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| Edição 10 | Março de 2011 Um dos participantes da nossa conversação expressava o desejo de obter de Cruz e Souza algumas palavras de bom ânimo, em vista dos tropeços que vem atravessando na seara da fé, ante o trabalho de fraternidade que lhe foi confiado. No dia seguinte, as nossas irmãs do Rio nos convidaram para ligeiro culto de oração. Para centralizar os pensamentos na prece, recorremos à leitura de O evangelho segundo o espiritismo, que nos ofereceu o item 15 do capítulo XVIII para meditação. Ao término do nosso ligeiro encontro espiritual, o nosso amigo Cruz e Souza veio até nós e deu-nos a página que envio, evidentemente dedicada em espírito ao amigo que esperava por ele. Sentindo que esse apelo nos serve a todos, passamo-lo às suas mãos, na ideia de que possa ser aproveitado em nossas publicações aos domingos. AO CULTIVADOR DO BEM • Cruz e Souza |
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Vara lama, canícula, aguaceiro, Sofre, mas segue além das próprias dores, Serve, tropeça, ergue-te e confia, (Soneto recebido em reunião da manhã de 18/12/1973, em Uberaba, MG) |
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Ninguém sentiu o teu espasmo obscuro, No soneto “Assim seja”, escrito em vida, como o acima citado, Cruz e Souza já dava conselhos semelhantes ao que agora envia ao companheiro que lhe suplica palavras de bom ânimo. Vejamos o seu ultimo terceto: Morre com o teu Dever: Na alta confiança Setenta e seis anos após a sua morte, o poeta nos envia sonetos que o identificam pelo estilo, a temática e a posição pessoal diante do mundo e da vida. Os céticos perguntam se ele não teria evoluído, se não devia estar compondo em ritmo moderno. Se procedesse assim, como identificar-se? Neste caso, os céticos diriam: “Isso não é Cruz e Souza!” O espírito volta, pelo pensamento, às posições antigas, reencontra o tempo perdido e nele se reintegra para nos dar a sua ficha de identidade. “Livro da matéria escrava”, só ele mesmo escreveu em vida no soneto “Livro”. O poeta se torna senhor tempo, que não é mais irreversível como lhe parecia na Terra. A experiência da sua própria dor então lhe serve para socorrer os que ainda sofrem no exílio. E ensina os que padecem a transformar o lodo em astros, como já antevira no soneto “Clamor Supremo”, que nos deixou na sua poética terrena. Artigo publicado originalmente na coluna dominical "Chico Xavier pede licença"
(Informação recebida em email de newsletter@herculanopires.org.br)
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