BLOG DE NOTÍCIAS DO MOVIMENTO ESPÍRITA.....ARAÇATUBA- SP

Atenção

"AS AFIRMAÇÕES, INFORMAÇÕES E PARECERES PUBLICADOS NESTE BLOG SÃO DE RESPONSABILIDADE EXCLUSIVA DE QUEM OS ELABOROU, ASSINA E OS REMETEU PARA PUBLICAÇÃO. FICA A CRITÉRIO DO RESPONSAVEL PELO BLOG A PUBLICAÇÃO OU NÃO DAS MATÉRIAS, COMENTÁRIOS OU INFORMAÇÕES ENCAMINHADOS."

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A caverna de Platão

Richard Simonetti

Podemos definir a metáfora, em sua expressão mais simples, como “sentido figurado”.

Alguns exemplos:

· os verdes anos – a juventude.

· outono da vida – a meia idade.

· um touro – muito forte.

· uma fortaleza – ânimo firme.

· uma estrela – atuação destacada.

Em A República, Platão (428-348 a.C.), coloca nos lábios de Sócrates (470-399 a.C.), interessante metáfora, relacionada com nossa visão da realidade.

Numa caverna vivem seres humanos.

Ali nasceram. Dali nunca saem.

Estão acorrentados, em tal disposição, que só podem observar o que está à sua frente.

Por trás deles arde uma fogueira.

A luz do fogo projeta sombras na parede.

É tudo o que vêem.

Seu mundo é feito de sombras.

A caverna simboliza as limitações impostas pelos sentidos e pela ignorância. Impedem as pessoas de ver o mundo real, que Platão chama universo das idéias.

A fogueira é a experiência sensorial que pouco ilumina, projetando sombras de ilusão nas paredes existenciais.

Alguém desenvolve a sensibilidade, supera a ignorância, conquista o saber – deixa a caverna.

Num primeiro momento, deslumbra-se com a luz solar, a visão gloriosa da Natureza.

Lamenta o tempo perdido, o comprometimento com as sombras…

Decide ajudar os companheiros com sua experiência.

Não é bem recebido.

Não acreditam nele. Julgam que está delirando. Hostilizam-no.

Aconteceu com o próprio Sócrates, condenado à morte pela pretensão de ensinar os homens a enxergar além das sombras.

***

Observando a metáfora de Platão sob outro ângulo, podemos situar a caverna como nosso confinamento na matéria densa, a partir da reencarnação.

O corpo físico, pesado grilhão, impõe-nos inúmeras limitações. Inibe nossas percepções tão intensamente que não conseguimos sequer imaginar a vida nos planos etéreos, embora venhamos de lá.

É tudo muito nebuloso, denso, sombrio…

Há duas maneiras de superar as sombras da caverna:

A primeira, por impositivo da Natureza:

A morte.

Pode não ser interessante.

Se partirmos sem preparo, fatalmente a vida espiritual nos ofuscará, perturbando-nos. Seremos como sonâmbulos que falam e ouvem, alienados da realidade.

A segunda, por exercício da vontade:

O conhecimento.

É bem melhor.

Enxergamos melhor a partir do empenho por ampliar nossos horizontes, buscando as luzes da espiritualidade para definir de onde viemos, por que estamos aqui e para onde vamos.

Então veremos como somos de verdade, não como supomos ser, na pálida visão de sombras.

E nos habituaremos à claridade para que não nos ofusquemos quando chegar a hora de deixar a caverna.

***

Diz Sócrates:

No mundo do conhecimento, a idéia do bem aparece por último e é percebida apenas com esforço; mas, quando percebida, torna-se claro que ela é a causa universal de tudo que é bom e belo, o criador da luz e o senhor do sol neste mundo visível.

Em Jesus temos conceituação esclarecedora a respeito do assunto:

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. (João, 8:32).

É preciso deixar a caverna da ignorância que nos impõe sombras de ilusão.

Tudo o que quiserdes que os homens voz façam, fazei-o assim a eles. ( Mateus, 7:12).

Esta a mais eficiente iniciativa – trabalhar pelo bem comum.

Quando o fazemos acuramos nossos olhos para uma visão objetiva da realidade, com muito mais clareza e propriedade do que as mais sofisticadas elucubrações filosóficas.

A Doutrina Espírita não faz por menos, como recomenda o Espírito Verdade, em O Evangelho Segundo o Espiritismo (capítulo VI):

Espíritas, amai-vos, este o primeiro mandamento.

Convite ao esforço do Bem.

Instruí-vos, este o segundo mandamento.

Convite ao aprendizado incessante.

Oportuno, em relação ao assunto, perguntarmos a nós mesmos:

Em que posição estou na caverna terrestre?

Ficheiro:Plato's allegory of the cave.jpg

Ilustração da Alegoria da Caverna

Imagem: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Plato%27s_allegory_of_the_cave.jpg

0 comentários: