A luz da oração, Meimei, por Francisco Cândido Xavier, Ed.O Clarim.
Senhor!
Abriste-me o próprio seio e confiaste-me os filhos do teu amor.
Não me deixes sozinha na estrada a percorrer.
Nas horas de alegria, dá-me temperança.
Nos dias de sofrimento, sê minha força.
Ajude-me a governar o coração para que meu sentimento não mutile as asas dos anjos tenros que me deste e adoça-me o raciocínio para que a minha devoção afetiva não se converta em severidade arrasadora.
Defenda-me contra o egoísmo para que a minha ternura não se transforme em prisão daqueles que aliaste em meus braços.
Ensina-me a corrigir amando, para que eu não possa trair o mandato de abnegação que depuseste em meu espírito.
Nos minutos difíceis, inclina-me à renúncia com que devo iluminar o trilho daqueles que me cercarem.
Senhor, auxilia-me a tudo dar sem nada receber.
Mostra-me os horizontes eternos de tua Graça, para que os desejos da carne não me encarcere nas sombras.
Pai, sou também tua filha!
Guia-me nos caminhos escuros, a fim de que saiba conduzir ao Infinito Bem os promissores rebentos de tua Glória.
Senhor, não me desampares!
Quando a tua Sabedoria exigir o depósito de bênçãos com que adornaste a estrada por empréstimo sublime, dá-me o necessário desapego para que eu te restitua as joias vivas do meu coração, com serenidade e alegria, e quando a vida me impuser, em teu nome, o desprendimento e a solidão, reaquece a minh'alma ao calor de teu carinho celeste para que eu venere a tua vontade para sempre.
Assim seja.
(Colaboração em email de Raymundo Rodrigues Espelho (Campinas, SP)
Pietá de Michelangelo. Basílica de S. Pedro, Vaticano. Foto Ismael Gobbo
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