SANDER SALLES LEITE
O entrevistado Sander Salles Leite reside na cidade de São Paulo. Conheceu o Espiritismo no ano de 1963 e dois anos depois participou da fundação do FID- Fraternidade Irmã Dolores onde trabalha até hoje. Com a filiação do FID à USE, começou a prestar relevantes serviços ao movimento de unificação assumindo vários cargos naquele órgão.
Sander poderia nos fazer sua apresentação?
Sou Sander Salles Leite, filho único do casal Pedro Salles Leite e Elisa Ferraz Leite, nascido em abril de 1944, na cidade de Bebedouro-SP. Casado com Maria Lucia de Britto Leite, temos duas filhas, um filho e seis netos.
Mudamo-nos para São Paulo no final do ano de 1949, portanto, fui criado aqui na capital. Meu pai está com 90 anos, barbeiro aposentado e minha mãe é dona do lar tradicional e extremamente prestativa. O que aprendi na convivência com eles foi uma vida de mútuo respeito, nunca presenciei desentendimentos ou palavreado ofensivo, sendo o meu pai uma pessoa de integridade fora de série.
Qual a sua formação acadêmica e profissional?
Sou Engenheiro Mecânico de Máquinas Operatrizes (1973) e Engenheiro Mecânico de Produção (1982). Embora aposentado, ainda exerço a profissão em uma empresa de engenharia contratada pelo Metrô de S. Paulo.
Como conheceu o Espiritismo e desde quando é Espírita?
Sempre questionador, ainda na adolescência questionava as bases da religião de origem (católica), quando um de meus amigos começou a namorar uma menina cuja família era espírita e realizava o Evangelho no Lar. No mês de fevereiro de 1963 fui convidado a participar de uma dessas reuniões, quando, no momento do “passe” a mentora espiritual, Dolores Mola, me deu o recado que eu teria um determinado caminho a percorrer e me recomendou a ler o Livro dos Médiuns. A médium era a mãe da namoradinha do meu amigo, e também a mãe de minha futura esposa, Maria Lucia, então com 12 anos. No começo de 1964, no pátio de uma faculdade onde aguardava o momento de prestar o vestibular, respondi a um questionário de pesquisa social que perguntava minha religião. Pensei uns 20 minutos e decidi: sou Espírita.
Poderia nos descrever sua trajetória de atuação no Movimento Espírita?
Desde a fundação da instituição em 1965, me envolvi com intensidade no estudo da doutrina, fazendo cursos, participando de seminários, congressos, fazendo palestras em casa e fora dela, quando sou convidado.
E no Movimento de Unificação em particular?
Em 1965 o então meu “futuro sogro” convidou um grupo que freqüentava aquele Evangelho para transformar em centro espírita e fundamos a Fraternidade Irmã Dolores. Na assembléia, fiz a ata de fundação e participei daquela primeira diretoria como 1º secretário e nos filiamos à FEESP. Participei de muitas gestões na diretoria do centro nestes 45 anos de existência como secretário, tesoureiro, vice-presidente, presidente e diretor de doutrina. Dois anos depois, em 1967, recebemos a visita de duas pessoas em nome da USE: Agostinho Andreoletti e Benedito Eleotério (desencarnado) e imediatamente nos unimos a USE; passei a representar o centro na USE Distrital de Vila Formosa – hoje desativada- e na primeira eleição fui eleito secretário. Em seqüência, participei outras vezes como secretário, duas vezes presidente duas vezes vice-presidente e também tesoureiro.
Neste caminho segui para o CRE, hoje Use Regional onde estive duas vezes como secretário e uma vez como vice-presidente. Mais um pouco e estive na USE estadual em cinco gestões de secretaria, três das quais como Secretário Geral.
Como está encarando o Movimento Espírita na atualidade?
Acredito que o empenho das instituições federativas tem sido o melhor, dentro de suas possibilidades, mas não podemos achar que “está indo muito bem” porque sempre pode ser melhor. É um trabalho necessário, duradouro e de reciclagem constante porque os grupos se renovam. O que eu vejo de dificuldade é o relacionamento, no nosso caso a USE, do topo com a base. O caminho é longo e as informações tem que passar pelas USEs regionais, intermunicipais, municipais, e, na capital pelas distritais até chegarem às bases. E chegam filtradas, atrasadas ou não chegam. As representações nos órgãos, para atenderem aos estatutos e regimentos, nem sempre conseguem deslocar elementos disponíveis e suficientes para atender a esse fluxo de informações. Penso que teríamos que proceder a uma “reengenharia” nestes estatutos e regimentos.
E com relação à bibliografia espírita que cresce exponencialmente?
De fato, temos uma farta literatura espiritualista que, democraticamente tem o direito de estarem disponíveis, no entanto, o movimento precisa estar atento para manter as bases esclarecidas ao que não é Espiritismo. Entendamos: não nos compete a censura, mas divulgar exatamente o que é o Espiritismo e o que não é, fica por conta dos leitores, por isso o caminho do topo com as bases precisa ser mais ágil.
A que casa espírita está vinculado presentemente e quais atividades que desenvolvem?
Há 45 anos, desde a fundação colaboro com o C. E. Fraternidade Irmã Dolores.
As nossas atividades são consideradas por alguns como “engessadas” porque não fazemos nada com intuito de atrair público. Os que estão conosco gostam. Temos um site simples, o www.fratidolores.org.br, temos uma programação pública baseada nas obras básicas e outros assuntos de interesse, vários minicursos, reuniões de estudos, atividades mediúnicas e infância, enfim, fazemos o que entendemos sobre a principal atividade de um centro espírita: divulgar e ensinar o espiritismo.
Tem algum livro escrito?
Não, não tenho. Nesta encarnação não desenvolvi esta habilidade, mas leio bastante.


ACIMA: HELOISA PIRES, M. HELENA (PRESID. DA CASA), M. LUCIA E SANDER EM EVENTO DA FRATERNIDADE IRMÃ DOLORES E ABAIXO, SANDER EM PALESTRA NO “TEMPLO LIVRE CHAME ANTES O CRISTO”


ACIMA: SANDER EM PALESTRA AOS JOVENS NA A.E. HENRIQUE DE CASTRO EM 1986, E ABAIXO SANDER E ESPOSA EM EVENTO NA FEESP
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