Ismael Gobbo
Por que este trabalho foi feito?
Quando relemos alguns livros que versam sobre a vida e a obra de Jésus Gonçalves, objetivando prestar homenagem ao grande poeta das chagas redentoras, que conviveu por cerca de 17 anos com a hanseníase (lepra), sendo quase 15 deles internado em sanatórios destinados aos portadores desta doença, nos deparamos com a presença de duas criaturas memoráveis que fizeram parte da convivência de Jésus, pelas visitações que faziam aos enfermos de Pirapitingui: Zaira Junqueira Pitt e Julinha Kohleisen. Ambas, seareiras do bem, aparecem juntas em algumas fotos da época ao lado de Jésus Gonçalves, publicadas nos livros a que nos referimos, sugerindo que fossem amigas próximas.
As informações contidas nos livros, em outros escritos e, especialmente, aquelas expendidas pelo conferencista e médium Divaldo Pereira Franco em várias oportunidades atestam que Zaira e Julinha eram, sim, amigas que, juntas, trabalhavam pelos necessitados em geral e, de forma muito especial, pelos internos do Hospital Dr. Francisco Ribeiro Arantes, conhecido como colônia-asilo de Pirapitingui, ou simplesmente “Pira”, um dos maiores leprosários do Brasil, construído em 1931, oficializado em 1933 e inaugurado no ano de 1937.
A partir dessas observações, sentimos uma vontade imensa de mergulhar na vida dessas duas criaturas, que, ainda jovens, numa época em que o preconceito era implacável para com os infelizes que conviviam com as chagas provocadas pela insidiosa moléstia, à época denominada lepra, um passaporte de ida, sem perspectiva de volta, aos estabelecimentos que serviam de masmorras aos infelizes. Isolados, viviam privados do convívio social e da família, enfrentando a mais cruel solidão.
O próprio Jésus Gonçalves, antes de conhecer o Espiritismo, era muito revoltado, conforme nos disse a sua própria filha Jandyra que ainda vive na cidade de Bauru, SP. Não conseguia entender como, de jovem e bonito, funcionário público bem encaminhado, casado e pai de filhos, muito bem relacionado na “Capital da Terra Branca”, de repente, é colhido pela notícia de que era portador de lepra. Isso se deu no ano de 1930. Três anos depois, aos 16 de agosto de 1933, quando vivia com a família na zona rural em propriedade cedida pelo amigo João Martins Coube, a viatura do Sanatório de Aymorés o busca para internamento e retira-o do convívio da família. A partir de então, vive no confinamento de Aymorés e, depois, em Pirapitingui, até o fim da vida física, ocorrido aos 16 de fevereiro de 1947.
Resgatar um pouco da vida e da obra de Zaira e Julinha, duas Mecenas de Jésus, passou a ser nosso objetivo, inspirado pelas homenagens que modestamente prestamos ao famoso tutelado daquelas damas da caridade. Depois de muitas tentativas, localizamos, através do amigo Marcos Avó, uma sobrinha muito querida de Zaira Junqueira Pitt: Neide Pereira Porta, residente na cidade de São Paulo. Neide palmilhou nas lides da caridade ao lado da tia e, inspirada pelo exemplo dela, fundou, junto com amigas e amigos, o Grupo Socorrista Zaira Pitt, entidade que acolhe em sua própria casa, no bairro de Campo Belo. Nessa instituição, desenvolve-se atividade de assistência a gestantes, que lá recebem enxovais para seus filhos que estão por nascer. Associando as informações de Neide, de várias cartas e mensagens, de documentos oficiais e aquelas contidas nos livros por nós compulsados, elaboramos esta singela síntese biográfica de Zaira Junqueira Pitt, que, nos assentos do Cartório do Registro Civil da comarca de Rio Claro, SP, traz o nome de Amélia Zaira. A biografia de Julinha Kohleisen, sua amiga querida, aquela que durante anos partilhou da convivência nas visitações aos sanatórios, está sendo objeto de nossas pesquisas.
A família de Zaira Junqueira Pitt - vida próspera e dificuldades
Zaira Junqueira Pitt, filha de Modesto Antonio Pereira e Zaira Junqueira, nasceu em Rio Claro, SP, às 17 horas do dia 25 de dezembro de 1900. Foram seus avós paternos João Antonio Pereira e Maria Engracia Pereira e avós maternos, Francisco Ramiro de Assis Junqueira e Amélia Pimentel de Oliveira.
Neide Pereira Porta nos faz relato de uma história muito singular e comovente envolvendo os pais de Zaira - Major Modesto e dona Zaira Junqueira:
“O Major Modesto era cafeicultor próspero que tinha um crédito a receber de Francisco Ramiro de Assis Junqueira, que também vivia da atividade rural. Certo dia, Modesto bate à porta da família de Ramiro, que já havia falecido, para a cobrança. Um dos filhos de Ramiro, irmão de Zaira Junqueira (também chamado Ramiro), diz que a dívida havia ficado muito grande e que não teria meios de saldá-la. Modesto, um viúvo de 57 anos, disposto a não perder a viagem, foi direto ao assunto: ‘- se você não tem dinheiro para me pagar, me dê sua irmã em casamento’. Depois de muita conversa, a proposta foi levada em conta e apresentadas ao candidato a noivo as irmãs mais velhas. Modesto foi taxativo: ‘- eu quero aquela que abriu a porteira quando cheguei’. Assim, a jovem de cerca de 20 anos, Zaira Junqueira, com sua beleza singular, passaria a ser esposa do Major Modesto Antonio Pereira”.
O casal foi residir na Fazenda Bela Vista, na região de Rio Claro, SP, e teve por filhos: Amélia Zaira, já mencionada e personagem central desta biografia; Francisco (1902); Guiomar (1904); Alzira (1906); Alfen (1910); e Modesto (1911).
Major Modesto e família retiravam o sustento da terra, na lavoura de café, atividade que possibilitou vida confortável, até o momento em que as crises da cafeicultura os levassem à bancarrota. Com a redução significativa de suas posses financeiras, permanecem os genitores no interior, enquanto os filhos buscam novas perspectivas de vida na capital de São Paulo.
Zaira, a mais velha, que tivera uma boa formação no curso primário do Colégio de Freiras em Piracicaba e vivera na fartura, encarou vida dura numa pensão que montou na Av. São Luís, atividade exaustiva que tocava sozinha, abrigando e cuidando dos irmãos e acolhendo hóspedes, muitos deles, conhecidos, que vinham da região onde residira no interior. Com os casamentos das irmãs que deixaram de residir na pensão, Zaira resolveu fechar o estabelecimento e contraiu núpcias com o baiano de origem inglesa Oswaldo Ildefonso Pitt, um negociante que chegara a morar na pensão da namorada. Casada, aos 24 de abril de 1930, passa a assinar Amélia Zaira Junqueira Pitt.
Zaira e Oswaldo tiveram por filha Idalina Célia Junqueira Pitt, mãe de Alberto, Sandra, Mônica e Ane Carolina.
O casal Pitt sempre residiu nas imediações da Praça Marechal Deodoro, em São Paulo, inicialmente na Rua Pirineus, número 50, e, posteriormente, na Avenida Angélica, na rua Baronesa de Itu e, finalmente, na Av. São João, 2091, 7º andar (defronte ao Castelinho da rua Apa), onde Zaira desencarnou aos 25 de julho de 1973. Seu corpo foi velado na Paróquia Santa Cecília e sepultado no Cemitério São Paulo, no túmulo 142, da quadra 28.
O Espiritismo e a prática da caridade
Os antecedentes que ensejaram a Zaira a oportunidade de conhecer e praticar o Espiritismo foram muitos e alguns, marcados pela dor.
O primeiro, e quiçá mais importante, deve ser atribuído a dona Zaira Junqueira, sua mãe, que, desde cedo, simpatizou com o Espiritismo e aplicava os conhecimentos da doutrina na vida em família, realizando, no reduto doméstico, uma espécie de Culto do Evangelho no Lar, com a participação dos filhos. Dotada de recursos mediúnicos notáveis, prestava-se ao atendimento gratuito de muitas pessoas, inclusive os colaboradores mais simples da fazenda, quando acometidos de doenças físicas ou espirituais. A filha Zaira foi se inspirando na mãezinha querida e, na condição de primogênita, buscava encaminhar os irmãos e exercer sua influência benéfica sobre todos os familiares que lhe devotavam muito respeito e admiração.
Sempre se interessando pelos temas espirituais, na teoria e na prática, Zaira começou a realizar culto doméstico, uma prática que era comum à época. Fazia leitura do Evangelho com aplicação de passes em adultos e também nas crianças.
Neide, a sobrinha, diz que, com relação ao passe, Zaira utilizava a expressão bênção, devido ao preconceito que tinham em relação ao Espiritismo. Exemplifica, com seu caso pessoal, de interna do Orfanato Cristóvão Colombo, na Vila Prudente, onde foi, de certa forma, admoestada pelo padre, que soube ela ser de família espírita: “Como? Você, espírita? Não sabe que isso é coisa do demônio?...”. A pressão fazia com que as crianças ficassem como que reticentes quando indagadas sobre a religião que professavam.
Marcantes na vida de Zaira foram as doenças que afetaram alguns de seus irmãos. Esse quadro reforçou sua proximidade com o Espiritismo.
Alfen teve tuberculose e, depois de tratamento, conseguiu a cura.
O irmão Francisco foi internado no Leprosário Santo Ângelo, em Mogi das Cruzes, isolado da família por ter sido diagnosticado como portador de hanseníase. Depois de algum tempo o diagnóstico foi refinado: descobriu-se que Francisco era, na verdade, portador de tuberculose, também uma doença grave à época e, em relação a qual, tinha-se preconceito social dilatado.
Detectada a hanseníase, Zaira rogou à espiritualidade que ajudasse seu irmão querido, assistindo-o em suas necessidades. Resignada, apelou aos emissários superiores no sentido de que, em não sendo possível a cura definitiva, ao menos que Francisco não tivesse as sequelas típicas da doença, em especial as que desfiguravam a face dos portadores. Com efeito, mesmo isolado do convívio familiar, providência que era obrigatória à época, Francisco manteve sua aparência normal.
Muito impactante foi a morte de seu irmão mais novo, Modesto, desencarnado aos 47 anos, vitimado por um câncer fulminante. Tudo foi tentado para que Modesto alcançasse a cura. Levaram-no até o médium Moacyr, que atendia sob influência do espírito Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro, que fora médico famoso e educador em Salvador. O tratamento não deu resultado. Buscaram a médium Lucia Berbelini que lhe disse: “não fique preocupada, minha filha! Grandes portas irão se abrir e ele vai ficar muito bem!”. Contrariando as expectativas do paciente e familiares, um mês depois, Modesto desencarnou e, com isso, pelos acontecimentos e pela mensagem recebida, reconheceram a necessidade de melhor compreender a vida, sob a ótica espírita.
Além da doença dos irmãos, também Zaira foi alcançada por um câncer na coluna vertebral, aos 40 anos de idade. Atendida pelo espírito Dr. Carneiro, por intermédio do médium Moacyr, passou por diversas cirurgias espirituais que extraíam os tumores, todavia, perdurando fortes dores na coluna, exigindo-lhe o uso continuado, por muitos anos, de incômodo colete. Neide lembra que Zaira tinha o corpo repleto de cicatrizes, oriundas das cirurgias espirituais, que não dispensavam o bisturi.
Pela força de sua grandeza espiritual incontestável, e somados os acontecimentos tristes com os familiares, Zaira passa a dedicar-se intensamente à prática da caridade, chegando, em alguns momentos, ao acolhimento de necessitados em sua própria casa. Em especial, após o surgimento do câncer em seu corpo, assumiu compromisso pessoal de intensificar sua dedicação à caridade enquanto vivesse, como voto de gratidão à assistência recebida dos espíritos amigos, que a mantiveram sob seus cuidados, em paralelo à medicina da Terra, ao longo de mais de três décadas.
As atividades de Zaira Pitt na caridade foram muitas e multiplicaram-se ao longo do tempo. São inúmeros os casos de pessoas carentes atendidas sob sua influência, de médiuns amparados e de instituições espíritas ou de outras religiões auxiliadas.
Dentre as casas amparadas, estão a FEESP – Federação Espírita do Estado de São Paulo, o Abrigo de Crianças Batuíra, o Centro Beneficente José de Andrade, a Casa Transitória (localizada na Marginal do rio Tietê, na cidade de São Paulo), o Lar do Caminho (em Juquitiba, SP), a Casa de David, as Casas André Luiz, a Instituição de Amparo à Criança Asas Brancas, a Casa Ondina Lobo, entre outras.
Como exemplo de pessoa atendida por Zaira Pitt, dona Neide Porta nos relatou o caso de “Dito”, um negro que pedia esmolas pelas redondezas da Praça Marechal Deodoro e sofria de tuberculose. A casa de Zaira, na Rua Pirineus, tinha um “porão milagroso”, no qual eram armazenados bens para distribuição a pessoas carentes. Dito não foi apenas um beneficiado, mas também recebeu abrigo nesse porão, até o momento em que foi encaminhado para tratamento em sanatório especializado, em Campos do Jordão.
Suas histórias, no entanto, não eram muito divulgadas ou relatadas pela própria Zaira. Os familiares e amigos a observavam sempre ativa e em busca de formas das mais diversas de amparar seus semelhantes. Uma cadeira de rodas aqui, um prato de comida acolá; uma vaga num hospital para um doente, viabilizada com o apoio de amigos; uma ajuda financeira continuada para uma família sem condições de gerar renda... Esses são exemplos de formas pelas quais o suporte de Zaira Pitt se fazia chegar aos necessitados.
Tudo isso se viabilizou pelo fato de Zaira, em conjunto com sua credibilidade e confiabilidade de caráter, ter arregimentado pessoas e amigos que a apoiaram. Esse tema merece tratamento à parte, conforme se poderá observar na próxima seção deste texto. O fato é que, realizando reuniões em sua residência, para estudo e prática do Espiritismo, e praticando atividades de caridade, fez amizade com inúmeros médiuns e figuras de destaque na sociedade, que, além da participação doutrinária, encampavam suas iniciativas no campo assistencial, para o atendimento aos que lhe batiam à porta ou àqueles que voluntariamente ela ia procurar.
Além das reuniões espíritas em sua casa, Zaira também participava das que eram realizadas na casa do Sr. Ribeiro Branco (vide sobre o Sr. Ribeiro Branco, também na próxima seção), às segundas e quintas feiras, inclusive com a presença da criançada, que ia tomar as “bênçãos” e brincar, enquanto aconteciam as reuniões dos adultos.
Tempos depois, deixando de realizar reuniões espíritas em sua casa, por orientação espiritual, Zaira frequentou o Centro Beneficente José de Andrade, na rua Apiacás, 739, no bairro de Perdizes, uma obra que ajudou a edificar. Nesse centro, além das reuniões doutrinárias, eram realizadas cirurgias espirituais entre os meses de Maio e Agosto. Depois das cirurgias, os pacientes ficavam na casa por até 3 dias, para os curativos. Alimentavam-se e ficavam sob os cuidados dos caseiros Cecília e Vicente. As cirurgias espirituais eram realizadas com o concurso do médium Moacyr, sob ação do espírito Dr. Carneiro Ribeiro.
Zaira Pitt e suas amizades
Quem ouve os relatos ou lê acerca do que Zaira Pitt realizou, logo pensa que fosse uma pessoa bem aquinhoada financeiramente. Nada disso. Segundo Neide, a sobrinha que a acompanhou e conheceu de perto seu espírito caritativo, "ela era uma empreendedora do bem, que encontrava respaldo entre outros samaritanos preocupados em minimizar os sofrimentos do próximo.”.
Entre os mecenas da obra caritativa realizada por Zaira Pitt, podem-se citar diversos nomes. Destaca-se, nesse conjunto, o Sr. Ribeiro Branco, diretor, por longos anos, da Johnson & Johnson, que fornecia medicamentos para o tratamento dos hansenianos do sanatório de Pirapitingui. Sr. Ribeiro Branco tornou-se grande amigo de Zaira Pitt e era quem disponibilizava seu carro, para transportar medicamentos e mantimentos arrecadados para aquele hospital. Circulava sempre com o carro cheio. Sr. Ribeiro Branco foi seareiro abnegado, que muito ajudou Zaira no atendimento ao pedido de Jésus Gonçalves, para a construção do C.E. Santo Agostinho e do departamento para atender aos doentes visuais do sanatório de Pirapitingui.
Outras figuras fazem parte da lista de amigos que Zaira Pitt desenvolveu, em suas andanças nas atividades caritativas e sociais. Os nomes abaixo são exemplos de relações de Zaira Pitt que foram envolvidas em práticas de caridade.
A Senhora Maria da Conceição da Costa Neves, uma atriz renomada (que atuou ao lado de Procópio Ferreira e outros artistas), é um exemplo de amiga de Zaira Pitt. Após deixar o teatro, Conceição enveredou pelo caminho da política e, como deputada, viria a ser a grande defensora dos direitos dos portadores da hanseníase. Pelo seu indomável empenho em favor dos leprosos, era venerada em todos os estabelecimentos que abrigavam portadores da doença de Hansen.
Outra grande amiga de Zaira era a Sra. Judith Noronha, casada com o médico Procópio Noronha. O casal tinha estreito contato com o Sr. Adhemar de Barros, governador do estado nessa época. Dada sua posição, o Sr. Adhemar de Barros foi acessado, vez que outra, para viabilizar atividades de caridade.
O Sr. Schmidt, empresário da Cerâmica Schmidt, uma das pioneiras do ramo no início dos anos de 1940, na cidade paulista de Mauá, é um caso interessante de pessoa de destaque na sociedade que cruzou seus caminhos com as atividades de Zaira Pitt. O Sr. Schimidt procurou reconforto para questões particulares no Centro Beneficente José de Andrade, na rua Apiacás, e, em certa oportunidade, após ser atendido, foi abordado pelo mentor espiritual da casa, que lhe disse: “irmão, o que você joga fora é capaz de sustentar muitas famílias...”. Sr. Schmidt matutou e chegou à conclusão que poderia doar louças com pequenos defeitos, para o Centro Espírita. Daí em diante, louças que eram descartadas por portarem alguns defeitos passaram a ser aproveitadas: após breve seleção e tratamento, as louças começaram a ser vendidas pelo Centro Espírita, transformando-se em alimentos e remédios aos necessitados. Com efeito, a partir de então centenas e centenas de peças eram enviadas ao Centro Espirita e um mutirão de trabalhadores da casa as recuperavam para a venda, aliando o exercício prático da caridade aos ensinos do Evangelho de Jesus.
Membros da Família Vianna, proprietária da Granja Vianna, também compõem esse grupo de amigos que davam suporte a Zaira Pitt. Em especial, o Sr. Genuíno Vianna e sua esposa Célia foram grandes colaboradores de atividades de caridade articuladas por Zaira.
Dona Carola Richter Lotufo, da família proprietária da Construtora Richter & Lotufo Ltda, contribuiu em várias frentes, sendo médium e grande participante de atividades de caridade, em conjunto com Zaira.
Muitas amigas libanesas, residentes no bairro de Higienópolis, ajudavam e eram ajudadas: participavam do trabalho doutrinário e caritativo de Zaira Pitt, que valorizava muito a mediunidade, mas aplicada de forma séria e não apenas pelos interesses imediatistas que envolviam crises sentimentais, problemas financeiros, venda de casa, obtenção de emprego ou de uma empregada. Zaira ficava “por conta” quando o petitório versava sobre interesses meramente materiais. Tinha carinho pelos médiuns que trabalhavam com seriedade e até brincava, quando alguma sobrinha arrumava namorado, perguntando, bem-humorada, qual era o tipo de mediunidade do pretendente.
Uma médium muito próxima de Zaira foi D. Lucia Berbeline, residente no bairro Santa Cecilia, dotada de grandes recursos mediúnicos e também frequentadora do Centro Beneficente José de Andrade, da rua Apiacás. Neide Porta fala que Zaira buscava protegê-la do assédio de pessoas oportunistas e interesseiras. Uma vez por semana, relembra Neide, as duas, Zaira e Lúcia, iam passar o dia em sua casa. Era Juarez Rodrigues Leite, motorista de D. Carola Richter, quem conduzia Zaira e Lúcia para a casa da sobrinha, para almoçar, bater papo e ter algum tempo de descanso para a médium (Lúcia).
Registre-se que Juarez é médium com diversos recursos mediúnicos e frequenta, até hoje, as reuniões no Grupo Socorrista Zaira Pitt.
Entre outras inumeráveis personalidades importantes na vida de Zaira, merece também destaque o cardiologista Dante Pazzanese (31-12-1900 / 09-01-1975). Ele e sua família foram amigos de Zaira Pitt e deram-lhe assistência direta e ininterrupta quando esta viveu seus últimos dias na Terra. Dante organizou uma equipe médica para acompanhar diuturnamente Zaira em sua enfermidade que a levaria à desencarnação.
Como se vê, embora Zaira não possuísse riqueza material, tinha um tesouro imensurável com o qual podia contar para o desenvolvimento de suas atividades e em suas necessidades: amigos que confiavam em sua conduta e se irmanavam aos ideais vividos (mais vividos do que pregados) por Zaira.
Zaira Pitt, Jésus Gonçalves e Divaldo Pereira Franco
Iniciamos este capítulo reproduzindo um texto de Divaldo Pereira Franco a nós enviado por ocasião da homenagem a Jésus Gonçalves (1902-1947) no ano de 2012, quando se assinalava o seu aniversário de 110 anos. Por ele, se verifica que Zaira, Divaldo e Jésus Gonçalves são personagens com laços fortes entre si e cujos fatos, ora registrados, deixam patentes que esses vínculos focados à luz do Espiritismo remontam a outras existências. Zaira, em tom de brincadeira, dizia que os seus problemas de saúde deviam ser por conta do que fizera à época de Alarico, mesma individualidade que teria reencarnado como Jésus Gonçalves no século XX.
Assim diz Divaldo:
Querido irmão Ismael:
Jésus Gonçalves merece esse carinho nosso. O que você vem fazendo é um trabalho de resgate da memória espírita e dos vultos espíritas de ontem.
Deus o inspire sempre!
Eu visitei o sanatório onde ele viveu e conheci a sua então esposa, uma excelente médium clarividente, embora fosse cega, de nome NINITA.
Isso foi em janeiro de 1951, quando fui convidado a visitar São Paulo por primeira vez, e fui acompanhando D. Zaira Pitt, que era uma benfeitora do sanatório de Pirapitingui onde ele viveu. Zaira foi sua amiga no corpo físico. Havia também uma jovem que trabalhava em favor dos hansenianos de nome Julinha Kohleisen, igualmente espírita.
D. Zaira ajudou a construir um pavilhão para cegos, surdos e tuberculosos do Sanatório.
Nessa oportunidade eu proferi uma palestra no Centro que ele ali fundara, chamado Santo Agostinho, abordando a vida de Maria de Magdala, que terminou a existência no vale dos leprosos.
Na visão que dele tive, um ano antes, no quintal da casa em que então residia, apareceu-me deformado pela hanseníase e fiquei chocado. Eu era quase totalmente ignorante em relação ao conhecimento espírita.
Ele disse-me ser meu irmão... Eu pensei: que tipo de irmão eu tenho no Além... Então ele se foi transfigurando e apareceu-me todo iluminado. Nos lugares do corpo em que a doença havia-lhe desfigurado, apresentava-se uma tecelagem em luz. Então, ele propôs-me visitar o Sanatório de Águas Claras, em Salvador, para hansenianos. Apavorado com a doença eu respondi-lhe que não iria. Foi então, que ele me perguntou:
- Tu não preferes ir lá, a fim de não ires para lá?
Claro que aceitei o desafio e, durante 55 anos fomos visitar os irmãos internados, realizando um encontro de alegria, sempre no dia 1° de janeiro.
Quando os sanatórios passaram a abrigar somente casos cirúrgicos, já não havia necessidade de ali volver, porque o tratamento passou a ser ambulatorial e o denominado perigo de contágio ficou muito reduzido...
Ele informou-me haver sido em outras existências, Alarico (rei dos visigodos) que invadiu Roma em 410... Um pouco antes, ao tentá-lo, Santo Agostinho foi de barco pelo rio Tibre até fora dos muros da cidade, e com um gesto, apontando a distância, expulsou-o e as suas hordas... Mas ele retornou...
Curioso é Santo Agostinho haver-se tornado, desde aquela oportunidade, o que chamaríamos o seu guia espiritual.
Mais tarde ele reencarnou-se com o cardeal de Richelieu, quando eu teria sido alguém que lhe esteve ao lado (Mas esta é uma outra história, que um dia lhe narrarei).
E passou a ajudar-me, a socorrer-me. Em homenagem a ele visitei quase todos os antigos Leprosários existentes no Brasil e alguns no Exterior.
Chico Xavier também narrou-me que mantinha correspondência com ele, enquanto reencarnado, e que, ao desencarnar, apareceu-lhe e ditou-lhe um belíssimo poema, no qual ele diz sutilmente quem fora antes e que a hanseníase o libertou do luxo e das extravagâncias...
Perdoe-me por estender-me.
Abraços,
Divaldo
Neide, sobrinha de Zaira, que conheceu Divaldo na casa da tia no final do ano de 1950 e princípio de 1951, quando tinha apenas 11 anos de idade, diz como ocorreu a aproximação de Divaldo e a tia na presente existência e os fatos que corroboram a descrição de Divaldo.
No ano de 1950, D. Zaira foi convidada por sua amiga Maria José de Barros, uma baiana que vivia em São Paulo e trabalhava no serviço público, a irem a Salvador, onde pretendia conhecer a família do médico e educador Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro, espírito que operava as curas no Centro Espírita que ambas frequentavam na capital paulista. Era a oportunidade de Zaira conhecer mais de seu benfeitor e sua família na Terra.
Combinada a viagem com Maria José, uma senhorinha alegre que usava óculos e turbante, partiram para Salvador.
Ficaram hospedadas na casa de familiares de Maria José, gente influente na capital baiana, onde todos comentavam maravilhas sobre a vida e a obra do então jovem Divaldo Pereira Franco. Em clima de animação, combinaram e foram para o Centro Espírita Caminho da Redenção que ficava na cidade baixa.
Nesse dia, Divaldo mencionou durante a preleção a visão que tivera de Jésus Gonçalves (acima descrita) e, ao final da reunião, certamente intuído, perguntou se alguém ali presente ouvira falar de Jésus Gonçalves.
De imediato, Zaira Pitt, uma das mecenas de Jésus Gonçalves em Pirapitingui, se levantou e deu as explicações conforme nos narra de forma brilhante a biógrafa Altiva Glória F. Noronha em seu livro “O Peregrino do Senhor”: em seu capítulo 15, LEAL, 1ª. Edição, 1987:
...
À noite, em seu grupo de trabalhos, no Centro Espírita “Caminho da Redenção”, fundado havia já dois anos e funcionando ainda em sala ampla, numa casa na mesma rua onde tem hoje a sua sede definitiva, Divaldo contou esta experiência aos irmãos e perguntou se, por acaso, alguém ali já ouvira falar ou conhecera Jésus Gonçalves. Levantou-se então, uma senhora portadora de grande beleza do corpo e da alma e declarou:
- Jésus Gonçalves foi meu amigo. Quase desencarnou em meus braços. Convivi com ele, quanto me permitiram as possibilidades. Sou mineira do interior, e resido na capital de São Paulo, há muitos anos, onde mantenho um serviço de visita a várias casas de leprosos. Meu nome é Zaira Pitt. Em companhia de Julinha Koffmann e de outros, procuramos dar assistência aos nossos irmãos leprosos. Neste momento, com um grande número de amigos, estamos ajudando a construção do pavilhão para tuberculosos hansenianos, lá mesmo no hospital de Pirapitingui.
A senhora confirmou, disse Divaldo, para a surpresa de todos nós, a existência desse Espírito, dizendo a ele estar vinculada, fazia muito tempo. Quando o jovem baiano disse que Jésus Gonçalves pedira que ele visitasse a colônia de leprosos de Águas Claras, D. Zaira Pitt estimulou-o muito para essa tarefa, dizendo que não havia o menor perigo de contágio, como comumente se pensava e propalava por aí...
Jésus Gonçalves, antes de retirar-se, naquela tarde em que se manifestara a Divaldo, aconselhara-o a ler um livro que o ajudaria a perder o medo da lepra, intitulado “Eles Caminham Sós”, dizendo, mais, que ele o faria chegar às suas mãos, através de alguém. Com o pedido do Espírito comunicante e o encorajamento dado por Zaira Pitt, Divaldo, então, propôs aos frequentadores do Centro Espírita, a visita àquele lar expurgador. Amigos mais bem relacionados na sociedade entraram em contato com o diretor do hospital, o qual, de início vetou aprioristicamente o plano da visita. Mas a insistência de Divaldo, ante a afirmativa de que o objetivo era apenas fazer uma visita fraterna, levando alguns brindes e um pouco de alegria, respeitando todas as instruções da casa, ele aquiesceu, impondo uma série de restrições. Até aquela época, 1949, o mal de Hansen ainda gozava de muitos tabus e preconceitos que impediam as visitas. Mas Divaldo logrou a liberação da ordem de impedimento e o grupo fez a primeira visita. Foi com ela que iniciou a série de excursões que até hoje faz à colônia de hansenianos, em Águas Claras. Isto, há 36 anos consecutivos!
D. Zaira Pitt havia viajado a Salvador com o objetivo de conhecer a família do Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro, o insigne filólogo, o qual então se comunicava em São Paulo, através de um jovem médium por nome Moacyr, que realizava cirurgias mediúnicas, especialmente de câncer, de que ela, Zaira Pitt, era portadora, com resultados excelentes. Tinha vindo para agradecer à família e trazer uma mensagem do Dr. Carneiro Ribeiro aos que haviam ficado na carne. Visitando uma Instituição Espírita de Salvador, alguém havia indicado o nome de Divaldo; por isso ela havia ido ao Centro Espírita “Caminho da Redenção”, naquela noite, naturalmente inspirada por Jésus Gonçalves. Ela retornou a São Paulo, mas tornou-se grande amiga e benfeitora de Divaldo.
Em 1950, o Sr. José Gonçalves Pereira, hoje Diretor da Casa Transitória de São Paulo, departamento social da Federação Espírita daquele Estado, foi fazer uma visita a Divaldo, incumbido de um convite de Zaira Pitt, para que, na primeira oportunidade, ele fosse levar a Grande Mensagem à Capital Paulista: pessoas interessadas na divulgação da Doutrina Espírita financiaram a passagem e ele ficaria hospedado em casa daquela mesma benfeitora dos hansenianos e dos sofredores. A viagem aconteceu em dezembro do mesmo ano de 1950. No dia 30, o jovem baiano ali chegou, sendo recebido por alguns corações amigos, dentre os quais, D. Zaira Pitt. No dia 1º. de janeiro de 1951, o grupo foi visitar o leprosário de Pirapitingui. No grupo estavam aquela senhora, Divaldo e o Sr. Joaquim Alves, o famoso Jô, admirável trabalhador da Seara Espírita, desenhista ímpar e pintor exímio, o Dr. Lauro Michielin, um dos criadores e fundadores do Sanatório Espírita “Antonio Luiz Sayão” (Araras, SP) e que, sob o pseudônimo de Jacques Garnier, escreveu várias obras, relatando experiências mediúnicas, trazendo conceitos e reflexões muito valiosos, e que eram vendidas a benefício do referido Sanatório (naquela época, como vemos, já existia o sistema abençoado da divulgação doutrinária, beneficiando uma obra assistencial).
Chegando a Pirapitingui, o grupo teve a oportunidade de conhecer a viúva de Jésus Gonçalves. D. Ninita, cega, mas excelente médium vidente. Ela descreveu Divaldo tal como se o estivesse vendo! Falou da presença espiritual do marido ali também. Mas uma senhora muito rica, que Zaira Pitt levara, viúva recente, trajando mesmo luto fechado, foi quem mais chamou a atenção de Ninita, que lhes descreveu o esposo desencarnado e pediu-lhe para tirar o luto, dando-lhe uma lição de imortalidade das mais comovedoras. O grupo foi depois ao Centro Espírita “Santo Agostinho” e, ali, Divaldo proferiu uma palestra para os internados e visitantes. Após a alocução, todos voltaram à Capital.
No domingo seguinte, por solicitação de D. Zaira Pitt, Divaldo fez uma palestra na reunião das 10 horas da manhã, na Casa-Máter do Espiritismo em São Paulo. Naquela época, Pedro de Camargo, o inesquecível escritor e orador Vinicius, que mantinha uma grande assistência, havia vários anos, ali acorrendo para ouvir-lhe a palavra fluente e evangelizadora, foi quem apresentou o jovem baiano, assim falando:
- Muitos aí estão a perguntar quem é esse jovenzinho e o que faz ele aqui, ao meu lado. Tenho, assim, a imensa satisfação de apresentar Divaldo Pereira Franco aos nossos irmãos paulistas. Este nosso amigo vindo da Bahia traz uma mensagem de vida, com a sua mediunidade voltada para o Bem e guiada pela Doutrina Espírita, a fim de nos estimular a marcha e nos encorajar para a luta.
Foi dessa forma que Divaldo proferiu a sua primeira palestra na Federação Espírita do Estado de São Paulo, vinculando-se também àquele missionário do bem e da luz, que era Vinicius, o emérito educador e o sacerdote, no sentido profundo da palavra, da mensagem evangélica e espírita.
Assim, Divaldo Pereira Franco iniciou as suas pregações na capital bandeirante. Era janeiro de 1951, o que vale dizer: há quase 36 anos!
Zaira Pitt continuou hospedando Divaldo em sua casa até o momento em que Divaldo alcançou grande número de contatos em São Paulo, ensejando-lhe a oportunidade de usufruir da hospitalidade de outros lares, que, a pedido, lhe abriam as portas com muito amor e carinho. Também o visitou várias vezes em Salvador, ora ficando hospedada na casa da sobrinha Neide, que morou na capital baiana de abril de 1960 a abril de 1967, como na Mansão do Caminho, a convite de Divaldo.
As caravanas para Pirapitingui
A despeito da solidão e dos preconceitos que vigiam em relação aos portadores da hanseníase, os internados em Pirapitingui nunca deixaram de receber corações generosos que lhes buscavam para distribuir palavras de conforto, medicamentos e víveres de diversas espécies.
Tanto da capital como do interior, dezenas de criaturas buscavam atenuar o sofrimento dos internos, passando os domingos em suas companhias. Zaira e Julinha eram grandes nomes dessa empreitada e tinham como que um “passe livre” para visitação aos hospitais que tratavam dos portadores de hanseníase. O acesso à visitação não era fácil e precisava de autorização oficial das autoridades. Numa delas, expedida pela Secretaria da Saúde Pública e da Assistência Social, encontramos a seguinte determinação: “pela presente, fica a Sra. Zaira Junqueira Pitt, autorizada a visitar os Sanatórios de Lepra deste Estado de São Paulo, a qualquer hora do dia, juntamente com as pessoas que a acompanham”.
O historiador Eduardo Carvalho Monteiro em “A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves”, editado por USE-MADRAS, 2002, faz a descrição das abençoadas visitas:
“...Não tardaram as respostas emprestando solidariedade moral e material à campanha. Jésus conseguia, assim, revolucionar o movimento espírita da época, que exultava diante da iniciativa. Para gáudio dos internos do hospital, numerosas caravanas espíritas, vindas de todos os cantos do Estado, lá aportavam aos domingos e permutavam felizes momentos com eles, interrompendo a triste solidão daquelas criaturas até então desprezadas e incompreendidas por uma sociedade mal-informada a respeito da doença de Hansen.
Essas caravanas pioneiras tiveram o mérito, também, de abrir novas frentes de trabalho aos praticantes da doutrina, além de incentivar outras religiões a promoverem o mesmo tipo de visita fraterna. Entre os espíritas, dos muitos que passaram a frequentar assiduamente o sanatório, a despeito das restrições vigentes na época, poderíamos citar: de Sorocaba, José Cânscio, Benedito Dias e a Família Albuquerque (Romeu, Laura e Ivan); de São Paulo, Marina Tricânico, Esteva Quaglio, Orlando* e Zaira Junqueira Pitt, Romeu de Campos Vergal, Pedro de Camargo (Vinícius), José Pereira Gonçalves, Apolo Oliva B. Cordeiro, João Batista Dinoto, Herculano Pires e esposa, João Lopes; de Piracicaba, Omar da Silva Pinto, Pedro Bertolini, Família Joly, Irmãs Walder, Urubatão Pitta, Walter Radamés Accorsi, Max e Julinha Thekla Kohleisen; de Campinas, Honoré Tounilez, Manoel Guilhen Garcia e José Rosa; de Itu, José de Arimatéia e seu grupo; e muitos outros.
Dois destes frequentadores, o casal Orlando* e Zaira Junqueira Pitt, espíritos de escol, que responderam ao chamado do Apóstolo de Pirapitingui, junto de valoroso grupo de seareiros da capital passaram a frequentar amiúde o Asilo-Colônia de Pirapitingui, indiferentes às críticas recebidas por este ato de fé e caridade cristã, tão revolucionário na época. Condoídos com a situação daqueles seres presos à prova da hanseníase, desvelaram-se na assistência material e espiritual em Pirapitingui, terminando por realizar grande sonho de há muito acalentado pelos internos do hospital: a construção de um pavilhão para aqueles cuja doença atingisse a visão. Até hoje o “Pavilhão de Olhos” funciona, e Pirapitingui reverencia seus benfeitores, introduzidos lá dentro graças à amizade com Jésus Gonçalves.
Interessante registrar, no entanto, a peculiaridade do grupo de caravaneiros de Piracicaba, presidida na época por Ismael Izidro Corazza (da crença protestante), uma sociedade ecumênica que unia esforços gerais no campo da assistência social. Em suas visitações a Pirapitingui, essa caravana chegava a levar 10 a 12 caminhões lotados de mantimentos, roupas e até mesmo bois, galinhas, porcos e outros animais vivos, destinados à procriação e que se constituíam em precioso donativo. Lá chegando, os caravaneiros dividiam-se, indo cada um para os respectivos templos de sua crença. Após as atividades religiosas, reuniam-se no prédio do cassino para a Confraternização Geral e apresentação de shows por visitantes e visitados.
Vale ressaltar que essas visitas tiveram início graças à atuação de Jésus Gonçalves. A ele credita-se o mérito da abertura dos portões do Sanatórios de Hansenianos a visitações fraternas de pessoas que conseguem penetrar no drama milenar pelo qual passam esses nossos irmãos em humanidade e que desejam dar um pouco de si em prol do seu próximo, como recomendou o Mestre dos Mestres.
Oito meses foi o tempo gasto na construção do centro, que na época custou aos cofres da “Sociedade Espírita Santo Agostinho” a substanciosa quantia de trinta mil, seiscentos e vinte e seis cruzeiros e dez centavos, sendo inaugurado em 16 de dezembro de 1945, com a presença de inúmeros elementos de projeção da família espírita e de todos aqueles que souberam reconhecer em Jésus Gonçalves um espírito empreendedor, idealista e, sobretudo, de sentimentos nobilitantes e puros.
Nestes relatos de Eduardo Carvalho Monteiro fica evidente a participação direta de Dona Amélia Zaira Junqueira Pitt e seu esposo Oswaldo no trabalho de assistência moral e material aos internos de Pirapitingui e nas construções do Centro Espírita Santo Agostinho e do “Pavilhão de Olhos”, exemplificando na prática como ser um bom cristão e um bom espírita. Em mensagens psicografadas por Francisco Cândido Xavier, o espírito Jésus Gonçalves enaltece a figura de Zaira Pitt.
Zaira Pitt e Chico Xavier
Tanto através de livros como de correspondências, pode-se verificar que Zaira Pitt mantinha contato habitual com Francisco Cândido Xavier, tanto pessoalmente como também através de portadores que levavam e traziam informações. Era assim que Zaira, Julinha e outros companheiros que visitavam os internos de Pirapitingui contribuíam para fazer a ponte entre Chico e Jésus Gonçalves, já que, pessoalmente, ambos não se conheceram. No livro de Eduardo Carvalho Monteiro, já mencionado, e no capítulo “O Poeta Desencarnado” está registrado:
Dentre os muito espíritas com quem mantinha correspondência, Chico Xavier era um deles. Não tiveram oportunidade de relacionarem-se pessoalmente, apesar do desejo de ambos, porém reiteradas vezes Jésus afirmava em suas cartas que ao desencarnar iria visitar o Chico. Isso realmente se deu, e é o próprio Chico Xavier que na obra No Mundo de Chico Xavier de Elias Barbosa, Ed. IDE, descreve o encontro:
Não cheguei a conhecer Jésus pessoalmente, mas mantivemos uma correspondência regular por dois anos consecutivos. Achava-se ele em tratamento em Pirapitingui, quando passou a comunicar-se comigo, através da bondade de nossas irmãs D. Zaira Junqueira Pitt e Julinha Kohleisen, ambas residentes em São Paulo. Ele me escreveu um bilhete amigo e respondi. Desde então, habituei-me a receber o conforto que as palavras dele me traziam. Edificavam-me ao receber-lhe as observações otimistas. Conquanto vítima de moléstia pertinaz, era um exemplo de coragem, de resignação, de tranquilidade e fé viva. Dava-me tantas lições de paciência e compreensão que, muitas vezes, os recados e missivas dele para mim representavam mensagens de Vida Superior. Em muitos dos pequenos avisos que me enviava dizia que, ao partir da Terra, pretendia ir ver-me em espírito. Em algumas ocasiões, enviou-me retratos dele atendendo aos meus pedidos, e, porque a moléstia lhe impusesse algumas alterações fisionômicas, costumava escrever-me com bom humor: “Irmão Chico, se você notar alguma diferença de uma fotografia para outra, isto é da máquina, porque continuo sempre o mesmo”. De minha parte, respondia, procurando encorajá-lo, se bem que reconhecesse que ele era um armazém de bom ânimo para mim. Acontece, porém, que em desencarnando, se não me engano, em fevereiro de 1947, nosso caro poeta veio, efetivamente, ao nosso encontro como prometera.(...)
A partir de então, inúmeras mensagens foram recebidas por Chico e subscritas por Jésus Gonçalves, muitas delas reproduzidas por Eduardo em seu livro, outras publicadas no livro “Flores de Outono” e outras tantas que foram direcionadas aos colaboradores e amigos que prestaram seu concurso fraterno aos doentes de Pirapitingui. Algumas alcançaram Zaira e Julinha, figuras de escol pelas quais Jésus Gonçalves nutria um carinho todo especial, porquanto converteram-se em esteios para Jésus, tanto para ajudá-lo em suas necessidades físicas como no trabalho espírita que desenvolvia no Centro Espírita Santo Agostinho, fundado no asilo-colônia de Pirapitingui por sua iniciativa e concurso de uma plêiade de colaboradores. Foi ali que Divaldo Pereira Franco, na companhia de Zaira, esteve pela primeira vez, conforme ele mesmo relatou, 4 anos depois do falecimento de Jésus Gonçalves, desenvolvendo palestra com o tema “Maria de Magdala”. Fica claro que vínculos fortes uniram na Terra os seareiros Zaira Pitt, Divaldo Pereira Franco, Chico Xavier e Julinha ao grande Jésus Gonçalves, liames estes que, à luz do que aprendemos no Espiritismo, foram construídos ao longo de existências pretéritas, cujos detalhes e nuances a biblioteca do mundo espiritual abriga, devidamente registrados.
O Grupo Socorrista Zaira Pitt
É uma entidade beneficente, dedicada, na parte doutrinária, ao estudo e divulgação da Doutrina Espírita, e, na parte assistencial, ao trabalho de confecção de enxovais para récem-nascidos, desenvolvido com o concurso de dezenas de colaboradores. Todas as atividades são desenvolvidas residência de Neide Pereira Porta, aquela que acompanhou de perto e ativamente, desde a infância, o trabalho da tia Zaira Junqueira Pitt. O trabalho é realizado com dedicação e responsabilidade, com delineamento do mundo espiritual, envolvendo um grupo de personalidades importantes com compromissos na Seara de Jesus, incluindo a figura de Jésus Gonçalves. Alguns já se foram e deixaram indeléveis marcas de dever cumprido, outros prosseguem presentemente e, com certeza, a obra nunca fenecerá, porque tem base sólida na Terra e no Espaço. E a vida continua...
* O correto é Oswaldo Pitt
Assista vídeo da visita de Piedro Ubaldi a Francisco Cândido Xavier
em agosto de 1951 onde estava presente D. Zaira Junqueira Pitt.
Bibliografia consultada:
“A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves”, Eduardo Carvalho Monteiro, USE-MADRAS, 2002.
“O Peregrino do Senhor”: Altiva Glória F. Noronha, LEAL, 1ª. Edição, 1987.
“Flores de Outono”: Jésus Gonçalves-Francisco Cândido Xavier, LAKE, 4ª. Edição.
Documentos oficiais de Amélia Zaira Junqueira Pitt consultados:
Certidão de Nascimento expedida pelo Cartório do Registro Civil de Rio Claro, SP.
Certidão de Casamento expedida pelo Cartório do Registro Civil do 7º. Subdistrito Consolação, São Paulo, SP.
Certidão de Óbito expedida pelo 11º. Cartório do Registro Civil de Santa Cecília, São Paulo, SP.
Fotos e outros documentos reproduzidos:
Conforme mencionado nas legendas ou no próprio texto.
Colaboradores
Marcos Avó
Neide Pereira Porta
Revisão
Aparecida de Fátima Michelin
Marcos Avó
Neide Pereira Porta
D. Zaira Junqueira mãe de Zaira Junqueira Pitt
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Foto do casamento de Oswaldo Ildefonso Pitt e Zaira Junqueira Pitt
São Paulo, 24 de abril de 1930.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira filha e Zaira mãe.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira Junqueira Pitt
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Casa onde d. Zaira Junqueira Pitt residiu à rua Pirineus, 50, no bairro Santa Cecília.
Nesta casa, ficou hospedado Divaldo Pereira Franco, em sua primeira vinda a São Paulo. Foto: Ismael Gobbo.
A partir da direita: Oswaldo e Zaira Pitt; Da Silva e Alzira; Walter e Guiomar; à frente os patriarcas Zaira (mãe) e
Major Modesto; Norberto e Alfen, solteiros. Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
A mãe de Zaira Junqueira Pitt, d. Zaira, no alto entre os filhos Alfen e Modesto
Abaixo, um amigo da família, Alzira e Francisco (da esquerda para a direita)
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira, na extrema direita, com familiares.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira sentada com o esposo Oswaldo, Guiomar e os netos Edwin e Bruce, em praia de Santos, SP.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira Pitt com o sobrinho-neto Edwin.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira e o marido Oswaldo.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Guiomar, irmã de Zaira Pitt
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira, na extrema esquerda, à frente, com amigas no Abrigo de Crianças Batuíra.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira Pitt com o jovem conferencista e médium Divaldo Pereira Franco.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
O médium Moacyr e Dona Norma, voluntária do Centro Beneficente José de Andrade.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Zaira, na extrema direita, com familiares.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Dr. Ernesto Carneiro Ribeiro, médico e educador baiano.
Em espírito, realizava operações no Centro Espírita frequentado por Zaira Pitt,
que passou por várias cirurgias que não dispensavam o bisturi, através do
médium Moacyr. Foto com dedicatória para Zaira Pitt.
Acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Iaiá de Barros e Zaira Pitt, no túmulo do dr. Carneiro Ribeiro. Anos de 1950.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Lúcia Berbelini, médium e grande amiga de Zaira Pitt.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Carola Richter Lotufo, Chico Xavier, Lucy Hackradt, Zaira Pitt e Cleusa B. Colombo. 1967.
Foto: acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Cartão de Chico Xavier endereçado a Zaira Junqueira Pitt
Acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Poesia de amiga para d. Zaira Junqueira Pitt
Acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
ILUSTRAÇÕES DE JÉSUS GONÇALVES E DE ZAIRA JUNQUEIRA PITT
Jésus Gonçalves, com aproximadamente 18 anos.
1902-1947
(Foto do acervo da família, Bauru, SP)
Jésus Gonçalves e a primeira esposa, d. Theodomira, em foto com dedicatória datada de 1926.
Foto do acervo particular de Jandyra Gonçalves da Silva, Bauru, SP.
Parlatório no Asilo colônia Aimorés, Bauru, SP. Os doentes de um lado e as visitas do outro.
Acervo de Jaime Prado, Bauru, SP.
Asilo colônia Aimorés em Bauru, SP, onde Jésus Gonçalves esteve internado de 1933 a 1937.
Acervo de Jaime Prado, Bauru, SP
Jésus Gonçalves no time de futebol do Asilo Colônia Aimorés, em Bauru, SP . 12-05-1933.
Foto do acervo de Jaime Prado, Bauru, SP.
A Jazz Aimorés Band do Asilo-colônia de Aimorés. Bauru, SP. Jésus Gonçalves sentado na extrema esquerda.
Foto do acervo de Jaime Prado, Bauru, SP.
O primeiro Baile da “Quermesse” no Asilio-colônia em Aimorés no ano de 1935.
Foto do acervo de Jaime Prado, Bauru, SP.
Enteados e filhos de Jésus Gonçalves.
Neréia e Ligia, filhas do primeiro casamento de Theodomira. Jaime, Jandyra, Helena e Carlos, filhos de Jésus e Theodomira. Foto do acervo de Jaime Prado, Bauru, SP.
Asilo Colônia em Pirapitingui (Itu, SP) onde Zaira Pitt desenvolveu intenso trabalho junto aos hansenianos,
dentre os quais o amigo Jésus Gonçalves. Foto do acerto de Jaime Prado, Bauru, SP
Asilo Colônia em Pirapitingui (Itu, SP) onde Zaira Pitt desenvolveu intenso trabalho junto aos hansenianos,
dentre os quais o amigo Jésus Gonçalves. Foto do acerto de Jaime Prado, Bauru, SP
Asilo Colônia em Pirapitingui (Itu, SP), Rua Sem Fim, onde Zaira Pitt desenvolveu intenso trabalho junto aos hansenianos, dentre os quais o amigo Jésus Gonçalves, internado no período de 1937 à 1947.
Foto do acerto de Jaime Prado, Bauru, SP
Tumulo de Jésus Gonçalves em Pirapitingui (Itu, SP)
Imagem cedida por Jaime Prado, Bauru, SP.
Jandyra Gonçalves da Silva, é a única dos filhos de Jésus Gonçalves
ainda encarnada. Bauru, SP. Foto Ismael Gobbo. 04-2012.
Nas extremas: José Carlos Gonçalves da Silva (Zelão), neto de Jésus Gonçalves e a esposa Helena Gonçalves. Heron filho de Zelão e Helena, Jandyra (única dos filhos de Jésus Gonçalves encarnada) e Ismael Gobbo. Bauru, SP, 04/2012 Zelão desencarnou aos 02-08-2015. Foto Jaime Prado, Bauru, SP.
Representação teatral em Pirapitingui. Da direita para a esquerda:
Jésus Gonçalves, Lidia Tarsi, Zinda Anizini, Silvio Neto e Rita Romero.
Foto do livro A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves. USE/Madras- Eduardo Carvalho Monteiro
Jésus Gonçalves sentado
Dona Ninita, companheira de Jésus Gonçalves, Álvaro Ribeiro Branco,
Zaíra Junqueira Pitt e Julinha Thekla Kohleisen.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Judith, Zaira e o marido Oswaldo, Januária, Julinha e Pedrinho.
Foto do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Flagrante da inauguração do C.E. Santo Agostinho. Jésus Gonçalves é o quarto da direita
para a esquerda. Seu filho Jaime está logo à sua direita (16/12/1945)
Do livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves. Eduardo Carvalho Monteiro. USE/Madras
Grupo de hansenianos em frente à Sociedade Espírita “Santo Agostino”,
em Pirapitingui. Jésus Gonçalves está sentado, tendo ao seu lado Ninita (1946)
Imagem do livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves
USE/Madras- Eduardo Carvalho Monteiro
Autorização oficial para d. Zaira Pitt visitar os Sanatórios de Lepra do Estado de São Paulo.
Documento do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Autorização oficial para d. Zaira Pitt visitar os Sanatórios de Lepra do Estado de São Paulo.
Documento do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Autorização oficial para d. Zaira Pitt visitar os Sanatórios de Lepra do Estado de São Paulo.
Documento do acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt, São Paulo, Brasil.
Carta assinada por Jésus Gonçalves um mês antes de desencarnar endereçada a d. Zaira Junqueira Pitt.
Acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt. São Paulo, Brasil.
Visita de caravaneiros espíritas ao Sanatório de Pirapitingui
na década de 1940 sob a liderança de João Lopes.
Do livro: A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves.
Eduardo Carvalho Monteiro. USE/Madra
Zaíra Pitt, construindo obra espírita à Rua Augusta, 487, em São Paulo, tendo a seu lado Divaldo Pereira Franco,
de terno branco, no centro da foto, no ano de 1951.
Imagem do livro “A Extraordinária Vida de Jésus Gonçalves”.
Castelinho da Rua Apa na esquina da Av. São João, defronte do prédio onde derradeiramente viveu Zaira Pitt.
Imagem/fonte: http://www.saopauloantiga.com.br/castelinho-da-rua-apa/
Prédio à Av. São João, São Paulo, onde Zaira Pitt teve sua última residência. Foto Ismael Gobbo
Túmulo de Zaira Pitt e familiares no Cemitério São Paulo. Foto Ismael Gobbo
Mensagem de Jésus Gonçalves enderaçada a Zaira Junqueira Pitt pela psicografia de Chico Xavier,
em Pedro Leopoldo, MG, aos 04 de outubro de 1947. Acervo do Grupo Socorrista Zaira Pitt. São Paulo, Brasil.
Grupo Socorrista Zaira Pitt. São Paulo, SP. Fotos Ismael Gobbo
Trabalho de costura de enxovais para bebês.
Grupo Socorrista Zaira Pitti. São Paulo, SP. Foto Ismael Gobbo
Grupo Socorrista Zaira Pitt. Enxovais para bebês prontos para distribuição. Foto Ismael Gobbo
Grupo Socorrista Zaira Pitt. São Paulo, SP. Fraternidade e companheirismo. Fotos Ismael Gobbo
OBSERVAÇÃO
As fotos e documentos constantes desta biografia de D. Zaira Junqueira Pitt foram cedidos para elaboração deste trabalho. Para utilização em outras publicações o interessado deverá solicitar autorização expressa diretamente aos detentores do respectivo acervo.
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