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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O Antigo Egito (Ismael Gobbo) XIX– Aspectos do Cotidiano (I)



As Casas
    
Uma das formas pela qual se conhece a casa dos antigos egípcios é através dos pequenos modelos que colocavam nas sepulturas denominados de “casas das almas”, que ensejaram aos artistas a elaboração de preciosas reconstituições.
     Também as pinturas das paredes de tumbas e dos papiros, um retrato aproximado do ambiente da casa que o morto tinha na terra, fornecem detalhes e propiciam uma boa idéia de como eram os interiores dos verdadeiros palácios que os cidadãos mais abastados possuíam.
     As casas de camponeses, cujos modelos podem ser identificados pela presença de animais, objetos e utensílios agrícolas, eram pequenas, muito simples, com poucas divisões e, com certeza, não ofereciam muito conforto. Aparecem construídas no fundo do terreno, mostram um pátio na parte da frente, onde ficavam as criações, fornos, hortas e jardins, tinham varanda e uma escada que dava acesso ao teto, onde armavam tendas e redes aproveitando a brisa fresca que amenizava o calor.
     As casas de campo dos ricos, ao contrário, eram mais espaçosas, comportando várias salas e dormitórios e eram dotadas de grandes banhos, capela, armazéns, estábulos, casa de carros, poço, lagos e jardins.
     Os materiais utilizados nas construções mais simples eram os tijolos feitos de barro e palha, até hoje largamente utilizados no Egito, canas de junco, troncos de palmeiras e, às vezes, pedras para erguer os pilares. As construções mais sofisticadas ganhavam pedras nobres, adornos de metal, madeiras importadas e luxuosas decorações.
     O mobiliário, utensílios domésticos, objetos de decoração e restos de tapeçaria recolhidas das necrópoles, muito parecidos com os que hoje utilizamos, dão uma idéia precisa da grande capacidade dos artífices egípcios em trabalhar com madeira, junco, cerâmica, porcelana, vidro, cobre, ouro e uma vasta lista de pedras preciosas.

Alimentação

     As informações referentes á dieta dos egípcios procedem de cenas pictóricas e também dos restos de alimentos consumidos nos rituais fúnebres  ligados às suas tradições religiosas encontrados nas capelas funerárias.
     Os mais pobres no Antigo Egito parecem ter subsistido graças ao consumo do pão, da cerveja e alguns vegetais, notadamente a cebola, que, segundo Heródoto, foi um dos meios de pagamento quando da construção da Grande Pirâmide.
     O pão era laboriosamente trabalhado com o trigo triturado em um moinho de pedras, substituído nos períodos Ptolomaico e Romano por um sistema mais eficiente de moinho manual rotativo. Numerosos tipos de pães foram elaborados pelos egípcios para uso comum e outros, muitas vezes moldados em formas, destinados às cerimônias rituais. O pão era a peça decorativa do centro da mesa de ofertas das capelas funerárias e aparece frequentemente retratado em fiadas de longas fatias sobre a mesa. Também o pão de açúcar, em forma de cone, aparecia sobre uma laje com o sinal hieróglifo (hetep) designativo de oferenda.
     A cerveja era usualmente feita de cevada e parece ter sido uma espessa sopa líquida, a qual, nem sempre com grande dosagem alcoólica, era muito nutritiva. Em uma cena da tumba do Novo Reino, de Intefiqer, aparece uma criança segurando uma tigela, na qual está escrito: “Dêem-me alguma cerveja, pois estou faminta” – enfatizando, assim, que a cerveja era encarada sobretudo como um alimento importante  e não apenas como uma bebida. A cerveja era algumas vezes adoçada com tâmaras ou aromatizada com outras frutas.
     Anotações obtidas em fragmentos de cerâmica na Vila dos Trabalhadores, em Deir-El-Medina, indicam que o pagamento dos operários era feito através do fornecimento de alimentos.
     Embora esses homens e seus familiares pudessem ser mais privilegiados que os trabalhadores agrícolas, a lista de rações oferece alguma idéia dos gêneros alimentícios comumente disponíveis à época do Novo Reino. O trigo e a cevada foram os mais importantes itens utilizados no preparo da dieta dos egípcios.
     Feijão, cebola, alho, alface, rabanetes, fava e pepino surgem entre os mais regulares suprimentos vegetais. O peixe salgado parece ter sido um elemento importante na dieta dos aldeões. A carne usualmente utilizada era do gado bovino, porém, informações existentes em El-Lahun, do Médio Império, e em Tel El-Amarna, do Novo Reino, atestam que a carne de porco fez parte da dieta dos egípcios. Lebres, gazelas e outros animais selvagens foram aproveitados na dieta alimentar dos povos mais pobres, como também serviram de objeto às caçadas dos cidadãos da elite.  Ainda dos animais, os egípcios retiravam o leite para o fabrico de queijos, e as gorduras. Patos e galinhas, que apareceram com o Novo Reino, foram criados para o fornecimento de ovos e carne.
     Várias frutas, como tâmaras, figos, uvas, romãs, castanhas de palmeira e, mais raramente, amêndoas, foram utilizadas pelos habitantes da Vila dos Trabalhadores de Deir-El-Medina e populações da região.
     As uvas foram utilizadas pra o fabrico do vinho, como atestam várias cenas de sepulturas mostrando vinicultores em seu trabalho. O vinho, ao que tudo indica, teria sido consumido por pessoas mais ricas da sociedade egípcia, e as jarras que os continham trazem, geralmente, o local de origem e a safra a que se referem.
     O mel era obtido de abelhas domesticadas e selvagens; na falta de açúcar, era usado para fabricar os pães e adoçar a cerveja. Em Deir-El-Medina está registrado que padeiros foram contratados para fabricar bolos de mel para grupos de trabalhadores.

Vestuário

     Embora o clima do Egito tenha favorecido a sobrevivência de um número expressivo de itens de vestuário, em especial os recolhidos das tumbas do Novo Império, os têxteis ainda não foram estudados com o necessário detalhamento cientifico. Em face disso, os estudos existentes, mesmo os modernos, ainda vinculam-se às pinturas muras, relevos e esculturas.
     Em geral, as roupas dos egípcios eram muito simples: os homens que trabalhavam no campo ou os artífices frequentemente usavam pouco mais que uma tanga  ou um pequeno saiote, embora camisetas também aparecem a partir do início do período dinástico. O mais antigo exemplar surgido foi uma camisa de linho encontrada em Tarkhan, no Baixo Egito, de 2800 a.C.
     As roupas podem ser utilizadas como um seguro guia cronológico para demonstrar que a elite dos vários períodos da história egípcia estavam sujeitas às mudanças ditadas pela moda.
     Nos tempos dos Ramsés, a vestimenta de cortesão, por exemplo, podiam ser extremamente elaboradas, com o homem geralmente aparecendo com saiotes pregueados e sem o uso de avental como enfeite na frente.
     Durante o Antigo Reino, mulheres (e deusas) eram habitualmente retratadas usando uma espécie de vestido com tira larga no ombro; já no Novo Império, este tinha adotado um tipo de vestido com apenas uma tira e, por volta do reinado de Amenhotepe III (1390-1352 a.C.), foram aparecendo as peças de roupas em tecidos transparentes.
     Produzir roupas finas foi uma especialidade do Egito que, nesse particular, foi muito distinguido nos tempos romanos.
     O colorido natural dos tecidos usados na vida cotidiana, ou possivelmente com o uso de malhas de contas de pérolas sobre o vestido,  está ilustrado em figuras de carregadores na tumba de Meketra, datando do inicio do Médio Império.
     A escavação da tumba tebana do arquiteto Kha levou à descoberta de 26 camisas de comprimento até o joelho e aproximadamente 50 tangas, incluindo peças pequenas triangulares possivelmente utilizadas nos trabalhos de agricultura ou de construção.
     A tumba de Tutancâmon continha uma grande quantidade de roupas, incluindo roupas de crianças. Somente um pouco do seu guarda-roupa tem sido estudado cientificamente, mas algumas das roupas de linho contêm fios de ouro e um saiote feito de pedras coloridas.
     Sacerdotes, vizires e alguns outros oficiais identificavam seus “status” através dos vários estilos de vestimentas. O vizir, por exemplo, era usualmente pintado usando um longo robe, o qual fazia surgir suas axilas enquanto que o sumo-sacerdote  era comumente mostrado ostentando uma pele de leopardo.

Próximo artigo: Aspectos do Cotidiano (2)
File:Ägyptisches Museum Leipzig 122.jpg
Modelo de casa da tumba de  Herishefhotep; Abusir, IX/X Dinastias. Museu Egípcio de Leipzig. Alemanha.
File:Egypte louvre 299.jpg
Miniatura de casa : peça de jogo (?)  executada em marfim, proveniente de uma tumba de Abu Roach, próxima do Cairo,
da época do rei Den, do período tinita. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Egypte_louvre_299.jpg
Tijolo fabricado com barro e palha.  Luxor, Egito
Foto Ismael Gobbo
File:Maler der Grabkammer des Menna 009.jpg
Pintura de oferendas na Câmara funerário de Menna. Tebas, Egito.
File:Egyptian harvest.jpg
Casal trabalhando na colheita
File:Louvres-antiquites-egyptiennes-img 2731.jpg






Moagem de grãos para produção de cerveja. Médio Império. Museu do Louvre, Paris, França.
Plantação de milho e tamareiras junto a um canal do Rio Nilo, na região do Cairo.
Foto Ismael Gobbo
Akhenaton e Nefertiti. Museu do Louvre, Paris.
File:Tomb of Nakht (2).jpg
Vários tipos de vestimentas de homens e mulheres retratados
numa tumba egípcia do século XV a.C
Cenas em sarcófago que sugerem algumas vestimentas usadas pelos egípcios.
Seção de Egiptologia do Museu Histórico Nacional da Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, Brasil.
Foto Ismael Gobbo






NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 16-11-2012

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