e não de lábios somente. Nenhuma impõe, nem reprova nenhuma. Deus, segundo ele, é sumamente grande para repelir a voz que suplica ou lhe entoa louvores, porque o faz de um modo e não de outro. Quem quer que lance anátema às preces que não estejam no seu formulário provará que desconhece a grandeza de Deus. Crer que Deus se atenha a uma fórmula é emprestar-lhe a pequenez e as paixões da Humanidade”.
Não temos a menor dúvida que esse respeito às convicções de outrem, aliado ao labor incansável dos trabalhadores espíritas no permanente movimento de espiritualização da humanidade,  liderado por Jesus, ensejou ao Espiritismo granjear a simpatia, o respeito e admiração de outros segmentos religiosos, da sociedade em geral, da mídia e até de órgãos de governo.
Todavia, temos que convir que respeitar as convicções alheias não significa agir no sentido de incorporar práticas inerentes àqueles cultos ou mesmo técnicas que mais dizem respeito a profissões e profissionais especializados,  no rol das atividades cotidianas do  Centro Espírita. Mas, infelizmente,  é isto que estamos presenciando de forma avassaladora no meio espirita.
Casas espíritas tradicionais, dirigentes espíritas de reconhecido valor, expositores e oradores de grandes recursos,  vários escritores, parecem querer entronizar algumas dessas muitas práticas no seio do movimento espirita como se elas fossem imprescindíveis ao trabalhoque a Casa Espírita sempre desenvolveu de forma tranqüila, sem excentricidades e com absoluta segurança  sob orientação dos postulados da codificação assinada por  Allan Kardec. 
No modesto e despretensioso trabalho de divulgação que desenvolvemos diariamente,   temos enxergado essas distorções com muita clareza. Podemos relacionar desde  alguns livros com títulos chamativos, completamente fora do contexto e do bom senso espírita, cartazes com dizeres e imagens estranhas e atividades que envolvem de forma direta e quase exclusiva,  Apometria, Cromoterapia, Ufologia, Cursos de Magnetismo, TVP, Regressão de Memória, Musicoterapia, hidroterapia,  mediunidades de cura, de pintura, dentre outras.
Será que isto está correto? 
Além dessas práticas que parecem ganhar mais espaço que o estudo,  livros de baixíssimo nível, alguns com posicionamentos chocantes e absolutamente contrários aos princípios espíritas, são editados, divulgados e vendidos como  se espíritas fossem. E em livrarias de Centros Espíritas, de Clubes do Livro Espírita e Feiras de Livro Espírita.
Quem pode criticar as seitas e as práticas que arrolamos? Na nossa maneira de entender, ninguém. Mas, podemos,  em sã consciência,  admitir que essas práticas  adentrem  as casas espíritas sem a menor cerimônia e se tornem corriqueiras e até principais, fugindo a tudo aquilo que aprendemos com Kardec e nos ditados da espiritualidade superior?  Será que estamos honrando o compromisso que assumimos de preservar a pureza doutrinária no seu mais elevado sentido? Ou estamos querendo fazer um Espiritismo à moda da casa onde tudo vale, priorizando o fim sem a menor  preocupação com o meio, agradando todo mundo e fazendo de conta que tudo caminha às mil maravilhas?  
Tem cabimento aqueles que gostam das práticas da  Umbanda buscarem inserir as  práticas usuais da Umbanda no seio da  casa espírita?   Ou alguém que por ter feito cursos de Apometria, Cromoterapia, TVP, Magnetismo, etc, buscarem implantar aquilo que viram ou aprenderam no centro espirita que freqüentam e vendendo a idéia de que se trata de modernização, inovação ou renovação?
Que dizer de casas espíritas que começam a aplicar passes com os pés descalços, substituir a mesa habitual pelos colchões “tatami” e gastar mais tempo com algumas das práticas que acima arrolamos, do que com o efetivo e sistemático estudo do Espiritismo?
Será que o Espiritismo depois de mais de 150 anos de sucesso absoluto no seu esplendoroso trabalho em prol do movimento de espiritualização está precisando dessas  reformas e desses reformadores?  
Ou será que estamos enxergando a  Doutrina Espírita crescer cada vez mais, avançando para frente, sendo exaltada e respeitada pelo mundo todo e vendo um movimento espirita que caminha exatamente na contramão?
Onde está o senso critico que todo espirita deve buscar por inspiração no maior e melhor guia que Deus nos ofereceu, Jesus, e em Allan Kardec o grande codificador da doutrina do bom senso?
Acredito que seja uma boa e oportuna pergunta para buscarmos responder.

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Obras Póstumas, Allan Kardec, FEB,
Dos Cismas:

 “Uma questão que desde logo se apresenta é a dos cismas que poderão nascer no seio da Doutrina. Estará preservado deles o Espiritismo?
Não, certamente, porque terá, sobretudo no começo, de lutar contra as idéias pessoais, sempre absolutas, tenazes, refratárias a se amalgamarem com as idéias dos demais; e contra a ambição dos que, a despeito de tudo, se empenham por ligar seus nomes a uma inovação qualquer; dos que criam novidades só para poderem dizer que não pensam ou agem como os outros, pois lhes sofre o amor-próprio por ocuparem uma posição secundária.
Se, porém, o Espiritismo não pode escapar às fraquezas humanas, com as quais se tem de contar sempre, pode todavia neutralizar-lhes as conseqüências e isto é o essencial.
É de notar-se que os vários sistemas divergentes, surgidos na origem do Espiritismo, sobre a maneira de explicarem-se os fatos, foram desaparecendo à medida que a Doutrina se completou por meio da observação e de uma teoria racional. Hoje, raros partidários ainda contam esses primitivos sistemas. É este um fato notório, do qual se pode concluir que as últimas divergências se apagarão com a elucidação integral de todas as partes da Doutrina. Mas, haverá sempre os dissidentes, de ânimo prevenido e interessados, por um motivo ou outro, a constituir bando à parte. Contra a pretensão desses é que cumpre se premunam os demais”.
Jesus
Quadro da artista Maria Tereza Braga
Allan Kardec