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terça-feira, 18 de setembro de 2012

NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 18-09-2012

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http://www.noticiasespiritas.com.br/2012/SETEMBRO/18-09-2012.htm

Focalizando o Trabalhador Espírita (160). Julieta Marques


Julieta Marques


Temos a satisfação  de  ouvir nesta  entrevista a   nossa
confreira  Julieta Marques,  escritora  e   oradora   espí-
ta residente  em  Portugal.  Conhecedora do   movimen-
to  espírita  brasileiro, teve  oportunidade   de conhecer
de perto  o bras  importantes e  seus respectivos dirigen-
tes. Nesta oportunidade ela nos  conta um pouco dessas
suas experiências e também da história do Espiritismo
em Portugal.

Pode-nos falar um pouco de si?
Nasci na vila da Chamusca, na província do Ribatejo,  sou a filha primogénita pois que tenho mais dois irmãos. Quando eu nasci grassava o 2º conflito Mundial na Europa e as dificuldades eram imensas. Meu pai por razões políticas  ficou sem trabalho durante oito anos, fazia apenas trabalho sazonal, e sobrevivemos com o ordenado de minha Mãe, até que foi praticamente deportado para África, Angola, para onde um ano após seguiu o resto da família.

Como foi seu primeiro contacto com o Espiritismo? E quando se tornou Espírita?
Quando minha mãe desencarnou, tinha eu quinze anos, tive o primeiro contacto, mas a violência da dor que eu sentia, não me motivou a entender o que era o Espiritismo, só sete anos depois é que de regresso a Portugal, na cidade de Lagos tive então o meu verdadeiro encontro com a Doutrina Espirita.

Qual foi a sua trajetória no movimento espírita português?
Quando chego à casa espirita, era muito jovem, vinte e dois anos, e quase todos os elementos trabalhadores estava na casa dos cinquenta anos, não se estudava, todo trabalho assentava na prática mediúnica, e isso não me satisfazia. Quando os médiuns desencarnaram, a direcção deliberou encerrar a casa, mas eu me opus, então fizeram-me uma proposta que eu aceitei, começar a organizar grupos de estudo. A Direcção sorriu e entregou-me a chave da casa. Foi duro, mas consegui vencer e mostrar quão importante é o estudo. E a casa cresceu em trabalho, trabalhadores e até em espaço físico, graças a Deus.

Que cargos e que encargos teve e tem neste momento?
Durante trinta e oito anos fui Presidente da Associação Espirita de Lagos, há cinco anos pedi minha demissão por razões de saúde, hoje ocupo o lugar de Vice- Presidente por dois anos.

Que dificuldades enfrentou como dirigente do centro espírita?
A incompreensão dos mais velhos que não entendiam que Espiritismo sem estudo não é nada , e que a prática mediúnica por si só não é Doutrina Espirita.

Que espíritas Portugueses destaca na história do movimento nacional?
Drª Maria Amélia Cardia, Joaquim Freire, António Vilela, General Passaláqua, D. Maria O’Neill e tantos outros que ora não recordo o nome.

Sentiu a perseguição aos espíritas durante o regime ditatorial?
Não posso dizer que senti na pele, mas senti na alma, pois que não havia como nos comunicar, depois que a Federação e todas as casas espíritas foram convocadas a suspender suas actividades, o que nos deixava num grande vazio.

Como viveu esses momentos?
Com a esperança de que um dia tudo fosse diferente, e continuando a fazer o que era possível dentro das dificuldades impostas.

Houve episódios curiosos?
Sim houve, por exemplo quando Divaldo Franco veio a Portugal no ano de 1967,  alugámos uma sala, para o efeito e fizemos  a publicidade boca-a-boca. Na hora da palestra, colocámos uma pessoa à porta para no caso da Guarda Nacional Republicana aparecer podermos disfarçar a situação, pois que só tinhamos autorização de reunir quinze pessoas, e ali na sala estavamos sessenta. Mas tudo correu bem e em ordem sem sobressaltos.

E quando a Guarda Nacional Republicana veio buscar Francisco Rafael, médium e trabalhador na vossa casa espírita?
Aí a situação deixou-nos em suspense, pois que a Guarda entrou na casa espírita armada de espingarda em punho e não informaram porque vinham buscar nosso irmão. Ele foi, e nós ficámos orando, para que tudo se resolvesse em bem. Aguardámos até à uma hora da madrugada, de manhã fui a casa dele e perguntei à irmã com quem ele vivia que se tinha passado. O problema era que o sargento tinha um filho que estava com uma terrível obsessão, e alguém sugeriu ao senhor que mandasse buscar o médium espirita que talvez resolvesse o caso. Foi isso e nada mais, mas valeu a pena pois conquistámos um amigo e admirador da Doutrina.

Porque é que a vossa casa espírita foi a única a não ser encerrada pela ditadura?
Naquela ocasião a Província do Algarve, era totalmente esquecida do Governo e até do País, era como se ainda fossesmos mouros/árabes então tudo era esquecido, naturalmente que deve ter havido intervenção espiritual, a Associação Espírita de Lagos mantinha seu trabalho apostolar e social desde o início do século XX, pois que tudo começou no anos de 1913, toda a cidade conhecia a instituição, mas quis Deus que assim fosse. O documento que deveria ter seguido pelo correio, ficou esquecido na secretária do secretário do Ministro e no fundo duma rima de papéis.

Quais as personalidades internacionais mais marcantes no início da divulgação da doutrina espírita em Portugal?
Não podemos deixar de dizer que a vinda de Divaldo Pereira Franco no ano de 1967 , marcou bem forte o Movimento; outros se lhe seguiram, como Henrique Rodrigues, Francisco Thiessen, Newton Boechat, Maria Júlia Prieto Peres, Ariston Santana Teles, Marilusa Vasconcellos, e outros se seguiram até hoje, o intercâmbio não cessa o que é muito bom para todos.

Como foi preparar essa primeira vinda de Divaldo Franco a Portugal em 1967?
Foi simples, ele veio a convite de Eduardo de Matos que nos contactou e a alegria da visita era imensa e tudo aconteceu de forma natural e com muita expectativa também, pois que ninguém sabia quem era a visita, só se sabia que era espírita e médium, nada mais.

Os espíritas portugueses souberam da viagem de Chico Xavier e Waldo Vieira a Portugal em 1965?
Soubemos depois de já ter passado, não esqueçamos que era ainda o tempo da ditadura e tudo era muito em segredo que acontecia, infelizmente.

Que convite/desafio lhe fez a ex-Presidente da FEP, D. Maria Raquel Duarte Santos, na Primavera de 1978?
Depois da Revolução dos cravos em 1974 surgiu a nova Constituição com a liberdade religiosa, aí nossa presidente solicita-me que convoque os espiritas da região. Mas convocar como, senão sabia quem eram e onde estavam? Pedi então que me fornecesse o endereço dos assinantes da Revista Estudo Psíquicos que ainda circulava e mediante essa informação fiz a convocatória. Foi um êxito, uma alegria sem tamanho. Quando entro na sala alugada para o efeito eu vejo diante de mim uma pequena multidão sorrindo e expectante. Tudo começou aí de novo, num tempo novo.

Como se formou a União Espírita do Algarve?
A União Espírita do Algarve nasce desse entusiasmo e pela necessidade que tinha de não mais nos sentirmos isolados uns dos outros. Durou essa União mais de uma década, bem ativa e atuante no Movimento com Seminários, Simpósios, encontros fraternos, até que uma nova direção a atirou para a desmotivação e hoje nada mais resta a não ser um grande desencanto.

Participou no programa de rádio "Em Defesa da Vida"? Qual a importância dessa iniciativa? Que temas e problemas abordaram?
Não participei no programa, eu criei o programa, foi o primeiro programa de rádio em Portugal. Era o tempo das rádios livres e eu entrei nessa e até hoje temos nosso tempo de antena  aos sábados durante uma hora. Os temas são sempre relacionados sobre Doutrina Espíita e temas da actualidade analisados sob a óptica espírita, isto desde o anos de 1986.

Como conseguiu o respeito de entidades oficiais e o apoio das autarquias de Lagos para as iniciativas espíritas?
Sempre agindo de forma correcta, e organizada. Sempre que faziamos um evento lá ía um cartão com o convite e a programação, pelo Natal o cartão de boas festas, e nunca nada fazíamos sem a autorização devida.

Quais os principais objectivos da Associação Espírita de Lagos (AEL)?
A divulgação da Doutrina pela palavra e pelo exemplo de quantos nela se esforçam por manter a linha de diferença, pois que devemos primar pela diferença no comportamento ético-moral e também pelo trabalho assistencial que sempre fizemos.

Que tipo de tarefas de assistência social é que a AEL desenvolve?
Distribuição da cesta básica e  visita aos idosos.

Acha que as instituições espíritas devem ter tarefas de assistência social?
Sem esse trabalho  a casa espirita morre, pois que lhe falta o sustento do amor ao próximo.

Qual a sua importância, sobretudo em períodos de crise como atravessa Portugal?
Alimentar a esperança nas pessoas de que tudo passa, outras crises já aconteceram e vamos sobreviver também a esta, confiança no porvir, Jesus está ao leme desta nau, confiemos.

Quais as atividades doutrinárias que destaca na AEL?
Estudos da codificação e livros complementares, educação e estudo da mediunidade e educação infanto-juvenil.

A AEL tem alguma publicação regular?
Não tem neste momento nem se justifica, mas já teve, quando não havia ainda jornal espiritas publicados em Portugal que temos dois.

Acha importante a música na casa espírita?
A música é a linguagem dos anjos, não esqueçamos de que a música está no ar. Desde as águas, ao vento , aos pássaros tudo emite som até o ribombar do trovão à chuva , e que os anjos cantaram anunciando o nascimento do Menino. É muito importante sim!!!

Que obras publicou? O que a motivou a publicá-las?
Publiquei três livrinhos dedicados à garotada com histórias verdadeiras. A primeira vivida com uma gaivota, depois as vidas de Divaldo Franco e de nosso Chico Xavier.

O que a motivou a publicá-las?
Estes são os heróis que a nossa meninada precisa conhecer.

Sentiu-se inspirada?
Penso que sim, nada acontece sem a permissão de Deus

Pensa publicar mais obras?
Estou escrevendo minha experiência como espírita com os espíritos e com os espíritas.

Do tríplice aspecto da doutrina há algum que o sensibilize mais?
Os três são importantes e não posso dissociá-los, mas o Evangelho é o que mais me seduz.

Conhece o movimento espírita brasileiro?
Pouco, o suficiente para perceber a dinâmica que imprimem e como a Doutrina se expande. Com alguns desvios, mas é natural, não nos choquemos por isso.

Que vivências tem dessas suas viagens?
As mais gratificantes, desde o amigos que conquistei, aos exemplos dignificantes de solidariedade e fraternidade, tudo era belo para mim por isso estou grata ao Altíssimo pelo benção das viagens que tenho feito.

Esteve com Chico Xavier?
Estive com nosso Chico por três vezes e de todas guardo gratas lembranças.

Recebeu uma comunicação de Bezerra de Menezes?
Na primeira visita que fiz a Chico ele perguntou-me se eu não queria receber uma mensagem e eu respondi que para mim não, que podia eu pedir naquela hora, eu tinha tudo, nada me faltava e estava ali diante daquele homem todo Amor, só uma mensagem se houvesse oportunidade para a nossa casa espírita e aí veio  a mensagem que guardo religiosamente, mais tarde veio uma segunda também para nossa casa.

Conheceu Deolindo Amorim?
Conheci Deolindo Amorim, alma nobre e gentil junto dele sentia-me muito bem, conversando naquele seu jeito tão peculiar  e com o olhar tão franco, que sabia bem estar em sua presença sempre escutando, pois que tenho por hábito junto dos sábios escutar  e pouco falar. Só assim tenho aprendido alguma coisa.

E nos Encontros de Amigos de Chico Xavier no Brasil? O que tem sido mais gratificante?
Nos Encontros dos Amigos de Chico Xavier o que se torna notório é o trabalho da organização, para que tudo decorra como nosso Chico merece, e ele merece tudo e muito mais, não podemos deixar cair no esquecimento essa figura que fez parte de nosso tempo, de nosso século e de nosso milénio e que deixou uma obra ímpar para  a posteridade, para que todos possamos caminhar com mais segurança rumo à Eternidade.

Como avalia o 5º. Encontro dos Amigos de Chivo Xavier realizado neste setembro em Votuporanga?

O 5º Encontro dos Amigos de Chico Xavier realizado em Votuporanga, foi mais uma manifestação de respeito e carinho a Chico Xavier, que jamais deverá ser esquecido, não só por sua obra psicográfica, mas pelo exemplo de amor ao próximo. Nele participei a convite da organização, e pude observar como tudo decorreu na simplicidade, alegria e disciplina dentro do programa estabelecido.
A casa lotada demonstra, assim como a presença dos oradores que tão bem se expressaram sobre a nobre figura do homenageado, bem como o interesse, o carinho e o respeito que  Chico Xavier  merece de todos nós.
Que todos os outros Encontros que se possam realizar timbrem pela tónica desses dois elementos que tão bem identificam Chico Xavier, simplicidade e alegria.

Considera que a vida e obra de Chico Xavier são devidamente conhecidas na Europa?
Está nesta hora, havendo uma grande movimentação sobre as obras e quanto a quem foi Chico Xavier. Hoje não se ouve mais dizer que ele era apenas mais um médium, hoje o nome de Chico é falado com respeito e admiração, o povo enfim acordou para descobrir esse manancial de luz que é Chico Xavier.

Que outros momentos destaca da sua presença no movimento espírita internacional?
Nos Congressos Mundiais, num congresso em Aracaju, num outro em S. Paulo, e no Achamento do Brasil em Salvador.

Quais os eventos (congressos, seminários) em que participou que mais e melhor recorda?
Conforme o que acima disse, cada vez que sou convidada a participar num evento dessa natureza sinto-me revigorar para continuar para mais e melhor servir à Doutrina Espirita.

De que forma portugueses famosos no Brasil, como João de Deus, Guerra Junqueiro, Antero de Quental , Júlio Diniz e Camilo Castelo Branco, voltaram ao convívio na Terra através de médiuns espíritas brasileiros?
Naturalmente não encontraram  condições para exteriorizar seu saber em médiuns portugueses, por isso recorreram ao Brasil e lá encontraram Yvone Pereira e Chico Xavier e muito bem, melhor não podia ser!!!

Ainda sente alguma descriminação em relação aos espíritas na sociedade portuguesa actual?
Não, nesta hora ja tudo está bem, graças  a Deus, esse tempo já passou.

E desinformação? Os “mídia” portugueses falam de Espiritismo sem preconceitos?
Sempre existe alguma de quando me vez, mas logo os responsáveis pela ADEP saem a terreiro para defenderem a nossa posição de espíritas e do Espiritismo.

Que sentimento nutre em relação a João Xavier de Almeida, ex-presidente da FEP?
Um carinho e um respeito muito grande como amigo de muitos anos e como exemplo de espírita.

Como acha que está o movimento espírita em Portugal?
Crescendo e tentando acertar-se nas diretrizes deixadas pelos Espíritos da falange do Espírito da Verdade.

Que evolução nota? Quais os principais problemas com que se depara?
Evolução é pouca, muito embora os esforços que uns quantos estão fazendo, mas acredito que em breves anos tudo estará bem melhor.

O que é que a AEL tem feito para melhorar a situação?
Nosso papel é o dar exemplo pelo trabalho digno e organizado, sem vaidades, nem nos querermos sobrepor seja a quem for, cada um tem seu papel a realizar, desde que o faça bem feito tudo bem, o que nem sempre acontece…

Sente que há união entre os dirigentes e trabalhadores espíritas?
É muito subjectiva a pergunta, e a resposta não é fácil. Olhando o panorama nacional digo que não, eu por exemplo sou persona non grata em algumas casas espíritas, especialmente na nossa região, no restante do País sou requisitada constantemente.
Muitos dirigentes estão de costas voltadas uns para com os outros. Não entendo, mas deve haver uma causa. Seria bom conhecê-la talvez aí então o entendimento acontecesse.

Que novos projectos têm a AEL a breve prazo?
A programação para o seu centenário pois que este acontece no próximo ano e pensamos ter uma programação por todo o ano. Começamos logo por receber Carlos Baccelli no mês de Janeiro o que é muito gratificante para nós. Depois, bem depois ainda não está feito o programa, na totalidade.

Como perspectiva o futuro do movimento nacional e internacional?
Crescendo e muito e temos que os preparar pois nova propostas estão chegando. Novas descobertas que nos exigem muita acuidade para perceber tudo, sem os excessos da pureza doutrinária que deixa muita fumaça pelo caminho…

O que sentiu quando foi à Ucrânia e Rússia?
Alegria imensa, pois que iria ter oportunidade de conhecer pessoalmente a Drª Barbara Ivanova com quem me correspondia havia já alguns anos.

Acha que Portugal terá um papel importante na divulgação da doutrina na Europa e em África?
Naturalmente que o trabalho que nossa irmã Amélia Cazalma está fazendo juntamente com seu marido e grupo de trabalho, vai trazer uma nova luz para nossos irmãos  africanos. Bem como o trabalho que em Maputo nossa irmã Irene está fazendo, embora em menos escala. Mas está lá e isso é importante aquele pontinho de luz kardecista.

Que testemunhos teve em Angola e Moçambique?
Em Moçambique o duma vontade enorme de crescer e fazer mais, esse era o objectivo de nossa irmã Ângela, mas o anjo da morte veio buscá-la e ficou em seu lugar a Irene. Deus lhe dê a força e a coragem que é preciso para levar por diante a jornada de divulgar a Doutrina Espírita.

É verdade que muitos “espíritas” ingleses não adoptam a Reencarnação e a Lei de Causa e Efeito? Porque será?
Talvez preconceito, mas não adianta não aceitarem, eles vão mesmo reencarnar, não lhe adiantará nada a sua negação. A Lei sobrepõe-se à vontade dos homens.

Se tivesse que escolher 5 livros espíritas (ou não espíritas), quais levaria consigo ?
Os livros da codificação, depois a série André Luiz, depois o livro A Vida Viaja na Luz e por último, Chico Xavier - Páginas de Uma Vida.

Que livros espíritas está a ler?
Exactamente estes que frisei.

Acha que devemos ler livros contra a doutrina?
Eu o faço, pois que preciso saber quais as bases do autor para se opor à Doutrina.

Quais os palestrantes que mais a cativam?
Aqui em Portugal: Reinaldo Barros, Nuno Cruz, Fernando Santos, Maria Júlia Ramalho.  Óbvio que não conheço todos, mas dos que conheço estes são nota dez. Brasileiros não conheço tantos assim, mas  dentre eles se destaco: Haroldo Dutra Dias, Alberto Almeida, André Peixinho, Clóvis Nunes, Divaldinho Mattos, entre outros.

As suas considerações finais, por gentileza. Alguma mensagem que queira dirigir
Apenas e só que façamos a vontade do Pai que está nos céus, que nos amemos e que façamos por merecer a máxima: MEUS DISCIPULOS SE CONHECERÃO POR MUITO SE AMAREM. Meus votos de muita Paz para todos e meu abraço fraterno. Cumprimentos gratos.

Julieta Marques com Leonor Santos, na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo,  ladeados pelos extensos bambuzais; Julieta,  Arlete Marques e Leonor  na Fazenda Modelo, onde Chico Xavier trabalhou;  apreciando gado de raça na Fazenda Modelo e visita ao  Açude do Capão, onde Chico viu Emmanuel pela primeira vez.
Julieta Marques ladeada por Arlete e Leonor na Fundação Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, no ano de 2011; Julieta recebida por Tadeu em Araxá, MG; Heigorina Cunha (C) recebendo as irmãs Arlete e Julieta em sua casa na cidade de Sacramento, MG;
Julieta com jovens na Instituição Maria de Nazaré, em Votuporanga, SP.
Julieta Marques no Sitio dos Dinossauros em Sobradinho; Julieta Marques (C) na apresentação do Festival Internacional de Corais, em 2011; Movimento “Você e a Paz” em Coimbra, no ano de 2012; Julieta Marques com Luiz Carlos (Cacá de Uberaba, MG)  no IV Encontro dos Amigos de Chico Xavier e sua obra, realizado em Belo Horizonte no ano de 2011.
Julieta na Escola Jesus Cristo; idem; Julieta no programa TVI e capas de seus livros.

OBS: AS FOTOS DESTA ENTREVISTA SÓ PODERÃO SER UTILIZADAS EM OUTRAS PUBLICAÇÕES MEDIANTE AUTORIZAÇÃO EXPRESSA DO ENTREVISTADO.


O Antigo Egito (Ismael Gobbo). XI– A Religião dos Egípcios




Alguns estudiosos contestam  a tese dos que afirmam terem os antigos egípcios professado o politeísmo puro.
     Para suporte desse entendimento, valem-se das informações que existem fazendo referência a uma entidade superior que reinaria sobre todas as demais.  Assim, inobstante a abundância dos chamados deuses que faziam parte do  panteão egípcio, na realidade estes não passariam de agentes daquele ao qual se subordinavam para realizar suas atribuições especificas.
     O costume de associar os acontecimentos do dia-a-dia aos objetos, animais, plantas, pessoas ou agentes da natureza foi uma marca indelével nos rituais religiosos dos egípcios.
     Assim, por exemplo, Osíris, um dos mais cultuados, é associado à figura de um rei, provavelmente legendário, que governara o Egito. Diz a tradição que Osíris, rei civilizador, assassinado pelo seu invejoso irmão Set, teria recebido da fiel esposa Ísis, com o concurso de Anúbis, as técnicas da mumificação com a finalidade precípua de ser mantido vivo e continuar reinando no mundo dos mortos.
     A vida pregressa do rei Osíris teria sido analisada e tida como exemplar, motivo pelo qual,  a partir de então,   os egípcios passaram a cultuá-lo como o mais popular dos deuses funerários, que presidiria o tribunal de julgamento de tantos quantos deixassem a Terra.
     Com isso, Osíris é visto frequentemente retratado no tribunal na condição de rei, e Anúbis, com sua cabeça de cachorro, guardando os sepulcros, uma das maiores preocupações dos egípcios.
     Da mesma forma que o cão foi associado à função de guardião, tarefa que esse animal desempenha com soberba eficiência, outros agentes, segundo suas potencialidades, foram obtendo correspondências que facilitassem a associação, ensejando, nos cultos, conforme pensavam, uma melhor concentração, fosse para louvar, pedir ou agradecer.
     O Sol é a representação mais freqüente daquele ser supremo em quem acreditavam, aparecendo em muitas cenas espargindo seus raios diretamente sobre a Terra; noutras, está postado entre os chifres das deusas Hathor ou Ísis. Essa fase está muito documentada no Novo Império, sobretudo sob o reinado de Aquenáton ou Amenhotep IV, considerado um faraó monoteísta.  O Sol, Áton,  inspirou belíssimos poemas que aparecem sob a forma de hinos ou orações, sempre lhes sendo externadas as mais expressivas reverências.
     Também por intermédio das informações que os egípcios legaram á posteridade é possível apreciar uma evolução nas suas concepções religiosas ao longo do tempo. Começaram com as cerimônias primitivas, de inicio marcadas por cultos restritos a objetos. Posteriormente, palmilharam pelas formas animais, humanas e híbridas; exercitaram o embalsamamento dos corpos e, como corolário, introduziram o chamado Livro dos Mortos, um belo repositório de informações ilustradas, verdadeira resenha a retratar o que os egípcios faziam no seu dia-a-dia e o que pensavam encontrar depois da morte.   
        
A Religião

     As práticas religiosas sempre foram objeto de grande preocupação por parte dos egípcios e eram constituídas de normas disciplinadoras e obrigatórias controlada pelo Estado. Nesse contexto a figura do faraó, difundido como verdadeiro deus e merecedor da  reverência irrestrita dos súditos, assumiu no campo religioso uma relevância tal que, provavelmente, essa tarefa exigisse do rei atenção maior que todas as outras atribuições do cargo, inclusive as dos campos político e econômico.
     Entre outras obrigações religiosas, o mandatário supremo devia fazer construir as suas moradas neste mundo e edificar os templos, para os quais devia canalizar atenção e zelo diários, através dos banquetes de ofertas, toalete, libação ou fumigação dos incensos. Na impossibilidade de estar simultaneamente em todos os templos que se espalhavam pelo país, se utilizava dos altos sacerdotes, que passaram a ser conhecidos como “servidores de deus”.
O faraó é muitas vezes retratado sozinho dialogando com os deuses, recebendo pelos seus bons préstimos as bênçãos da aprovação em forma de prosperidade, vida, força e saúde, condições indispensáveis para manter a segurança e boa ordem no mundo, sua responsabilidade principal.  Nos recônditos dos templos e nas cerimônias secretas cultuam a imagem do deus que não podiam  expor ao vulgo, senão nas grande cerimônias, quando, então, é puxada por um barco que desliza pela turba em regozijo.
Esse sentimento religioso de crença em um ser superior se difundiu pelo Egito. Em Mênfis era chamado de Ftá; em Heliópolis, de Rá; em Tebas, Amon; em Elefantina, Khnoum.  Outra constatação é a do agrupamento desses deuses em famílias, como se verifica nas famosas tríades: em Tebas, formada por Amon, a esposa Mut e o filho Khonsu; a de Abidos, considerada a principal, com Osíris, Ísis e Hórus; a de Mênfis com Ftá, Sekhmet e Nefertum. O costume foi adotado pelos gregos e romanos, povos que assimilaram muitas tradições religiosas do Egito e que acabaram por adotar suas tríades, em Roma cultuadas nas figuras de Júpiter, Juno e Minerva.  

Os dogmas dos egípcios

     O Livro dos Mortos e os rituais ligados à mumificação dão provas insofismáveis de que o dogma da ressurreição era um dos pilares sustentadores do arcabouço religioso dos egípcios. Acreditavam que a alma voltaria e, para tanto, deveria encontrar em ordem o corpo e seus pertences. Tinham perfeita noção de justiça,  das  penas e recompensas, motivo pelo qual pregavam a necessidade de uma vida pautada pela retidão.
     Nas cenas pictóricas da psicostasia, onde o coração do morto é pesado, deixam registradas a certeza de que todos haveriam de passar pelo tribunal de Osíris, que avaliaria as condutas e definiria os merecedores dos Campos Elíseos.
    Os egípcios acreditavam nos oráculos, ou seja, na possibilidade do recebimento de revelações dos mortos, prática freqüente também na Grécia e em Roma. Esse exercício era tão comum que o abuso teria ensejado a Moisés proibi-lo aos hebreus que se encontravam cativos no Egito. Admitiam que a Alma, comportando várias partes, uma delas o “Ba”, tinha como sair do túmulo para freqüentar os diversos locais da vida terrena, inclusive  rever o seu lar, na forma de um pássaro com cabeça humana.
     Não resta dúvida de que, embora as tradições egípcias mantivessem uma extensa lista de deuses, terem se utilizado sobejamente de cerimônias que não dispensavam comidas, bebidas, incensos, amuletos e suas fórmulas mágicas, as suas  manifestações mais sutis, sobejamente retratadas nos seus textos sagrados, levam  especialistas a esposarem a tese de que a crença monoteísta já era uma realidade na terra dos faraós.  

Próxima artigo: A Mumificação e os Funerais
 
Entrada de sepultura subterrânea no Vale dos Reis, região da antiga Tebas, Egito.
Foto Ismael Gobbo
O disco solar  entre os chifres da deusa Ísis, ou Hathor.
Templo de Isis em Filé, Egito. Foto Ismael Gobbo
Ficheiro:Egypte louvre 047 stele.jpg



Peça egípcia no Museu do Louvre mostra um humano servindo a Rá
Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/R%C3%A1 Acessada em 11/9/2012
Ficheiro:Hermitage Egyptian statuettes.jpg
Tríade Osíris, Ísis e Hórus
Coleção egícpia do Museu Hermitage. St. Petersburg, Rússia.
Ficheiro:BD Weighing of the Heart.jpg
Livro dos mortos de Ani, pesagem do coração
Ficheiro:Abu Simbel, Ramesses Temple, front, Egypt, Oct 2004.jpg
Templo de Ramsés em Abu Simbel. Egito.
Acessada em 11/9/2012


Ficheiro:GD-EG-Caire-Musée092.JPG 
Uma Mesa de oferendas do Antigo Egito. Museu do Cairo.
File:Egyptian funerary figurines louvre.jpg
Figuras funerárias do Antigo Egito. Museu do Louvre Paris.
Acessada em 11/9/2012 
A familia real com Aquenáton, Nefertiti e seus filhos. 
Novo Império, 18ª. Dinastia. Staatliche Museen zu Berlin   
O faraó Aquenáton e sua familia adorando a Áton.
 O famoso faraó da 18ª. dinastia é tido como cultuador do  monoteísmo
Imagem: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Aten_disk.jpg acessada em 13/9/2012
A cidade de Luxor, à esquerda, vista da margem em cujas proximidades se encontra o Vale dos Reis
com as famosas necrópoles da época faraônica. Foto Ismael Gobbo
Howard Carter. Arqueólogo e egiptologista inglês que descobriu a tumba
do Faraó Tutancâmon, no Vale dos Reis, da antiga Tebas, no ano de 1922.
Cidadãos egipcios em uma rua de Luxor. Foto Ismael Gobbo










NOTICIAS DO MOVIMENTO ESPIRITA 17-09-2012

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